O orvalho da manhã escorria pelas folhas das florestas da montanha que cercava o refúgio de Saori.

Alice já estava de pé. Esquentando água e preparando um chá com o bolo já pronto que cheirava bem demais em uma mesa posta.

— Bom dia.

— Bom dia, Shun. — disse Alice. — Como quer seu chá? — perguntou ela, docemente.

— De qualquer jeito está ótimo. — respondeu ele, sentando-se à mesa.

Imediatamente, cruzou os pensamentos de Alice que Shun viveu o pior que poderia viver em seus duros anos de treinamento; de qualquer jeito o chá realmente estaria ótimo. Sentiu-se mal em seu íntimo, mas escondeu-se no preparo da infusão.

Era o dia seguinte à partida de Seiya para a Rússia, bem como de Shiryu à China. Shun preocupava-se com seus amigos e não conseguia deixar de pensar também em sua irmã, que morrera tão próximo dali.

— Tenho certeza que o Seiya vai ficar bem. — disse Alice, sentando-se à mesa com ele.

Uma jovem garota confortando uma criança mais nova. Era o que era a cena naquela cozinha aconchegante. O rosto de menino calmo, mas de olhos cansados; a garota mais severa e atenta.

— Eu sei. Ele sempre dá um jeito de ficar. — comentou Shun.

Alice não comentou de volta e seu olhar perdeu-se no lago além da sacada.

— Você sempre esteve ao lado da Armadura de Ouro, não é mesmo, Alice? — perguntou Shun.

Ela olhou para ele, os olhos decididos dela encontraram o cansaço de um garoto tentando compreender a dureza à sua volta.

— Sim. — limitou-se ela a dizer, desviando novamente o olhar.

— E ao lado de Saori. — comentou ele olhando para ela. Sua reação veio rápida e ela olhou para ele como se flagrada de um crime.

— Nós nos conhecemos desde muito pequenas. — disse Alice tomando um gole de seu chá.

Shun pareceu confuso.

— Eu não me lembro de você.

— Eu cheguei um pouco antes que a turma de vocês. — disse Alice.

— Como ela não teve treinamento, eu imagino que você queira estar por perto para protegê-la.

Alice não respondeu e apenas assentiu com a cabeça.

— A Shiryu disse que ela lutou bem nas Cavernas.

— Ela acha que pode fazer tudo.

Shun sorriu do comentário sincero que Alice parecia ter deixado escapar.

— Eu lembro muito pouco dela quando era criança. — comentou Shun.

— É porque vocês todos me odiavam. — disse Saori, aparecendo de pijama na soleira do corredor.

Alice levantou-se e pegou uma caneca para a amiga.

— Eu ouvi você falando que eu acho que sei tudo, viu. — comentou ela.

— E você acha mesmo. — disse Alice e Saori pegou a caneca da mão dela.

— Colocar um chá eu sei.

— Nem sempre. — comentou Alice.

— Ai, você sempre lembra daquela vez. Foi só uma vez, Mii.

Shun viu como Alice escondeu o riso na caneca, fingindo beber.

— Não lembro de te odiar. — disse Shun, mentindo para Saori.

— Mas eu lembro. — disse ela, sentando-se com eles.

— A gente era muito pequeno… — justificou Shun.

— Não, não há mal. Eu também não era fácil.

— Jabu que o diga. — comentou Alice e Shun deu risada, pois lembrava-se do infame episódio que Saori obrigou o menino a ser o cavalinho dela.

— Mii! — repreendeu Saori para a amiga. — Odeio lembrar disso.

— Éramos crianças. — disse Shun, amenizando.

— Ainda são crianças. — disse Saori mais séria. — E tiveram de passar por anos terríveis.

— Não foi culpa sua. — disse Shun.

E ficaram desconfortavelmente em silêncio terminando o café daquela manhã.

—/-

O amanhecer do segundo dia começou com uma ligação de emergência que Saori atendeu ainda quando o céu estava escuro, prestes a raiar o dia. Alice estava já ao seu lado.

