Os Mistérios do Amor
Com Carinho, Nate
Na manhã seguinte eu já estava pronta e encostada no carro de Cameron quando eles saíram de dentro:
—Desencosta, encosto. -Disse ele assim que me viu. - Vai riscar meu carro.
—Bom dia para você também, Cam.
—Bom dia, amiga. - Disse Emma saindo da casa e fechando a porta atrás de si.
—Vocês não cansam uma da outra, não? - Perguntou Cam.- Passam o tempo todo coladas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—Não.- Respondemos em uníssono e rimos juntas. Cameron grunhiu.
***
Chegamos na escola um pouco antes do sinal bater. Dessa vez, consegui passar no meu armário para deixar as minhas coisas antes de ir para a sala. Havia um bilhete lá:
“Percebi, assim que cheguei em casa, que não peguei seu numero ontem. Se precisar de mais caronas, me avise. xxx-xxxx-xxxx. Com carinho, Nate.”
Com carinho? Será que aquilo queria dizer o que eu pensava que queria dizer? Pare de se iludir, Sam, vocês se conheceram ontem. Mas, e se… Para, Claire. Foi um carinho de amigo, abstrai.
Foi o que eu fiz, mas guardei o bilhete.
***
Na hora do almoço, estávamos conversando animadamente, eu, Emma, Nate e Nick, quando o capiroto se aproximou outra vez:
—Maninha, Encosto. Não poderei levar vocês para casa hoje outra vez. Tenho treino extra para o jogo de amanhã. - Nate me olhou e piscou para mim. Teria carona para casa. Sorri em resposta. - Ouviu, encosto?
—Tudo bem, Cam. Obrigada por avisar.- Respondi sem olhar para ele.
—Porque encosto? - Perguntou Nick.
—Não sei. - Respondi.- E prefiro não tentar entender o babaca do Cameron. - Olhei para Emma.- Sem ofensas.- Ela deu de ombros em resposta.
***
Dessa vez, quando Shawn Mendes tocou no rádio do carro, não tinha Cameron para me impedir de ouvir a música até o fim, o que me deu uma certa sensação de realização. Agradecemos os meninos mais uma vez quando eles pararam em casa, mas antes que eu descesse do carro, Nate segurou a minha mão:
—Ei. - Eu olhei para ele.- Me avise se precisar de carona amanhã. - Ele completou.- mas, principalmente, me manda uma mensagem se quiser, sei lá, conversar.- Eu sorri e assenti com a cabeça, sentindo minhas bochechas corarem.
***
Entramos na casa de Em e corremos para a cozinha. Eu estava morrendo de fome. Ela estourou um pacote de pipoca e colocou em uma vasilha grande. Fomos para a mesa da sala e começamos a fazer o dever.
Aproximadamente uma hora e meia depois, ouvi o carro parado na entrada. Lá vinha Cam. Esperei pela cutucada, mas ela não veio. Cameron estava de bom humor. Ele simplesmente entrou todo suado na casa e correu para o chuveiro.
Menos de vinte minutos depois a campainha tocou. Em abriu para o amigo de Cam e ela voltava para a mesa quando a campainha tocou novamente. Ai, não. Tyler e Jason.
—bonequinha, marionete.- Disse Jason para Em e para mim respectivamente. Aquele cara conseguia ser pior que Cameron.- Hey, bonequinha.- Disse ele segurando a mão de Em.- Será que você não quer sair comigo um dia desses?
—Ela não é pro seu bico, meu amigo.- Respondeu Cameron descendo as escadas com o cabelo molhado.- Além disso, o encosto viria de brinde, não acho que você iria querer isso. - Disse ele olhando para mim, que estava fingindo estar concentrada.
Owch, aquela sim havia doído, mas era Cam, eu já estava acostumada.
—Cam, não seja tão malvado com a minha amiga, por favor.- Disse Em.- E quanto a você, Jason, eu passo, obrigada.
Como eu conseguia ter uma amiga tão maravilhosa? Me diz! Só ela pra dispensar o cara mais popular da escola na maior classe.
