Na cidade onde mora Tiago, ele se encontra com os outros rangers, em uma lanchonete, para se reunirem e conversarem fora do centro de comando. Mas só Júnior e Michele aparecem.

— Sarah e David não vão vir? — Tiago pergunta.

— Sarah me disse que vai ficar de plantão hoje — afirma Michele.

— E David me mandou uma mensagem dizendo que precisa estudar e repor tudo que perdeu nessas semanas, por causa dos treinamentos. Parece que vai entrar em semana de provas — diz Júnior

— Bom, então só nós três mesmo — fala Tiago

— O lugar parece legal.

— É, eu adoro vir aqui, é um dos melhores da cidade.

— Eu tenho que confessar, estou muito ansiosa para usar aqueles Zords — comenta Michele.

— Eu também, não dormi a noite toda pensando neles.

— É, e eu. Mas Zordon disse que precisamos ter a sincronia perfeita para poder usá-los — lembra Júnior.

— Eu estou sentindo que o grupo está ficando mais unido — diz Michele.

— É, mas eu preciso falar uma coisa — comenta Tiago — Estamos fracos de liderança.

— Tiago! — Michele retruca — Não precisa falar assim!

— Tudo bem Michele, eu entendo — fala Júnior.

Então, o celular de Michele toca. Ela recebeu uma mensagem.

— Mas que droga! — lamenta Michele.

— O que aconteceu? — Tiago pergunta.

— É a minha mãe, ela está me dizendo para ir em casa. O cara, que vai concertar um problema de vazamento, ligou dizendo que já está lá esperando, e não pode ir porque foi ao médico e está presa lá. Ah! Eu tenho que fazer tudo naquela casa! Foi mal rapazes.

— Tudo bem, pode ir — diz Júnior.

— Tchau. Depois nós conversamos — Depois que Michele sai um silêncio constrangedor toma conta.

— Ah... é... — Júnior fica sem ter o que dizer.

— É... só sobrou nós dois — diz Tiago. — Eu vou pedir alguma coisa para gente comer — Os dois pedem seus lanches e comem acompanhados de mais silêncio.

— Estava gostoso mesmo — comenta Júnior.

— Eu disse que era bom — reafirma Tiago.

— Olha, sobre a questão da liderança, eu entendo.

— Entende mesmo? Porque todos nós concordamos com isso.

— Todos vocês?

— É, a gente estava conversando sobre você, e como você largou a gente para ir enfrentar o Zarlon sozinho.

— Aham... — Júnior fica com expressão de preocupado — foi mal, não sei o que deu em mim. Quer dizer, eu sempre estou tão desanimado, mas aí quando alguma coisa me anima eu me exalto, perco o controle. É como uma mola, se você comprime ela, com toda a sua força, e solta, ela libera toda a força que você comprimiu.

— Hum, e aí acaba cometendo algumas gafes, não é?

— É, muitas, na verdade.

— Sei. Se chama déficit de atenção.

— É o quê?

— Quem não controla as suas emoções, geralmente, tem déficit de atenção. Eu sei, eu tenho isso.

— Mas você é um cara muito confiante. Como consegue lidar com isso?

— Não dando a mínima. Sabe, falar dane-se para o mundo, sem me importar muito com o futuro. Aprendi a viver o momento.

— Mesmo assim, está tentando salvar o mundo.

— Não vou poder mandar o mundo se danar, se ele não existir.

— Hahahaha! — Júnior ri pela primeira vez na companhia de Tiago

— E também, tenho a quem me importar — Nesse momento, o celular de Tiago toca, recebendo uma mensagem. — Caramba! Tenho que ir agora!

— Você também? O que houve?

— Minha tia, ela está na estação de metrô e está com a chave de casa, se eu não for agora vou ter que esperar até meus pais chegarem.

— Por que não fez uma chave para você?

— Eu ia fazer, mas sempre esqueço. Paga o meu lanche para mim? Amanhã eu te pago!

— Espera! Eu...

— Valeu!

