Pov Liv

Como um dia comum.

Hoje está tudo, como num dia calmo; e simplesmente comum.

Mais uma noite que eu passara acordada aqui no Lunae Libri; junto à John. O mesmo agora estava dormindo; porém eu, por mais que sentisse vontade, não podia de modo algum serrar os olhos. Pois tínhamos quase certeza de que um ataque estava por vir; as visões de Lena e Ethan, deixavam cada vez mais evidente e bastante clara esta certeza.

Sarafine voltara; e não estava sozinha. Por mais que saibamos que a mesma estaria junto à Abraham; pode se dizer nessas circuntancias, que existem muito mais seres "não indentificados", sem contar com a possível presença da Ganque do Sangue.

E lá estava eu; com os cotovelos apoiados em uma mesa de madeira velha, coberta de livros, iluminada apenas por um abajur de pano verde encardido; deixando claro que eu estava lendo o mesmo livro pela milésima vez, com as pálpebras quase se fechando. Nisso ouço alguém susurrar atrás de mim:

–Bom dia? - pergunta uma voz grossa e ao mesmo tempo, aveludada; podendo ter a quantidade exatamente adequada dos dois.

–Receio que não seja nem Boa Noite. - eu me viro para John; o qual tinha se encostado num sofá vermelho empoeirado, que estava de costas para mim.

–Não dormiu? Olívia! - ele me repreende.

–Me desculpa tá bom. - eu sento de lado; e ele me abraça. - E que este assunto está me tirando o sono! Quero saber o que está acontecendo o quanto antes! - olho para ele; o qual dá um sorriso torto.

–Você e esta sua mania de resolver tudo. - John coloca uma mecha do meu cabelo rebelde para atrás da orelha. - Mesmo aquilo que não está ao seu alcance. - diz, porém eu discordo.

–Como não John? Preciso fazer de tudo para ajudar! - digo me defendendo, enquanto levanto da cadeira e paro de frente para ele.

–Porém, precisa também pensar um pouco em você. - continua calmo; e eu o encaro. - Em nós. - John se aproxima e segura minhas mãos.

–Eu sei, é que... - acabo não resistindo, e me aconchego em seus braços. - Me desculpa. - susurro de olhos fechados, com o rosto apoiado em seu peito quente, ouvindo seus batimentos cardíacos, os quais permaneciam no mesmo rítimo; enquanto o apertava forte, como se nunca fosse soltar, e como se isso fosse realmente necessário para viver; o que para mim, era.

–Tudo bem. - ele coloca seu queixo pontudo sobre minha cabeça.

Era confortável ficar ali. Eu sei que estava deixando John muito de lado, só falava com ele à respeito da possivel volta de Abraham, Sarafine e seu exército. Responsabilidade de mais, que me fez até esquecer de que eu tinha vida. Porém, era para isso que eu estava aqui; e sei que todos também estão dando seu máximo.

Senti seu corpo estremecer; e logo o solto lentamente, vejo sua expressão, e digo preocupada:

–O que foi? - ele não parava de olhar para frente. E quando eu segui seu olhar, ele sorriu.

Eram Ethan e Lena.

Os dois chegaram rapidamente; sem fazer um barulhinho sequer. Fiquei um pouco constrangida ao saber que eles presenciaram aquela cena. Porém era melhor se concentrar no que eles tinham à dizer:

–Er... Nos desculpem. - falou Etham quase sorrindo.

–Bom. - Lena acaba nos cortando, e estava muito séria. - Queremos lhes mostrar isso. - ela estica o braço, mostrando uma carta. - Suspeitamos ser Sarafine.

–Mas... - digo após ler. - Só mostra um endereço... - eu viro a carta, tentando achar algo a mais.

–Sabemos disso, não é estranho? - Ethan disse; porém parece que Lena estava realmente bastante preocupada.

–Você conhece, tal lugar? - pergunta a garota com os olhos fixos em mim.

–Não. - respondo receosa.

–John? - ela muda o olhar de direção.

–Nunca vi este lugar. - ele volta seu olhar para a carta.

Então todos nos olhamos; e ficamos parados por um bom tempo. Aquela pausa que nos faria refletir. Seria útil ir para lá; porém receio que Macon não gostaria muito da ideia, nem Amma; e talvez Ethan resolva ir assim mesmo, nos colocando novamente em perigo; porém eu não perderia isso por nada.

~*~

Pov Grover Underwood

–Por Zeus, Percy! - eu permanecia de pé, pronto para dar um soco na cara dele.

–Não estou exagerando. - ele faz uma pausa, e olha atento todos os olhos curiosos e confusos que o cercavam naquela salinha minúscula. - Eu vi.

–Não seria a primeira vez que o Oráculo se confunde. - diz Anabeth precisa.

–Estou dizendo. Estou dizendo! Não desta vez! - o garoto continuava na defensiva.

–Bom. Se o que está dizendo é verdade... - fala Quíron pensativo. - O acampamento também está em perigo.

–O acampamento e o restante do mundo, o Sr. quer dizer não é? - Percy faz uma pergunta retórica.

–Isso... Isso é impossível. - Anabeth não podia acreditar; sempre teimosa eu diria, mas desta vez eu estava ao lado dela. - Não tem como existir algo assim.

–Isso é loucura, cara! - exclamei rapidamente , me aproximando e olhando diretamente para ele.

–Estou falando sério. Não mentiria sobre uma coisa dessas. - agora nos olhava como se realmente fosse verdade; o que me deixava morrendo de medo.

Uma pausa se inicia, e todos permanecem intactos e pensativos; até mesmo eu, que não tinha um raciocínio muito lógico, e nunca resolvia os problemas primeiro que alguém. Mas mesmo que sem sentido, tento dizer algo:

–E o que os deuses, acham sobre isso? - pergunto quebrando o silêncio.

