Elizabeth o olhou buscando verdade em suas palavras e rapidamente começou a se perguntar porque se importava? Afinal de contar aquele senhor em sua frente era quase um estranho que por vezes se portou de forma estranha e nada amigável com ela nos poucos dias em que esteve em sua casa.

— porque? Perguntou o olhando com a testa franzida.

Elizabeth se sentia incomodada consigo mesma por ainda busca um porque de Mr. Darcy se dizer apaixonado por ela.

— o...que? perguntou confuso, afinal, esperava uma resposta e não uma pergunta a sua revelação.

— porque? Repetiu sem desviar o olhar. – não sou ninguém! Completou sua linha de pensamento. – esta querendo brincar comigo? Perguntou o analisando com cuidado.

— Jamais brincaria dessa forma com uma dama, sou um cavalheiro! Disse sem desviar o olhar. – a gente apenas não escolhe quem vai ... fez uma pausa buscando a palavras para o que sentia por miss Elizabeth. – gostar! Disse analisando o som daquela palavra em seus lábios. Não pareceu satisfeito, mas antes que pudesse corrigir Elizabeth voltou a falar.

— Eu aprecio o sentimento que diz ter por mim, senhor, mas não posso correspondê-lo! Disse rapidamente tentando evitar seu olhar quando percebeu a decepção que suas palavras causaram no cavalheiro. – amanhã voltarei para casa e isso logo não passara de uma loucura momentânea, tenho certeza disso! Completou tentando amenizar o peso de suas palavras.

— O que sugere? Darcy perguntou a olhando com seriedade, tentando não demostrar o quanto a rejeição de miss Elizabeth o afetou.

— e-eu n-não sei! Gaguejou de forma nervosa.

— Não sou dado a fingimentos, miss Elizabeth! Disse em tom seco. – não vou fingir que essa conversa nunca aconteceu! Completou sem desviar o olhar.

Elizabeth nada disse e quebrou o contato visual olhando para o chão de forma a evitar o olhar cheio de decepção naqueles olhos azuis que parecia querer ler sua alma sempre que a olhavam daquela forma.

Darcy era orgulhoso e diante de Elizabeth estava deixando de lado todo seu orgulho tentando fazê-la ver que talvez, se ela der uma chance a eles, ela poderia amá-lo no futuro.

— porque me rejeita? Perguntou sem conseguir desisti do amor que sentia por aquela moça que mal conhecia, mas que já fazia seu coração bater de forma acelerada sempre que a olhava.

— eu não estou o rejeitando! Rebateu Elizabeth alarmada.

— e o que esta fazendo, então? Perguntou a olhando de forma irônica.

Elizabeth se agitou novamente, tinham voltado ao inicio daquela discussão...

— veja bem senhor Darcy... eu não tenho fortuna e nem ligações,sou uma desbocada, o senhor é importante, rico... nunca daríamos certo porque não me adequaria ao seu mundo! Tentou se explicar e fazê-lo voltar a razão.

— nunca pedi que mude para se adequar ao meu mundo! Exclamou sem desviar o olhar. – Foi com esse jeito, essa língua afiada e mente vivaz que me fez gostar da senhorita! Completou sem desviar o olhar.

Ele à estava cercando de todos os lados e a espirituosa e esperta Elizabeth parecia não ter saída... mesmo diante da tenção da discussão não pode conter um pensamento irônico, quem diria que iria acabar encurralada quando era mestra em sair de tais constrangimentos... diante do silencio de miss Elizabeth, Darcy decidiu que talvez devesse ser um pouco como seu amigo Bingley e quebrar algumas regras afinal.

Darcy deu um passo em direção a miss Elizabeth. e ela o olhou de forma questionadora... e perdeu o fôlego quando o Cavalheiro a segurou pela cintura deixando uma pequena distância entre seus corpos. O fato de estar apenas com duas camadas de tecido cobrindo sua pele não impediu de sentir o calor das mãos do cavalheiro ultrapassar a barreira lhe causando um pequeno tremor.

— p-por favor, senhor! Pediu nervosa tentando de alguma forma se afastar, mas ele a tinha encurralada e Darcy não pode deixar de sorrir malicioso com o fato.

— porque não me deixa tentar? Perguntou com a voz grave. – não sou tão ruim quanto pareço! Completou.

Elizabeth sentiu como se seu coração fosse explodir dentro de seu peito... aquilo era altamente improprio e se alguém chegasse estaria arruinada qualquer resquício de reputação que ainda existia. Tentava se convencer que o motivo de todo aquele nervosismo era o medo de serem pegos por alguém, mas no fundo de sua mente sabia que o fato de esta próxima de um cavalheiro e de forma quase intima a deixava muito mais nevosa do que já imaginou que se sentiria quando esse momento chegasse.

