Os Valentes

Merida e Seu Sonho


Narrador.

Depois que Jack e Soluço foram dormir, as duas meninas se despediram de Norte, que lhes desejou boa noite. Rapunzel logo se jogou na cama, caindo em um profundo sono. Merida ainda ficou pensando em tudo oque havia acontecido nos últimos dias. Descobrira que poderia salvar o mundo de um grande temor, logo depois enfrentou esse temor cara-a-cara e descobriu que ele a queria na batalha, ao seu lado. Pensou em como ele sabia seu nome e o nome de seu reino, e ainda pensava em sua família. Será que Breu tinha feito algo ruim á eles? Tomara que não. Mas agora ela não poderia voltar, seria arriscado. Sua mãe lhe prenderia e então o mundo estaria perdido. Merida foi dormir com esses assuntos rodeando sua mente. Logo depois, estava em um sonho, muito estranho por sinal.

***

Ela andava devagar, pelo que parecia ser uma floresta. Logo avistou Angus, e então, teve certeza que era a floresta de seu reino. Correu até o castelo, onde se deparou com total destruição. Tudo aquilo que demorou anos para ser construído, agora, estava em ruínas. Entrou no castelo em desespero, gritando por seus pais e seus irmãos, mas nada ela encontrava.

– Mamãe! Papai! Gêmeos! Maude! – gritou até por sua cozinheira, e também, ótima conselheira. Mas nada. – Meu Deus. – sussurrou, quando viu uma nuvem negra se aproximar dela. Quanto mais ela corria, mas próxima essa nuvem ficava, e então, ela ouviu uma voz. Era a voz de Breu.

– Não se espante, minha querida Merida. Esse sonho não é apenas um sonho, é parte da realidade que acontecerá se não ficar ao meu lado. Eu sei de seus medos, de seus temores. Tudo isso acontecerá se não vier. Venha á Dunbroch, ou então, tudo estará perdido.

***

E então, Merida acordou num pulo, assustada. Não acordou Rapunzel e nem ninguém, mas estava decidida: Iria á Dunbroch de qualquer maneira, nem que isso arriscasse sua vida. Ela tinha de ter certeza de que sua família estaria bem.

***

Merida Narrando.

Fui até a sala de Norte, e como suspeitei, ele não estava lá. Eu encontrava alguns Duendes no caminho, mas logo tratava de me esconder. Peguei dois globos de neve e voltei para o quarto. Peguei uma mochila e olhei para meu vestido. Ele estava um pouco velho e rasgado, então, coloquei outro, só que era ainda mais verde, cheio de detalhes dourados. Eu não gostava disso, porém, era meu único vestido. Joguei algumas coisas dentro da mochila: balas, uma adaga – vai que precisa? –, e um pouco de dinheiro do meu país. Fui até um lugar afastado e joguei a bola de neve no chão, tomando bastante cuidado para não acordar ninguém. Vi Angus em um canto, ele me encarava. Seria perigoso levá-lo, então, deixei-o.

Logo estava em Dunbroch. Era como no sonho: primeiro a floresta, depois o castelo. Mas, o castelo estava em boas condições, sem nenhuma diferença. A não ser pelos guardas que iam e vinham a toda hora, talvez me procurando. Fui para o meio da floresta, meu arco em mãos, pronta para qualquer coisa.

E então, vi uma luz mágica. Corri até ela e ela me levava pelo um caminho estranho, diferente. Parei de correr quando as luzes se foram. E eu vi Breu. Ele me encarava, sorrindo. Não estava com meus pais ou meus irmãos. Estava sozinho.

– Seu ser abominável. – gritei.

– Que bom vê-la novamente. – ele gargalhou. – É por isso que gosto de você. É diferente, atirada. Se parece com Frost, mas ele tem medo. Medo de mim. Apesar de não demonstrar. – riu.

– Não ouse falar dele! – gritei. Não sabia o por que de estar defendendo Jack, mas tudo bem. – Ele te derrotou uma vez, pode muito bem derrotar novamente.

– Não, não. Agora eu estou com seus maiores medos. – ele disse, passando as mãos pelos meus cabelos. Eu congelei. – Eu sou o maior temor de Jack. – gargalhou. – Gothel, o maior temor de Rapunzel. – disse, sorrindo. – Fúria Vermelha, o maior temor de Soluço. – disse. – E Mordu.

Congelei. Como era possível ele saber de tudo? Inclusive de Mordu? Agora eu estava com medo, muito medo do que poderia me acontecer se eu me afundasse ainda mais nessa história. Mas eu precisava saber.

– Você pretender matar Jack Frost. – ele assentiu. – Prometeu a Gothel, que Rapunzel estaria com ela novamente. – ele assentiu novamente. – Também prometeu á Fúria Vermelha que poderia fazer oque quisesse com Soluço e Banguela. – ele riu. – E prometeu a Mordu, a minha morte.

– Exatamente.

– Por que eu? – perguntei.

– Você é muito mais forte do que imagina, Merida. É mais destemida que todos. Apesar de não poder congelar as coisas, ter um cabelo exageradamente grande e poderoso ou até ter um dragão de estimação.

– E é por que sou destemida que não vou aceitar nada do que me disser. – ele parecia surpreso. – Eu vou lutar. Lutar por tudo, pela minha liberdade. – falei, um pouco alto, oque fez com que ele se afastasse. – Eu sei que não vai ferir a minha família.

– Por que tem tanta certeza?

– Por que nós iríamos atrás de você. – eu ri. – E você tem medo de nós. Muito medo, Breu. É por isso que me quer ao seu lado. Para que a vitória seja mais fácil. Você tentaria cada um. Primeiro eu, depois Punzie e logo depois Soluço. – sorri. Ele permaneceu intacto. – Eu não serei uma traidora.

Logo após eu dizer isso, joguei uma flecha em seu braço, que o feriu. Obtive tempo para correr. Corri, corri, corri muito. Corri até quase morrer de cansaço. E aí eu joguei o globo de neve no chão, voltando ao Pólo.

Eu tinha novidades. E elas não eram nada boas.