Os Filhos da Aurora.

A explicação para tudo... quase tudo...


[Eles seguiram pela ponte de pedra, até que encontraram Temosnozes no meio do castelo principal. Era como uma enorme sala, onde tinham livros, e o teto era aberto para a aurora. “Simplesmente incrível”, pensou o garoto. E as aventuras ainda não tinham nem começado.] Final do último capítulo.

- Ah, vejo que ainda está um pouco assustado, Ricoh. Acalme-se, acalme-se. – Disse Temosnozes, com sua inconfundível voz, e um olhar encantador. – Você deve estar se perguntando: Mas que lugar é esse, por que eu estou aqui? Ou também: De onde veio essa gente estranha?

Ricoh não se moveu. Parecia querer saber mais ainda sobre Aurors.

- Pois bem, estou aqui para lhe explicar. A Terra de Aurors é uma dimensão muito distante da sua. Fica na Galáxia de Andrômeda. Uma dupla dimensão, ou seja, é como se estivéssemos aqui, mas não estamos, por que estamos em outra dimensão, neste mesmo lugar. Ou seja, bem no centro da galáxia. Não se sabe como surgiu esta dimensão. Só sabemos que o nosso mundo é totalmente envolvido pela aurora. Não sabemos como é o nosso sol, nem seu tamanho, mas sabemos que ele está lá. A Aurora Boreal em seu mundo é um fenômeno luminoso que ocorre nas zonas polares. Originam-se quando as partículas eletricamente carregadas, transportadas pelo vento solar, chocam a grande velocidade com os átomos e moléculas da atmosfera terrestre. Bem a nossa aurora, como já deve ter percebido é diferente, por que nossa atmosfera também é diferente. O seu formato é muito diferente, e com muito mais átomos e moléculas, o que, em contato com as partículas sobrecarregadas do nosso sol, resultam em uma aurora mais densa, mais colorida e vibrante, que é também a fonte do nosso poder.

- Sim, mas por que exatamente você está me dando essa aula de ciências? – Perguntou Ricoh, já impaciente.

- Por que você veio daqui. Você nasceu aqui, como todos os outros.

Ricoh olhou para Sarah, e viu que ela parecia acreditar nessa história. Ela fez um gesto com a cabeça, como se dissesse que era tudo verdade.

- Por que acha que eu disse que somos filhos da aurora? Por que nós viemos dela, Ricoh, nossa estrutura molecular é diferente. – Disse Temosnozes. – Nossa inteligência, e capacidade de entender as coisas, são diferentes da dos humanos. Você não está em sua forma normal, eu não estou em minha forma normal, ninguém lá fora está. Nós não somos humanos, Ricoh. Somos Astranos. Astranos é o nome da nossa raça.

- E como você explica o fato de eu ter pais humanos, de eu ter os mesmo genes, e características físicas deles, como você explica o fato de eu ter vivido todos esses quatorze anos na Terra?

- Ah, garoto, você é mesmo muito atrasado. – Falou Sarah, com cara de raiva. Ela estava encostada em uma estante de livros, toda feita de pedra. – Nossa raça descobriu a Terra por acaso. Eles queriam saber como tudo lá funcionava. Muitos hoje vivem lá. Você nasceu aqui, mas foi enviado para o ventre da sua mãe, para se desenvolver, e ter características humanas.

- Mas por que isso? Por que fomos mandados para a Terra? – Perguntou o garoto, ainda mais confuso.

- Por que este mundo está caindo. Está acabando, se esvaindo. A aurora, fonte da nossa vida, está sumindo. Nós achamos que é por causa do nosso sol. De alguma forma, o combustível do nosso sol está acabando, e se não conseguirmos outro modo de sustentá-lo, ele acabará se expandindo, e destruindo a Terra de Aurors, para sempre. – Disse Temosnozes, com a voz triste. – Você acha nosso mundo bonito? Ele já foi mais esplendoroso do que você pode imaginar. A vida aqui era mais abundante do que você imagina. E ainda tem... Os monstros... Aberrações da natureza. Vocês serão treinados para lutar com eles.

- Esperai. Estamos aqui para lutar com monstros? Eu achava que era só para conhecer o lugar de onde viemos não lutar com monstros!

- Mas se existissem monstros na Terra, com certeza você se ofereceria! – Disse Sarah, parecendo muito estressada. – Garoto, quero ver se você tem coragem agora! Topa aprender mais sobre o nosso mundo, ou vai dar uma de filhinho da mamãe?

- Sarah, calma, o Ricoh vai entender. – Disse Temosnozes.

- Tah, então eu topo! – Disse Ricoh, com voz determinada.

- Fico feliz, Ricoh, muito feliz. – Disse Temosnozes, com os olhos brilhando. – Mas vocês ainda têm muito a aprender. E agora, precisamos ir, por que está na hora de vocês descobrirem seus poderes.

Os três saíram dali, passaram pelas pontes até chegar ao pedaço de terra, onde se encontravam os outros Astranos, Temosnozes assumiu sua forma original, e flutuou alto, para que todos a observassem. Então, ela começou a falar, e Ricoh conhecia aquela voz. Talvez fosse um de seus poderes, por que com aquela voz, ela conseguiria que qualquer monstro fizesse o que ela mandasse. Todos olharam, atentos, parecendo querer flutuar ao seu encontro.