Our Past Never Goes Away

Impossible Things Can Happen


Bus

Voando em velocidade máxima, chegariam à Noruega ao anoitecer. Skye, Jemma e Fitz continuavam trabalhando na sala holográfica, buscando imagens do homem através de vários ângulos, mas até o momento, não haviam obtido sucesso. Enquanto isso, Ward, Clint, May e Coulson, discutiam estratégias para invadir o lugar.

Em um determinado momento, os computadores emitiram um sinal sonoro, fazendo com que todos voltassem sua atenção para os monitores. Clint e os demais correram até lá, buscando descobrir do que se tratava.

– O que aconteceu? – perguntou May.

– Estamos recebendo alguma coisa... – respondeu Skye, analisando os dados que surgiam na tela.

– Outro vídeo? – questionou Clint apreensivo.

– Não, dessa vez vem de algum dispositivo remoto da SHIELD... Também na Noruega.

– Será que Natasha conseguiu recuperar a comunicação? – pensou Ward.

– Impossível. Se Natasha estivesse com o comunicador acoplado, ele ainda estaria funcionando. No entanto, como perdemos comunicação total com ela, isso nos remete ao fato de que ele provavelmente foi retirado e destruído. Mas talvez... – cogitou Fitz – Por acaso você saberia nos informar se a Agente Romanoff usava algum dos novos dispositivos em desenvolvimento?

– Não que eu saiba. Na verdade, nem mesmo sei do que se trata. Como isso pode ajudar? – respondeu Clint.

– Tem um novo tipo de comunicador, desenvolvido pela equipe de pesquisa da Academia. Eu e Simmons supervisionamos o projeto pessoalmente.

– Ele foi construído em uma proporção bem mais reduzida, praticamente incapaz de ser rastreado com tanta facilidade como os outros. Ainda é bastante limitado por estar em fase de testes, mas usando-o já é possível escutar o que estão dizendo do outro lado. – explicou Jemma.

– Então, se Natasha o estiver usando e de alguma forma conseguiu aciona-lo poderemos ouvir o que estão dizendo. – deduziu Clint.

– Exatamente. E posso apostar que é esse o sinal que estamos recebendo. – confirmou Leo, com um aceno de cabeça.

– Skye? – apressou a hacker, um ansioso Coulson.

– Conexão completa, transmissão ao vivo da Noruega.

Com habilidade Natasha conseguiu ligar o protótipo do comunicador que Hill havia lhe dado, antes de mais um balde de água fria ser despejado sobre ela, deixando-a ainda mais mortalmente raivosa.

– Eu vou matar você quando sair daqui Stan. – sibilou ela. – Guarde minhas palavras.

– Minha querida Natasha... Você não mudou muito nos últimos anos.

Joseph Stan, contrabandista internacional, fornecedor de armas para a KGB e posteriormente, o principal colaborador do Projeto Viúva Negra. Agora aparentando seus cinquenta e poucos anos, com os cabelos grisalhos, em um terno risca de giz impecável.

– Já o tempo não foi muito legal com você, não é vovô?

– Você já gostou do vovô, não é Romanoff?

– Por favor, não me dê náuseas.

– O que foi? Tivemos bons dias enquanto ainda podia desfrutar de uma maneira mais agradável da sua companhia.

– Felizmente para mim, tudo não passou de nada além de uma missão da KGB. E uma das mais fáceis, eu devo dizer. Arrancar as informações de você era como tirar doce de criança.

– Não venha com seus joguinhos Natasha... Eu trabalhava para a KGB, porque mandariam alguém para arrancar informações de mim?

– Exato. Você deveria fornecer recursos apenas para a KGB, e, no entanto, seus lucros apenas aumentavam, mesmo quando a demanda foi reduzida. Estava contrabandeando para outras organizações, ameaçando a soberania russa.

– Isso não importa mais, aquele tempo já passou. Desde que você me deixou – ele continuou ao que Natasha fez uma careta e rolou os olhos – eu continuei a crescer, mesmo depois que a KGB acabou.

– O que você ganha com isso?

– Dinheiro. Poder, é claro. Alguma vez eu desejei algo diferente?

– E quem é que assina o seu contracheque agora?

