Os biscoitos estavam deliciosos assim como o chocolate quente. Bella ficou o tempo que pôde com as duas. Falaram sobre a rotina da reserva, e Rachel descreveu com mais detalhes a sua escola no Arizona. Ela parecia reservada no assunto ‘mãe’, mas quem era ela para julgar? Sua família era toda complicada. A começar, sua cunhada, não era a sua cunhada e sim sua tia, e seu irmão não era o seu irmão e sim marido da sua tia. Ambos são vampiros. E o que falar do seu namorado, que antes era rival do próprio irmão.

Mas Nina havia dito antes da Rachel chegar com o maravilhoso lanche: “Você veio a mim.” E lembrou-se de ter dito: “Você não pode me ajudar.” Nina estava tão segura, tão tranquila ao dizer novamente que tentaria. Ela quis saber mais, tantas questões surgiram em sua cabeça, mas Nina não deixou mais a conversa seguir por esse assunto. Desconfiou que o motivo fosse a Rachel, mas o porquê exatamente não sabia.

Despediram-se, o convite para uma nova visita foi feito pelas duas. Bella voltaria o quanto antes. As suas perguntas teriam que ser respondidas. Não que achasse de verdade que a Nina, uma senhora frágil, pudesse lhe ajudar. Queria saber, no entanto, o que a fazia pensar que poderia. Ela podia ser uma bruxa perdida neste século, mas não sabia o verdadeiro perigo que rondava a sua vida. Vampiros, um Clã forte e organizado, que estava em poder de três dos seus familiares e poderia facilmente ter os outros.

Quando desceu do carro em frente a sua casa, viu pela janela que Elena lhe esperava. Quando entrou percebeu uma leve tensão. Sua tia se aproximou e lhe abraçou carinhosamente. Sentiu os seus lábios em sua testa.

– Eu sabia que estava bem, eu senti.

– Isso tem cara da Alice. – Imaginou.

– Ela só ficou preocupada.

– Estava visitando alguns amigos.

– Os da tal reserva que encontrou?

– Sim. Estou pensando em dar uma passada lá amanhã. – Elena ficou surpresa com a sua disposição de visitar aquelas pessoas.

– Dois dias seguidos? Algum motivo em especial?

– Eles são interessantes. Diferentes das pessoas que já convivi. Até mesmo, diferente de vocês.

– Se está te fazendo bem... Só preciso saber com quem posso falar se quiser te achar. – E lá estava Elena fazendo seu papel de mãe. Bella sorriu.

– Rachel Black... – Bella passou o número de celular da nova amiga enquanto Elena o anotava em seu aparelho.

– Não tem algum adulto que eu possa falar?

– Não tenho o número da avó da Rachel, mas me lembrarei de pedir na próxima visita. – Bella foi um pouco sarcástica, mas sabia que faria isso. Sua tia só estalou a língua e a beijou novamente como se a desculpasse pela grosseria. – Tia... Algum sinal do Damon? – Elena guardou o celular no bolso traseiro da calça e voltou a sua atenção a sobrinha novamente.

– Jasper o encontrou enquanto caçava há dois dias.

– Por que não me contou?

– Você parecia não querer conversar sobre nada.

– É verdade. – Bella lembrou. – Mas gostaria de saber sobre ele. Como ele está, por onde anda?

– Ele está tentando lidar da maneira dele. Assim como você. E ele está por perto, não conseguiria partir. Não duvide disso.

– Ele não teve culpa.

– Foi um acidente, todos sabem disso e Damon, ele vai superar. – Ele segurou-lhe seu rosto delicadamente e lhe deu outro beijo na testa. – Porque não toma um banho quente? Estou preparando uma sopa para você.

***

O que lhe impulsionou de verdade a voltar ali, mesmo com um tempo ruim daqueles? De todas as respostas que podia dar a mais forte no momento era o jantar da noite passada. Bella novamente questionou porque ainda não tinham ido para a Itália. Stefan lhe deu a mesma resposta, a sua possível morte. E a morte do Edward, Emmet e Carlisle não tinha importância? Para ela era tudo, poderia fazer qualquer coisa para evitar isso. E o tempo estava passando, não podiam mais esperar, porque não sabiam quanto tempos os Volturi poderiam fazer isso.

