6 MESES DEPOIS

Nova York - Torre dos Vingadores

Em um curto período de tempo, muito aconteceu com Coulson e sua equipe. Simmons estava trabalhando infiltrada junto a Barbara Morse na instalação de Daniel Whitehall, que se mostrara um oponente à altura do novo Diretor em diversas situações. Ward finalmente havia sido capturado por Skye e Melinda, e eles o mantinham em uma cela especial no subsolo da atual sede da SHIELD. Fitz e Alphonso Mackenzie desenvolviam juntos algumas melhorias na base e nos Quinjets.

Neste mesmo contexto, Maria e Steve continuavam na Europa, em missão para localizar Bucky Barnes, ainda sem encontrar quaisquer vestígios do amigo de infância do Capitão.

Enquanto isso, em Nova York, Tony e Bruce trabalhavam no laboratório da Torre desenvolvendo a mais nova ideia de Stark, denominada Legião de Ferro que seria um auxílio para os Vingadores em suas missões e na proteção dos civis. Embora os dois cientistas concordassem em muitos aspectos, o projeto não seguia bem como o planejado.

— Tony, por mais que eu confie na sua experiência com as armaduras, o sistema não é compatível ainda.

— Eu sei Bruce, e é isso que está me deixando louco. - Tony suspirou, analisando os dados na tela projetada a sua frente pela milionésima vez, indicando uma nova tentativa falha.

— Vamos conseguir, não se preocupe. Só precisamos descobrir onde estamos errando.

- Não sei mais o que podemos tentar, parece… Parece que falta alguma coisa. Quando eu imaginei o Ultron, eu via uma tentativa de tornar o mundo melhor, mais seguro. E ele se tornou ainda mais imprescindível agora que a SHIELD deixou de existir.

— Tony, você sabe que essa não é uma tarefa fácil. E não cabe inteiramente a você proteger o mundo. Os Vingadores ainda existem, e você conhece o Fury, ele não deixaria a SHIELD se esvair por completo.

— Mas ainda assim, eu…

— Senhor Stark, o Capitão está na linha e deseja falar com o senhor.— a voz de Jarvis ecoou pelo laboratório, interrompendo Tony - Ele diz que é urgente.

— Olha só, não é que o Picolé finalmente resolveu nos dar notícias - ele riu - Pode transmitir para o meu celular Jarvis, por favor.

— Sim senhor.

Tony esperou alguns segundos até ouvir a voz de Steve no telefone.

— Tony, precisamos conversar.

— Boa noite para você também, Capitão! Como está sendo a lua de mel pela Europa com a senhora Rogers?

— Não estou com tempo para piadas Stark. O assunto é sério.

— Sou todo ouvidos.

— O Cetro de Loki foi localizado. Ele está em uma instalação da Hydra.

— Temos confirmação disso? Poderia ser uma nova armadilha. - ele questionou.

— Hill ainda tem os contatos dela, mas de todo modo isto não é relevante. A questão é que precisamos reunir os Vingadores para recuperá-lo. Nós começamos isso em Nova York, e devemos ser nós a colocar um ponto final nisto.

— Nunca concordei tanto com você, Rogers.

— Hill vai encaminhar tudo para você e Bruce. Natasha e Clint também estão a caminho. Nos encontramos em breve.

— Te vejo logo, Picolé. - e assim ele desligou.

— O que aconteceu? - Bruce perguntou, confuso.

— Acho que vamos precisar do verdinho outra vez, amigo.

♥ ♥ ♥

Ao alvorecer, Natasha despertou, vendo os primeiros raios de sol entrando pela fresta da cortina enquanto Clint dormia pesadamente ao seu lado. Ela se levantou, seguindo sua rotina, e então saiu para correr ao redor da propriedade.

A casa onde os dois estavam ficava escondida em meio a floresta, na área rural do estado. Havia seis meses que estavam ali, e mesmo que a princípio Natasha não tivesse concordado completamente com a decisão de se afastarem, ela percebia agora o quanto tinha sido bom para eles tirarem um tempo para se recuperarem.

Clint estava diferente. Muito mais leve, tranquilo. Suas feridas pareciam finalmente ter cicatrizado, tanto as externas como as internas também. Sua mente estava em paz outra vez. E Natasha também não negaria que se sentia muito melhor, mas ainda assim parte dela sentia a necessidade de voltar logo a Nova York e trabalhar.

Ela correu por aproximadamente uma hora, como fizera todos os outros dias, buscando manter seu condicionamento físico em caso de precisar retornar a ativa inesperadamente.

Quando retornou a casa principal, encontrou Clint na cozinha, terminando de fazer café para eles. Ele a viu se aproximando, e sorriu abertamente para ela.

— Bom dia amor. - ele disse, abraçando-a com um braço e depositando um beijo suave em seu rosto.

— Bom dia. - ela sorriu de volta, seguindo para a geladeira de onde tirou uma garrafa de água - Caiu da cama hoje, é? Não vi você levantando antes das dez um dia sequer desde que viemos para casa.

