POV Autora

Assim que voltou para a base da KGB, Natasha recebeu a liberação para repousar o resto do dia, para amanhã participar da preparação final para se tornar a nova Viúva Negra. Ao entrar no seu dormitório, se certificou de que não havia escutas, pegou o dispositivo de comunicação.

— Dimitri, está na escuta? - ela perguntou

— Na escuta, Natália - Dimitri respondeu prontamente

— Preciso que me ouça com atenção - Natasha falou firme

— O que aconteceu? - Dimitri perguntou

— O procedimento ocorreu mais rápido do que esperava - Natasha respondeu - Provavelmente amanhã, eles apagarão a minha memória.

— Amanhã? - ele perguntou surpreso

— Eles querem iniciar logo e apresentar a primeira Viúva Negra - Natasha respondeu - Preciso te atualizar se una coisa.

— O que aconteceu? - ele perguntou

— Para me tornar a Viúva Negra, tive que matar onze pessoas hoje - ela respondeu e o Dimitri ficou em silêncio - Não tive escolha, se eu não as matasse, teriam me matado.

— Em quem eles querem te transformar, Natália? - ele perguntou baixo

— Em uma arma - foi tudo que ela respondeu - Se eu não entrar em contato pelas próximas setenta e duas horas, você precisa dar início ao que combinamos.

— Estudei as plantas que me deu, consigo entrar e sair sem ser visto - Dimitri falou simplesmente - Mas onde deixo a encomenda?

— No meu dormitório, todos os agentes sem exceções tem a mesma rotina organizacional, deixe no fundo do cesto de roupas - Natasha respondeu - Eu irei encontrar.

— Está bem - ele falou e suspirou - Boa sorte, Natália.

— Obrigada - foi tudo que ela respondeu antes de guardar o dispositivo

Tomou um banho quente, tentando aliviar a tensão e torcendo que para que tudo dê certo.

Na Manhã Seguinte

Natasha acordou cedo, logo após o seu banho um agente foi ao seu dormitório com uma pequena caixa em mãos.

— Bom dia, agente Romanoff - o agente Armaturov falou

— Bom dia, senhor - Natasha respondeu dando passagem

— Como você está? - ele perguntou olhando-a

— Bem, senhor - Natasha respondeu simplesmente

— Fui encarregado para leva-lá para a apresentação - o agente Armaturov falou simplesmente e entregou a caixa - Seu novo uniforme. Você tem dez minutos.

Natasha pegou o uniforme e se direcionou para o banheiro, respirou fundo aliviada por não precisar conter a expressão de desprezo e ódio que sentia pelo Armaturov, por saber que foi ele que puxou o gatilho que matou a sua mãe, precisava ter cautela para que tudo saísse de acordo com o que planejou.

Ao sair do banheiro, ela encontrou o agente Armaturov em pé próximo a porta do dormitório.

— O uniforme lhe caiu muito bem, agente Romanoff - Armaturov a olhou de cima a baixo

Natasha pode notar um lampejo de desejo em seu olhar, já estava prestes a completar dezesseis anos, seu corpo devido aos treinos se desenvolveu um pouco mais rápido e ela tinha a impressão de que desde a aplicação do soro, sua curvas foram realçadas, seus seios pareciam um pouco maiores e o macacão de couro fosco, ficava bem justo demarcando o seu corpo.

— Obrigada, senhor - respondeu sem esboçar reação

— Vamos, todos já estão no pátio aguardando a sua chegada - Armaturov falou simplesmente e se encaminhou para o corredor sendo seguido pela Natasha. Após terem alguns corredores percorridos, eles se encontraram com o diretor.

— Bom dia, agente Romanoff - O diretor falou se aproximando - Gostaria de parabeniza-la, se tornou nossa primeira Viúva Negra.

— Bom dia, senhor - Natasha falou friamente - Fico feliz que minhas habilidades esteja colaborando para a evolução da organização.

— Senhor, os agentes já foram reunidos, estão em seu aguardo - uma agente falou se aproximando deles

— Muito bem - o diretor falou e eles seguiram

— Fique próxima ao palanque, chamaremos você - Armaturov falou indo em direção ao diretor e Natasha obedeceu

— Bom dia, a todos - o diretor começou a falar - Nossa organização visa a criação de um futuro melhor, quando olho todos vocês reunidos aqui, sei que estamos no caminho certo para fazermos uma revolução onde a nossa nação sairá soberana e colocar as coisas em seu devido lugar. Mas a razão pela qual os chamei dessa vez, nos últimos dias nós demos um passo que nos aproxima ainda mais do nosso objetivo.

O diretor falava firme e parecia que nenhum daqueles agentes piscavam, totalmente concentrados nas palavras ditas pelo responsável da organização.

— Iniciamos um projeto especial, um experimento onde a capacidade de raciocínio, força, velocidade e regeneração - o diretor falou sem esconder o orgulho - Muitas agentes falharam nos primeiros testes, mas uma conseguiu. E agora apresento a você o futuro dessa organização, a agente Natasha Romanoff, a nossa primeira Viúva Negra.

Nesse momento, Natasha subiu ao palanque usando o novo uniforme.