Esperava dentro do carro, estava frio, mesmo friccionando as mãos umas nas outras não adiantava. Por relutava tanto em usar luvas? Sua tia lhe avisou antes que saísse, mas a sua teimosia às vezes era maior do que o bom senso. De longe, onde estacionou o carro, meio escondido, viu que Rachel saia. Bella encolheu-se dentro do carro, tentando se fazer imperceptível para a garota. Hoje ela estava agasalhada, o frio também tinha atingido a reserva. Rachel não a viu e seguiu para o lado contrário de onde estava e ela respirou aliviada. Quando Rachel desapareceu entre as casas, Bella saiu do carro e caminhou até a residência da garota bruxa. Bella bateu e esperou alguns segundos. Nina abriu a porta sorrindo.

– Entre antes que congele. – Bella entrou assim que Nina lhe deu passagem. Lá dentro tirou a sua touca e colocou no bolso do casaco.

– Vim porque preciso conversar com você. – Nina assentiu e começou a caminhar. Sentou-se no mesmo lugar do dia anterior, Bella fez o mesmo.

– Precisa de alguma coisa para se aquecer.

– Não, estou bem. Só preciso que fale comigo.

– Tudo bem. O que quer que eu fale? – Nina parecia preocupada com o estado de Bella.

– Ontem pareceu relutante depois que a Rachel se juntou a nós... Tinha muitas perguntas...

– Estava ponderando se gostaria que a minha neta se envolvesse nesse assunto. Ela é uma boa aprendiz, mesmo com as dificuldades que tem para praticar e estudar. – Nina fez uma pausa antes de continuar. – Se eu me envolver, estarei envolvendo toda a minha família. E não adiantará não falar sobre isso na presença dela.

– Ao menos sabe com que eu tenho que lidar?

– Não posso ver tudo o que passou, sei que passou por coisas difíceis. Só posso ter certeza de que assim como eu e minha neta, você é diferente dos outros. E sei que está envolvida com vampiros.

– Humanos não podem saber disso. – Bella não estava acostumada a que um humano falasse sobre a existência de vampiros.

– Já disse que não sou igual a todos os outros. – Bella inclinou-se em direção a Nina. Cruzou os braços sobre os joelhos abraçando-se.

– Como soube sobre mim?

– Bem, aí começa a nossa história e tentarei resumir. A minha família é antiga. Estamos aqui desde o inicio, até antes de o homem branco sentir-se possuidor de tudo. E desde sempre nossos ancestrais eram pessoas muito próximas à natureza. Tratávamos a natureza com respeito e pedíamos auxilio a ela quando preciso.

– Auxilio? – Bella quis saber.

– Sim, algo simples como ervas para fazer chás e infusões. Ou algo mais complicado, forças mais enérgicas como as dos elementos.

– Todos os quileutes possuem esses dons?

– Sim, alguns mais notáveis que outros. Mas ultimamente, são quase imperceptíveis. Nosso povo se distanciou das suas verdadeiras raízes. O que você deve mesmo saber, é sobre a nossa relação com esses elementos da natureza. Os espíritos são elementos da natureza. E geralmente as bruxas conseguem ter algum tipo de contato com eles. – Nina parou um pouco e estudou a expressão de Bella. – Alguns espíritos vêm ajudar, já outros vêm pedir ajuda. Existe o terceiro grupo que são os não confiáveis, mas podemos ignorá-los neste momento. O que estou querendo dizer de verdade é que um espírito veio me pedir auxilio por você.

– Um espírito? Riley? – Seu pensamento foi para o seu amigo que perdeu a vida há alguns dias atrás, tentando de alguma forma protegê-la de sua própria família. Ele tinha se equivocado e ela mexido com o ego de Damon. Aquela mistura culminou na morte dele.

– Não, ela me disse o seu nome. Lembro-me muito bem disso em especifico. Não foi Riley o nome mencionado.

– Ela?

– Ela parece muito com você. E continua jovem. Seu nome é Renée.

– Não pode ser... – Balbuciou um tanto tonta. – Renée?

– Ela diz ser sua mãe. Não tenho um contato claro com ela, mas ela pôde me dizer essas coisas. Disse que você precisava de ajuda. – Bella recostou-se na poltrona, uma de suas mãos no peito e a outra na altura dos lábios. Ela piscou algumas vezes, forçando as lágrimas retrocederem.

– Minha mãe... Ela... – Seus olhos estavam marejados. Sempre pensou que Renée pudesse estar em algum plano, sempre olhando por ela e Elena, mas nunca imaginou que essa certeza se materializar-se e ainda mais, que a própria Renée pudesse se materializar de alguma forma por ela. - Como isso é possível? Como ela achou você?

– Posso pensar que sou a bruxa mais suscetível ao mundo espiritual que ela encontrou próxima a você. E imagino que ela tenha dado uma malzinha para que você encontrasse a nossa reserva. E então, estamos nós duas aqui.

