Os iguais se atraem...

Cadeia e uou, Zeus está voltando


Estava um carro e uma moto da policia parados na nossa frente

– Tirem o capacete agora! Mãos pra cima! – grita o policial de novo e eu tiro o meu capacete juntamente com o Di Ângelo e ponho minhas mãos pra cima. Os policiais se entreolham ao nos verem.

– O que foi? – pergunto irritada

– O que foi? Você estava dirigindo há 40 quilômetros de velocidade a mais que o permitido e pergunta o que foi? Mas deveríamos saber que se trata de dois... adolescentes – fala o policial e em seguida se vira pros outros dois policiais que estavam com ele – Revistem eles.

Dois policiais fazem a gente colocar a cabeça no capô do carro da policia e começam a nos revistar. Não gostei. Principalmente quando o cara ficou tempo demais “revistando,” ou seja, passando a mão na minha bunda.

– Gostou é? – pergunto irritada – Vai se...

– Thalia! – ralha Nico comigo me lembrando da questão do desacato

– Garota, ao menos que você queira ir presa por desacato a autoridade, acho melhor ficar quieta – fala o policial que estava me revistando

– Estão limpos – fala o cara que estava revistando o Nico

– Ótimo. Vamos pra delegacia – fala o que parece ser o chefe e os caras nos colocam na parte de trás do carro.

O caminho até a delegacia é silencioso. O “chefe” foi dirigindo o carro e no banco do passageiro foi o cara que estava revistando o Nico. Na moto foi o que me revistou.

Chegamos na delegacia e os caras nos guiam até uma cela e nos jogam lá dentro.

– Vocês têm direito a uma ligação pros responsáveis – fala o delegado de plantão e nos dá fichas, uma pra cada um – Se a ligação cair ou o responsável por vocês não atender, vocês perderam suas chances de sair daqui hoje e terão que sair amanhã. Então sugiro que selecionem bem a quem vão ligar.

Eu começo a andar dentro da cela pensando pra quem eu vou ligar. Pra Hera não. Meu pai ta viajando. E agora?

Pelo jeito eu não ou a única que está com problemas. O Di Ângelo também não ligou pra ninguém.

– Pra quem a gente liga? – ele finalmente pergunta a procura de ideias

– Pois é. Hera não. Sua mãe? – pergunto e me lembro de ontem a noite quando disse que nunca ligaria pra ela. O orgulho fala mais alto.

– Morta – ele fala – Pai: trabalhando, madrasta: nunca.

– Já sei! Vou ligar pra Annie! – falo

– E vai adiantar muito – ele devolve – Eu não posso ficar aqui até amanhã. Tenho um compromisso hoje a noite.

– Falou o senhor ocupado – ironizo – Vou ligar pra Annie e ela dá um jeito de ver alguém pra me tirar daqui.

Sei que é uma ideia bem idiota, porém preciso avisar que estou aqui, dai elas não vão ficar preocupadas quando eu não tiver em casa hoje.

Ligação on:

– Alô? – Annie pergunta atordoada – Quem é?

– Annie, é a Thalia . Me escuta: eu fui presa e estou na delegacia do centro, só que eu não tenho pra quem ligar e preciso que algum responsável maior de idade me busque – explico a situação e ela começa a rir

– Thals, só você... – ela fala pensando que eu to brincando

– Annie eu não to brincando! To falando sério! – ralho com ela – E faz logo alguma coisa por que meu tempo ta acabando

– Isso é sério mesmo? – ela pergunta desconfiada

– Claro que é. Porque eu te ligaria no horário de aula sendo que eu deveria estar ai?

– Puts. To indo, Thals. Vou dar um jeito – ela fala e quando ia falar mais alguma coisa, a ligação cai

Ligação off

– E ai? Ela vem? – ele pergunta esperançoso

– Sim, ela vai dar um jeito de me tirar

– E eu? – ele indaga. Puts, esqueci do Di Ângelo

– É... ela vai dar um jeito – falo e ele me olha desconfiado

Ele não gasta a ficha dele para o caso da Annie não conseguir nos tirar, dai teremos que apelar pra alguém. Esse é o problema. Quem?

