Os Três Winchester's
Don't You Cry No More
Na manhã seguinte, Sam chega à escola cedo.
A faculdade de Dean tirou um dia para ajudar com uma campanha para a caridade, e como os Winchesters já haviam salvado pelo menos o quíntuplo de pessoas que a campanha ajudaria, o loiro se viu no direito de tirar o dia 'de folga'.
Sam, por outro lado, estaria na aula, como sempre, investigando os estranhos Olhos Azuis.
– Ei, Sam!
Dan alcança Sam a passadas rápidas. Pelo jeito, havia corrido para chegar ali, pois ofegava ligeiramente.
– Ah, oi, Dan - Sam cumprimenta, disfarçando seu primeiro impulso de se atracar com ele, até que dissesse que diabos era e por que estava separando sua família.
Por um momento, ele se sente como Dean ou mesmo Katherine, que eram os dois mais agressivos da família.
– Ei, por que você anda me evitando?
– Ahn?
Sam faz-se de desentendido com categoria.
– Você sabe... tem me evitado pelos corredores faz um tempão, cara. O que está rolando?
Sam pensa em como responder de forma a introduzir na conversa as tão importantes palavras-chave.
– Nada, não. É só que eu tenho tido uns proble... - de repente, ele congela.
Dan se surpreende com a ação.
– Ei, o quê...
– Shiu!
Naquela hora, quase ninguém havia chegado, e praticamente só eles já tinham entrado na escola - o resto dos alunos preferia esperar no jardim de trás - e tudo estava num completo silêncio.
Completo... exceto pela melodia familiar e vaga que alcançava os ouvidos de Sam fraca e quase imperceptivelmente.
– Espere aqui - ele diz a Dan e começa a andar rapidamente, procurando a origem do som.
.
Ele a encontra mais ou menos um minuto depois.
Bem no meio do corredor, à vista de todos, ele vê um pequeno aparelhinho simples, preto.
O mais novo celular de Kath, tocando - Sam não sabia como, pois, com a tela quebrada e a aparência pisoteada do aparelho, era discutível se ainda funcionava - a melodiosa música Don't You Cry No More.
– Cristo! - ele sussurra, em choque. Pensamentos passam por sua mente tão rápido que ele nem tem tempo de identificá-los.
– Sam, o que foi?
Dan o alcança.
– Cristo - repete ele, em um tom surpreso, dessa vez intencionalmente.
Dan não esboça reação à palavra, exceto por uma pequena curiosidade aparente pela escolha da exclamação.
– É... o celular da minha irmã - ele explica, ainda em choque. Seus olhos não conseguem se fixar em ponto algum.
Ele se lembra da mensagem que recebera no dia anterior, à tarde:
'Dean, Sam, sou eu. Eu só queria dizer que... provavelmente estou indo para casa hoje. Acho que não dá para demorar muito mai, de qualquer forma. Bom... podem me esperar. Acho que é isso... enfim...'
Kath não terminara a mensagem, mas deixara a frase no ar.
Tanto Sam quanto Dean estranharam quando o Sol subiu na manhã seguinte e Kath ainda não voltara, mas nenhum dos dois, infelizmente, estranhou demais.
Mas nunca lhe passara pela cabeça que algo de ruim acontecera com Kath.
– E-eu... - Sam nunca gaguejava, mas nem repaoru no fato. Seu coração palpitava. - tenho que ir.
Ele apanhou o celular do chão e correu porta afora. A manhã estava bonita, e o sol, brilhante. A grama estava verde e viva como raramente estava, e todas as pessoas pareciam compartilhar o sentimento de paz, vestindo roupas claras e brilhantes.
Mas, para Sam, tudo parecia estranhamente cinza.
Fale com o autor