— Engraçadinha. - ele riu - Mas eu acabei perdendo o sono hoje, acho que já dormi demais nesses últimos meses.

— Entendo o que você quer dizer. - Natasha respondeu, aproximando-se outra vez, encostando-se na bancada ao lado dele e encarando o teto da cozinha recém reformada - Acha que conseguiria se acostumar, Clint? Que eu conseguiria me acostumar?

— O que você quer dizer, Nat? - ele perguntou, deixando sua massa de panquecas de lado para olhar em seus olhos.

— Quero dizer, morar aqui. Viver desse jeito, só como Natasha e Clint para sempre. Sem ter que nos preocupar com nada mais. Só eu e você, como pessoas… Normais.

— Para ser sincero com você amor, já pensei muitas vezes nisso sim. Mas nunca consegui chegar a uma resposta definitiva para isso. - ele respondeu, sereno - Mas porque está me perguntando isso agora?

— Já tem seis meses que nós viemos para essa casa. Vivendo normalmente como se não soubéssemos de tantas coisas que podem estar acontecendo nesse momento com Coulson e os outros, até mesmo em outros mundos. - ela suspirou - Não me entenda errado, eu amo estar aqui com você, mas eu não sei se poderia deixar de ser a Viúva Negra algum dia. Ainda não.

— Natasha. Eu nunca te pedi isso. O Gavião Arqueiro é parte de mim também, e eu sei que da mesma forma você sempre vai ser a Viúva Negra. Você não precisa se sentir mal por estarmos tirando esse tempo para nós dois. Coulson, Maria e os outros estarão bem, eu prometo. - ele acariciou o rosto dela, observando o quanto seu cabelo tinha crescido desde que haviam chegado ali - Logo, estaremos de volta. E independente de onde nós estivermos, sabe que estarei com você.

— Sempre. - ela respondeu, finalmente ficando mais tranquila e trazendo-o para um abraço - Obrigada Clint.

— Ei, não precisa me agradecer. - ele sorriu de lado, brincando em seguida - E agora vá tomar o seu banho, está pregando de suor.

— Por que você não vem comigo? - ela sussurrou, mantendo seus braços ao redor dele, abraçando-o mais apertado, e beijando o pescoço dele.

— Eu diria que essa é uma excelente ideia. Mas o café vai esfriar. - ele riu, afundando seu rosto na curva do pescoço dela também.

— Eu faço outro para você depois.

— Então nesse caso... - ele a pegou de surpresa, pegando-a em seu colo e carregando-a para o quarto deles, fazendo ela rir verdadeiramente - Não vejo nenhum motivo para não te acompanhar, amor.

Mais tarde, Natasha e Clint preparavam-se para dormir depois de um dia tranquilo; os dois deitados na cama, Natasha sentindo o braço firme de Clint ao redor de sua cintura e a respiração controlada dele indicando que ele já estava quase dormindo.

Natasha confiava em Clint, sempre confiara sua vida a ele de olhos fechados. Ela acreditara nele quando lhe disse que tudo ficaria bem, e então seu coração tinha ficado mais tranquilo outra vez.

Ela iria aguardar, e esperar a hora certa para os dois regressarem.

Quando finalmente deixava o sono tomar conta de sua mente com este último pensamento, o toque de seu celular fez com que os dois despertassem rapidamente. Natasha sentou-se, atendendo prontamente quando viu o nome de Hill na tela.

— Romanoff - ela atendeu, preocupada, colocando no viva voz para Clint poder escutar junto a ela.

— Natasha. Eu sei que já é tarde, mas precisamos de vocês de volta a Nova York imediatamente.— Maria comunicou no telefone - O Quinjet dos Vingadores já está a caminho para buscar vocês.

— O que aconteceu? - Clint interrompeu - Coulson está bem?

— Sim, não se preocupem. Uma das equipes de Coulson conseguiu localizar o Cetro de Loki. E precisamos dos Vingadores juntos para recuperá-lo. Eu e Steve já estamos chegando à Torre.

Natasha sentiu Clint se retesar ao lado dela com a menção ao Cetro, fechando sua mão em punho com força. Era por causa daquele objeto que Loki tinha controlado Clint, feito ele agir contra tudo que ele acreditava e se importava. Ela sabia o quanto essa parte de seu passado ainda mexia com ele.

— Quando partimos? - ele perguntou, ansioso para ver aquilo finalmente ter um fim.

— Amanhã pela manhã. Por isso precisamos de vocês o mais rápido possível. A missão precisa ser imediata. Temos informações que a Von Strucker está de posse do Cetro, e está usando seu poder para alguma coisa, possivelmente uma nova arma. Vou atualizá-los melhor quando vocês estiverem aqui.

— Certo. E qual o nosso destino, Hill?

Sokóvia. Estamos indo para Sokóvia.

FIM

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.