Ficamos mais uma meia hora sentados no chão no tédio. Quando eu já estava pensando que a Annie não vinha, a porta da sala se abre, revelando uma Annabeth preocupada.

– Thalia! – ela exclama

– Annie – cumprimento-a

– Como você foi parar ai? – pergunta Annie andando até a cela. Nessa hora o delegado já está olhando para a cena

– Querida amiga, antes você podia tirar a gente daqui? – falo ironicamente

– Puts... eu só trouxe dinheiro pra uma fiança – fala Annie

– Ah, então eu saio – falo já me levantando

– Ah não, Grace. Eu tenho um compromisso hoje a noite – fala o Di Ângelo se levantando também

– Annie, não dê ouvidos a ele e me tira logo daqui – falo com Annie, que nesse momento, parece confusa de quem ela paga a fiança

– Chega! Já deu! – Annie grita enquanto eu e o Di Ângelo discutíamos dentro da cela. Reparo que o delegado já tinha até chamado dois policiais armados caso precisassem intervir - Desse jeito vocês dois vão ficar ai por que eu não vou tirar ninguém!

– Não! Eu preciso sair hoje! – Di Ângelo fala

– Que compromisso é que você tem? – pergunto já irritada de ouvir ele falar que tem um “compromisso” que eu não duvido que seja alguma farra com os amigos mal-encarados dele.

– Um... – ele fala, mas depois completa – Quem é você pra mim dar satisfações da minha vida?

– Sua namorada, que tal? – falo. Sei que a farsa ainda não começou, mas não iria perder a linha na frente dos policiais, do delegado e da Annie

– Gente, que tal pararem com a D.R. na delegacia? – fala Annie – E eu não vou tirar só um de vocês. Então, tchal. Façam bom proveito da cadeia, porque é só amanhã que vocês vão sair

– Não! Annie! – eu grito, mas ela sai da sala. Não acredito que a minha melhor amiga fez isso comigo. E tudo por causa dessa praga que chamam de Nico Di Ângelo.

– Viu o que você fez? Ela ia me tirar daqui! – fala a peste

– Você? Ela ia ME tirar daqui. É a minha melhor amiga – falo, mas minha consciência pensa: ou era, já que me deixou aqui

– Silencio, jovens delinquentes! – grita o delegado – Vocês querem passar mais um dia aqui? Então calem a boca!

– Quem você pensa que é pra interferir?! – Di Ângelo grita, claramente alterado. Ele está se arriscando.

– Quem VOCÊ pensa que é? – fala o delegado numa forma sombria, como se estivesse o ameaçando, mas o Di Ângelo não muda a expressão do rosto e ainda o encara desafiadoramente. Realmente, o Di Ângelo é um rebelde.

– E o que você pode fazer? Me deixar aqui por mais um dia? Eu não vou ficar aqui nem hoje o dia inteiro - ele fala. Se eu fosse ele, não teria essa convicção

– Olha aqui, rapazinho. Não vou mais ouvir desaforos seus e se você falar mais alguma besteira, vou te deixar aqui por uma semana – o delegado fala irritado e quando a besta do meu lado ia começar a contestar, eu coloco a mão na boca dele. Se ele ficar aqui por mais uma semana, não vai ter como ele me ajudar na vingança. Espera... você pensou que eu estava me importando com ele ficar aqui? Nunca! Eu gostaria, inclusive. Mas o que não se faz por uma “diversão”?

– Dá pra você ficar quieto, Nico? Que droga! – falo

– É melhor ouvir sua garota – o delegado fala e nós dois nos sentamos no chão imundo da cela. O delegado liga a TV num canal de noticias.

Atenção! Avião da empresa olimpos é sabotado e cai no pacifico após saber, o empresário Zeus Grace que curtia um tempo numa colônia de férias com seu filho, anunciou que voltará para verificar o problema e acompanhará a procura pessoalmente – o jornal anuncia

– Meu pai! – falo

– O Zeus? – pergunta Nico

– É, pelo jeito você irá conhece-lo logo - falo

– Conhecer o sogro... – Nico fala irônico

– Relaxa, o máximo que ele pode fazer é mandar um dos aviões dele passar em cima de você – falo irônica também e não posso deixar de imaginar a cena do Di Ângelo quase sendo atropelado por um avião

– Seu pai é Zeus? – pergunta o delegado em tom de deboche, não acreditando

– Sim, é. Por que? – pergunto em tom de desafio

– Por que ele nunca falou que tem uma filha – ele fala, desconfiado

– É, eu sei – falo fingindo indiferença – Ele não gosta muito de mim

Quando ele ia falar alguma coisa, a porta da sala se abre novamente, mostrando minhas três vaquinhas: Annie, Clari e Sil.

