Os Três Winchester's
Uma Longa História
– Ok, valeu, Ash.
Dean desliga o telefone celular.
– É aqui - afirma.
Os dois irmãos observam à frente a casa velha.
Não estava caindo aos pedaços, como uma típica casa abandonada de filme de terror, mas tarde da noite, não era preciso tanto para que ficasse assustadora. A pintura estava descascada e o telhado parecia frágil.
Não havia o menor sinal de vida.
Mas era ali que supostamente vivia Luke.
– Nenhum sinal do pai? - Sam pergunta ao primogênito. Já sabia a resposta, o que tornava a pergunta redundante, mas sempre havia a esperança.
Mas Dean balançou a cabeça, negando.
– Não - lamenta, pesaroso. - Somos só nós.
Como não haviam tido tempo de pesquisar mais, nada sabiam sobre o inimigo.
Mas não lhes faltava precaução; cada um levava duas armas pequenas, uma com balas de sal com um pentagrama entalhado na lateral e uma com balas de prata (assim cobriam todas as principais suspeitas, se é que tinham alguma).
Uma faca estava escondida na aba de dentro da jaqueta de cada irmão, para o caso de uma luta corpo a corpo.
– Vamos? - chama Sam, terminando de equipar-se com tudo.
Dean pega uma faca extra e enfia na meia.
– Vamos.
.
A cabeça de Kath girava.
Inicialmente ela não via nada, apenas escuridão. O esforço para enxergar melhor causa uma dor aguda e repentina, ela não sabe exatamente onde em sua cabeça. É como se viesse diretamente do núcleo de seu cérebro.
– O quê... - ela começa, mas outra pontada, ainda mais forte, a faz parar. Ela abafa um breve grito, e em vez disso, arqueja.
– Não se esforce demais. - aconselha uma voz familiar à sua frente. - Não queremos que morra antes da hora.
Sua visão turva finalmente se enfoca.
À sua frente, debochado e encurvado para a frente, está Chris.
– Ah, parece que a Bela Adormecida acordou. - ele sorri, irônico.
Finalmente, Katherine parece se dar conta de onde está.
Ela está sentada numa cadeira, com os pulsos amarrados aos braços e os tornozelos atados às bases das pernas. Sob ela, está pintado no chão um enorme símbolo, que ela nunca vira antes. Como um octógono com as pontas interligadas e um símbolo partindo de cada uma delas.
No chão, um de cada lado da cadeira, jaz um objeto semelhante a uma tigela achatada e larga de um material estranho e terroso.
Ela se debate, mas logo percebe que é inútil; os nós estão bem atados, e nenhum monstro cometeria o erro estúpido de deixá-la com armas. E mesmo que tivesse a faca, precisaria primeiro soltar um membro para que pudesse sacá-la, o que, em sua situação, parecia impossível.
Ela encarou o rapaz à sua frente em silêncio. Ele retribuiu o olhar.
Depois de vários instantes, Chris desviou os olhos. Algo no fundo de Kath, que ela havia muito tempo não sentia - provavelmente seu orgulho - se iluminou, mesmo que fracamente. Era uma pequena vitória.
– Bom, vamos poupar todo o drama e me diz logo o que está acontecendo! - inquire, fingindo uma confiança que não sente. Felizmente, impecável como a atriz que era, ninguém teria duvidado de sua coragem nesse momento.
– Nossa, você sempre é direta assim? - admira-se ele. - Acredite, eu realmente queria que não fosse você. Mas é.
– 'Eu sou' o quê? Do que você está falando? - Katherine não altera o tom hostil.
Chris balanaça a cabeça, suspirando, pesaroso.
Então, puxa uma cadeira que estava apoiada na parede e se senta.
– Bom, felizmente, nós temos tempo, porque é uma história um pouco complicada...
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