Ore Wa... Otoko Da!!!

Flores. Flores e Espinhos.


-AHH! Ficou perfeito, Haruhi-chan!

-Não foi nada... E... Sobre o “chan”...

-Aonde aprendeu isso?

-Bem...

Haruhi e Kazuki haviam se encontrado com Reina, a presidente do clube de Ikebana, a arte japonesa de fazer arranjos florais, porém, a desastrada presidente tropeçou, deixando seu arranjo cair e desfazer-se. O loiro de longos cabelos, Haruhi, pediu um tempo para Reina, para que assim, concertasse a situação, era certo que o menino sentia uma atração pela senpai, mas a mesma não parecia nem conseguir vê-lo como um garoto.

-Minha mãe... Essa é a profissão dela, eu acabei aprendendo um pouco. – Haruhi explica, um pouco encabulado. Ikebana não era uma habilidade masculina no final de contas. – Mas, senpai, você é a presidente do clube, você também sabe fazer coisas assim, certo?

-Senpai? – Reina não tirava seu sorrisinho ingênuo da face. – Não, não, eu sou do primeiro ano que nem vocês dois!

-Mas, você é presidente de um clube. – Kazuki pergunta à ela, confuso, e Haruhi acompanha, confuso também.

-Bem, sabem, hahaha... Quando eu cheguei procurando por um clube de Ikebana, as secretárias falaram que não tinha nenhum, então eu resolvi criar um eu mesma.

“A pessoa mais veloz ao criar um clube!!” Os dois pensaram, um pouco impressionados.

-Você deve ser do primeiro ano A, então...

-É isso mesmo, Kazu-kun. – Ela concorda. – E muito obrigada, Haruhi-chan, as flores ficaram lindas.

-Oy... – Um nervo destacava-se na testa de Haruhi que já tinha se cansado de discutir. – De qualquer jeito, se você é tão interessada em Ikebana a ponto de criar um clube, deve ser capaz de fazer melhor que eu.

-É... Hahahaha... Hahaha... Ha... – O seu riso doce e ingênuo transformou-se em uma risada que servia apenas para disfarçar algo, de maneira tão óbvia que os dois perceberam na hora.

-Você não sabe fazer isso, certo? – Kazuki observa como se não fosse pelo menos um pouco chocante. Reina congela “eles descobriram rápido!”.

-Senpai... Digo, Reina-chan... Porque está criando o clube se nem sabe fazer os arranjos?

-Bem... Sabem, durante as férias, toda quinta-feira à noite passava um programa na televisão sobre Ikebana e eu sempre assistia. As flores eram tão bonitas que eu fiquei com vontade de criar um clube!

“Oy, Oy, não é assim que as coisas funcionam!” Os dois pensaram juntos novamente.

-Ah, mas não se preocupem! Eu tenho esse livro que ensina tudo! – Ela volta ao seu entusiasmo cotidiano. – Hehe...

-Oh, esse livro... – Haruhi que estava ajoelhado às flores até o momento se levanta, encarando o livro de capa dura amarela que Reina carregava. – Veja isso. – Ele apontava para o nome da pessoa que o escreveu. – Kyoumoji Akane.

-Kyoum... – O tempo de reação de Reina era lento. – Kyoumoji! Igual à você!
-Sim, quem escreveu esse livro foi minha mãe.

-Haruhi-chan! Sua mãe é famosa!

-Eu não diria extamente famosa... – Ele fala para sí mesmo.

-Ha-ru-hi-chan! – “A encheção de saco começou...” Haruhi já se preparava pelo que Kazuki estava a falar. – Ikebana é uma coisa que combina totalmente com você!

-Oy! Cala a boca, pelo menos eu tenho alguma habilidade!

-Claro que tem, você quer ser uma boa esposa, afinal, não é? Hahaha...

-Ora seu...

-Ele está certo! – Reina se intrometia na discussão cotidiana. – Você é tão bonita, Haruhi-chan. Ikebana combina perfeitamente com você.

-Etto...

-Se eu pudesse ser tão feminina quanto você, teria qualquer namorado que eu quisesse!

O rosto de Haruhi tornava-se vermelho, mas não de raiva dessa vez. Por mais que odiasse ser confundido com uma garota, gostou de ser elogiado por Reina. Seu coração batia acelerado, por mais que, se fosse qualquer outra pessoa, ele iria estar destruindo tudo. O rosto de Kazuki também ficou vermelho, mas isso era por ter mais risadas do que bocas.

-E... Eu vou embora. – Haruhi virava seu rosto, tentando escondê-lo.

-Espera... Vocês tem que escrever seus nomes aqui! – Reina tentava segurá-los, mostrando a eles uma prancheta.

-Para que isso, Reina-chan?

-Para fazerem parte do clube.

-Nunca dissemos que iriamos.

“Kazuki seu idiota, não precisa ser tão direto.”. Haruhi queria dar mais um soco em Kazuki, mas ainda estava escondendo seu rosto rubro. Quase que totalmente por impulso ele pega a lista das mãos de Reina e assina, sem olhar para ninguém, entrega-a nas mãos de Kazuki e abandona a sala.

-Ei, Haruhi! – O garoto de boné e cabelos castanhos era abandonado, com uma prancheta nas mãos, por seu amigo.

-Kazuki-kun. – Reina falava em um tom mais calmo. – Se não quiser, não precisa fazer parte do clube, eu sei que Ikebana é uma coisa de garotas.

O garoto olha para Reina. Olha para a porta que foi aberta por Haruhi.

-Eu não posso deixar o Haruhi sozinho, droga. – Ele assina embaixo do nome de seu amigo, entrega a prancheta para sua nova presidente e abandona a sala, perseguindo o loiro. Reina é deixada sózinha na sala de seu clube.

-...Hihihi. Acho que o Kazuki gosta da Haruhi-chan!

-Oyyy! Haruhi!! – Em outra parte da escola, Kazu finalmente alcança o loirinho.

-O que você quer?

-Mas que droga foi essa?! – Aparentemente não havia ninguém no corredor, então eles estavam gritando à vontade. – Porque você deixou a Reina-chan daquele jeito e faz as coisas sem pensar.

-Isso não te interessa!

-Sim, isso me interessa sim!

-Você não sabe do que você ta falando!

-Eu acho que sei! – Kazuki coloca Haruhi contra a parede, segurando os braços dele para que não fugisse, como ele era mais alto, isso não era tão difícil. – Eu acho que... – Kazuki aproxima seu rosto do de Haruhi, prensado contra a parede.

-Você está perto demais...

-Eu acho que você gosta da Reina-chan – Ele conclui em um tom quase sedutor.

-Perto... Demais...!

-Você vai mudar de assunto? – Ele soltava uma das mãos do braço dele para segurá-lo pelo queixo, provocando-o.

-Meu ouça, seu... – Em meio às suas palavras e com os braços imobilizados, ele da uma cabeçada na cabeça de Kazu, fazendo o mesmo soltá-lo. - ...Pervertido.

Kazuki levava a mão à testa.

-Caramba, sua cabeça é dura mesma...Ai!

-Do que adianta... Eu gostar de uma garota, se ela nem me enxerga como um homem?! – Ao declarar suas palavras finais, Haru desaparece, deixando Kazuki.