— A partir desse momento, ela é uma agente ativa, nível 10 - o diretor falou firme - Uma peça fundamental para nos levar a vitória, ela é a primeira, com as especificações que iremos fazer, iremos erguer um exercito de super espiãs e super soldados. Nós iremos mudar o mundo.

Como de costume todos os agentes aplaudiram o discurso do diretor e foram dispensados logo em seguida.

— Agente Romanoff, arrume suas coisas, será transferida para seu novo alojamento hoje mesmo - O diretor falou olhando-a

— Sim, senhor - Natasha falou firme

— E daremos inicio a ultima parte do procedimento - o diretor falou simplesmente e Natasha simplesmente assentiu

Natasha seguiu em direção ao próprio dormitório, discretamente observando se não estava sendo seguida, ao entrar no alojamento, trancou a porta e pegou o dispositivo para falar com o Dimitri.

— Dimitri, está na escuta? - Natasha falou um pouco aflita

— Estou na escuta - Dimitri falou

— Temos um problema - Natasha falou - Me promoveram, sou agente nível 10, serei realojada para o setor 10, mas não sei para qual dormitório, apagarão a minha memória hoje, não sei se terei tempo para manda a minha nova localização.

— Natália, se acalma - Dimitri falou calmo e isso de certa forma a tranquilizou um pouco - Você sabe o setor que estará é o suficiente para que eu a encontre.

— Você não pode andar por aqui as cegas, todos se conhecem, você seria visto ou até mesmo morto - Natasha falou preocupada

— Nada vai acontecer, Natalia - Dimitri falou firme - Já falhei uma vez e isso não vai acontecer novamente.

— Eu preciso arrumar minhas coisas - Natasha falou simplesmente

— Boa sorte, Natalia - Dimitri falou simplesmente

— Para você também - Natasha respondeu desligando o dispositivo.

Organizou tudo e deixou as malas prontas, sentou na cama aguardando o agente que viria mostrar o caminho, não demorou para que batessem a porta, ela foi guiada ao novo dormitório, onde arrumou tudo novamente, pegou um papel e escreveu um lembrete "lavar roupa" e o colocou na escrivaninha do quarto, tomou um banho na tentativa de relaxar um pouco, não demorou muito para que uma agente batesse a porta do quarto para chama-la, não precisou trocar a roupa, disseram que as vestes que precisaria estariam no laboratório. Natasha seguia a agente com passos firmes e confiantes, assim que entrou recebeu as roupas que precisaria e se trocou.

Mesmo com a sala cheia de profissionais, os únicos sons que se ouviam era os dos equipamentos, nenhum deles dizia uma palavra, se concentrando em suas obrigações. O cientista que estava responsável pelo projeto se aproximou.

— Agente Romanoff - ele falou e Natasha apenas cumprimentou com um aceno de cabeça - Me acompanhe.

Natasha o seguiu até a cadeira cercada de equipamentos.

— Sente-se - O cientista falou e Natasha obedeceu - Essa parte do procedimento é dolorosa, para sua segurança iremos prende-la a cadeira.

— Está bem - Natasha falou e dois assistentes começaram a prende-la

Aplicou uma injeção no pescoço, contendo a solução que seria usada para limpar a memória. Colocou um protetor bucal para que não mordesse a língua quando o processo iniciasse.

Quando ela estava devidamente presa, o cientista recebeu a autorização para que começasse. Ele ligou o equipamento e aproximou o aparelho da cabeça da Natasha, o botão foi acionada e uma descarga elétrica atingiu o corpo dela através da cabeça, seu corpo se impulsionou para frente, mas devido às amarras não se levantou, o protetor bucal abafou o grito.

Uma agente começou a repetir uma série de palavras, como se estivesse instalando um gatilho no cérebro dela para que quando ouvisse essa sequência ele simplesmente voltasse ao ponto de partida. Depois de algumas descargas elétricas, Natasha simplesmente apagou, o cientista se aproximou examinando-a, viu que ela estava viva, eles a colocaram sobre uma maca móvel e a levaram para o dormitório, apenas quando ela acordasse poderiam saber o resultado do experimento.

Algumas horas se passaram, quando Natasha acordou no dormitório, ela sentou sobre a cama olhando em volta tentando reconhecer o local que estava, uma agente que estava encarregada se supervisiona-la a cada hora entrou no quarto.

— Que bom, você acordou - a agente falou olhando-a

— Quem é você? - Natasha perguntou olhando-a

— Sou a agente Belova - a mulher respondeu - Estou encarregada de auxiliar na sua reabilitação.

— Quem sou eu? - Natasha perguntou um pouco confusa

— Você é Natasha Romanoff, você é uma agente da KGB, assim como eu - Belova respondeu

— Porque não consigo me lembrar de nada? - Natasha questionou olhando-a

— Você se acidentou, amnésia é uma sequela, mas acho que podemos ajudar você a saber quem é - Belova falou olhando-a - Tome um banho, se vista e te mostrarei a base, com um auxílio visual sua memória pode voltar.

