Depois que a pequena confusão acabou, os agentes decidem levar todos para a recepção da delegacia para providenciar os contatos dos responsáveis para que viessem buscá-los. Enquanto as ligações são realizadas, ele ordena que todos fiquem sentados nas cadeiras que estão logo perto.

Nisso, vocês aproveitam para discutir o que está acontecendo e o que está pra acontecer depois que tudo terminar.

— Tá vendo a situação em que você nos meteu? — diz Micaella, enfurecida.

— Foi mal, galera. Eu não fiz de propósito. Aconteceu — Tommy fala, despreocupado.

— Foi mal? Foi péssimo! Por sua causa o García pode ser preso e o Super 8 fechar pra sempre — ela diz dando um brusco empurrão no ombro de Tommy.

— Não quero nem pensar nisso — Cris comenta.

— Pra completar nossos responsáveis vão ser chamados. Conhecendo a irmã que eu tenho, ela vai pirar — você diz torcendo os lábios.

— E os meus pais vão me matar — Heitor diz já começando a se tremer.

— Ai, meu pai. Fica calmo, Heitor. Eles não vão matar a gente também, né? — fala Lavínia.

— Você diz isso porque não conhece eles — Heitor acrescenta.

— O que deu em você, amor? Por que foi comprar bebida alcoólica? Eu nem sabia que você bebe — Rebekah diz, indignada.

— Foi só um pouquinho. Esses policiais estão exagerando também. Eles agem como se eu tivesse enchido a cara — Tommy profere, criticando a conduta dos agentes.

— Não importa. Você deve conhecer as leis. García pelo visto, não — Allison declara.

— Mas ele não teve culpa — Rebekah diz.

— Claro que teve — Max pronuncia — Desculpa Micaella, mas seu tio precisa ser punido por causa disso.

— Eu sei. Mas eu não consigo imaginar nenhum policial prendendo ele. Só em pensar que ele pode perder o que mais gosta de fazer — Micaella diz, cabisbaixa.

— É isso! — Allison exclama.

— O quê, gente? — Micaella pergunta sem entender.

— Cris me deu uma ideia. Uma ótima ideia, na verdade.

— Eu? — Cris pergunta franzindo a testa olhando para todos.

— Eu não sei se vai dar certo, mas vou tentar — Allison avisa.

— O que é? — você pergunta.

Nisso, Allison pega seu telefone no bolso de sua roupa e começa a digitar ligeiramente. Ao terminar, dá um sorriso de canto de boca e em seguida diz:

— Pronto. Agora é só esperar.

Após um breve tempo, as ligações já haviam sido feitas. Um clima de tensão cai sobre o grupo que fica aflito quando recebem o aviso do oficial Antunes. Principalmente em você, Heitor, Tommy e Micaella.

Você, porque conhecendo Lívia como ninguém, sabe que ela não reagiria muito bem ao saber que está numa delegacia em uma situação como essa. Pois, sabe que ela ficaria paranoica em perder a função de ser sua responsável se um caso como esse fosse notificado às autoridades.

No caso de Heitor, se ele já estava nervoso antes de saber para o que foi chamado à delegacia, imagina agora que sabe que seus pais foram chamados por ele andar com "más companhias".

Já Micaella, porque estava super aflita e preocupada com García. Já em relação à Tommy, não precisa nem falar.

Nesse meio tempo, alguém aparece entre vocês tentando compreender o que está acontecendo. É o senhor Padalecki, pai de Allison. Ele chega apressadamente surpreso ao ver Allison e os outros ainda tentando acalmar Heitor, então, sem mais, pergunta:

— O que vocês fazem aqui? Recebi uma mensagem de Allison dizendo que estão com um problema. O que aconteceu?

— Calma, pai. Aconteceu uma coisa, mas antes deixa eu te explicar — Allison diz ao se levantar da cadeira.

— Explicar o quê? O que vocês fizeram?

— Não foram todos. Apenas aquele rapazinho ali — diz Antunes apontando para Tommy.

— Calma. Deixa que eu digo pra ele — Allison fala.

