Os órfãos de Nevinny

Apenas um pouco de agito


"Oi diário. Estou aqui de novo.! A novidade? A novidade é que aconteceu uma visita de Allison, Lavínia e eu no bairro de Miríade. Era pra ser uma coisa minha e de Allison apenas, mas acontece que Lavínia acabou escutando nossa conversa e então a gente teve que deixar ela entrar nessa também pra não acontecer o risco dela contar pra alguém sem querer. Na nossa visita, descobrimos uma passagem de tochas de fogo que levaram a gente até um jardim. Andamos pela floresta e fomos parar em frente a um túnel escuro com uma trilha de trem. Queremos ir lá outra vez, mais além pra ver o que tem nesse túnel. Meu telefone está tocando agora. Vou ver o que me mandaram de resposta."

Lavínia: Eu aceito ir no final de semana de novo
Lavínia: Temos que combinar um horário legal à tarde

Allison: Eu também topo
Allison: Só precisamos esperar pelo menos uma semana passar pra poder colocar a segunda parte do nosso plano em ação

Você: Ué, mas pq?

Allison: O bairro tá passando por uma reforma e não tá podendo receber moradores de fora no momento

Lavínia: Allison e seu bairro cheio de mistérios

Você: Então não vai dar pra ir nessa semana mesmo?

Allison: Com certeza não. Teremos que esperar um pouco

Lavínia: Isso vai ser arriscado
Lavínia: Já é um risco a gente ir à noite e alguém pegar a gente andando por ali
Lavínia: Como nós vamos fazer pra ir de dia e sermos invisíveis?

Allison: De fato
Allison: Eu tenho pensado muito nisso

Você: Isso é algo pra ser planejado com calma
Você: Mas de uma coisa eu sei
Você: Não sei se tenho coragem pra entrar naquele buraco enorme à noite

Lavínia: A gente tem que decidir isso rápido pq nós não podemos perder mais tempo

⌚ 06:58 p.m.

À noite, estando em seu quarto trocando de roupa após um bom e refrescante banho, Lívia bate em sua porta quase que em desespero lhe fazendo pôr as vestes rapidamente indo até à porta para atendê-la.

— S/N, abre logo! É urgente! — ela exclama.

— Calma! O que foi? Pra que essa agonia toda pra entrar no meu quarto? — você pergunta abrindo a porta.

— Eu tenho uma missão pra você e eu preciso muito que você faça isso por mim. É caso de vida ou morte.

— O que foi? Quem não tá bem? Tá sentindo alguma coisa? Precisa ligar pra ambulância?

— Por enquanto não tô sentindo nada, mas vou sentir caso você não faça — ela diz.

— Para de enrolar e diz logo o que é que eu tenho que fazer.

— Folhas de jarmello. Eu preciso que você pegue com a dona Ami lá na casa dela. Preciso fazer uma massagem e deixar meu cabelo de molho antes de dormir porque amanhã tenho que fazer umas fotos de promoção e meu cabelo tem que ficar impecável. Eu até poderia pegar, mas o pessoal mee aconselhou a não pegar friagem pra não interferir no tratamento, então... você faz isso por mim? Ah, mas não pode amassar nenhuma folha sequer, nem arrancar, nada.

— Não tem ninguém que ela ou você pudesse mandar? Tá frio lá fora! — você reclama.

— Põe uma roupa de frio e vai, ué. E trate de ir logo, S/N, porque o tempo tá passando e eu tenho que ficar linda. A casa da dona Ami é logo aqui pertinho. Por favor... — ela suplica..

— Que saco, hein! Tá bom, eu vou. Mas só dessa vez. Assim na próxima você faz uma visita à ela já que nunca vai lá.

— Tá, obrigada. Agora vai logo.

Então você sai de casa e vai caminhando pela Avenida Rose observando a movimentação, olhando para as pessoas, verificando os lugares. Tudo sempre belo, luminoso, colorido e bem movimentado, lembrando uma digna Times Square e aquela loucura que são as noites em Nova York. Mas tudo isso muda no momento em que chega à casa de dona Ami Von Pretzel.

De uma forma bem estranha e suspeita, assim que chega encontra a porta principal entreaberta, então, logo não hesita em chamar a dona da casa para que ela pudesse lhe atender prontamente.

— Dona Ami? A senhora tá aí? — você chama.

Nenhuma resposta é emitida do interior da casa, então, sendo assim, novamente você decide chamá-la mas dessa vez também apertando o botão da campainha.

— Dona Ami? A senhora tá em casa? Eu vim pegar umas coisas que a Lívia me pediu? Eu posso entrar?

E, sem hesitar, você empurra a porta aos poucos abrindo-a bem lentamente até se deparar com uma sala iluminada apenas pela claridade da televisão. Dessa forma você continua a chamar por Ami caminhando lentamente pela casa atrás de rastros de alguém. Atravessa a sala, depois vai para a cozinha, passa em frente ao banheiro e depois dá uma olhada no quarto da senhora, mas não ainda não obtém êxito em encontrá-la. Até no quintal está em silêncio, na mais perfeita ordem.

Porém, é quando volta de lá que você se depara com ninguém mais, ninguém menos que Polly, a cabrita, parada bem em frente à uma porta branca na cozinha cheirando por debaixo das brechas. Não demorando, ela começa a arranhar suas unhas na peça violentamente como se quisesse algo dali de dentro. Por isso, após persistir insistentemente da mesma forma por um tempo, você se aproxima da fechadura da porta e, com cautela decide abri-la na mesma hora surpreendendo-se ao perceber qual a era a pressa de Polly.
É dona Ami, desacordada e amarrada nas mãos, pernas além de um pano estar enfiado em sua boca. Ao lado de sua cabeça está um papel amarelado de textura antiga como pergaminho escrito em letras garrafais: “ESTE É SÓ O COMEÇO”.

Você fica sem entender o que está acontecendo na hora enquanto observa a senhora posicionada no chão e, quando já ia verificar se ela está bem, sua atenção é chamada quando vê pela janela várias luzes piscando por toda parte e um barulho ensurdecedor de sirenes de com volume altíssimo se aproximando velozmente da porta de casa.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.