Elizabeth parecia ter perdido a fala... diante do silencio da dama, Darcy se perdeu a olhando, sentindo a delicada forma de miss Elizabeth e assim perto o bastante para sentir seu perfume invadir-lhe os sentidos. Darcy não era mais dono de si...

— Senhor... eu exijo que me solte! Impôs Elizabeth o olhando com apreensão.

— A senhorita não parece em posição de me exigir nada, minha querida! Disse sorrindo de canto enquanto a olhava.

Elizabeth sentiu seu rosto queimar tamanha intimidade que o cavalheiro ousava lhe tratar, céus, como poderia sair daquela situação? Se perguntava.

“Hora de mudar a estrategia!” Pensava Elizabeth enquanto o olhava tentando descobrir uma forma que poderia escapar daquela situação.

— O senhor t-tem razão! Elizabeth Concordou e suas mãos que antes se mantinham firmes segurando seu braço que tentavam mantê-lo afastado relaxou e Darcy sentiu sua falsa entrega. e Sorriu divertido, talvez tivesse ganhado a primeira luta, mas sabia que estava sendo fácil demais... então Darcy a puxou para ainda mais perto colando seus corpos. Elizabeth era esperta, mas não na matéria sedução, pensou Darcy.

“Péssima ideia” pensou Elizabeth agora sim entrando em pânico.

Darcy se aproximou de seu ouvido enquanto se deleitava com o contato de seu corpo contra a forma macia da dama em seus braços e sentiu-a tremer diante de tal contato.

— Boa tentativa, Lizzie! Sussurrou em seu ouvido e sentiu o corpo de Elizabeth ficar tenso.

“Péssima hora para começar a chamá-la pelo apelido!” Pensou enquanto engolia em seco tentando se manter imóvel diante de sua provocação.

Darcy decidiu que diante da reação de miss Elizabeth talvez devesse ir um pouco mais devagar, afinal, não queria de forma alguma tê-la apenas aquele momento, a queria para sempre... pensava sonhando acordado.

— temos um impasse miss Elizabeth! Disse se afastando um pouco para olhá-la nos olhos.

Elizabeth não foi capaz de olhá-lo nos olhos e Darcy sorriu com o fato de a corajosa Elizabeth não esta o desafiando.

— eu peço que me solte, senhor! Insistiu o olhando muito rapidamente.

— não ate obter o resultado que desejo! Disse a olhando seriamente. – não sou homem de desistir do que quero, ! Completou sorrindo.

Elizabeth em um momento de fúria o empurrou obtendo pouco resultado de afastá-lo.

— por favor senhor... eu já dei minha resposta! Disse sentindo-se encurralada e decidiu que nunca mais permitiria se sentir assim novamente. Darcy permaneceu em silencio a admirando... seus olhos brilhavam em uma chama de irritação, medo... não sabia dizer ao certo.

— muito bem... disse Elizabeth finalmente o olhando nos olhos.

Darcy se surpreendeu por sua coragem ter retornado... realmente aquela mulher o fascinava. Em um movimento rápido que Darcy jamais poderia imaginar uma dama ser capaz de fazer Elizabeth lhe deu uma joelhada o acertando em cheio com o máximo de força que tinha.

"ela realmente esta muito brava comigo!" pensou.

— Nunca mais encoste suas mãos em mim! Cuspiu com raiva enquanto o empurrava para longe e corria em direção as enormes escadas buscando a maior distancia que poderia ter naquele momento daquele senhor.

Darcy permaneceu na biblioteca curvado, gemendo de dor enquanto tentava recuperar-se...

— Mr.Darcy... disse a governanta. – o senhor esta bem? Perguntou preocupada enquanto olhava o mestre de Pemberley ajoelhado no chão curvado. – ouvi um grito! Completou.

— sim... estou! Mentiu. – apenas bati a perna ali! Mentiu novamente agradecendo a baixa luz das velas para encobrir sua mentira.

— precisa de ajuda, senhor? Perguntou a governanta o olhando, parecia ser serio.

— Não, eu já vou me deitar, a senhora pode ir! Pediu enquanto tentava disfarçar a dor que o acometia.

Darcy foi deixado sozinho com sua dor... e mesmo ainda sem conseguir se levantar não pode conter o riso, riu como a muito não ria, riu ruidosamente...

— ah... Lizzie! Disse suspirando. – Lizzie! Repetiu seu apelido testando o som enquanto o riso ainda brincava em seus lábios.

Nunca imaginou passar por um situação dessas, ser rejeitado e agredido por uma dama, mas isso não ficaria assim, pensou divertido aquela moça não sabia o quão determinado o senhor de Pemberley poderia ser...