Snake ativou a visão noturna da máscara enquanto estava em queda livre. A própria máscara mirou no prédio que o agente deveria aterrissar e marcou o alvo. Ele abriu o paraquedas na hora certa e foi controlando as alças do equipamento até chegar ao prédio. Ao aterrissar, Snake puxou uma cordinha na mochila, o que fez o paraquedas se recolher de volta na mochila.

O edifício era grande, deveria ter uns 30 andares, ele era coberto por pastilhas brancas e tinha janelas prateadas de tamanho uniformizado.

O teto do prédio era cheio de saídas de ar. No meio do lugar havia um compartimento retangular com paredes de concreto e com uma porta de aço, por cima do compartimento havia uma grande antena e outras antenas menores. Nas bordas do teto do edifício havia uma cerca de alumínio.

Snake usou o comunicador codificado para falar com Otacon.

Snake: Cheguei ao alvo.

Otacon: Ótimo! Daqui a pouco a energia deve voltar. Estou ajustando a máscara para que eu possa ter a sua visão... Pronto!

Snake: Eu vou tentar entrar no prédio... Quando eu conseguir eu ligo.

Otacon: Ok.

No momento que Snake desligou a ligação, as luzes das antenas começaram a piscar, depois as luzes do SERN foram voltando a funcionar gradativamente e um gás branco começou a sair pelos exaustores. O soldado desligou o visor noturno e se aproximou da porta de aço, mas ela tinha um leitor de cartão que estava protegido dentro da porta, a única parte que ficava de fora era a “boca” do leitor. Ao perceber que não conseguiria passar pela porta, Snake foi dar uma olhada nas saídas de ar.

A maioria das saídas de ar não tinha tamanho suficiente para caber o agente, mas havia uma entrada bem maior que as outras. Snake tirou a grade que tampava a saída maior e notou uma escadinha de metal por dentro do tubo. O agente desceu pela escadinha e foi parar em um corredor de aço. Ele checou se havia a presença de alguma câmera de segurança, caminhou mais um pouco e chegou até uma área que havia um computador e algumas bifurcações pelas quais ele poderia entrar rastejando. Snake notou várias luzes de laser nas bifurcações, então o comunicador tocou.

Otacon: Snake, essas saídas de ar provavelmente possuem sensores. Você normalmente não conseguiria ver esses raios de luz, pois eles não estão no espectro do visível, mas a câmera da máscara que você está usando capta esse espectro.

Snake: Ainda bem, mas eu não posso passar por esses sensores, os lasers estão muito próximas uns dos outros.

Otacon: É verdade... Mas espera, você está do lado de um computador, vê qual é a utilidade dele.

Snake se aproximou do computador e viu que ele servia para controlar e monitorar as saídas de ar, mas o soldado também notou que era necessário um cartão para acessar o controle.

Snake: O computador serve para controlar os exaustores, mas eu preciso de um cartão para acessar os controles.

Otacon: Eu vi uma interface no painel compatível com o bracelete, talvez eu possa invadir o sistema e desligar o sistema de segurança. Conecte o cabo correto para eu tentar invadir o sistema.

Snake identificou a entrada que Otacon estava falando, procurou o cabo correspondente no bracelete, puxou a cabeça do cabo para alongar o fio e conectou no computador.

Otacon: Hmm... Essa entrada serve para conectar um auxiliador de diagnóstico, ou seja, o técnico da ventilação poderia conectar um equipamento para achar algum problema mais facilmente... Deixa-me dar uma olhada...

Após alguns segundos Otacon voltou a falar.

Otacon: Foi fácil entrar no sistema, a máscara conseguiu invadir o firewall sozinha. Mas eu tenho notícia ruim... Eu não posso desligar o sistema de segurança daqui, eu só posso controlar as saídas de ventilação do prédio.

Snake: Ok... Eu tenho que pensar em alguma coisa... Você tem acesso à planta do prédio?

Otacon: Só à planta do sistema de ventilação, mas a planta indica o nome das salas em que começam as saídas.

Snake: Tem alguma sala de pessoal de manutenção?

Otacon: Tem sim! Fica logo no último andar.

Snake: Agente pode parar o exaustor dessa sala, então o técnico vai vir dar uma olhada e, provavelmente não vai fazer muito alarde do problema. Daí eu posso nocautear o cara e pegar um cartão para mim.

