Ainda não havia passado a semana de prazo que as garotas marotas haviam pedido para concluírem o que quer que estivessem fazendo, e a paciência dos rapazes já estava a um fiapo de se esgotar.

Ainda assim as duas estavam muito otimistas dizendo apenas estarem indo muito bem, e que em breve teriam presentes para todos. Dizer isso só servia para aumentar o mau humor, a curiosidade e a impaciência dos garotos que andavam a tentar espiar o que elas faziam na sala precisa, mas com memorável insucesso.

Enquanto isso, tentavam passar o tempo implicando com alguns alunos da sonserina. Muito frustrados, é claro, por nunca encontrar o Ranhoso na frente deles. Ou o garoto estava fugindo de medo deles, ou andava muito ocupado mesmo. Mas se havia um que se tornara o novo alvo dos marotos, este era ninguém menos do que o comensalzinho Régulo. Este ameaçava, argumentava que estava na escola a serviço do Lord e que era muito útil para ele. Mas todos sabiam que o Lord o admitira apenas por causa do peso que seu nome exercia.

Em uma das mais ferrenhas discussões, o próprio Sirius argumentou:

_Aposto que você nem ao menos esteve com ele cara a cara uma única vez. Ele deve ter feito em você esta tatuagem e nunca mais nem olhou pra você.

_Está enganado ‘irmãozinho bonzinho’, estamos sempre em contato, e conversamos muito. Todo feriado, toda visita a Hogsmead, eu aparato até ele e... e... conversamos muito.

_Você aparata? Duvido! Você ainda não tem idade.

_Não preciso da permissão do ministério pra aparatar se sou um comensal da morte. E quando o Lord precisa falar comigo, minha marca queima. E eu vou.

_Aposto que sua marca nunca queimou.

_Sempre queima, pois neste natal mesmo, há poucos dias ele me chamou e pediu que eu lhe desse a capa do papai. Bem... admito que não entendi porque ele queria a capa do papai... mas eu levei pra ele e ele ficou muito agradecido. Até disse que eu era o seu mais leal...

Mas o garoto magricela, que tinha traços muito semelhantes aos de Sirius, porém bem menos robusto,fora deixando a falar para as paredes, porque o grupo foi se afastando de vagar, entre apreensivos e assustados e decidiram, quase sem falar muito ir até a sala de Dumbledore para avisá-lo.

Encontrou as garotas saindo da sala precisa:

_Onde vocês vão?

_Não há tempo pra explicar garotas. Precisamos falar com o Professor Dumbledore agora.

E seguiram em direção à gárgula de pedra que parecia saber que eles tinham pressa, pois sem solicitar senha alguma, girou ao redor de si mesmo. Ao chegar no último degrau da escada foram surpreendidos ao encontrar as portas do gabinete escancaradas e um Dumbledore reticente, a andar de um lado pra outro da mesa mostrava estar a espera dos garotos.