Orvalho

Capítulo Único


Há inimagináveis séculos atrás, na época em que ainda habitavam na terra criaturas que na contemporaneidade nos são apresentadas somente como contos mitológicos, ocorreu este pequeno e banal capítulo.

Um doce jovem nativo das terras élfiticas, Makoto, que em sua vida apenas almejava ser abençoado por eterna paz e liberdade, por má sorte - ou karma - acabou por ser destinado a trazer ao seu povo a cabeça do mais novo herdeiro do trono das profundezas marítimas.

Essas duas raças, sereias e ninfos, nutriam brusca rivalidade, apesar de ter-lhes sido imposto que apartariam um único reino. Portanto, hora ou outra, era previsível que, sob o término determinado período de tempo, suas duas figuras de máxima importância disputassem entre si. Pois assim determinariam uma nova era de liderança de tal reino.

Como o pacto relatava, ao por-do-sol que anuncia o início exato do ano-novo astrológico, passadas 50 primaveras do guerrear anterior, ambos os povos por-se-ão à luta. No ápice da luxúria, seres de gaia invadiriam o mar, seres de poseidon invadiriam o tereno.

Os nobres que seriam responsáveis por firmar a nova era, porém, permaneciam impassíveis sobre o tratado. Há muito encontravam-se às escondidas; na beirada de um límpido lago, em noitadas estreladas nas quais, - acredita-se que por conta de tal encontro - , formava-se o orvalho.

Naturalmente, o tão esperado dia não tardou a chegar. Por lá encontravam-se os exércitos, frente-a-frente, no ténue que subdividia seus mundos.

A raça élfica, responsável pela vitória da guerra posterior, iniciaria os conflitos com auxílio de seu principal representante.

Com munição em mãos, Makoto então observou Haruka; tão independente, vívido, belo como jamais fora. O olhar encontrava-se ao seu, clamando por somente um momento de autonomia em meio a toda uma vida anarquista.

Passavam-se minutos e o vago ainda preenchia o local. Os telespectadores o miravam radiando pundonor, assim o instigando ao objetivo. Por fim, o arco afrouxou, e então a flecha encantada atravessou o infinito ciano, iniciando a guerrilha.

Tirania, bárbaros. Homens e mulheres de todas as peculiaridades, que caiam ao chão, finados.

O vívido gramado onde formava-se orvalho em doces noitadas, tintado em mais vívido carmim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.