Ao desligar o telefonema breve, ela ligou uma televisão grande e antiga que havia na casa; zapeou rápido entre os canais e sentou-se no sofá ao ver o noticiário. Shun levantou-se com o som. A imagem mostrava a Mansão que Saori morava em chamas. Incendiada. Os bombeiros tentando conter e apagar o fogo com suas mangueiras. O edifício estava condenado e, nas imagens, Saori viu como a construção desmontava-se em chamas. O fogo era violento.

Alice colocou a mão no ombro da amiga que assistia, atônita.

— Eu sabia que seria o próximo alvo. — comentou ela, de olhos vidrados.

— Estão todos bem? — perguntou Alice.

— Sim. Não havia ninguém na Mansão. — comentou Saori.

O noticiário dava que, mais uma vez, o incêndio criminoso havia sido cometido por fãs revoltosos com o encerramento da Guerra Galática; Saori, embora jovem, sabia que aquela narrativa do jornal era uma estratégia da própria emissora de notícias para responsabilizar sua Fundação. Saori sorriu imediatamente ao pensar nisso, pois lembrou-se da real importância daqueles eventos todos que lhe aconteciam, enquanto ainda cruzavam sua mente preocupações burocráticas e da relação de sua Fundação com veículos de mídia. Algo tão mundano. Ela tão jovem.

E também lembrou-se de que aquilo não era obra de fãs revoltosos. Mas apenas outra mensagem. Que Saori já havia previsto acontecer.

— Estamos seguros, por enquanto. — disse ela. — Mas existe uma chance dessa organização ter a informação de que os Cavaleiros não estão aqui.

— Acha que podem atacar por estarmos vulneráveis? — perguntou Shun.

— Se formos atacados, então podemos ter certeza de que não importa muito o que a gente faça. Assim como nós temos ouvidos e olhos para acompanhar tudo que há de estranho na cidade, provavelmente essa organização também tem. — disse Saori. — Mas eles sabem quem somos. Nós ainda não sabemos de quem se trata.

— Eu ficarei de sentinela durante a noite.

— Podemos revezar. — disse Shun para Alice.

Olharam-se preocupados, mas resolutos.

—/-

Dois dias de paz passaram-se nas montanhas, mas o clima dentro da cabana era de tensão. A linha segura que mantinham deixou Saori saber que as comitivas da China e da Rússia já retornavam. O que aliviou o coração de todos eles.

Shun passou a usar sua própria Armadura em sentinela para que a Corrente o ajudasse a detectar qualquer coisa, mas no seu turno nada surgiu.

Foi pela tarde do quarto dia, em que Alice amanhecia na guarda, que ela notou algo estranho na floresta. Primeiro veio um cheiro breve de cinzas e queimado, que logo ela percebeu adiante ser de uma árvore que em chamas. E então duas. Três. E o fogo começou a se alastrar.

— Shun! — gritou Alice, vestindo sua Armadura e adiantando-se na frente da casa.

Saori veio correndo na sacada e ao longe viu que o fogo consumia as árvores.

— Você nem pense nisso! — reclamou Alice ao ver que Saori tinha uma proteção de aço no braço.

Mas ela pulou ao lado de Alice, acionou o braço mecatrônico e seu corpo foi coberto por partes metálicas de sua Proteção de Aço.

— Não podemos deixar o fogo chegar até aqui. Esse é o pior lugar se quisermos evitar um incêndio, estamos inteiramente cercados por árvores.

— Alice! — Shun saltou a varanda com sua Armadura posta, sua Corrente tensa.

Os três estavam diante do casebre.

— Shun, eu cuido do fogo. — disse Alice. — Encontre quem está por trás disso.

— Deixe comigo.

— Eu guardarei a Armadura de Ouro. — disse Saori.