– Viemos te buscar – fala Sil

– Sabia que não iam me deixar aqui! – falo me levantando

– Vós viemos buscar VOCÊS – fala Annie enfatizando que também tinha vindo buscar o Di Ângelo

– Ok, vamos logo que eu não aguento mais ficar aqui – falo

– Tudo bem – Annie vai lá e estende o dinheiro da nossa fiança pro delegado e ele abre a cela

– Thals, começou bem ein – fala Clari

– Comecei bem o que? – pergunto

– Já foi até presa antes mesmo do seu pai voltar - Clari fala e nós duas começamos a rir

– Ele ta voltando hoje – falo – Acabei de ver no jornal

– Nossa – Sil fala – O que aconteceu?

– No carro eu explico – falo percebendo que ainda estamos na delegacia e saímos

Nós vamos pro carro da Sil e Sil e Clari vão na frente enquanto nós três vamos atrás.

– Mas então? Pra onde vamos? – pergunto

– Vamos voltar pra escola – fala Annie

– Ah ta. Super normal eu ser presa junto com a besta aqui e ir pra escola depois – falo ironizando

– Só fomos liberadas dessa aula por que... – fala Sil, mas é interrompida por Clari:

– Liberadas? Estamos cabulando a primeira aula

– Não fala assim – fala Annie

– Assim como? Só estou falando a verdade – fala Clari levantando as mãos em sinal de rendição

– Mas eu nunca cabulei aula na minha vida – fala Annie

– Eu também – fala Sil

– Eu sei que vocês me amam pra cabular aula por mim – falo me gabando

– Não. Queríamos apenas sair um pouco da rotina – fala Annie e eu dou uma cotovelada nela

– Gente, chegamos – anuncia Sil

Descemos do carro e entramos na escola. Faltava pouco para começar a terceira aula. Eu vou pro meu armário, pego o livro e vou para a terceira aula com as minhas três vaquinhas e o acéfalo me seguindo.

– Licença professora – Sil fala educadamente para a professora de biologia e se senta. Annie faz igual a ela e também toma assento.

Já eu, Clari e o Di Ângelo apenas entramos e sentamos nas ultimas cadeiras. A professora repreende o gesto com um olhar. Ela que esperasse eu entrar pedindo licença e falando que meu dia está ótimo, porque... ele não esta.

As aulas que se passam são bem chatas e nem o intervalo estava legal hoje. Mereço.

Quando bate o sinal de ir embora, começo a pular, mas ai me lembro que começa hoje. Hoje começa a vingança e como meu pai voltou antes da hora, hoje quando ele chegar, terá uma surpresinha...

– Thalia Grace e Nico Di Ângelo, o diretor solicita a presença de vocês na diretoria agora – uma funcionária me chama justo quando as meninas, o acéfalo e eu estávamos saindo pra planejar as coisas para hoje a noite, que é o horário que meu pai vai chegar

– Aff. O que aquele velho bêbado quer dessa vez? – pergunto irritada

– Vamos logo lá – Di Ângelo fala e nós seguimos para a diretoria

– Senhor Di Ângelo e senhorita Grace, sentem-se – o diretor fala quando adentramos a diretoria e nos sentamos, confusos

– O que você quer dessa vez? – pergunto

– Mais respeito, senhorita Grace, mais respeito – ele fala – Eu fiquei sabendo que eu dei um castigo para vocês, mas vocês não apareceram

Puts... eu tinha esquecido daquele maldito castigo

– Então, sabendo disso, eu resolvi tomar minhas próprias providencias – o senhor D fala e eu começo a ficar com medo. Esse velho é louco, vai saber o que ele aprontou – Eu liguei para os seus pais e marquei uma reunião

Aff. Sério isso? Ele resolve tomar as rédeas da situação e marca uma reunião? Por que eu me preocupei mesmo?