Otacon: Isso pode funcionar. Mas você vai ter que espera-lo perto da porta de aço, pois não tem como você se esconder aqui.

Snake: Ok, agora desative o exaustor da sala de manutenção.

Otacon fez o que Snake pediu.

Otacon: Não se esqueça de desconectar o cabo antes de sair.

Snake tirou o cabo, saiu dos tubos de ventilação, subiu a parede em que ficava a porta de aço e ficou agachado próximo das antenas.

Alguns minutos depois, na sala de manutenção do último andar, o técnico começou a sentir o desconforto do ar sem ventilação no ambiente fechado.

Técnico: (Droga, essa queda de energia deve ter dado um problema na ventilação, eu vou dar uma olhada na central).

Ele vestiu uma máscara de gás, pegou o seu cartão de acesso, saiu da sua sala, subiu uma escada de ferro que fica logo ao lado da sua sala, chegou a uma porta de aço e usou seu cartão para abri-la. Logo que passou pela porta, ele sentiu um leve desconforto na nuca e, em meio minuto já havia embarcado em um sono de 10 horas proporcionado pelo potente tranquilizante de Snake.

Snake desceu de cima do compartimento, revistou o corpo do técnico e levou-o até o local do computador que controlava a ventilação. No corpo, havia só o cartão, o equipamento que de diagnóstico da ventilação que Otacon havia mencionado e uma chave. Snake teve acesso ao computador através do cartão, mas era necessária uma senha para continuar, então o jeito foi invadir novamente o computador, para poder reativar o exaustor que Otacon tinha desligado. O agente guardou a chave e vestiu o uniforme do técnico por cima da sua roupa e a máscara de gás. Enquanto vestia a roupa, Otacon fez mais uma chamada.

Otacon: Snake, o seu plano deu certo! Agora entre no prédio e tente encontrar algum computador para que eu possa invadir e pegar mais informações sobre o edifício.

Snake: Ok. Eu só estou achando esquisito aqui, na central de ventilação não haver câmeras de vigilância...

Otacon: Bem... Não é tão estranho assim se você pensar como é difícil alguém chegar até aqui sem ser visto, além da dificuldade de colocar as câmeras nesse local e do fato de que aqui só tem um computador que, a princípio, não poderia comprometer a segurança do prédio.

Snake: É verdade...

Snake terminou de se vestir e foi para a porta de aço, no caminho ele deixou a mochila com o paraquedas e o balão “fulton” escondido entre as antenas. O soldado usou o cartão, passou pela porta de aço e desceu as escadas.

O agente chegou ao corredor e analisou o local. Havia algumas portas com leitores de cartão e câmeras de vigilância ao longo dele. Nas duas extremidades, o corredor se bifurcava em caminhos opostos, ou seja, o prédio parecia ter a estrutura clássica de “quarteirões” retangulares. Snake olhou as indicações nas placas que ficavam na frente das portas, usou o cartão na porta da sala de manutenção e entrou nela.

A sala tinha uma mesinha com um computador no canto, um armário de metal colado na parede, uma mesa no meio da sala e algumas caixas largadas em outro canto. O computador estava ligado. Snake tentou acessar a rede, mas era necessária, além do cartão, uma senha. Mas foi fácil invadir a rede com a máscara de conexão. Em pouco tempo, Snake já tinha acesso a várias informações sobre a estrutura do prédio. O edifício era dividido em quatro alas, Snake estava no trigésimo andar, na sala 3011, que é da ala dois. Snake percebeu como se organizava o prédio, a ala 1 era feita por salas de cientistas e laboratórios, a ala 2 era formada por áreas de manutenção do prédio, como cozinha, salas de técnicos e salas de zeladores, a ala 3 correspondia ao local onde ficava o pessoal da segurança e a ala 4 era apenas uma sala que ocupava metade do trigésimo andar, aparentemente era uma sala de reuniões.

Depois de dar uma olhada no computador, Snake foi ver o que tinha no armário. O agente notou que a chave que pegou no corpo do técnico encaixava na tranca e abriu o móvel. No armário, havia algumas caixas com ferramentas bem modernas, uns livros e algumas peças de roupa comuns e outras peças parecidas com a que Snake pegou com o técnico.

O comunicador de Snake tocou.

Otacon: Snake, você vai ter que invadir algum computador na área dos cientistas para poder pegar alguma informação importante.

