Opposites

Capítulo 1- Lar doce casa nova.


Eu poderia estar dormindo, lendo, me balançando em uma rede no jardim de casa, mas estou aqui, dentro desse taxi, em uma cidade desconhecida com 57 mil habitantes.

Eu morava em Washington, mas, por algum motivo do destino, tivemos que nos mudar pra essa cidade chamada Rogers, no Arizona.

Não que eu ache ruim, mas eu detesto despedidas, e minha única amiga não tornou isso uma coisa fácil. Foi mais ou menos assim:

Eu já estava na porta de casa, ela me esmagando e me abraçando como se assim pudesse arrancar um pedaço de mim e ficar com ele. Ela quase conseguiu, quase...

Lana sempre foi meio sentimental, enquanto eu sempre fui mais racional. Ela é morena, olhos cor de âmbar, cabelos super cacheados, e linda. A mãe dela é dona de uma loja de roupas, por isso nunca a verá mal vestida ou com roupas simples. Eu e ela somos totalmente opostas, mas é isso que torna nossa amizade legal. Ela faz questão de me ensinar sobre moda, tendências, o que os garotos gostam... Eu não estou nem ai, mas faço por ela.

Nos conhecemos no sexto ano, ela respondeu a professora e eu ri tanto que meu nariz sangrou. Somos amigas desde então.

Ah, aliás, sou Beatrice Grey. Você deve ter pensado: Como aquele cara daquele filme de sadomasoquismo?

É... é isso ai. Meu pai é advogado e como as coisas em Washington estavam concorridas, então ele nos arrastou pra cá. Eu, minha mãe e minha irmã mais nova, Bianca.

Minha mãe também é advogada, ou seja, não passamos fome.

Sabem aquelas mulheres de comercial de margarina? Loiras, lindas, cheirosas e sempre contentes? Minha mãe é assim.

Meu pai... é aquele tipo de pai que é pai mesmo. Não leva o menor jeito comigo ou a Bianca, mas é engraçado ver ele tentando falar comigo sobre coisas de garota.

Eu rio, e ele me olha com aquela cara de “ Virei seu palhaço, mocinha?”

Enfim... falta a Bianca. Uma baixinha de 5 anos, olhos claros, loira assim como eu e minha mãe, sapeca, irritante, anda com um urso verde com um laço vermelho no pescoço pra lá e pra cá...

Eu sou... normal, eu acho. Sou loira, cabelos longos, olhos azuis, magra, não muito alta, gosto de ler sobre fatos, história, filosofia, tenho 17 anos...

[...]

Quando o táxi parou eu pude ver a nossa casa nova. Era grande, branca, a porta vermelha, um jardim na frente com um pé de ipê roxo na frente. Era bonita e parecia ser um bairro legal.

Descemos todos e Bianca foi a primeira a entrar. Eu entrei por último, de braços cruzados, observando tudo. A Casa estava mobiliada e limpa, meu pai passou por mim com aquele sorriso contente no rosto.

- É incrível, não é querida?

- Super, pai. Ahn... posso ver meu quarto?

Minha mãe entrou puxando a mala que estava nitidamente pesada.

- George, pode me dar uma ajudinha amor? –Imediatamente meu pai correu até ela, dando um beijo e pegando a mala.

- Claro que pode, filha. Segunda porta a direita.

Eu simplesmente sorri e subi a escada, seguindo as instruções dele. Se eu gostei? Estava bem legal. Meu quarto é arejado, claro, uma janela com vista para a rua, papel de parede azul esverdeado e carpete cinza. O criado mudo ao lado da cama estava com meus livros empilhados sobre ele.

Eu não tinha reparado o quanto eu estava cansada até ver minha cama. Apenas me joguei nela e tirei os sapatos, pegando no sono em segundos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.