Pov's Seeylfe IV

Observei meus avós se entreolharem.

—Muito bem...-vovó suspirou-Como Astrid te contou algumas partes,vamos apenas completar.

Franzi a testa confusa.

—E como sabe quais são?-indaguei.

—Vi suas memórias.Temos uma conexão lembra?-alertou dando um sorriso-Enfim...vou começar falando quando eu e Soluço fomos falar com Grimmel.

—REPLAY SEEYLFE III ON-

Quando eu e Soluço achamos o navio principal da enorme forta,pousamos com nossos dragões no convés.

Não retirei minha máscara e meu irmão apenas ergueu o capacete.

Foi então que um homem de meia idade,cabelos totalmente brancos,alto e magro,se aproximou.

—Os famosos irmãos Strondus,treinadores de dragões-comentou-Me chamo Grimmel.

—É,nossos filhos falaram-avisei-O que você quer?

Ele fez uma expressão sombria.

—Acabar com vocês e com tudo o que construíram-revelou.

Arregalei os olhos em choque e Soluço teve a mesma reação.

—Mas porque?O que lhe fizemos?-perguntou meu irmão incrédulo.

—Dragões são demônios!São criaturas que atacam e matam por instinto!É a natureza deles!-alertou Grimmel indignado-Mas vocês com esse papo ridículo de "dragões são amigos" fizeram lavagem cerebral em muitos vikings.E vou acabar com isso.

Franzi a testa.

—Os dragões devem ter feito algo muito ruim para você pensar dessa maneira,mas tudo depende do ponto de vista-alarmei-Nós podemos mudar isso.

—Lamento querida Sra.Hofferson,mas eu não estou nem um pouco interessado em sua tentativa de me converter-rebateu-Eu vou matar cada dragão até não restar nenhum,inclusive os seus Fúrias da Noite.E se tentarem impedir,levo toda a sua família junto!

Banguela e Flora rosnaram irritados.

Soluço suspirou.

—Olha,nós não queremos guerra,por favor-suplicou.

Grimmel rolou os olhos,pegando uma besta e apontando para o irmão.

Num movimento bem rápido,quando ele disparou,criei gelo na frente de Soluço,o protegendo.

Atirei gelo na besta de Grimmel,fazendo-a cair de sua mão e Flora disparou perto dos seus pés,o que fez ele cair sentado no chão.

Desci do meu dragão e peguei minha espada,me aproximando de Grimmel.

—Acha que pode vir na nossa ilha,ameaçar a nossa família e nossos dragões?-questionei séria-Isso aqui é Berk!Já defendemos nosso estilo de vida,de gente muito pior do que você!

Ele riu,se pondo de pé.

—Os boatos da teimosia de sua família são verdadeiros,mas...infelizmente está enganada,filha de Stoico-avisou sério e sombrio-Você nunca viu ninguém como eu.

Ele estalou os dedos.

—FOGO!

As catapultas que estavam nos navios começaram a disparar bolas de fogo em direção à Berk.

—Que a guerra comece clã Strondus!-provocou Grimmel.

Rosnei irritada e voltei até Flora,subindo e decolando ao mesmo tempo que Soluço e Banguela.

(...)

(Passamos dias guerreando contra Grimmel e sua frota.Vimos ele matar vários vikings da nossa ilha,destruir navios e matar muitos dragões,inclusive muitos Fúrias da Noite).

Ouvi Flora grunhir de dor e então,fraquejar,começando a cair.

—FLORA!!!!-gritei.

Eu e ela caímos com tudo no navio,com ela sobre mim.Gemi de dor com o impacto.

Ativei os olhos de dragão e levantei Flora um pouco,o suficiente para eu poder sair.

Soltei um som de espanto quando senti algo penetrar em meu pescoço.Raiz de dragão.

Meu corpo pendeu meio fraco,mas me agarraram pelos braços e então colocaram uma focinheira no meu rosto.

Me arrastaram para longe do meu dragão e me colocaram ao lado de Soluço,que também tinha uma focinheira no rosto.Ambos éramos segurados pelos braços.

Foi então que avistei Banguela perto de Flora.Ambos estavam fracos demais para se mexer por conta da raiz de dragão.

Grimmel surgiu e pegou um machado enorme com as duas mãos,sorrindo.

—Então Strondus?-indagou-Se rendem?

Grunhi irritada,tentando me soltar,mas era inútil.

Ele suspirou.

—Foi o que eu pensei-comentou.

—"Seeylfe!Soluço!—chamou Banguela nos fazendo encará-lo-Há dois filhotes protegidos por nossas ordens!Eles são nossos sucessores!Até eles crescerem e estarem prontos,vocês são os governantes dos dragões!"

Arregalei os olhos em choque.

—O que!?!-exclamei incrédula.

—"Amamos vocês"-afirmou Flora dando um sorriso desdentado.

Arregalei os olhos em pânico quando Grimmel colocou o machado em cima do pescoço do meu dragão.