Snake: Sim... Mas o sistema de segurança, pelo que pude ver até agora, é muito eficiente. As portas exigem cartão, os computadores exigem, além do cartão, uma senha e há várias câmeras de segurança pelos corredores. Eu ainda não entrei no elevador, mas talvez um cartão que eu não tenha seja exigido.

Otacon: Certo, mas vamos logo nos concentrar em como você vai conseguir entrar em alguma sala da ala 1.

Snake: Será que a tática do exaustor pode funcionar novamente?

Otacon: O que você tem em mente?

Snake: Eu poderia desativar o exaustor da sala de algum cientista, então ele me chamaria para repará-lo. Dessa maneira eu poderia acessar a sala e o computador quando o cientista abrisse a porta para mim, além de eu poder pegar o cartão.

Otacon: Sim, e você ainda poderia ir com a roupa do técnico e escapar das câmeras. Mas o que você faria com o pesquisador?

Snake: Bem... Eu poderia disparar um tranquilizante e colocar o corpo dele em uma posição que parecesse que ele está dormindo... Mas vai depender do que acontecer.

Otacon: E se houver alguma câmera na sala? Talvez esses cientistas estejam sendo vigiados.

Snake: Essa missão está ficando mais complicada... Eu vou tentar entrar na sala.

Otacon: Mas nós nem sabemos o procedimento de um técnico, como você vai saber o que fazer?

Snake: Espera aí.

Snake procurou entre os livros uma espécie de “manual da empresa” e encontrou. Ele abriu no índice e encontrou uma sessão curta de “conduta básica”. Snake passou alguns minutos lendo a sessão e aprendendo o básico de como um técnico deveria se comportar.

Snake: (Eu não posso perder muito tempo lendo isso). Otacon, eu acho que consegui aprender o básico. Eu vou deixar a máscara de conexão aqui e vou para a central de controle da ventilação.

Otacon: Porque você vai deixar a máscara aqui?

Snake: Eu vou deixar a máscara aqui para você continuar controlando esse computador, pois os seguranças podem desconfiar se observarem eu entrando e saindo de lá muitas vezes, então você vai receber uma notificação que deve ser enviada por algum cientista. A mensagem vai ser enviada depois que eu desligar o exaustor da sala dele e o recado vai relatar um problema na ventilação, então você responde que vai dar uma olhada na central. Eu já vou estar na central, no caminho para lá, eu tentarei evitar a visão da câmera de segurança. Depois que você enviar a resposta, eu volto para a sala do técnico, pego algumas ferramentas e a máscara de conexão e digo que eu tenho que ir para a sala dele para resolver o problema. Provavelmente, o cientista vai me deixar entrar lá.

Otacon: E quanto ao problema da câmera na sala do cientista?

Snake: Eu pensei um pouco nisso. Pelo que eu vi nas plantas do prédio, as salas deles estão juntas com um quarto, o que sugere que os cientistas estejam morando aqui, ou talvez até presos. Existe uma boa chance de não haver câmeras nos quartos deles, dessa maneira, eu só teria que levá-los até o quarto para ficar incógnito.

Otacon: Parece que você tem um plano, mas ele tem muitos riscos... Se os guardas estiverem com uma monitoração perfeita, ou alguma de suas conjecturas estiver errada, você tem uma grande chance de ser descoberto.

Snake: Sim, mas do jeito que a situação está complicada, eu não vejo outro caminho.

Otacon: Ok, então vamos logo dar início ao plano.

Snake abriu um pouco a porta e olhou pela fresta o campo de visão da única câmera que o separava da escada. O agente esperou a câmera virar para o outro lado e depois foi até a escada com passos rápidos e silenciosos.

Alguns minutos depois de Snake ter saído, Otacon recebia a mensagem que relatava o problema na ventilação em uma das salas da ala 1 do vigésimo nono andar. Otacon respondeu a mensagem do jeito que o outro mandara e ligou para ele.

Otacon: Snake, eu respondi a mensagem do jeito que você pediu.

Snake: Ok, eu estou voltando para aí.

Snake voltou para a sala do técnico e evitou a câmera novamente. O soldado vestiu a máscara de conexão por baixo da máscara de gás e mandou outra mensagem para o computador da sala que teve o exaustor desligado. A nova mensagem que o agente enviou dizia que o técnico teria que ir para a sala do cientista para resolver o problema.