– Digamos que será uma via de mão dupla. Quando nossas bombas destruírem as bases da SHIELD, e consequentemente grande parte do território americano, teremos poder absoluto, e eles terão sua obra prima de volta.

– Eles?!

– Exatamente. Já é hora de a Viúva Negra deixar de bancar a heroína e voltar fazer aquilo para o que foi criada.

– Isso não vai acontecer.

– Você já foi mais cruel Natasha... O que foi? A SHIELD te amoleceu?

– Pelo contrário... Eles me ensinaram diversos joguinhos novos para te fazer implorar para morrer.

– Não vai ser assim, minha cara. Não será tão fácil.

– Por que atacar o Fury com uma bomba?

– Não é só o Fury... É toda a SHIELD. A organização que te escondeu durante tanto tempo, vai deixar de existir.

– Não conte com isso. Quem vocês pensam que são para desafiar a SHIELD?

– HYDRA. Já ouviu falar?

– O que...?

– Sim minha cara, a HYDRA não acabou. Nós ainda estamos aqui.

– Isso é ridículo.

– Não. – riu ele. – Não é. Essa é a realidade.

– Fury não vai permitir...

– Natasha, a morte de Fury não passará de uma mera consequência de uma coisa muito maior do que você imagina. Quando cortarmos as raízes da SHIELD, não haverá mais nada pelo que lutar. Você voltará a ser a arma que sempre foi.

Tenha certeza, de que quando isso acontecer você vai ser o primeiro da minha lista a morrer. Consegui retomar o controle mais de uma vez Joseph. Posso fazer isso quantas mais for preciso.

– Ainda acha mesmo que sairá daqui? – ele riu - Quando os agentes em quem você tanto confia chegarem para te salvar, você mesma irá mata-los.

– Eles não são burros, não virão até aqui. Não por mim. Sabem que é uma armadilha. Enquanto todos voltam suas atenções para a missão de me tirar daqui, você destrói a SHIELD. Não vai rolar velhote.

– Quanta preocupação Romanoff... O que aconteceu com você?

– Eu mudei.

– Não... Você está diferente, parece até que... Está comprometida, Natasha. – ele riu com escárnio. - Isso não poderia ficar melhor! Quem é o coitado? Oh, deixe-me adivinhar! É um agente? Um Vingador? - Natasha não respondeu, mantendo sua expressão inalterável – Um civil?! – Ela retesou-se, aumentando sua frequência respiratória propositalmente, fazendo-o acreditar que aquela era a verdade.

– Cale a boca.

– Ah, isso não faz muito o seu estilo. Mas não se preocupe, contanto que ele esteja longe da SHIELD ele não terá um arranhão sequer. Do contrário, será pulverizado, e aí, talvez eu te aceite de volta ao meu lado quando eu retomar meu poder por direito. – ele riu, deixando-a sozinha de novo, sem se dar conta de que acabara de dar a ela, tudo o que precisava.

Mal sabia ele, que não eram os únicos escutando aquela conversa.

– Clint, não seja burro... – ela sussurrou, e estas foram as últimas palavras que a equipe pôde ouvir no Bus, antes do áudio ficar mudo.

– Religue a transmissão! – pediu Clint.

– Sinto muito Agente Barton, mas infelizmente ele ainda é um protótipo, e por isso permanece ativado apenas por pouco tempo. Não há como reiniciarmos.

– Droga! – esbravejou Clint.

– Barton, estamos com vantagem agora. Sabemos quem ele é, e o que quer.

– Você está certo. Chegaremos à Noruega em quanto tempo Melinda?

– Menos de duas horas Barton.

– Avise ao Fury, iremos até ele e o faremos cancelar o ataque. Até que consigamos cumprir nosso objetivo, ele precisa proteger a SHIELD. Eu sei o que temos que fazer.

– Qual o plano agente Barton?

– Estou pensando em uma sútil invasão. O que acham?

– E tem jeito melhor de entrar em algum lugar com estilo? – colocou May.

– Claro que não. Então, preparem-se, porque nós vamos com artilharia pesada.

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Alemanha

Steve já não conseguia mais distinguir o real e o irreal. Passado e presente surgindo em imagens distorcidas diante de seus olhos. Ainda que com menor frequência agora, ele permanecia com dificuldades para se mover ou mesmo pensar.

