Our Past Never Goes Away

Everything Starts to Go Wrong


12h32min, Noruega.

Natasha finalmente havia chegado ao seu destino após permanecer por várias horas dentro do avião, as quais ela usou para descansar e estudar as plantas e informações que Maria passara a ela sobre a companhia na qual ela iria se infiltrar.

Embora o sol do meio dia brilhasse alto no céu que naquele dia possuía poucas nuvens, o clima permanecia frio, obrigando-a a vestir seu casaco. Após instalar-se na casa protegida da SHIELD, ela permitiu-se admirar a vista da janela de seu quarto, revelando a extensão do oceano azul e das montanhas mais ao norte, imaginando com um sorriso o quanto Clint gostaria de ver aquilo.

Por fim, ela decidiu se preparar para iniciar a missão de infiltração. Para seu completo desgosto, ela precisaria usar uma peruca morena, no intuito de esconder os cabelos ruivos tão característicos, e ainda um óculos, com a intenção de disfarçar os contornos de um rosto já tão conhecido.

A estratégia criada por Maria tinha sido simples e objetiva, pois coincidentemente a Hide Company estava fazendo testes para contratar uma nova assistente particular para um de seus diretores. Natasha então passaria por uma candidata ao cargo, o que obviamente tornaria o trabalho dela muito mais fácil.

Já com o disfarce pronto, ela deixou o apartamento e encaminhou-se para o edifício da empresa, cujo cinquenta andares se estendiam verticalmente no centro da movimentada cidade. O som dos saltos de seus sapatos ecoou pelo loby, chamando a atenção de alguns dos presentes ali para a mulher que se encaminhou para a recepção, se dirigindo a uma das secretárias com um falso sorriso nos lábios:

– Boa tarde, eu vim para a entrevista de contratação. – ela disse com a voz suave.

– Boa tarde. Nome completo, por favor?

– Rushman, Natalie Rushman. – ela respondeu instantaneamente.

– Correto. Trouxe seu currículo, Srta. Rushman?

– Oh, sim. Aqui está. – falou retirando uma pequena pasta de sua bolsa e entregando a ela com naturalidade.

– Ótimo. O nosso diretor irá atendê-la agora, Srta. Rushman. Acompanhe-me, por favor.

Natasha seguiu a recepcionista até uma sala no 38° andar, onde o diretor do setor de recursos humanos leu o falso documento minuciosamente, e após o término, fez algumas perguntas que ela respondeu usando todas as suas táticas de persuasão e anos de prática. Dessa maneira, antes do fim do dia, Natasha já estava contratada.

Ela retornaria para começar a trabalhar no dia seguinte, e assim, voltou à casa da SHIELD, onde aproveitou para descansar da longa viagem. Quando a noite começava a cair, ela tomou outro banho, e entrou em contato com Maria, quem deveria estar aguardando seu relatório parcial.

Hill. – ela escutou do outro lado da linha.

– Olá Maria.

– Oi Nat. Como estão as coisas por ai?

– A operação procede conforme o planejado. – ela disse – Passei pela entrevista admissional e amanhã mesmo, iniciarei a coleta de informações.

– Excelente Natasha. Bom trabalho.

– Diga-me isso quando eu estiver de volta a Washington. – ela suspirou.

– Eu direi. – ela riu – E por falar em Washington, tem alguém aqui querendo falar com você.

Natasha sorriu ao ouvir tal frase, uma vez que ela já sabia exatamente quem era a única pessoa que poderia querer tanto conversar com ela: Clint.

– Deixe-me falar com ele, Maria, por favor.

– Claro. Mas será que você pode me fazer um grande favor?

– Qual Maria?

– Diga para o Clint parar de me atazanar por cada canto do Triskellion. Ele ficou o dia todo atrás de mim para saber de você!

– Ok Maria, eu vou dizer para ele. – Natasha riu.

– Então terminamos por aqui?

– Acho que sim. Quando eu possuir novas informações eu entrarei em contato para lhe atualizar.

– Ok, Natasha. Até logo.

– Até.

Ela pode ouvi-los tendo uma pequena discussão no outro lado da linha, o que a fez rolar os olhos com a relação infantil e implicante que os dois tinham.

– Não demore Barton!

– Nos dê privacidade Hill!

– Você está na base, falando com uma agente em missão, o que é consideravelmente uma quebra direta do protocolo, e ainda quer privacidade?!