Quando pega a conta, Júnior arregala os olhos e esboça uma cara de tristeza, pois sabe que tem pouco dinheiro.

— Ah. Parece que vou a pé para casa.

Tiago chega na estação do metrô, onde sua tia está, na hora que o metrô está chegando.

— Toma a chave! Sabe que hoje os seus pais não têm hora para chegar — diz a tia de Tiago. — Ia ficar esperando na porta, como um mendigo.

— Valeu tia. Eu te amo.

— Também te amo. Até amanhã — Ela entra no vagão junto com outros vários passageiros, dentre eles uma mulher misteriosa, bem vestida, de óculos escuros, chapéu e carregando uma bolsa. Na estação seguinte essa mulher desce com outros passageiros, mas deixa a bolsa no metrô. A tia de Tiago continua no metrô, naquele mesmo vagão. Um dos passageiros percebe que a mulher esqueceu a sua bolsa, ele tenta chama-la, mas ela não dá ouvidos, as portas do metrô se fecham antes que ele pudesse ir atrás dela. A mulher dá uma pequena olhada para trás e depois continua seu caminho. A bolsa que ela deixou no vagão tem algo dentro que soa um apito. É uma bomba, que é ativada causando uma enorme explosão que destrói todo o vagão e mata todos os seus ocupantes, incluindo a tia de Tiago.

Michele chega em casa e vê que o técnico da manutenção continua lá. Um cara gordo, de boné e carregando uma bolsa de ferramentas.

— Oi — cumprimenta Michele — Desculpe faze-lo esperar. Minha mãe não disse que viriam hoje. Ela é tão lesada!

— Eu podia ter ido embora, mas eu quis fazer a minha boa ação do dia — diz o simpático técnico.

— Obrigada — Ela abre a porta e dois entram na casa.

— Onde está o problema?

— É ali — Ela aponta o local do vazamento — pode ficar à vontade.

— Tudo bem, pode deixar comigo. Você soube da explosão no metrô?

— Que explosão?

— Um vagão de um metrô, na zona oeste da cidade, explodiu, foi agora a pouco. Se ligar a televisão, certamente, vai estar em qualquer canal.

Michele liga a televisão, e já aparece uma reportagem mostrando o caso da explosão. — Meu Deus! Como você soube?

— Internet! Hoje em dia as notícias voam. Parece que teve bastante vítimas.

— É tão triste! Eu penso nos familiares das vítimas.

— Pois é! Pena que os Power Rangers não podem salvar todo mundo.

— Pois é — Michele fica ressentida, pois sabe que tem poderes e não pode salvar a todos, e lembra do seu pai.

Mais tarde, na casa onde mora a mãe de Sarah, a sua pequena irmã passa alguns dias com a mãe, como faz parte do combinado. Já está de noite e ela se prepara para dormir. Sua mãe lhe dá boa noite e a deixa dormindo em um quarto separado. Quando menos se espera, a parede ao lado da menina explode destruindo parte do quarto e a machucando seriamente, mas antes que desmaiasse, ela conseguiu ouvir risadas e tem a visão monstruosa de um ser prateado com um visor vermelho brilhando.

Sarah e seu pai são alertados sobre o estado da menina. Eles chegam ao hospital onde ela está internada. Sarah chora ao ver a sua amada irmã caçula desacordada na cama do hospital, com várias feridas. Ela tenta entrar no quarto, mas a enfermeira responsável não a deixa. Ela vê sua mãe em prantos, e sua expressão de tristeza muda para raiva.

— O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?! — Sarah exaltada pergunta

— O que eu fiz? Eu não fiz nada! — Diz a mãe dela completamente confusa.

— MENTIRA! Me diz agora o que você fez com ELA!

— Você está LOUCA!

— VOCÊ que é louca! Eu sabia que não deveria deixar ela com você!

— O que está dizendo minha filha?

— NÃO ME CHAME DE FILHA!

— Calma Sarah! — diz o pai dela. — Ela não teve nada a ver com o incidente!

— Incidente?!