Ele pôde sentir quando o arrastaram até algum outro lugar e o prenderam com correntes em uma maca de aço vertical. Foi quando três homens chegaram ali, que tudo começou. Um deles, mais jovem ele percebeu, mesmo com a visão turva, era aparentemente o líder e ordenou aos outros que injetassem algo em seu braço.

Inutilmente ele tentou impedir, mas outros o seguraram e ele pôde sentir quando a substância penetrou queimando em suas veias.

– Steve Rogers. – começou o rapaz com a voz arrastada, o encarando – É um desprazer finalmente conhece-lo. Permita que eu me apresente. Meu nome é Colin Schmidt, e sim, eu sou o... Tataraneto do Caveira Vermelha, quem você matou 70 anos atrás.

– Schmidt...?

– Sim, para você ver como o mundo dá voltas. Aposto que nem sabia que ele tinha um filho não é? Pois bem, eu não estou aqui para vinga-lo. – ele continuou, colocando luvas de látex em suas mãos – Eu estou aqui, porque vou terminar o que ele começou. A HYDRA vai reinar.

– Não, não vão. – ele respondeu, com o resquício de consciência que lhe restava.

– Mas é claro que vamos. Só precisamos derrubar o único obstáculo que permanece de pé.

– SHIELD.

– Exato. E você vai cooperar.

– Só nos seus sonhos, Schmidt. – ele cuspiu, ao que sentiu a água fria bater em seu rosto.

– Eu esperava que dissesse isso, porque eu vou adorar fazê-lo mudar de ideia. – ele riu – Sabe isso que colocamos em você? Eu mesmo criei essa substância especialmente adaptada para o seu organismo. Ela vai retardar a sua dor, só para que ela se intensifique depois. Ah, você vai adorar o sentimento.

– Faça o que quiser, eu não vou trair a SHIELD.

– Vamos ver se você não muda de ideia, quando seu coração estiver parando.

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Washington

Hill ocupava-se como podia, para que não se permitisse entrar em desespero. Natasha sendo torturada, Fury, ela e toda a SHIELD sob ameaça de um sádico covarde que sequer mostrava seu rosto. E como se isso não fosse o suficiente, Tony, Steve e Bruce permaneciam fora de alcance.

Ela havia conversado com o Diretor sobre isso, e ele autorizara o envio de um Quinjet para a Alemanha com o objetivo de rastreá-los, mas o mesmo desaparecera no radar assim como o jato dos Vingadores.

– Diretor? – ela chamou a atenção de Fury, entrando em sua sala.

– Sim, Comandante.

– O Quinjet que enviamos atrás dos Vingadores, também se perdeu senhor.

– Você só pode estar brincando comigo, Hill...

– Não estou, Fury. Não tenho esse costume.

– Tem alguma coisa errada Maria, isso já está claro para nós. Mas não podemos arriscar perder mais agentes enviando outras unidades para busca-los.

– O que devemos fazer então?

– Confiar que eles vão retornar. Que estão vivos, e que vão conseguir se salvar.

– Entendido, senhor. – ela assentiu, um tanto decepcionada.

Comandante Hill? – chamaram-na pelo comunicador.

– Sim, Agente Brown?

– SHIELD 616, está entrando em contato.

– Transfira para a sala do diretor imediatamente.

– Sim senhora.

– Espero que tenha boas noticias para mim Coulson. – ela atendeu a vídeo chamada, quando a imagem de Phill apareceu na tela de Fury.

– Depende do que você considera boas notícias, Maria.

– O que descobriram? – perguntou Nick.

– Skye conseguiu decodificar o código, e já temos as coordenadas de Natasha, mas...

– Mas...?! – Hill o incentivou a continuar.

– A Agente Romanoff conseguiu ligar o protótipo do novo comunicador que carregava, e conseguimos obter algumas respostas interessantes. Joseph Stan. É ele que está com ela, trabalhando junto com a HYDRA.

– HYDRA?! – exclamaram os dois em uníssono.

– Sim, senhor. Eles querem reinicia-la, e destruir a SHIELD. Barton tem um plano para impedirmos, então vocês precisam proteger a base. Preparem os agentes e fiquem prontos para um provável ataque.

– Entendi Coulson, farei o que é preciso. Mas ainda assim, eu acredito na sua equipe. Certifique-se de não reste nada da Hydra.