—NÃO!NÃO!NÃO!-berrei me debatendo-GRIMMEL,NÃO FAÇA ISSO!NÃO!

Ele ergueu o machado pra cima e então,abaixou com tudo.

—NÃOOOO!-me desesperei começando a chorar-EU VOU TE MATAR!!!FLORAAAA!

—BANGUELA!-gritou meu irmão se debatendo em angústia-NÃO!

Grimmel se moveu e fez a mesma coisa com Banguela.

Soltei um grito e fechei os olhos,sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

—NÃO!BANGUELA!NÃO!-gritou Soluço aos prantos-NÃO,POR FAVOR!NÃOOOOO!

Abri meus olhos vendo Grimmel encher uma tigela com o sangue de Flora enquanto um soldado seu fazia o mesmo com Banguela.

—As focinheiras-ordenou.

Os homens que nos seguravam tiraram os objetos de nossos rostos e os seguraram com força.

Arregalei os olhos quando vi Grimmel se aproximar de mim.

—Não!Não!-neguei tentando me soltar,mas era inútil.

Grimmel segurou meu maxilar e me forçou a beber o sangue até a última gota.Seu soldado fez o mesmo com Soluço.

—Seus ancestrais beberam sangue de dragões no passado-alertou divertido-Estamos apenas repetindo tradições.

Eles nos soltaram,enquanto respirávamos ofegantes.

—Mande-os de volta.Como um recado de última chance para se renderem-ouvi Grimmel dizer aos seus homens.

(O que ele fez com Banguela e Flora,disse que faria o mesmo com os outros dragões,caso a gente não se rendesse).

(...)

Soluço saiu do barco e subiu no cas,estendendo a mão pra mim e me ajudando a subir também.

Foi então que nossa família se aproximou.

—O que aconteceu?-perguntou Stoico aflito-Cadê o Banguela e a Flora?

Eu abaixei o olhar atordoada e abracei meu corpo,sem saber o que dizer.

Soluço começou a chorar inconsolável e caiu de joelhos no chão.

—Soluço!-Astrid se assustou e se agachou na frente dele.

Ouvi alguém se aproximar de mim.

—Seeylfe...meu amor-chamou Dag pondo as mãos em meus braços,o que me fez encará-lo-O que houve?

Meu lábio inferior tremeu e meus olhos se encheram de lágrimas.

—O Grimmel matou eles...Matou eles,Dag...na nossa frente...-respondi chorosa-E nos fez beber o sangue deles...A gente não pôde fazer nada...

Ele arregalou os olhos em choque.

—Seeylfe...-sussurrou.

Fechei os olhos,voltando a chorar.

Meu marido não disse mais nada,apenas se aproximou e me abraçou com força.

(...)

Os dragões foram abrindo caminho para mim e Soluço,fazendo reverências.

Foi então que avistamos um pequeno filhote de Fúria da Noite e um outro filhote bem parecido,mas de escama branca.

—Que curioso...-confessou meu irmão-Ela não é uma Fúria da Noite.

—Tá mais pra...-comentei.

—Fúria do Dia/da Luz-dissemos ao mesmo tempo.

Fiz uma careta.

—Fúria da Luz é bem melhor-afirmei.

(...)

(Quando a decisão de levar os dragões para o mundo escondido foi tomada,dos meus filhos,eu pude que me despedir apenas de Camélia,já que ela havia apagado a memória de Stoico e Jade.Também me despedi de Astrid e é claro,de Dag).

Suspirei,segurando a mão dele.

—Desculpe-pedi.

Ele franziu a testa.

—Pelo o que?-perguntou.

Dei um sorriso triste.

—Eu não vou poder envelhecer ao seu lado-respondi.

Ele sorriu.

—Meu amor,quando ficássemos velhos,um de nós iria primeiro de qualquer maneira-alertou-Bom...agora um de nós vai primeiro de um jeito que nunca imaginamos,mas...enfim.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

—Ei,ei,ei...-sussurrou segurando meu rosto com as mãos-Eu era novo demais para compreender na época,mas assim que pus os olhos em você,sabia que mudaria minha vida pra sempre.Nossa vida juntos teve muitos altos e baixos,mas saiba...que eu viveria tudo de novo com você.

Engoli o seco.

—Eu te amo e sempre vou te amar,Dag Hofferson-garanti.

Seus olhos se encheram de lágrimas,mas ele segurou.

—Eu te amo e também sempre vou te amar,Seeylfe Strondus-retribuiu.

Eu e ele nos beijamos.

Durante um tempo depois,nos afastamos e então nos abraçamos com força.

—Seeylfe,tá na hora-ouvi Soluço dizer.

Eu e Dag nos afastamos e vi que meu marido não havia mais segurado as lágrimas.

Nós demos as mãos e então,fomos soltando-as lentamente.

Caminhei até à Camélia,que carregava o filhote fêmea de Fúria da Luz nos braços.

