Oportunidades

▸Shiny happy people.


A criança teimava em querer fugir dos braços do pai e explorar o restaurante com suas pernas curtas e gorduchinhas, reclamando com aquele que o segurava e soltando algo que se assemelhava a esboços de palavras. Seus olhos pequenos e decididos — com certeza adquirira isso de sua mãe — percorriam o estabelecimento com uma curiosidade típica para alguém de sua idade. Esticava-se em direção à mesa, ao chão, criava forças e se debatia nos braços de Shikamaru.

Shikadai tinha sim seu lado problemático, infelizmente. E lidar com isso era o maior obstáculo, pois o bebê parecia que não iria desistir ou relaxar tão fácil. Teria a lábia de Temari quando crescesse? Mal tinha um ano de vida e tais traços preocupantes já se manifestavam.

— Quieto — Shikamaru resmungava tentando fazê-lo parar, mas era inútil. O bebê empurrava seu rosto, o chutava no peito, apertava seu nariz para soltá-lo. E ninguém ali sequer demonstrava querer ajudá-lo.

Tudo bem que Naruto e Hinata estavam mais preocupados em cuidar de Boruto (e, no caso do loiro, também aguardar seu tão amado ramen), enquanto Sakura conversava com Ino, segurando firmemente Sarada e mimando um pouco o pequeno Inojin. Não teriam como prestar atenção neles. Quanto a Temari, estava ao seu lado, por vezes observando o Nara com reprovação — embora parecesse achar graça também.

Shikamaru bufou. Não iria deixar a impressão de que não sabia cuidar daquele pirralho, afinal era seu filho. Enquanto o bebê se ocupava em olhar todas aquelas pessoas estranhas (talvez não fossem tão desconhecidas assim, mas ele não se lembraria de qualquer jeito) e, aparentemente, felizes. Jogavam conversa, sorrisos e animação naquela mesa, alguns tendo cuidado com seus filhos. Tudo aquilo exalava uma alegria ilustre — talvez nem tanto para alguém da idade de Shikadai — e parecia ser muito bonito.

O olhar dele se voltou para a mãe e, sem muita paciência, inclinou o corpo em direção a ela, que o recebeu com traços alegres também. Embora não soubesse andar sem cair ou falar uma palavra conexa, parecia gostar de observar seus pais. Quando via os dois discutindo em casa, vez ou outra soltava risadas e sorrisos puros e bobos. E então a atenção no lar voltava-se para o bebê. Era uma família interessante e feliz.

E, enquanto via os amigos do seu pai e lançava olhadelas ao próprio casal, desistiu de sair dali. Claro, o que rendeu a Shikamaru uma feição irritada. Só mesmo Temari para acalmar o filho nos momentos em que ele mostrava se parecer com a mãe. Disso, o Nara queria distância!