– Isso é incrível. O que ela diz? Como ela se apresenta para você? – Bella queria saber sobre ela.

– Podemos falar sobre tudo isso de vagar e comendo algo gostoso? Sou uma avó Bella, e sempre quero que os jovens se deliciem com os meus quitutes. De qualquer forma, Rachel está voltando e acredito que ela tenha que participar.

– Não pode envolvê-la, você mesma disse que pode ser perigoso. Nem mesmo estou convencida de permitir que se envolva.

– Eu já estou envolvida, porque eu decidi te ajudar.

– Nina, não pode... Agradeço muito a minha mãe por ela tentar, por estar preocupada. No entanto, ela está enganada. Você não pode me ajudar, Nina.

– Sei que está preocupada conosco. Mas precisa deixar as pessoas ajudá-la.

– Permiti que os meus familiares me ajudassem. Esses vampiros que diz que estou envolvida. Eles são a minha família, Nina. Mas existem outros e esses outros são muito perigosos.

– Seu irmão e a sua cunhada são também vampiros?

– Nina... – Bella balbuciou sem afirmar, ela estava com medo de envolver mais gente naquele mundo complicado que se tornou a sua vida. E porque estava ali, porque tinha insistido tanto? Renée. A imagem da mãe nas tantas fotos que carrega veio a sua mente. Renée está por trás disso.

– Tudo bem, vamos preparar um lanche. Tenho certeza que se sentirá melhor. – Nina ergueu-se com um pouco de dificuldade.

Rachel chegou logo em seguida. Bella e Nina estavam envolvidas com os biscoitos e bolo que estavam preparando. Rachel ficou surpresa com a visita de Bella e animada. Nina aproveitou e contou para Bella um pouco mais sobre os quileutes e sobre a formação da tribo e seus chefes. Sobre as suas leis, sua educação e língua. Rachel falou um pouco sobre os contos que rondavam a sua gente, conhecimento adquirido pela sua avó e outros anciães. Foi com empolgação que discorreu sobre os animais do começo do mundo. Para eles, os animais eram como seres humanos. Podiam falar e fazer tudo o que uma pessoa fazia como viver em casas grandes.

Nina aproveitou e falou sobre os sonhos com a Renée para a neta. Rachel ouviu tudo com atenção para depois afirmar que estaria pronta para ajudar em qualquer coisa. Bella ficou apreensiva, mas Nina passou confiança. Depois da conversa foram lanchar, sob insistência da Nina. Rachel a levou para o seu quarto e lá ouviram música e conversaram um pouco mais. Elena ligou em dado momento, perguntando como a sobrinha estava. Bella a tranquilizou e disse que em breve voltaria para casa. Elena aceitou e desligou. Rachel estava jogada na cama e Bella sentou-se no chão ao seu lado.

– Seria muito bom que você fosse a minha colega de quarto na minha escola. – Rachel começou.

– E a sua colega de quarto atual, o que ela pensaria?

– Fiquei o resto do semestre sem uma. – Rachel sentou-se na cama parecendo um pouco tímida.

– O que aconteceu com a sua ultima colega?

– Foi para outra escola perto dos pais. Estava com saudades. – Bella provavelmente sentiria muitas saudades de todos se um dia se afastasse e fosse para uma escola parecida.

– E desde quando estuda lá?

– Desde que me entendo por gente. – Riu.

– Nossa... Isso é incrível. Você deve gostar mesmo de lá.

– Gosto sim, mas também seria um pouco improvável estudar em outra escola, sendo a minha mãe a diretora. – Novamente Rachel falava parecendo tímida, seus olhos baixavam constantemente e Bella achou que o fato dela ser a filha da diretora não lhe era uma boa ideia. Bella ficou imaginando como seria a relação dela com a mãe, a mãe que mostrava ser protetora mesmo após a morte.

– Ela é boa como diretora?

– Sim, é. Ela é severa, mas é uma ótima diretora sim.

– A minha escola é bem diferente da sua. – Bella começou a falar a primeira coisa que lhe veio. Rachel olhou para ela com interesse e mais animada, era o que Bella queria. Bella falou sobre seus amigos e sobre a escola e percebeu que com Rachel e Nina ela estava tendo as conversas mais longas desde os últimos acontecimentos. Rachel levantou-se e pegou em sua cômoda um quadro com a foto de sua família. Ela voltou e Bella sentou ao seu lado.