Peguei o filhote de suas mãos e a encarei,vendo seu rosto cheio de lágrimas.

Ela deixou escapar um soluço.

—E-Eu nunca vou te esquecer mamãe-afirmou com a voz trêmula.

Dei um sorriso e me aproximei,lhe dando um beijo na testa.

Me afastei dela e caminhei até o Furioso,onde Soluço já estava em cima,carregando o filhote de Fúria da Noite.

—REPLAY SEEYLFE III OFF-

—Vocês fugiram-eu disse tristonha.

—Era isso ou todos morreriam-alarmou vovô sério-Viemos para o mundo escondido para envelhecer e morrer,mas...como pode ver...

—Grimmel tinha que pensar que estávamos mortos-acrescentou vovó.

—E foi exatamente o que ele disse para todos.Mas não foi só isso!-me indignei me levantando-Ele mandou queimar tudo em relação à vocês!Ele escravizou não só o nosso povo,mas pessoas de vários reinos!Ele dominou tudo e se colocou no poder!É proibido até falar sobre vocês e se fala,ele castiga!

—E como ele sabe quando fala?-questionou confusa.

—Eu não sei!-respondi aflita-Eu não lembrava de nada de vocês,nem dos seus rostos,porque Tia Camélia havia apagado minha memória!Mas quando achei a Azula...me contaram tudo e devolveram minhas memórias!

Respirei fundo.

—Vocês precisam voltar-declarei-Precisam deter Grimmel.

Vovô suspirou.

—Querida,o motivo de termos vindo para cá com os dragões foi porque não fomos páreos para o Grimmel-relatou-É inútil.

—Se voltarmos,vamos assinar a sentença de morte da nossa família,de Berk e de todos os dragões-alegou vovó séria-Lamento Seeylfe,mas não podemos fazer nada.

Eles se levantaram e então,começaram a se afastar,o que me fez meu sangue ferver de raiva.

—Vocês dois são uns covardes e fracos!-acusei revoltada fazendo-os parar e se virarem para me encarar-Principalmente você!-apontei para a minha avó-Não conseguiu governar nem Berk sozinha!

Ela ativou os olhos de dragão e surgiu na minha frente,agarrando meu maxilar com força e me fazendo arregalar os olhos.

—Escolhi a opção de liderar a ilha com Soluço não por medo de não dar conta-riu fria e em seguida,fechou a cara-Mas porque era o melhor pra Berk.Eu não cresci com meu pai,caso não saiba.Meu irmão recebeu mais preparo do que eu depois que fui sequestrada e passei longe da minha família por 15 anos!15 anos!Eu tomei a decisão de dividir a liderança não por covardia,mas porque era o melhor para Berk!É isso o que um líder verdadeiro faz!Ele pensa no povo em vez de si mesmo!

Ela aproximou seu rosto do meu,me fazendo engolir o seco.

—Você não aguentaria nem uma semana como líder sem que todo mundo te bajulasse garota mimada!-sussurrou.

Ela me soltou e se afastou,enquanto meu avô me encarava firmemente.

—Eu esperava mais de você-confessou antes de afastar também.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

—Espera-pedi trêmula fazendo-o parar-Porque...porque ela é tão má?

Ele me encarou.

—Minha irmã não é má-garantiu-Ela é forte.

Engoli o seco.

—A vovó Astrid merece saber que está vivo-alarmei-Ela sofre até hoje com a sua morte.

Ele abaixou o olhar.

—Vou falar com sua avó-disse já se afastando.

Pov's Soluço

Passei por entre as pedras e avistei minha irmã sentada no chão,observando o lago.

Me aproximei e me sentei ao seu lado.

—Acha que sou covarde porque não quis governar sozinha?-murmurou tristonha.

Levantei as sobrancelhas.

—Você teria sido uma ótima líder,com ou sem mim,Seeylfe-garanti-Você é completamente extraordinária.

Ela sorriu boba e me encarou,segurando minha mão.

—Obrigada caçulinha-agradeceu.

Soltei um suspiro.

—A Astrid ainda está lá...em Berk-comentei-Eu sinto tanta falta dela.

Pov's Seeylfe

—Ah,meu casal...-sorri-E o Dag?

Ele engoliu o seco.

—Ela...não falou nada sobre o Dag-relatou.

Me pus de pé e fui até minha neta.

—O Dag...ele...como tá?-perguntei receosa.

Ela empalideceu.

—Vovó...

Prendi a respiração e meus olhos se encheram de lágrimas.

—Ele tá morto...não é?-perguntei com a voz trêmula.

Os olhos dela marejaram.

—Faz cinco anos-cochichou.

Arfei,deixando as lágrimas descerem pelo meu rosto.

—Era pra eu ir primeiro!Era pra eu ir primeiro!-disse aos prantos.

Caí de joelhos no chão,pondo as mãos no peito e continuando a chorar.

Senti os braços de Soluço ao meu redor e me encolhi no seu gesto carinho,fechando os olhos e chorando mais ainda.