Os Secretários

O olhos amarelos lhe caem bem, mas não a morte.


Bem, Olly já está devidamente vestido, minha mente ainda atordoada pela morte de Calum, minha mão doendo por apertar a caixa de prata, estou com fome, estamos á várias horas trancados neste quarto, sem podermos fazer nada para sair.

Candice pode estar com uma arma, esperando nossa saída do quarto.

Os cabelos de Olly estão castanhos e curtos. Seus olhos estão amarelos e por mais bizarro que pareça, ele não está estranho.

- Você ficou bem assim. - digo observando-o.

Ele me encara com dúvida.

- Hã?

- Você ficou bem assim, eu disse. - repito chegando mais perto dele. - Prefiro você de cabelos castanhos.

- Então aproveite, quando sairmos daqui, minha mãe os pintará novamente.

- Que pena. - digo passando a mão entre seus cabelos lisos. - Já pensou na possibilidade de tentarmos fugir?

- A única maneira é tentar sair pelo subsolo, onde os secretários ficam presos. Ou seja, temos que sumir para fugir.

- Poderíamos salvar Diana e Mike.

- Eu não acho que... - Ele suspira e sorri. - Está bem. Vou falar com meus pais ok? Tem certeza disso, não é?

Concordo com a cabeça.

Ele coloca um casaco e um capuz na cabeça.

Ele sai do quarto e corremos até a sala de Adisson.

Ele bate desesperadamente na porta com uma das mãos, e com a outra ele segura a minha com força.

Ele bate mais uma vez e coloca o ouvido na porta.

- Sou eu! - diz ele, agora me encarando. - Sabe dela?

Nego com a cabeça.

Ele encara meu braço e o puxa para a maçaneta.

- Eu não tenho a tatuagem da sua mãe. - digo puxando o braço de volta.

- Me dá o seu braço! - diz ele bravo. Ele puxa meu braço e sinto as luzes quentes em meu pulso, até que escuto o clique do destrancar da porta. - Mas tem o sangue da sua mãe.

Ele destranca a porta e ascende as luzes. Ele volta e fecha a porta.

- Olly! O que foi? - pergunto vendo sua cara ficar pálida e seus olhos arregalados. Seguro seu rosto. - Olly.

Uma lágrima escore de seu olho e percorre o canto de seu rosto.

Ele se senta no chão, encostado na parede em lágrimas.

- De novo não! - berra ele. - De novo não!

Destranco a porta e acendo as luzes. Um rastro de sangue percorre o chão branco até o corpo de Adisson e John.

Fecho a porta com força e me sento ao lado de Olly, abraçando-o e chorando junto com ele.

E novamente. Oliver Smith perde os pais.