– Acho que toda a nossa vida é uma quebra do protocolo, sabichona.

– Cinco minutos Clint. Nem um segundo a mais.

– Tchau, Maria. – ele riu, enquanto ela se afastava. - Sua amiga consegue ser irritante quando quer hein?! – ele falou ao telefone, sentindo seu coração bater mais forte quando ouviu a voz dela lhe respondendo:

– Vocês dois são, Clint. – ela riu.

– Eu sei. Mas, eu sou um chato charmoso.

– Claro, com certeza.

– E como você está amor? – ele continuou, deixando as brincadeiras de lado para assumir um tom mais preocupado e sério.

– Tudo bem, fui a empresa mais cedo, e já estou consideravelmente dentro.

Rápida e inteligente, como sempre. – ele concluiu – Já disse que queria poder estar ai com você não é?

– Sim... – ela suspirou, encarando a janela que agora mostrava as estrelas que haviam surgido no céu com o cair da noite – Você teria adorado a vista daqui.

Você gostou?

– Me fez lembrar de você. – ela sorriu, estranhando seu próprio comportamento.

Espero que volte logo Natasha. – ele disse após uma breve pausa, passando a mão pelos cabelos – Quero você aqui.

– Em pouco tempo Clint, tenha um pouco mais de paciência. E pare de ficar andando atrás da Maria! – ela mandou.

Eu preciso ter alguma coisa para fazer aqui! – disse ele com falsa indignação – Tem alguma ideia melhor para passar o tempo do que importunar a Maria?!

– Você não presta Barton.

Não mesmo, mas ainda assim...

– Barton! Seu tempo acabou, diga tchau para ela.

– Ai, ta vendo?! Sempre inconveniente. – suspirou – Nos falamos em breve. Eu te amo.

– Eu também. Até mais.

– Até. – e assim, ele desligou, sem saber que não voltaria a falar com ruiva por um bom tempo.

._.

19h47min, Alemanha.

Já era noite quando os três Vingadores sobrevoavam a Floresta Negra Alemã, aproximando-se a cada segundo das coordenadas que Bruce obtivera, acentuando ainda mais a diferença provocada pelos fusos horários.

– Estamos nos aproximando do ponto de pouso. – informou Bruce.

– Talvez devêssemos relatar a Comandante. Você não acha Steve? – propôs Tony.

– Você não perde uma não é Stark?! – Steve disse, rolando os olhos sem conter um leve sorriso com a ideia.

– É você que está perdendo tempo meu caro amigo.

– Vou avisa-la. – disse o capitão, após refletir por um minuto e finalmente ceder.

– É assim que se fala cara! – comemorou Tony, enquanto ele e Banner riam.

Usando um dos computadores, ele iniciou a chamada de vídeo com a base da capital americana.

– Comandante Hill. – ele chamou, quando a imagem dela apareceu na tela.

– Capitão. Estava aguardando a ligação de vocês.

– Estamos nos aproximando do ponto onde o pacote foi rastreado, em poucos minutos iremos pousar.

– Entendido Capitão. Assim que tiverem algum progresso... – mas Maria não pode continuar, uma vez que o sinal foi perdido e tudo o que ficou em seu lugar foi a estática.

– Mas o que... – antes que Steve pudesse concluir sua sentença, o Quinjet deu um solavanco depois de ser atingido por algo, fazendo toda sua estrutura tremer. – O que aconteceu? – questionou ele, voltando a cabine depois de retomar o equilíbrio.

– Pane geral do sistema. – disse Tony, enquanto ele e Bruce manuseavam os controles no painel desenfreadamente.

– Alterne para a fonte de energia reserva. – disse Steve.

– Já fizemos isso, mas a fonte de energia reserva também está danificada, não está conseguindo manter os motores. – respondeu Bruce, com a expressão preocupada.

– Vocês podem consertar?!

– Estou tentando! – respondeu Tony, impaciente, no mesmo instante, que os controles soltaram faíscas em um curto-circuito – Bruce tente estabilizar, eu vou pegar minha armadura e ir lá fora. – ele terminou, correndo para a parte de trás da nave.

– Essa não... – disse o Dr. Banner, tentando inutilmente manter ligado o sistema central da aeronave, que começou a apitar e a perder altitude rapidamente.

– E agora? - perguntou Steve, com os olhos arregalados.

– Agora... Nós caímos.