— Eu conversei com o chefe de polícia responsável, ele disse que o quarto dela estava completamente destruído. Como se tivessem explodido a parede.

Sarah cai em prantos nos braços do pai. — Ela vai ficar bem?

— Claro filha, ela vai se recuperar, eu juro.

No dia seguinte, Michele acorda e, antes que pudesse sair da cama, ela vê que tem alguém no seu quarto, olhando para ela. Michele, assustada, percebe que é um homem, e ela o reconhece.

— Pai?! É você?!

— Por quê, filha? — diz seu pai.

— Pai! Eu não entendo!

— Por quê me deixou morrer?

— Não! Não! NÃO! A culpa não foi minha, pai! A culpa não foi minha! — Ela continua repetindo a frase, enquanto se deita de lado, perplexa, chorando, abraçando os joelhos. A cada repetição ela aumenta mais o tom, então, sua mãe ouve e vai até o quarto de Michele, onde já não aparece mais o pai dela.

— O que houve, filha?! — pergunta a mãe de Michele desesperada — Fala comigo, Michele!! Calma. Sua mãe está aqui — A mãe abraça Michele e tenta consola-la, mas ela continua perplexa e repetindo, sem parar:

— A culpa não foi minha! A culpa não foi minha! A culpa não foi minha!...

Mais tarde, Júnior tenta entrar em contato com David, mas ele continua mandando as mesmas respostas, dizendo que está estudando e não tem tempo para nada. Depois disso, ele liga para Michele, e ela atende.

— Caramba! Até que enfim consegui falar com alguém! — comemora Júnior — Você soube da tia de Tiago?

— Não. O que tem a tia dele? — Michele com uma voz fraca.

— Ela morreu em uma explosão dentro de um metrô!

— O quê? Não acredito! Tiago deve estar arrasado!

— É. Eu liguei para ele e quem atendeu foi a mãe dele... escuta, sua voz está estranha. Você está bem?

— Não. Eu não acordei nada bem hoje. Nem sei se vou poder ir.

— Tá. Eu acho que podemos descansar um dia. Melhoras.

Parecia que todo mundo estava passando por um momento difícil. Júnior tenta falar com Sarah, mas ela não responde as mensagens e nem atende o celular. Júnior, então, decide esperar para ver se o dia seguinte vai ser melhor. Porém, quando chega o outro dia, Júnior recebe uma mensagem de Michele falando sobre a irmã de Sarah. Ele vai até o hospital, onde a menina foi internada, e encontra o quarto onde ela fica, ele vê Michele do lado de fora.

— Como ela está? — Júnior pergunta.

— A menina está se recuperando aos poucos.

— E Sarah?

— Ela não saiu do lado da irmã desde que chegou aqui. Está arrasada. Acha que a culpa é dela.

— Por quê?

— Ela disse que alguém explodiu o quarto, e quando a menina acordou, disse que viu um monstro sorridente e que tinha um grande olho vermelho.

— LORD ZEDD? Mas isso não é culpa dela!

— Tenta convence-la disso. Eu tentei, mas não sou a pessoa mais indicada para isso.

— E porque não?

— Porque eu sei como ela se sente.

— Se sabe, é a melhor indicada sim! Você pode dizer para ela como superar isso e...

— Mas eu não superei! — Os seus olhos começam a lacrimejar. — Eu só vou piorar as coisas.

— O que aconteceu? — Michele não responde — Pode falar, eu prometo que vou te ouvir.

Ela hesita por um tempo, mas respira fundo e começa a contar — Eu tinha 12 anos. Meu pai havia me buscado na escola, de carro, mas a gente não estava indo para casa, ele estava me levando para tomar sorvete, no parque. Ele queria passar um tempo comigo, e eu adorava passar um tempo com ele.

“Mas, veio um caminhão desgovernado do outro lado da pista, ele tombou, e meu pai não conseguiu desviar. Eu bati a cabeça e desmaiei. Era um caminhão de combustível, parece que houve muito vazamento. Quando acordei, já estava tudo pegando fogo e vi meu pai tentando tirar o meu cinto de segurança e ele conseguiu. O caminhão amassou o carro do lado dele, por isso, estava com as pernas presas na lataria do carro. Ele começou a gritar para que eu saísse logo, ele gritava: ‘Vai! Sai daqui! ‘.”