Poucos minutos depois, o cientista retornou a mensagem informando que Snake poderia ir até lá. O agente continuou o plano, pegou uma caixa de ferramentas, saiu da sala do técnico e foi até o elevador. Não foi necessário um cartão para chamar o elevador, mas o cartão magnético foi requerido na hora de selecionar o andar.

Snake inseriu o cartão no leitor próximo ao painel e selecionou o andar 29. Ao chegar ao andar, ele foi andando calmamente até a sala 2907. O agente tocou na campainha da sala e esperou uma resposta. Depois de alguns segundos, a luz da tranca eletrônica ficou verde e a porta foi destrancada.

Quando o soldado entrou, foi recebido por uma cientista bem jovem. Ela era bem alva, tinha os cabelos pretos, lisos que chegavam até o meio da nuca, tinha grandes olhos azuis por trás dos seus óculos de armação fina e lentes retangulares, tinha as maçãs do rosto um pouco mais proeminentes que o normal e um semblante que emanava inteligência. Ela usava uma blusa branca decotada, uma calça jeans, tênis e um jaleco. A mulher estava toda suada e usava alguns papéis para se abanar.

Cientista: Será que você pode resolver isso rápido?

Snake: Vou tentar.

Snake deu uma olhada na sala de trabalho dela. Havia uma câmera em um dos cantos, uma mesa de metal com um computador, uma escrivaninha, uma estante cheia de livros e as portas que levavam à saída e ao provável aposento dela. Snake ouviu Otacon falar pela máscara de conexão.

Otacon: Snake, eu já estou usando o programa reconhecimento de rosto para ver se consigo informações sobre ela.

Enquanto isso, o agente pegou uma das plantas e fingiu estar analisando a estrutura de ventilação do local. Depois, ele falou:

Snake: Eu vou precisar entrar no seu quarto, senhorita.

Snake se deu conta que a cientista lançava um olhar penetrante para ele. Depois de alguns segundos de silêncio, ela falou:

Cientista: Tudo bem.

Ela se levantou da cadeira, passou o cartão e abriu a porta do quarto para o outro.

Snake: Será que a senhorita poderia me acompanhar? Eu não quero entrar no seu quarto sem a sua inspeção.

Cientista: Então você desconfia tanto de si?

Snake: Não é isso... Eu só quero evitar problemas.

Ela continuou a olhar de maneira penetrante para o agente.

Cientista: Tudo bem.

No momento que os dois entraram no quarto. Snake deixou a caixa de ferramentas no canto da sala e se virou para ela. Ele estava preparado para correr até ela, executar um golpe imobilizador de CQC e depois fazê-la desmaiar. Mas antes que ele desse um passo na direção dela, ela falou:

Cientista: Você não é o técnico, é?

Snake: (Merda!).

Snake sentiu um leve frio subir pela sua espinha. Ele sentia que deveria botar aquela mulher na dimensão do sono imediatamente, mas também estranhou o tom calmo da outra e decidiu só andar lentamente na direção dela.

Cientista: Eu notei por que nenhum técnico nunca pediu para vir aqui, além disso, nenhum técnico pediria para entrar no quarto dos cientistas para resolver os problemas da ventilação... A questão é que eu notei que você quis se esquivar da câmera de segurança...

Ela olha com incerteza para Snake, já este estava a uma distância próxima o suficiente para pular nela e imobilizá-la caso ela ameaçasse fazer algo de errado.

Natasha: Então, eu tenho uma proposta para te fazer... Eu sou Natasha, trabalho com teorias de viagem no tempo... O SERN me contratou e ofereceu muito dinheiro, mas eu acabei ficando aprisionada aqui, como uma escrava. Eles prometeram que me libertariam e me pagariam tudo depois que eu terminar o projeto TAI, mas eu já estou achando que eu nunca vou sair daqui viva... Se você prometer que vai me ajudar a sair daqui e se seus superiores me derem proteção, eu te ajudo com a sua missão.

***

Após se separar de Moeka, Kintaro voltou para a base de operação. Encontrou Kyoko no hall de entrada do prédio. Reparou no seu novo penteado, nova cor do cabelo e novas roupas. Ela estava muito diferente. A mulher estava loira, usava uma trança que chegava até metade das costas, estava vestida com um paletó preto, uma blusa branca e uma saia preta que ficava pouco acima do joelho, ela também usava um sapato rosa claro com um salto preto e óculos escuros com grandes lentes.

Kyoko: E então Kin, o que você achou?