Dessa maneira, Allison explica para o pai o ocorrido na qual ele entende tudo perfeitamente enquanto balança a cabeça em sinal afirmativo. Ao terminar, ele coça a cabeça e bufa levemente olhando para Tommy que o olha de volta de sua cadeira. Nisso, ele acaba chegando em uma conclusão.

— Oficial Antunes, sei que está acompanhando a situação até agora, mas a parir desse momento eu cuido do resto do caso por aqui.

— Mas eu fui enviado pra isso — Antunes assegura, justificando-se.

— É, mas agora peço que deixe por minha conta. Vamos, me deixe fazer isso. Sei que deve estar cansado e quer ir pra casa, não é? — o senhor Padalecki diz pondo as mãos nos ombros do oficial.

Depois de alguns segundos hesitante, achando que não seria uma boa ideia assim fazê-lo, Antunes acaba cedendo ao pedido do senhor Padalecki e então diz:

— Tá bom. Se você insiste, pode cuidar do resto. Mas vê se não facilita. A cidade não precisa de mais um grupo-problema — Antunes diz, logo saindo.

— Deixa comigo.

Com isso, Carlos, o pai de Allison, levam-nos de volta à sala que estavam antes para ter uma melhor conversação e assim poder agir para dar um fim àquela situação. Ele não pôde pedir para que os pais não comparecessem mais à delegacia para que buscassem cada um, pois de acordo com ele era o certo a se fazer.

Além disso, promete verificar qual seria o destino de García e do Super 8, graças aos insistentes pedidos de Micaella e Cris. É nesse momento, então, que Tommy decide pronunciar algo que já era pra ter sido dito desde o início e ter mudado o destino da história.

— Eu tenho uma coisa pra dizer — Tommy fala de cabeça baixa.

— Você quer se desculpar pela burrada que fez? Acho que já passou da hora pra isso? — profere Micaella, nervosa.

— Também acho — concorda Lavínia.

— Não, não é isso.

— O que é, então? — pergunta Cris.

— Esperem. Deixem o rapaz falar — diz Carlos.

— É que... — Tommy inicia olhando para os lados.

— Diz! — insiste Micaella.

— É que... O que aconteceu não foi culpa do García.

— Como assim, rapaz? — Padalecki pergunta.

— Claro que não, a culpa foi toda sua — afirma Cris, irritando-se.

— Explica isso direito — ordena Micaella.

— Não foi culpa do García eu ter bebido aquela vodca. Eu bebi por conta própria, escondido.

— O quê?! — Micaella exclama.

— Vodca?! — Rebekah diz se espantando.

— Eu aproveitei que García não 'tava lá e a moça do balcão 'tava ocupada atendendo uns clientes. Eu aproveitei a situação e peguei a garrafa de vodca, um copo pequeno e dei alguns goles. Ninguém 'tava prestando atenção em mim, então eu fiz sem preocupações — Tommy explica deixando todos surpresos.

— Ah, então é isso. Eu sabia que García não ia permitir uma coisa dessas acontecer — diz Micaella, levantando-se.

— Mas, amor! Por que você foi fazer isso? — Rebekah fala dando um leve empurrão em Tommy.

— Ah, porque eu quis. Agora que já fiz, tá feito — ele responde, balançando os ombros.

— Mas que consideração, hein? — comenta Heitor.

— Bom, então assim o García não tem culpa de nada, não é? Vocês podem soltar ele agora — pergunta Micaella para o senhor Padalecki.

— Não é assim tão fácil — Allison comenta.

— Bem, na verdade ele pode ser solto, mas terá que pagar uma multa. Caso ele negue, terá que ser detido — Carlos explica.

— É sério? — Micaella diz, alegre — Não, mas não se preocupe com isso que ele vai pagar tudinho, eu prometo.

— Agora quanto à você, rapaz. Terei que conversar com seus pais — Padalecki fala para Tommy.

— Eu sei — ele diz, emburrado.

— Bem, agora vou cuidar do tal García e passar as informações pra ele. Vocês ainda terão que esperar pelos seus responsáveis e só assim poderão sair — comunica o agente logo saindo.