Alice saltou em velocidade imensa, caminhou alguns metros pela superfície do lago e então mergulhou de maneira fabulosa em suas águas cristalinas, apenas para saltar feito um golfinho alturas imensuráveis, trazendo atrás de si uma onda impossível de água doce para banhar as árvores que queimavam, apagando o fogo intermitente.

— Vá, Corrente! — ordenou Shun.

A Corrente Triangular disparou pela Floresta, quebrando alguns troncos, e logo parou no punho de um culpado. Longe dali. A Corrente Circular no seu braço direito tornou-se tensa imediatamente e Shun pôde ver ao longe uma torrente de fogo avançar violentamente, usando a Corrente Triangular como fio condutor. Ele seria incendiado, não fosse seu cosmo eólico poderoso soprar o fogo na direção contrária, enquanto recolhia sua Corrente.

O inimigo finalmente revelou-se por entre as árvores próximas. Tinha uma Armadura reluzente e escarlate.

— Entregue-nos a Armadura de Ouro e renda-se. — disse sua voz de trovão.

— Quem é você?

— Eu sou o Cavaleiro de Prata de Fornalha, Babel.

— Um Cavaleiro de Prata? — surpreendeu-se Shun.

Ao fundo, as ondas de Alice banhavam a floresta.

— É inútil. Esse não é um fogo qualquer. Ela pode passar o dia inteiro que não apagará as chamas que meu cosmo cria.

Shun sabia que seus ventos não poderiam ser usados ali ou apenas pioraria a devastação. Sabia que teria que vencer aquele Cavaleiro de Prata usando suas correntes e seu cosmo. E não havia muito tempo para tentar convencê-lo de desistir de uma batalha inútil, quando na verdade se havia alguém ali em dúvida sobre a situação era ele e não o Cavaleiro de Prata.

Babel marchou até Shun, decidido e imponente; era um homem forte e cada passo seu na grama deixava um rastro de fogo.

A floresta já tinha um cenário dantesco em que o fogo subindo pelas árvores misturava-se ao vapor das águas de Alice que continham o avanço o máximo que podiam, sem conseguir matar o incêndio.

— Responda-me, quem está atrás da Armadura de Ouro?

— Ora, que pergunta idiota. — respondeu o Cavaleiro de Prata.

Ele então parou à frente de Shun e ascendeu um cosmo enorme: uma aura púrpura brilhante e quente. O Cosmo de um Cavaleiro de Prata trajando sua Armadura era imenso e Shun assombrou-se com a pressão que sentia vinda daquela energia cósmica. Era uma sensação muito distante da que sentia no cosmo de seus amigos ou até mesmo nos dos Cavaleiros Negros. Ele percebeu que sua batalha parecia já perdida.

A aura púrpura ao redor de sua armadura escarlate explodiu em um fogo de cores impossíveis; chamas azuis, brancas, vermelhas e laranjas tremeluziam ao redor de seu corpo, e através das chamas Shun podia ver apenas duas esferas brilhantes, que eram seus olhos.

Aquele fogo impossível então avançou, furioso, na direção de Shun. Sua Corrente imediatamente o protegeu com sua redoma circular, impedindo que o fogo consumisse seu corpo; mas a força era tamanha que o calor tão próximo fez Shun arder os olhos e escoriar o rosto com a temperatura. O fogo dissipou-se e ele estava vivo. Mas a Corrente espalhou as chamas para as árvores ao seu redor.

— Ficará vivo graças a essa Corrente. Mas tudo à sua volta irá virar cinzas, garoto. Desista e renda-se. — falou Babel.

Era verdade. As chamas avançavam pelo vale e logo chegariam no refúgio que tinha o infortúnio de ser uma belíssima casa feita de madeira. A despeito do imenso esforço que Alice operava na floresta contendo o fogo com sua água mágica, claramente eles perdiam aquela batalha.

Ao seu lado, Alice reapareceu, ofegante e absolutamente encharcada.

— O fogo desse Cavaleiro não é normal. — disse ela, buscando ar. — Eu vou acabar com ele de uma vez.