Kintaro: Kyoko? É você mesmo? Você está muito diferente, hein? Mas uma coisa não mudou: você continua linda.

Enquanto subiam no elevador, conversaram sobre o que tinham feito e o que achavam desse novo mundo no futuro.

Ao chegar à sala encontrou todos trabalhando. Okabe e Daru faziam cálculos na lousa sobre um possível aparato tecnológico para calcular mudanças nas linhas de tempo. Kurisu aprontava algo na cozinha para o pessoal comer, enquanto L ficava com os olhos fixos na sua xícara de café cheia de cubos de açúcar.

Kintaro: Boa noite pessoal! Voltei!

Todos responderam o comprimento menos o detetive. Ele estava com o pensamento distante.

Kintaro se aproximou de Okabe, sentou-se no sofá e após respirar profundamente percebeu algum cheiro esquisito. Ele olhou pra trás e viu Kurisu preparando algo na cozinha, após fazer uma cara de confuso, riu e pegou seu caderno. Iria anotar sobre as técnicas de culinária de Kurisu.

Kintaro: Nunca é tarde para aprender.

Okabe se virou para perguntar por que Kintaro tomava nota de tudo que acontecia com ele. Porém nesse momento viu o jovem simpático virando uma folha com um belo desenho de Moeka sentada. Um choque percorreu o corpo de Okabe.

Okabe: Oe. Pare nessa página.

O cientista louco olhou mais um pouco para o desenho e apagou qualquer resto de dúvida que tinha sobre a pessoa no desenho ser a Moeka.

Okabe: Como você conheceu essa mulher?

Kintaro: Ah ela? Hahahaha ela apareceu no meu oden shop hoje mais cedo.

Kurisu olhou para trás e notou o semblante de medo de Okabe olhando para o caderno. Ela se aproximou e também deu uma espiada no caderno de Kintaro. Quando olhou o desenho, também ficou com medo e falou:

Kurisu: Será que ela ainda trabalha para o FB?

Okabe: Acho que não. Isso foi em outra linha de tempo.

Kintaro: O que vocês estão falando? Vocês falam como se essa mulher tímida fosse má.

Okabe: Ela era uma assassina fria. Em diversas linhas de tempo ela matou minha melhor amiga de infância. Agora que minha assistente disse isso lembrei que o SERN comandava o FB.

Ao ouvir isso L pareceu acordar de um transe. Pegou sua xícara, tomou um gole e falou:

L: Kintaro-san você deu seu nome falso para essa moça?

Kintaro: Sinto muito, mas eu não consegui. – se abaixou triscando a cara no chão demonstrando um profundo arrependimento. – Me perdoem. Não fui capaz de mentir para uma mulher tão bonita.

L: Você deveria ter se precavido. Se ela for uma espiã poderá usá-lo para revelar informações sobre nós, além de matá-lo.

Kintaro: Não acredito que ela fosse capaz disso.

L: O último detentor do Death Note que enfrentei era um estudante gênio com as melhores notas do Japão de sua época, e cujo pai tinha um alto cargo no departamento de polícia. Não se deixe levar pelas aparências.

Kintaro: (Ela parece muito solitária, vou ajuda-la a se libertar do que a aprisiona. Não iria permitir que uma bela dama sofresse.).

Para quebrar o clima de tensão, Daru olhou para Kintaro e lhe perguntou:

Daru: Seu oden shop fez sucesso?

Kintaro: Sim! Hoje apareceram mais de 20 pessoas. Eles aprovaram minha comida. Estou tão feliz.

Daru: Você poderia fazer uma amostra pra nós?

Kurisu: Eu já estou cozinhando!

Okabe: Silêncio sua zumbi, deixe o mestre nos mostrar um manjar dos deuses.

Kintaro: Acredito que a comida da senhorita seja melhor que a minha! – disse fazendo um gesto com as mãos de que deveriam deixar Kurisu fazer a comida.

Daru e Okabe falaram ao mesmo tempo de que ele não deveria ter vergonha e puxaram Kintaro para a cozinha. Nesse momento, Kyoko foi explicar seu plano para L.

Kyoko: Detetive L.

L: Vejo que você fez um trabalho competente, senhorita Kyoko. Além de mudar o cabelo, tem algo diferente no seu rosto. Eu não a reconheceria pela aparência a primeira vista.

Kyoko: Pois bem, você já conseguiu os diplomas falsos?

L: Sim, além disso, consegui os diversos livros de economia que você me pediu. Eu já tinha a maioria deles mesmo...