– Uma reunião? – pergunto com descrença – E você já ligou pro meu pai?

– Sim. Eu liguei – o senhor D. fala – Na verdade, liguei pra sua mãe, mas isso não faz muita diferença... liguei pra mãe dos dois, aliás

– Nico, eu acho que o senhor D. ficou mais estranho do que já era – falo – Agora deu pra ficar fazendo contato com pessoas mortas

– Verdade – fala Nico

– Como assim? Eu liguei na casa de vocês e suas mães atenderam! – Sr. D fala irritado

– Aquela mulher não é a minha mãe! - falo

– Que seja. Eu liguei pra elas e a reunião será amanhã a noite. E saibam que chamei todos os professores para participar – fala Sr D. com um sorriso sádico, digno de filme de terror

– Ok, obrigada por se preocupar conosco – fala Di Ângelo de forma irônica – Agora, se nos der licença, temos coisas mais importantes para fazer – ele completa com um sorriso malicioso pra mim, segurando na minha coxa. É, ele já começou a farsa do namoro

– Temos – falo retribuindo o sorriso malicioso e me levanto – Tchal Sr. D – eu falo e nós dois saímos da sala dele, deixando-o perplexo

– Aff, velho idiota – Di Ângelo fala quando saímos da sala dele

– Verdade. Como se uma reunião fosse adiantar alguma coisa que vamos aprontar nessa escola – falo

– Thals! Thals! – ouço a Sil gritar e logo me viro e a vejo correndo até nós

– Oi Sil – falo – Me dá uma carona?

– Claro – ela fala – É pra isso que vir te chamar. Nós vamos pro salão

– Pra que? – pergunto

– Pintar seu cabelo – ela fala e eu me lembro

– Ah é – falo

– Vamos logo – ela diz me puxando

– Ei, espera! Eu também preciso de carona! – Di Ângelo grita

– Se vira – eu falo, mas Sil fica me olhando com aquela cara de: eu sou muito piedosa, não vou deixar ele aqui

– Thals... ele está nos ajudando. Temos que dar carona pra ele, pois ele vai pra sua casa de qualquer forma – fala Sil

– Você está certa, Sil – fala o idiota se aproveitando da Sil

– Silena pra você – falo. Ela é MINHA amiga, não amiga dele

– Vamos logo – Sil interfere, querendo evitar uma futura discussão

Saímos da escola e vamos pro carro da Sil quando penso que ela vai dirigir pra minha casa, ela para em frente a um salão. Tinha até me esquecido que viria pra cá.

– Espera ai! Eu vou ter que ficar aqui? – pergunta Di Ângelo

– Por que? – pergunta Sil inocentemente

– Eu não vou ficar num salão com um monte de garotas! – protesta Di Ângelo – Me empresta o carro, depois eu busco vocês!

– Seu folgado, não empresta Sil! – falo pensando na ideia dele num salão entediado enquanto eu rio dele

– Cala a boca, Grace – fala ele irritado – Por favor Silena!

– Mas... – Sil tenta argumentar

– Por favor! – Di Ângelo implora – Eu prometo que busco vocês. Eu até mando ele pra lavar

– Tá bom. Você venceu – Sil entrega a chave enquanto eu fico de boca aberta olhando a cena

– Valeu Silena – ele fala e até abraça a Sil – Eu volto quando me ligarem – ele completa, entra no carro e arranca

– Vamos, Thals! – Sil me puxa pra dentro do salão. Essa tarde será longa

POV´S NICO

Após pegar o carro da Silena, saio arrancando daquele lugar antes que ela se arrependesse e não me deixasse ficar com o carro.

Hoje o dia foi um pouco... estranho pelos seguintes fatores:

1º: eu dormi na casa da Grace

2º : eu aceitei ir pra escola com ela! Eu não sei o que deu em mim pra confiar nela pra dirigir alguma coisa

3º: eu fui preso! Pela primeira vez! E eu quase fiquei lá o dia inteiro. Já pensou se eu não tivesse saído hoje? O Minos me mataria

4º: depois de ser preso, eu fui à escola. Que tipo de pessoa que acaba de sair da prisão vai pra escola?

Volto a pensar no que terei que fazer hoje a noite e aquilo me atormenta. Eu não quero virar um criminoso.