— Alice, você está muito cansada.

— Shun, se essa batalha não terminar agora, então ela termina com a nossa derrota. — seu olhar era preocupado.

— Alice, ataque com suas águas. Eu o prenderei com minhas Correntes.

Ela assentiu.

Alice mergulhou novamente no lago agitado e dele saiu ameaçadoramente na direção de Babel, que mal se mexeu com sua ameaça. A voz estridente de Alice soou pela floresta:

— Turbilhão Celestial!

A água que trazia do lago revolto envolveu Babel em um tornado de água violentíssimo.

— Onda Relâmpago! — gritou Shun.

Sua Corrente triangular partiu feito um raio violento e envolveu-se no corpo pregado ao chão de Babel, que recebia o Turbilhão Celestial de Alice. Acometido pelas águas violentas e potencializado pelos trovões da Corrente de Andrômeda, Babel surgiu do tornado envolto pelas correntes e caiu no gramado.

— Mii! — gritou Saori ao fundo.

Alice olhou para a amiga e a viu lutando com o que parecia ser um senhor de mais idade, apoiado em um cajado. Saori era mais apta do que o velho, mas aquele cajado parecia conter qualquer feitiço cósmico que impedia os movimentos de Saori. Alice desatou a correr na direção da amiga, quando Shun sentiu o cosmo flamejante de Babel reascender atrás dele.

Era o pior dos cenários.

Alice voou no senhor, impedindo-o de invadir a casa e quebrando o encanto sobre Saori. Colocou-se à frente de sua amiga, mas viu novamente Shun em apuros.

— Ajude o Shun. Eu sei me cuidar. — disse Saori.

Alice estava dividida.

E, na confusão, Shun não percebeu uma terrível armadilha.

O fogo que antes ardia nos punhos de Babel agora estava ao redor dele. Cercado por um círculo de fogo. Shun ainda teve tempo de encontrar os olhos do Cavaleiro de Prata sorrindo para ele. E ao estalar os dedos, Shun viu que o círculo de fogo cresceu em altura, ultrapassando seu elmo de modo que ele não conseguia mais enxergar o lado de fora.

Ouviu as vozes de Saori e Alice chamando por ele, enquanto as chamas ao redor comiam lentamente o círculo até chegar em seus pés. As correntes espalharam-se ao seu redor tentando protegê-lo, mas ele sabia que elas não seriam capazes de conter o fogo. Estava encurralado.

— Entregue a Armadura de Ouro se quiser que o garoto viva. — disse o senhor, levantando e apoiando-se no cajado.

Saori viu como as chamas lentamente se fechavam na silhueta que queimava dentro da pira de fogo.

— Shun!

— Ah, Shun… — lamentou Alice.

— A Armadura de Ouro! Pela vida do garoto. — repetiu o senhor.

Saori olhou para aquele velho, a cabeça calva, manchada pelo tempo, os olhos rasgados por uma cicatriz e uma roupa cerimonial antiga. Havia uma dúvida breve em seu coração, mas que logo se dissipou e ela decidiu entrar para dentro de casa.

— Saori! — alertou Alice.

— A vida de Shun é mais importante. — disse Saori, entrando para dentro de casa.

— Muito bem. — disse o velho.

— Quem são vocês?

— Não interessa. — tornou ele a dizer.

O fogo estava ainda mais intenso e a pira de fogo subiu aos céus de maneira impossível, iluminando com força o rosto do velho.

— Você disse que ia poupá-lo! — gritou Alice ao ver o fogo consumir Shun.

— Ele ainda vive! Vamos… a Armadura! Ah… Sim.

Saori reapareceu com a Urna nas costas.

— Liberte ele! — pediu ela.

— Já chega, Babel! — alertou o velho.

