Kyouma de trinta e cinco anos afasta-se para a janela e observa a fina garoa respingar na vidraça. Seu coração quebrado ainda esta divido em duas partes em seu peito, nenhum avanço da física poderia consertá-lo a não ser ele mesmo. Acabara de enviar o vídeo, esperava que funcionasse, que ele fosse forte e que não sucumbisse.

Será que aquele cientista louco entenderá minha mensagem?

E esperou, mas nada mudou, a linha de tempo não se alterou, ela ainda não estava ali.

Abaixou os olhos para o prato gelado de yakisoba e pescou um frango, teria que repensar toda a teoria, teria que encontrar uma forma de fazer a si mesmo ser menos impotente. Mastigou a carne e levava outro pedaço a boca quando a porta do laboratório se abriu, ele se limitou a continuar comendo com os dedos, a porta fechou e a voz que ouviu a seguida fez seus olhos se encherem de lagrimas.

- Okabe, quantas vezes eu vou ter que dizer para não comer yakisoba assim?

Okabe se virou e o macarrão escapou de seus dedos. Ela estava ali e apertava os olhos em forma de repreensão, o cabelo vermelho intenso molhado pela chuva como ele se lembrava em seu primeiro beijo manchavam o seu jaleco branco. Os lábios de Okabe secaram, ele gaguejou e teve de se segurar na pia.

- Christina... – murmurou.

Ela sorriu, atirou a franja para o lado e ele percebeu que ela estava mais velha, mais mulher, mas não mudara em absoluto no sorriso, era como se a sua figura pouco mais nova que ele nunca tivesse saído de perto de si, que cresceram juntos como ele sempre quis que fosse.

- Christina? – Ela pergunta rindo e sua risada só aumenta o ritimo cardíaco do homem – Achei que havíamos passado dessa fase.

Ele conseguiu... Eu consegui.

As lagrimas ganharam movimento em seu rosto cansado e velho, Kurisu se aproximou, não estava confusa ou indignada, seu semblante era sereno como se entendesse cada dor que ele sentira nos últimos quinze anos. Ela tocou seu rosto e limpou as lagrimas que voltaram a cair, Okabe sorria para ela e também depositou suas mãos no rosto macio da mulher.

- Okabe?

- Sim, Kurisu?

- Eu estou de volta. Obrigada... por sofrer tanto por mim.

A dor arrebentou seu peito e a alegria pela primeira vez em uma década e meia o invadiu com vigor, ele trouxe seu rosto para perto e a beijou. Tudo estava bem e completo. Eles finalmente tinham acertado na linha do tempo, deveria conferir se os sacrificados estavam de volta a vida e o que havia acontecido por toda aquela longa e massiva ausência. Mas não agora, ele merecia cinco minutos com o amor da sua vida, depois de tanto tempo lutando para tê-lo em tantos mundos diferentes.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.