–Não. Não podemos nos recorrer aos deuses. - Quíron diz rapidamente.

–Não estou querendo pedir ajuda, só quero saber qual a opinião deles à respeito. - tento ser mais claro.

–Creio que não seja muito seguro. - indaga Percy sério, atraindo toda a atenção.

–Porquê, Percy? O que houve? - pergunta Anabeth bem preocupada.

–Talvez um deles também esteja envolvido. - foi um baque, e ninguém tinha palavras.

O silêncio se estabelece novamente. Era difícil acreditar que os deuses se importariam tanto em destruir o mundo mortal; mas eles podem ter sido influenciados por algum líder maléfico; o qual deve ter lhes proposto grandes coisas, o que me deixava mais preocupado.

Será que existiam mesmo mais... Monstros? Ou melhor, criaturas sinistras rondando por ai; talvez procurando armar a 3° Guerra Mundial?! O que seria um verdadeiro massacre para ser sincero... Os meio-sangues não iam dar conta mesmo! Não os subestimendo, nem sendo pessimista, claro; só que se analisarmos os fatos, podemos ver que não haverá vitória; nossos 'super poderes' são limitados.

E antes que aquele silêncio se tornasse desagradável; Percy o quebra, após tirar algo dos bolços:

–E isto. - possuia um papel dobrado em sua mão. - O Oráculo também me deu isso.

–Me dê isto, por favor meu jovem. - falou Quíron, o qual estava tão surpreso quanto nós.

–É um endereço. - ele soltou antes que pudesse ler.

Um endereço? Mais o que o Oráculo queria de nós desta vez? Porém era uma das pistas mais importantes que tínhamos; e mesmo se formos barrados, Percy com certeza iria até lá; e Anabeth, e eu... E o tal Ciclope; que ficou de fora da nossa "reuniãozinha" por conta do excesso de néctar que tomara de manhã.

~*~

Pov Rony Weasley

Não! O que o Harry queria agora? Para que me acoradar no meio da noite em plenas férias?

Meus olhos nem sequer se mantiam abertos direito; e é claro, meu rosto e hálito também não estavam lá essas coisas... Porém ele insistia:

–Eu vi algo lá fora! Tenho certeza! - dizia olhando pela janela.

–Talvez seja um daqueles seus sonhos malucos. - eu me sento na cama, porém quase volto a deitar.

–Nada disso! Você irá comigo! - Harry me puxa pelos braços.

–Ah não! Estou farto disto! - estava furioso, porém me levantando. - Se explodirmos a casa mais uma vez, papai me mata! - exclamo enquanto calçava os meus sapatos. - Isso sem contar o castigo; seria um dos grandes...

–Fique quieto Rony! E me siga. - ele ORDENA. Nem me lembro da última vez que passei a noite em uma total paz.

E enquanto descíamos as escadas; tentando ser rápidos e sem fazer barulho; percebemos a presença de duas pessoas na cozinha:

–Harry?

–Rony? - disseram Gina e Hermione ao mesmo tempo.

–Estamos é... Estamos com sede! - minto; já me preparando para pegar um copo d'água; porém Harry segura meus braços novamente; ele sempre diz que eu minto mal... Todos dizem, principalmente Hermione. (O que eu realmente acho, ser mentira).

–Anda logo Rony, não tem como esconder delas. - ele se vira para porta, e eu o sigo.

–Esconder o quê? - Mione disse brava.

E então nós saímos; e ao colocarmos a cabeça para fora de casa; pudemos ver. A marca negra aparecera novamente, flutuando medonha no céu negro. Alguém havia lhe conjurado; alguém poderoso. Dava para perceber que os Dementadores estavam ali segundos antes; pois pudemos ver alguns se afastando.

E quando alguém iria pronunciar alguma coisa; Harry cai de joelhos no chão, com os dedos sobre a cicatriz; e grita de dor. Minha irmã vai rapidamente até ele:

–Harry, o que foi? - ela diz ficando de joelhos ao seu lado; e acariciando suas costas e cabelo.

–Aquilo não apareceu sozinho. - ele diz tentando de recompor.

–Eu sei... - Gina continua a acalma-lo.

Pensei que tudo estivesse bem agora... Há tempos que não recebíamos notícias de algo de estava acontecendo de errado. E eu diria que aquela marca estava um tanto esquisita; os símbolos que emergiam dela mudavam consatantemente. Não era somente como a marca comum; possuía agora letras e símbolos sinistros. Seria um aviso? Comecei a me apavorar.

E antes que me desse conta; Gina segurava um papelzinho; o qual veio até nós flutuando. Isso chama a atenção de Hermione; a qual, brutalmente apanha o papel das mãos de Gina; e diz enquanto à olhávamos esperançosos:

–Isso é... É um endereço? - nem ela mesma acreditava.

–Me deixe ver. - Harry tenta se levantar.

–Harry. - minha irmã o repreende.

–Tudo bem. - mesmo assim ele se levanta, mesmo com Mione levando o papel até ele.

–O que diz? - eu estava muito curioso.

–Já disse! Um endereço! - Hermione parece ficar brava; mas quando é que ela não fica...

–Sei disso, apenas preciso saber da resposta completa. - ela revira os olhos.

–Sim; um endereço de... - começa Harry, o qual cai novamente.

–Meu Deus Harry! - grita Gina, a qual se assusta.

Provavelmente acordamos toda a casa agora; explicar tudo seria fácil; o difícil seria convence-los à ir para lá; o que provavelmente Harry iria querer muito.