Desencana, Nico. Você só vai dirigir, não vai ser preso... de novo – eu falo pra mim mesmo.

Pra tentar relaxar, decidi ir ao shopping pra fazer qualquer coisa pra me manter ocupado. Dirijo até o shopping e me lembro que falei para Silena que levaria o carro dela.

Vou para o lava-rápido que fica ao lado do shopping e peço pra fazerem a lavagem completa.

Depois de deixar o carro lá, entro no shopping e vou direto pra praça de alimentação. Estava morrendo de fome. Compro um hot dog e uma coca-cola pra acompanhar.

Me sento em uma mesa sozinho quando uma garota ruiva que procurava uma mesa no refeitório lotado, vê que estou sozinho e vem na direção da minha mesa.

– Oi – ela fala – Desculpa incomodar, mas eu posso me sentar aqui?

– Claro – eu falo e quando ela senta, vejo que eu já a vi em algum lugar – Desculpa, mas a gente se conhece?

– Acho que não – ela fala, mas quando olha diretamente pro meu rosto, ela vacila e desvia o olhar

– Qual o seu nome? – pergunto

– Rachel – ela fala e avalio as roupas dela: calça rasgada, dobrada nas pontas, uma camiseta branca e uma camisa vermelha xadrez por cima, uma toca preta. Ela também usava um all star vermelho. Não pode ser a Rachel que eu conheço. A Rachel que eu conheço é uma que usa roupas extremamente curtas e decotadas, anda com os populares, usa quilos de maquiagem e nunca aceitaria se sentar com qualquer pessoa numa praça de alimentação

– Você é Rachel Elizabeth Dare? – pergunto impulsivamente

– Não – ela fala, mas gagueja

– Você é Rachel Elizabeth Dare – falo após observa-la mais uma vez

– Ok, eu sou – ela fala, rendida e percebo em como ela fica mais bonita com uma roupa simples e sem maquiagem exagerada

– Mas... você não é assim – eu falo confuso – Você é...

– Fútil? Mimada? Líder de torcida sem sal? Que só se importa com o próprio umbigo? - ela fala, mas não esta magoada

– Desculpa, é que – eu tento me desculpar, mas ela me interrompe rindo:

– Não precisa se desculpar. Eu sei que você acha que eu sou daquele jeito. Mas não sou, Nico

– Então por que é daquele jeito na escola? – pergunto surpreso por ela ao menos saber o meu nome

– Bem... eu não posso contar – ela fala um pouco hesitante

– Mas... por que? – pergunto esperando que ela fale a resposta

– É que... – ela tenta falar, mas percebe meu olhar e fala – Ei! Está tentando que eu fale!

Eu rio e ela me dá um tapa no braço. Ficamos conversando vários assuntos e comendo nossos lanches. Ela até que é legal e muito mais agradável do que eu esperava. E bem, não posso negar, ela é bem bonita.

– Mas então, topa sair qualquer dia? – ela pergunta no meio de ua conversa e eu a olho assustado. Quase nenhuma garota dá em cima de mim

– Sair? – pergunto

– Calma – ela fala rindo – Como amigos. Eu sei que você tem namorada, e você até poderia leva-la. Eu gostei de conversar com você, você é muito diferente do que eu pensava

– Como você sabe que eu tenho namorada? – pergunto. Essa pergunta seria estupida se eu tivesse namorando de verdade, mas praticamente ainda não começamos a farsa... então... como ela sabe?

– Você mudou o status de relacionamento no face a dois dias atrás – ela fala, como se fosse obvio. Só tem um problema: eu não mexi no face nesses últimos dias e eu duvido que a Thalia faria isso. Então quem? A resposta parece que paira no ar depois de eu pensar um pouco: Silena. Só pode ter sido ela.

– Ah, sim. Claro – falo em concordância

– Eu achei legal. Você e a Thalia combinam – ela fala

– É. Temos muita coisa em comum – falo após engolir em seco. Se bem que temos mesmo algo em comum: nós nos odiamos

– Bem, Nico, eu tenho que ir comprar uma roupa pra um jantar do meu pai - ela fala com desgosto – Então, eu tenho que ir. Só me passa o seu numero?