Ao ouvir tal informação, Micaella comemora dando uns pulinhos e soltando um grito estridente fazendo-os tapar os ouvidos. Os policiais que passam na hora observam sem entender, mas logo seguem caminho.

Enquanto isso, vocês conversam pra passar o tempo já que não podem sair dali por conta própria. Desse modo, a única alternativa seria fazer algo e simplesmente esperar até que toda a confusão fosse resolvida.

⌚ Após algum tempo...

Ainda ali, repentinamente, uma mulher mais ou menos de meia idade entra na delegacia parecendo estar procurando por alguém. Ao vê-los, vai logo onde estão e se aproxima. Sem mais nem menos ela vai em direção de Lavínia e dá um abraço na garota, em seguida dizendo:

— Ai, minha filha o que houve? Recebi uma ligação dizendo que era pra vir te buscar, logo depois recebo uma mensagem sua pedindo pra eu vir te buscar e não me preocupar. Acontece que com isso eu fiquei mais preocupada ainda.

— Mãe, quando eu disse que não era pra se preocupar, não era pra se preocupar mesmo. Eles não explicaram nada pra você? — pergunta Lavínia.

— Sim, mas não tinha como ficar tranquila sabendo que você está num lugar como esse — ela diz olhando em volta — Esses são seus amigos? — ela pergunta em direção à vocês.

— Sim. São da escola — Lavínia responde.

— Olá, como vão? — ela lhes pergunta.

— Queríamos estar melhor, mas... — declara Cris.

— Sinto muito conhecê-los nessas condições — ela diz — Sou Martha, mãe de Lavínia.

— Prazer, dona Martha — vocês a cumprimentam.

Logo mais, você vê Lívia entrando com a cara séria e de poucos amigos. Ao te ver, vai até onde está e já diz:

— S/N, que história é essa de você ir pra uma delegacia por conta de bebida alcoólica? E outra: você não me avisou que ia pra lugar nenhum depois da escola. Pode se explicar agora mesmo!

— É que...— você inicia.

Nesse instante, o senhor Padalecki aparece acompanhado de García que parece contente. Rebekah, Micaella, Cris, Lavínia e Heitor aplaudem comemorando.

— Ah, olha ele aí — Cris comenta, sorrindo.

— Me conta como foi lá — Micaella diz.

— Eu vou ter que pagar uma quantia, mas tirando isso tá tudo bem — ele responde, forçando sorriso.

Tommy levanta da cadeira e, um pouco envergonhado, dirige-se à García.

— García, foi mal por não ter dito logo no início que a culpa não foi sua. Eu era pra ter assumido.

— É, você não disse que foi minha culpa, mas não se entregou também, o que deixou minha situação complicada. Como você conseguiu aquela bebida, rapaz?

— Eu sei. Eu peço desculpas por isso — ele diz.

— 'Tá tudo bem. Mas dá próxima assuma seus erros, mesmo que seja o mais vergonhoso possível, entendeu?

Tommy nada diz, apenas balança a cabeça em afirmativo. Em seguida, os dois dão um breve abraço de desculpas, arrancando mais uma salva de palmas.

— Ai, como ele é tão bonitinho — Rebekah diz apreciando a cena.

— Espero que ele aprenda dessa vez — Lavínia comenta.

Nesse momento Lívia chama sua atenção cutucando seu ombro.

— Depois a gente conversa em casa. Eu já 'tava cochilando quando esse telefone tocou e acabei levando um susto daqueles — ela diz, irritada.

— 'Tá. Depois a gente conversa — você fala — Mas vê se não fala mais daquele jeito na frente deles.

— E você quer que eu fale como?

— Podia ser mais baixo. Ninguém precisa te ver assim em público.

— Não. Por isso que a gente já 'tá indo embora.

— Espera. 'Tá chegando mais gente — você diz olhando para a entrada.

Na mesma hora, Lívia vira-se para ver quem está entrando. São três pessoas e dentre elas, além de um casal, quem também entra é Enzo, irmão de Cris, que ajeita o cabelo molhado ao passo que caminha diretamente em suas direções.