“Porque ele sabia que o carro ia pegar fogo. Foi tudo muito rápido. Eu VI que podia tirar ele dali, mas eu fiquei com muito medo e saí do carro, e fiquei do lado fora, parada, olhando o meu pai pegando fogo — ela começa a chorar. — Eu me senti uma completa inútil, só conseguia chorar. Até hoje, eu me culpo pela morte dele.”

— Michele! Você não podia fazer nada. Não foi culpa sua.

Ela começa a se derramar em lagrimas — Há anos eu tento falar isso para mim mesma, mas não funciona. E para piorar, ontem eu vi o espírito dele!

— Você viu? Você costuma ver o espírito do seu pai?

— Não! Ele sempre apareceu em sonhos, mas aquilo não era sonho. Eu vi ele de verdade dessa vez.

Júnior, então, abraça Michele sem saber quais palavras usar como conforto, e sabendo que não é muito bom com palavras, escolheu o silêncio.

Michele vai embora enquanto Júnior entra no quarto para falar com Sarah.

— Oi. Posso entrar? Como ela está?

— Está se recuperando. Está dormindo agora.

— E você?

— Eu... estou bem.

— Sério mesmo?

— Sim — Sarah não consegue esconder sua lamentação.

— Então, eu vou embora! Não tem nada para fazer aqui!... Eu tô brincando — Sarah sorri — A menina viu quem fez, não foi?

— Viu.

— E sabe que não é culpa sua, não é?

— FOI culpa minha!

— Então, foi culpa minha também.

— Não! Não foi.

— Sim! Foi sim. E sabe porquê? Porque nós somos um time. E um time divide obrigações e responsabilidades. Você mesma disse, não está sozinha. Estamos todos juntos.

— Obrigada! — Sarah apoia a cabeça no ombro de Júnior, se sentindo mais confortada.

Os rangers pareciam que estavam caindo, um a um, e isso fez com que Júnior se sentisse na obrigação de motivar a sua equipe, porém, ele imagina como vai motiva-los, se nem consegue motivar a si mesmo. É uma tarefa complicada e nova para o ranger vermelho. Quando aceitou a missão, ele não sabia que tinha que lidar com os sentimentos dos outros, é confuso para ele, não está habituado com isso.

Já se passou mais um dia e Júnior não conseguiu falar com Tiago. Ele tenta falar com David, mas seu foco está totalmente nas provas, pois, ele terá duas provas no mesmo dia. Com toda essa história de power rangers, ele não conseguiu colocar os estudos em dia, e ficou o fim de semana todo estudando. David estava muito preocupado, mais que o normal, parece que essa agitação toda mexeu com a cabeça dele. Geralmente, com relação aos estudos, ele é tranquilo e mesmo que não estudasse, ele se dava bem por sempre se lembrar do conteúdo das aulas.

De fato, ele é bastante inteligente, poderia ser inseguro em qualquer coisa, mas quanto aos estudos, ele sempre dominou e conseguiu uma bolsa em uma excelente universidade. Pensava que podia lidar com a vida de estudante e de herói, e estava conseguindo, até agora. David começou se sentir pressionado, porque se não passasse em uma das matérias, ele perderia a bolsa, e ainda haverá outras provas ao longo da semana, isso o deixou mais nervoso.

No dia seguinte ele vai realizar as provas, mesmo estando muito inseguro. As notas são divulgadas já no outro dia, e de manhã cedo, David foi olhar as suas notas, e elas não foram nada agradáveis. Ele tinha medo que isso poderia acontecer, e aquilo deixa ele completamente abalado.

Júnior usa o morfador para se comunicar com David, que não vê outro jeito e atende o comunicado. Os dois se falam em quanto se veem em projeções holográficas.