Kyoko: Ótimo! Depois que eu der uma lida neles eu vou precisar que você me arranje uma conta com dinheiro suficiente para que eu me torne uma investidora atraente para o SERN.

L: Isso também não será um problema.

Kyoko: Eu pretendo entrar em contato com o SERN em uma semana para me tornar parte do corpo de investidores.

L: É interessante como o SERN conseguiu atrair tanta gente assim...

Kyoko: Com certeza o Sr. Kongoji deve ter exercido sua grande influência para atrair tanta gente.

L: Eles também devem ter algum tipo de material de propaganda... Mas eles estão fazendo a divulgação de maneira tão discreta... Bem, essa lacuna de informações certamente será preenchida quando você se infiltrar lá.

Kyoko: Espero que sim...


***



Por volta das 2 da manhã, enquanto todos dormiam, L estava verificando os dados obtidos por Near novamente, e estava querendo testar a hipótese que havia formulado na noite passada. Estava verificando quando ocorreram as mortes relacionadas ao SERN. Procurava também verificar quais eram as causas de morte. E quais informações apareciam na mídia sobre as vítimas. Diferente do Kira, este novo detentor do Death Note não parecia querer matar por parada cardíaca, sempre matava com uma causa relacionada a acidentes ou suicídios. No total já haviam morrido mais de 300 pessoas, todas tinham alguma função importante, e as mortes ocorriam ao redor de todo o mundo. Pelo menos, segundo o que os dados informavam.


L: (Existe uma de chance de quem esta escrevendo o nome das vítimas ser outra pessoa além do possuidor do caderno, será que essa pessoa tem os olhos de shinigami?) - indagava o detetive em sua mente. - Watari! Você tem acesso aos dados do Near sobre o caso Kira?

Watari: Sim! Vou lhe enviar nos próximos minutos.

L: (Após ler esses dados, poderei tirar conclusões sobre aquelas outras regras suspeitas que estavam escritas no caderno que utilizei...)

2 horas depois, L já havia lido todos os dados de Near sobre o caso Kira. Ficou impressionado com a estratégia utilizada por Near para derrotar Raito, e viu o comportamento adotado por Mello para ver se conseguiria superar Near. Aqueles dois sempre seriam eternos rivais. Então decidiu mudar a linha de sua investigação:

L: (Preciso pensar em um método de derrotar o novo detentor do Death Note... As regras que estavam na contracapa do caderno eram todas falsas... Vou mudar um pouco a linha de raciocínio...) – Watari, mande para mim todas as informações sobre a morte de Near. – disse L pondo seu polegar na boca.

Watari: Sinto muito L, mas não há dados sobre isso. O helicóptero foi atingido, as hélices traseiras explodiram com o míssil, e ele caiu causando uma explosão em um terreno baldio. Mandei uma equipe a procura de Near, mas tudo o que encontraram lá foi aço fundido e uma massa orgânica carbonizada. Além disso, Near não me contatou nenhuma vez após esse incidente.

L: Qual era o helicóptero utilizado por ele?

Watari: Era um Mi-24/35.

L: (Esse é um helicóptero que serve para reconhecimento, é blindado, e é capaz de destruir tanques... possui capacidade de 8 passageiros e tem boa capacidade de resgate. Como ele conseguiu uma obra-de-arte como essa?)-Quantos paraquedas haviam no interior do helicóptero?

Watari: Havia sete. Todos nos seus respectivos lugares. Eles foram todos incinerados.

L: (Near... Não acredito que você preparou isso...) - Watari-san procure nos hospitais próximos casos de pessoas que estão em coma, ou que tenham sofrido grandes queimaduras na semana em que Near foi dado como morto. Há uma chance de ele estar vivo.

Watari: Não acredito. Por quê?

L: Ele deve ter previsto sua morte... E resolveu fingi-la para manter-se protegido. Ele estava em um helicóptero muito resistente e é muito inteligente para não ter elaborado uma maneira de tentar escapar. Só que estamos falando de uma chance de 7%.

Watari: Certo vou buscar informações por todos os maiores hospitais da região. Assim que obtiver alguma resposta aviso.

L: Obrigado. (Mesmo que a chance seja pequena, se obtiver mais um detetive para ajudar, a investigação poderá avançar mais rápido. E caso eu morra no fim desse caso ele voltaria a ser meu substituto).

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.