Mas o fogo estava fora de controle. Um fenômeno terrível se passava naquela floresta, pois a pira de fogos impossíveis estava mais alta que a copa das árvores. O fogo circulava em seu eixo como um tornado lento e sugava as chamas que comiam as árvores, de modo que todo o fogo do vale uniu-se àquela grande pira de fogo central.

E quando a floresta inteira se apagou para ter apenas aquela fonte incendiária, o ciclone de fogo intensificou e dele desprendeu-se um magnânimo pássaro de fogo que cruzou os céus em um grito lancinante antes de cair em um vôo rasante para explodir a pira de Babel.

— Não é possível. — comentou Saori.

No centro de piso calcinado pelas chamas havia uma mulher fabulosa com Shun em seus braços.

As tranças presas em um coque, a Armadura reluzente em tons prata e laranja; penas quentes de fogo caindo de suas costas feito uma capa. O braço direito inteiro enfaixado com bandagens. O olhar severo e terrível direto nos olhos de Babel.

— Quem é você? — perguntou o Cavaleiro de Prata, confuso em como poderia haver alguém capaz de dissipar seu fogo daquela maneira.

— Sou a Ave Fênix. — respondeu ela.

Era a Ave Fênix.

— Ikki… — surpreendeu-se Saori.

O velho, esperto, tentou arrancar a Armadura de Saori, mas foi contido por Alice, que o acertou novamente.

— Fênix! — bradou o velho e ordenou. — Pegue a Armadura de Ouro.

Ikki sequer olhou para ele, estendeu seu dedo na direção do velho e um pequeno feixe de luz atravessou a distância entre eles e alojou-se em sua mente. O velho imediatamente caiu no chão, alucinando.

Fênix viu que Babel olhou para o que parecia ser seu mestre alucinando no chão e seus olhos tornaram-se violentos para Ikki.

— Vai me pagar!

Seu punho flamejante voou na direção de Ikki como uma rajada de fogo violenta que a Fênix parou com apenas uma mão. A técnica flamejante de Babel ficou flutuando na mão direita de Ikki; ela então usou a outra mão para manipular aquelas chamas terríveis e devolver na forma de uma maravilhosa ave imortal que varreu o Cavaleiro de Prata para os céus. Seu corpo espatifou-se contra uma árvore, derrubando seu tronco.

Ele estava vencido. Apenas com um golpe. O seu próprio golpe.

Fênix caminhou até o corpo catatônico do velho que ainda se debatia próximo ao refúgio e o arrastou até onde estava o corpo de Babel. Pisou no cajado quebrando o artefato e falou:

— Fujam daqui e não apareçam nunca mais. — disse ela para Babel, que ainda estava vivo, mas claramente incapaz de lutar.

Babel a muito custo levantou-se, ergueu seu mestre nos ombros e cambalearam os dois para longe dali. Não sem antes deixar uma ameaça:

— Não pense que venceram. Não pense que acabou!

Fênix nada respondeu, pois sabia muito bem daquilo.

Voltou ao cuidado de Shun, que recebia atendimento já de Alice e de Saori por conta de algumas queimaduras. Elas abriram caminho ao ver que Fênix voltava para ficar com seu irmão. Ela ajoelhou-se na frente dele.

— Shun, você está bem?

— Ir… irmã.

Talvez sonhasse, mas Shun podia jurar que havia um sorriso naquele rosto duríssimo de Ikki.

E seus olhos imediatamente encheram-se de lágrimas de saudades. Shun abraçou a irmã que nada pôde fazer contra aquele ataque do coração. Seu olhar severo caiu em Saori e Saori não viu mais o ódio que queimava dentro dela.

E atrás de Saori, Ikki viu outras três crianças se aproximando.

— Ikki.

Era o sorriso de Seiya, Shiryu e Xiaoling.

A Fênix Ikki olhou novamente para seu irmão, que chorava em seus braços, e limpou suas lágrimas. Ela tirou do pescoço um pingente.

Um pingente de estrela que tinha escrito o que Ikki sentia por seu irmão. E devolveu a ele.

“Para Sempre”