– Claro – falo e passo meu numero pra ela e ela passa o dela pra mim

– Tchal, Nico – ela fala e se despede de mim com um beijo na bochecha

– Tchal Rachel – me despeço dela também e ela sai da praça

Eu, que já havia terminado de comer, me levanto também e decido ir ao cinema pra ver qualquer filme. Acabo comprando um ingresso pra ir ver terremoto: a falha de San Andreas. Entro na sala e vou pra ultima e começo a ver o filme.

Quando o filme acaba, saio da sala e percebo que ainda não recebi nenhuma ligação da Silena. Meu Deus, eu já comi, já vi um filme e elas não terminaram de fazer o cabelo!

Fui pra um mercado comprar uma coca e estava na fila do caixa pra comprar quando meu celular toca. Vejo no visor que é a Silena. Finalmente

– Oi, Silena. Já terminaram? – pergunto

– Já sim, pode vir buscar a gente – Sil fala – Perai, onde você tá? Ta um barulho enorme ai

– No shopping – falo

– Traz uma vitamina diet pra mim! – ela grita

– Ok, tchal – eu falo, desligo e passo as duas latinhas de coca que comprei

Saio do mercado e vou pro quiosque de vitaminas comprar a vitamina da Silena. Compro-a e saio do shopping e vou em direção ao lava-rápido.

Pago pela lavagem e vou embora no carro que parece até novo, de tão limpo que está. Aproveito e passo num posto de gasolina e encho o tanque. Se ela me emprestou o carro, é justo eu colocar o combustível.

Chego ao salão e vejo paradas na calçada uma Silena animada e sorrindo enquanto Thalia estava parada, com um mal humor notável e com uma touca cobrindo todo o seu cabelo.

Desço do carro com uma garrafa de coca – cola e a vitamina da Sil.

– Nico! – Sil fala toda empolgada enquanto pega a vitamina – Você tem que ver como o cabelo da Thals ficou!

– Então por que ela tá com a touca? – pergunto

– Por que tinha que ser surpresa pra você, já que é o namorado – Sil fala toda animada enquanto Thalia resmunga algo. Eu tava abrindo minha latinha de coca quando ela pega.

– Ei! – protesto e tento pegar, mas ela não deixa e começa a beber

– Mas então, posso tirar essa touca? – pergunta Thalia pra Silena

– Sim! – Silena fala animada e Thalia tira a touca. Ela fez mechas azuis no cabelo todo, além de tê-lo cortado mais ou menos como um chanel. Antes seu cabelo ia até o meio de suas costas. Ficou bonita. Ficou linda, na verdade. O azul ficou parecendo com a cor de seus olhos intensos, que agora me olham com interrogação.

– Ficou bonitinho – falo dando um elogio bem... chulo. Ela não pode saber que eu a achei ainda mais bonita. Apesar de tudo, ela ainda é meio que minha inimiga. Eu acho.

– Bonitinho?! É isso que você diz para uma produção magnifica como essa?! – grita Silena indignada e chama a atenção de várias pessoas

– Calma Silena – eu falo – Eu já disse que ficou bonito. Não basta?

– Você tinha falado bonitinho – Silena fala

– Faz diferença? – falo

– Eu to com fome! Vamos pra casa? – pergunta Thalia entrando na conversa

– Hera vai surtar quando te ver assim – Silena comenta

– Vamos logo – Thalia fala e entra no carro, sendo seguida por nós dois

Sil vai no volante, Thals no banco do passageiro enquanto eu vou atrás.

– Uou. Você mandou mesmo o carro pra lavar – Sil fala enquanto dirige – E deixou o tanque cheio!

O resto do caminho até a casa da Thalia se resume em Silena falando um monte de coisa e quando chegamos lá, ela só nos deixa em frente a casa da Thalia e vai embora, alegando que vai ter um jantar por que a irmã dela que estava fora do país voltava hoje.

Entramos na casa da Thalia e vemos uma cena meio inesperada: Hera na sala de estar tendo um tipo de reunião com umas outras mulheres. E o que me faz ficar mais surpreso é o fato da minha madrasta estar lá entre elas.

– O que você fez com seu cabelo? – Hera grita olhando pra Thalia. Prevejo coisa ruim.