– Sarah e Billy Black, meu pai, nasceram nas tribos quileutes, aqui. Meus pais se mudaram muito jovens e estudaram em escolas diferentes da que existe por aqui, sua educação modificou-se. Eles estudaram em universidades depois, todo o contato com a família foi perdida. Só agora voltamos aos poucos a frequentar a reserva e ficar mais próximos dos nossos. Isso porque pedimos muito, eu e meu irmão. Tudo o que sei é graças a minha avó.

– Sua avó é uma pessoa muito especial. Na verdade, vocês duas.

– Você também, Bella. Pode acreditar. – Rachel sorriu e a abraçou. Foi tão inesperado que Bella permaneceu alguns segundos sem retribuir, mas o fez feliz.

– Posso perguntar quem te deu esse relicário? Ele é muito bonito e noto que sempre você o está tocando.

– Não pensei que o tocava. Faço sem perceber. – Era o relicário que Damon havia lhe dado em seu aniversário. Desde então ela não o tirava do pescoço. Bella pigarreou. Aquele objeto estava impregnado de lembranças. - Quem me deu foi o Damon, uma pessoa muito especial para mim.

– Damon é um nome forte.

– Damon é forte. – Ela afirmou e sorriu saudosa.

– Posso perguntar o que aconteceu entre vocês dois porque me parece que você o ama. – O aperto no coração de Bella foi tão forte que ela arfou. – Desculpe, mas o seu “uma pessoa muito especial” ficou bem óbvio que na verdade era um “o meu namorado”. – Bella teve que rir disso.

– Sim, ele é o meu namorado, mas as coisas estão complicadas no momento.

– As coisas com os garotos sempre são.

– Você tem namorado? – Bella perguntou curiosa. – Algum gatinho na escola?

– Não. Sou bem exigente e isso limita muito as coisas. – Bella riu novamente.

– Você encontrará alguém, tenho certeza.

– Sim, preciso de um pouco de diversão. Foi por isso que insisti em vim para cá. Além de ficar com a minha avó, queria distração. É duro ser apenas eu contra o Jacob e a Sara Black. Você conheceu rapidamente o meu irmão. Ele é um chato. – Ela suspirou.

– O que há entre você e a Sarah? – Bella ariscou o assunto sem conseguir se conter.

– Não há nada, simplesmente nada. – Rachel olhou para Bella e depois acariciou a foto voltando a olhá-la. - A diretora do College Disciplinary MacCall não tem sentimentos. Ela vive reclusa em seu próprio mundo, cuida do colégio como se fosse a única coisa que restasse na vida dela. Enquanto com os seus filhos ela mantém... Distancia. Exige deles tudo o que se deve e um pouco mais, mas carinho e amor...

– Rachel...

– Meu pai morreu a 6 anos. Foi muito doloroso para todos nós e minha mãe nunca mais foi a mesma. – Rachel com olhos languidos fitava a foto de sua família enquanto falava. Bella ficou em silêncio respeitoso ao sofrimento dela. – Mas acho que você deve entender muito sobre isso.

– Sim, mas fui muito agraciada também. Meu irmão é como um pai para mim e minha cunhada como uma mãe. – Bella lembrou-se da ultima versão de sua estória inventada pelos seus tios. Ela e Stefan eram órfãos, que perderam os pais a poucos anos, mas Stefan já maior de idade tomou a guarda da irmã para si e casou-se com Helena. No entanto, a verdade era que Bella perdera seus pais quando ainda era um bebê, não havia lembranças para atormentá-la e a presença dos tios era suficiente para ela.

– Que bom que pôde contar com eles. – Rachel falou sincera e se deitou na cama. Bella sentiu-se mal e maldiçoou-se em silêncio por mentir para uma pessoa tão legal que estava disposta até a ajudá-la mesmo sem saber muito bem sobre o que estava lidando.

– Rachel, você acredita em vampiros? – Bella perguntou olhando nos olhos dela. Rachel engoliu em seco e sentou-se na cama. Bella sentou ao seu lado.

– Existem muitas lendas descritas nos nossos livros. Há um símbolo para vampiros também. Quase tudo é caracterizado por um símbolo para nós. – Rachel deu uma pausa como se certificasse que Bella estava prestando atenção.

– Mas e você acredita em vampiros, Rachel? – Ela olhou novamente para Bella parecendo um pouco assustada. Bella mantinha-se séria e esperava a sua resposta.

– Apesar de muitos dentre nós não acreditar, sim, eu acredito. A minha avó falou algo sobre esses seres, mas não quis se aprofundar. Ultimamente ela tem falado um pouco mais. Sua história é sobre isso, não é? – Bella assentiu lentamente. Rachel engoliu em seco novamente. – Você quer me contar?