— E aí, cara? Como foram as provas? — Júnior pergunta.

— Ah! Nem me fala — fala David completamente arrasado. — Fui péssimo!

— O quê?! Mas você disse que estava estudando sem parar! Fora que você é muito inteligente.

— Mas ontem eu não fui. Eu não sei porque, mas me deu branco. Eu estava muito nervoso. Eu estou ferrado, cara!

— Mas você pode recuperar, não pode?

— Eu posso até tentar, mas eu estou com medo de não conseguir. É a primeira vez que me sinto assim. E ainda tenho outra prova hoje. Eu estou me sentindo um merda.

— Não se preocupe, você vai conseguir.

— Foi mal, mas eu não estou bem para treinar hoje.

— Acho que ninguém está.

— Por quê?

— Tiago acabou de perder a tia e a irmã de Sarah está no hospital.

— Que droga! E agora?

— Sinceramente? — Júnior respira fundo — Eu não sei.

— Parece até o destino brincando com a gente.

— É. Brincando — Nesse momento, Júnior se lembra das palavras de Zarlon, em que ele disse que não tinha tempo para brincar com ele, e também que, em uma das visões que teve ao tocar a carta, ele viu os quatro companheiros caídos e só ele de pé, e logo depois viu Zarlon.

— Cara, eu tenho que desligar. Vou ver se consigo estudar. Tchau.

Então Júnior vai até o centro de comando para poder conversar com Zordon.

— Júnior, porque vocês não têm vindo treinar? — Zordon questiona.

— Eu pensei que soubesse

— Não estou mais conectado aos sistemas, e todos os nossos radares estão focados em Zarlon.

— Bom. Muita coisa aconteceu. E acho que Zarlon tem ligação com tudo.

— Espera. Alpha, mostre se teve alguma coisa que possa ter passado despercebido pelos sensores.

Seria impossível Zordon — diz Alpha. — Qualquer tipo de ação fatal causado por qualquer um deles seria detecta... ooohhhh — Nesse momento Alpha vê que algo passou despercebido sim.

— O que foi? — Júnior pergunta assustado.

— Ele conseguiu passar despercebido pelos sensores — responde Zordon.

— Como?

— Eles se passaram por pessoas comuns. Provavelmente, Rita e Zarlon usaram alguma magia que cria cascas para poderem se misturar entre os humanos, enganando os radares — Eles conseguem rastrear algumas leituras mais pertinentes. Júnior diz a Zordon o que aconteceu com cada um, e Alpha cruza os dados, assim, Zordon já possui as respostas, mostrando no globo visualizador reproduções dos casos. — Uma mulher deixou uma bolsa no metrô, era Divatox. Rita se disfarçou para poder se aproximar de Michele e entrar na sua casa, assim pôs um feitiço que explora e materializa o próprio medo.

— Entendi. Mas a irmã de Sarah disse ter visto algo que se parece com Lord Zedd. Como ele não foi detectado?

— O que ela viu foi um homem de óculos vermelho vestindo uma roupa brilhante. A explosão foi causada pela mesma bomba que Divatox usou, e não seus poderes, por isso, não foi detectado.

— E David?

— Vendo por onde ele tem andado nos últimos dias, pode-se notar uma presença em comum, mas com aparências diferentes, inclusive, na frente da casa dele — É possível ver no globo pessoas que interagiram com David, como atendentes, balconistas, recepcionistas, pessoas que parecem normais por fora, mas as imagens mostram que em certo momento os olhos dessas pessoas ficam verdes.

— O que é isso?

— Zarlon. Cada uma dessas pessoas era ele, disfarçado.

— E o que ele fez com David? O hipnotizou para deixa-lo burro?

— Não foi necessário. Apenas aumentou o tom de seu transtorno.

— Transtorno?

— Ansiedade. É mais um de seus feitiços. Ao falar, ele vai liberando um vírus que infecta mentes que possuem algum distúrbio.

— E com a ansiedade alta ele não pôde se concentrar.

— Zarlon orquestrou cada detalhe.