— Está bem - Natasha respondeu

— Volto em trinta minutos - Belova falou se retirando

Assim que a porta foi fechada, Natasha se encaminhou para o guarda roupa escolhendo a calça preta, blusa cinza e uma jaqueta, pegou as roupas íntimas na gaveta e foi tomar banho, colocando as roupas sujas no cesto. Quando se vestiu, amarrou o cabelo em rabo de cavalo, calçou as botas estilo montaria e sentou para aguardar a agente retornar.

Assim que ela chegou, começou a caminhar com a Natasha, mostrando a ela cada parte da organização. Ao chegar a área de luta, alguns flashes do treino vieram a mente, o mesmo ocorreu na sala de tiro, na academia, mas para ela não era o suficiente.

— Está conseguindo lembrar, Natasha? - Belova perguntou olhando-a

— Apenas flashes - foi tudo que ela respondeu - Mas até agora só consegui lembrar do que sei fazer, não quem eu sou.

— Sei como te ajudar - Belova falou começando a andar, sendo acompanhada pela Natasha

Elas seguiram para a sala de arquivos, Belova foi em direção ao armário que estava a pasta da Natasha, pegou o arquivo e entregou.

— Aqui está tudo sobre você, desde a sua infância até hoje - Belova falou simplesmente - Passou por muita coisa, deve repousar mais.

— Está bem - Natasha falou pegando o arquivo - Vou retornar ao meu dormitório.

— Está bem - Belova falou, Natasha assentiu suavemente e se retirou

Seguiu o caminho de volta para o dormitório, entrou fechando a porta em seguida, sentou-se na cadeira em frente a escrivaninha e abriu o arquivo.

"Nome: Natasha Romanoff

Nacionalidade:Russa (Stalingrado)

Habilidades:
— Resistência física reforçada. Agilidade quase super-humana;
— Sistema imunológico potente
— Extensivo treinamento militar em artes marciais e espionagem, rastreio;
— Combate corpo-a-corpo, boxe, vale tudo;
— Atleta e ginasta de nível olímpico;
— Perita em armas de fogo
—Habilidades de dança
—Línguas: Russo, Inglês, Latim

Características Físicas: Olhos verdes, Cabelo ruivo

Afiliações: KGB

Ocupação: Espiã, agente secreta.

Parentes Conhecidos:
Pai: Adam Romanoff (morto)
Mãe: Katherine Romanoff. (morta)
Irmão: Nichola Romanoff (morto)

Ainda muito pequena, a casa da Natasha Romanoff, sofreu um curto que causou um incêndio, onde ela foi a unica sobrevivente, sua mãe faleceu no acidente, seu pai e seu irmão estavam fora da cidade. Quando Natasha estava no hospital o restante da sua família retornava a cidade para se encontrar com ela, mas um fatal acidente de carro levou Adam e Nichola Romanoff a óbito.

Ao receber alta do hospital foi para a casa dos West que cuidou e criou da Natasha até que ela tivesse idade para ser recrutada para o treinamento da KGB, onde foi ensinada as diversas habilidades necessárias para se tornar um a agente da KGB..."

O relatório continuava com informações distorcidas sobre a verdadeira história dela, arquivos anexos tinham os relatórios das missões feitas por ela, incluindo algumas imagens da conclusão das missões. Ao ler aquelas coisas e ver as fotos, algumas imagens retornavam a sua mente, mas fora de contexto, sua mente embaçada pela lavagem cerebral e o dossiê a sua frente, fizeram uma confusão entre o real e o irreal, como resultado ela acreditou naquelas palavras. Acreditou ser apenas uma arma, um instrumento que a KGB pode usar a qualquer momento, esquecendo qual era o seu verdadeiro proposito, desde que aceitou fazer parte da KGB.

Ela recebeu o cronograma de atividades e na hora marcada, ela foi dormir. No meio da madrugada, quando a maior parte dos agentes haviam se recolhido, restando acordados apenas os que faziam a guarda pela madrugada Dimitri entrou na KGB sem ser visto, o fato dele ser filho de uma Encanadora (humana) com um Ectonurita*, lhe dava a habilidade de fica invisível e intangível, assim ele podia andar pelos corredores sem ser visto e atravessar as paredes. Assim que encontrou o dormitório na Natasha e a encontrou dormindo.

Ele entrou seguindo em direção ao banheiro que estava com a porta aberta, assim que entrou no comodo, ele teve que ficar tangível para colocar o dispositivo no fundo do cesto de roupa. Assim que fez o combinado, ele se levantou, ouviu som de uma arma sendo engatilhada atrás de si e se virou devagar.

— Quem é você? E como entrou aqui? - Natasha perguntou com frieza que causou arrepios até mesmo em descendente de Ectonurita.

Ectonurita*: é conhecido como Fantásmatico do planeta Anur Phaetos. Fantasmático é um alienígena sombrio como um fantasma e seu corpo pode ficar intangível na hora que quiser. Isto permite que ele passe através de qualquer coisa e se torne invisível. Ele tem apenas um olho, mas pode posicioná-lo em qualquer lugar em seu corpo, mas usando uma "pista" traçada ao longo de seu corpo. Sua aparência também pode dar medo nos corações dos criminosos.