– Acho que devo. Eu menti para você, menti para todo mundo. Sempre foi assim. Sou órfã sim, mas meus pais não morreram há poucos anos. Meus pais morreram quando eu era um bebe. Eles moravam em uma cidade pequena, próximo a Virginía, Mystic Falls. Meus pais eram adolescentes quando se casaram, morreram jovens demais. A morte deles foi uma tragédia, acidente de carro. – Uma lágrima escapou de seu olho. Rachel segurou sua mão para confortá-la.

– Bella, sinto muito por isso.

– Não menti quando disse que Stefan e Helena desde então foram como pais para mim. Mais que isso, eles foram meus anjos da guarda. Mas Helena... Ela não é minha cunhada. – Rachel franziu o cenho. – Rachel, ela é a minha tia, irmã mais velha de minha mãe. – Rachel parou um pouco para pensar.

– Você disse que ela era jovem.

– Sua aparência é. Ela não parece muito mais velha do que nós duas. Se ela fosse como nós, aparentaria a idade certa.

– Se ela fosse como nós? Ela é uma...

– Vampira. – Rachel arregalou os olhos, chocada com o que ouviu. – Assim como Stefan. Quer mesmo ouvir o resto? – Rachel assentiu. Bella contou sobre os dois terem cuidado dela esse tempo todo. Contou sobre eles sempre protegê-la de tudo, sobretudo de outros vampiros. Um humano não podia ser visto vivendo com um vampiro. Isso não era considerado seguro para a raça. Os humanos deveriam manter-se ignorantes sobre eles. Contou sobre os seus amigos, os Cullen e de como eles eram superprotetores e amáveis. Falou de cada um deles com amor e respeito.

– E Damon sabe sobre isso?

– Sim. Damon é o irmão mais velho do meu tio Stefan. Irmãos biológicos. Ele também é um vampiro.

– Isso... Isso deve ter dado um nó em sua cabeça. – Imaginou.

– Na verdade, deu um baita nó na cabeça do meu tio. – Bella contou sobre Damon sempre manter-se afastado pelos ressentimentos que nutria contra Stefan desde a época de Katharine e depois de Helena tudo piorou. Então contou sobre o vampiro muito antigo que transformara Katharine e que estava atrás de vingança por eles terem a matado. – Foi assim que conheci Damon. Alice teve uma visão em que lacaios de Klaus iam atrás de Damon e meu tio preocupou-se com o irmão, foi ajudá-lo. Tudo deu certo, os vampiros não puderam contra meu tio, Jasper, Emmet e Damon, mas souberam que Klaus estavam atrás dele. Meu tio convidou Damon a ficar conosco, ele achava que todos juntos podiam ter mais chances contra Klaus. Damon era teimoso, relutou em ir, mas em uma tarde acabou batendo na porta da nossa casa. Eu atendi, éramos tão diferentes. Eu achei que o odiava, porque sempre metia meus tios em confusões. Achei que o odiava por ele... Ele se alimentar de sangue humano. E o odiei por me atingir de maneira tão certeira. Ele ficou e nos apaixonamos, então os Cullen chegaram para nos ajudar, pois Klaus parecia perto. – Bella falou sobre Klaus passar-se por Benn e sobre as chantagens que ele lhe fizera. Rachel ficou horrorizada com as coisas que Bella lhe contava, mas decidiu ser forte. Bella contou sobre a descoberta de ser uma geradora de filhos meio vampiros. Por fim Rachel ouviu sobre o golpe final de Klaus, seu rapto seguido da morte de Klaus e a morte de Damon. – Foi demais para você? – Bella perguntou ao ver que ela ficara calada.

– É demais para qualquer pessoa, ainda mais para você que viveu isso tudo.

– É a primeira vez que falo sobre tudo isso e é a primeira vez que conto a minha verdadeira história para um humano normal. – Bella suspirou. – Quer dizer, você não é tão normal assim, tem toda essa relação com a natureza. – Rachel riu e a abraçou.

– Meu povo acha que os vampiros são seres malignos.

– Nem todos são. Os vampiros são como os humanos, existem aqueles que são bons e os que não são. A diferença que esses sentimentos em vampiros são mais intensificados.

– Acredito em você. – Rachel falou. - Estamos juntas nessa.

– Sim, Bella. – Nina apareceu diante da porta. – Desculpe, eu estava escutando. Não pude evitar, queria saber e entender o seu sofrimento. Bella, nós estamos juntas nessa.