***
Não demorou muito para o trio começar. E eu ainda estava na metade da minha tarefa. O barulho vindo da garagem era ensurdecedor. Cam tocava a bateria compassadamente e Tyler cantava e tocava guitarra muito bem, mas Jason estragava tudo com a tentativa de teclado. Não demorou muito para Emma perder a paciência:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!—CAMERON! - Disse ela abrindo a porta da garagem, o que fez o som ficar mais alto.- Abaixa o volume desse amplificador, estou tentando estudar.
—Aumentar? - O ouvi dizer por cima do barulho.- Ok, maninha, se é isso que você quer. - E ouvi o som aumentar ainda mais. Tive que tapar os ouvidos.
Era a minha hora de descontar tudo o que eu vinha passando nas mãos de Cameron nos últimos quase três anos:
—Em, - Chamei a minha amiga.- Em, vem cá. - Ela se aproximou.
Eu cochichei a minha ideia no ouvido dela e ela sorriu. Cam não ficaria nem um pouco feliz, e por isso valeria a pena.
Ela foi até o quadro de força da casa e desligou a chave das tomadas da garagem, fechando este com força e correndo de volta para a mesa.
—Mas que porra aconteceu? - Consegui ouvir Cam gritar de dentro da garagem, logo antes de abrir a porta que dava para dentro da casa num estrondo.- O que foi que você fez? - Disse Cam se aproximando rapidamente e apontando o dedo na minha face. Coloquei em prática todos os meus anos de teatro naquele momento.
—Como assim? O que aconteceu? - Me fiz de sonsa. A expressão dele oscilou varias vezes.
—Você desligou os meus equipamentos.
—Olha, Cam. -Bufei.- Você pode achar que eu sou muitas coisas, mas eu não tenho poderes. - Disse dando de ombros e colocando o cabelo atrás da orelha.- Como eu faria qualquer coisa do lado de fora? Você está passando dos limites nessa sua implicância comigo. - Ele tinha uma expressão confusa.- Eu, de verdade, não sei o que te dizer.
Ele bufou e saiu bravo batendo o pé de volta para a garagem. Ouvimos os equipamentos sendo guardados e Emma correu para ligar o disjuntor novamente. Demos um hi-five silencioso.
***
Mais tarde, antes de dormir, decidi enviar uma mensagem para Nate, no número do bilhete:
Sam: Boatos de que o dono desse numero queria alguém para conversar.
Nate: Os boatos são verdade. Como foi seu dia?
Sam: Sabe como é, estudo e mais estudo. Nada novo.
Nate: Sei bem, esse colégio é bem mais puxado que o meu na Califórnia.
Então ele tinha vindo da Califórnia? Bom saber.
Sam: Ta aí, mais uma coisa que eu não sabia sobre você.
Nate: Tem muito mais pra descobrir, se quiser.
Dei um gritinho de alegria, mas não soube exatamente o que responder. Fiquei aliviada quando ele se adiantou.
Nate: Talvez em um sorvete, sexta-feira, depois da aula. O que acha?
Sam: Me parece interessante. Combinado.
Queria ligar para Emma para contar, mas as luzes da casa dela já estavam desligadas, então decidi ir dormir e contar para ela amanhã.
***
Na manhã seguinte, lá estava eu mais uma vez. Pronta, em frente ao carro de Cam, com a mochila nas costas. Dez minutos se passaram e nada. Me aproximei da casa e toquei a campainha.
Não tive nem tempo de me afastar da porta, Cam saiu como um furacão de dentro da casa, me derrubando:
—Você é um animal, Cameron Woods. - Disse me levantando.
—Sua amiga está impossível hoje. - Respondeu ele me ignorando.- Se ela não sair em dois minutos, largo vocês aí.
—EMMA! - Disse gritando na porta.- Socorro.
Emma apareceu descabelada com e eufórica, com a mochila nas costas.
—O que foi, Sammy? - Perguntou ela.
—Você me deixou sozinha com seu irmão. - Respondi olhando para Cam, que mexia no celular.- Vamos. - Peguei na mão dela e entramos no carro.
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