Dias depois...

Pov's Sophie(Vitória)

O final do mês havia chegado e com isso,eu aprendi tudo para agir como Vitória e ela aprendeu tudo para agir como eu.Eu fiquei ruiva e botei lentes verdes e minha irmã ficou loira e botou lentes azuis.

Naquele momento,eu estava ao lado de Vitória,enquanto observávamos algumas meninas já indo embora.Gaby e Raquel já tinham ido.Nem elas sabiam do nosso plano.Ninguém saberia além de nós duas.

—Lembre-se-alertei fazendo Vitória me encarar-Você precisa descobrir como nossos pais terminaram.

—E você precisa descobrir como eles se conheceram!-completou nervosa.

—Vitória Strondus!Seu carro chegou!-chamou Andrea no megafone.

Engoli o seco e encarei minha irmã,que deu um sorriso.

—Boa sorte-desejou.

Sorri,abraçando-a com força.

—Última chamada Vitória Strondus!

Me soltei de Vitória e corri até o carro.Entrei no veículo e fechei a porta.

Encarei pela a janela Vitória de longe e acenei pra ela,enquanto o carro começava a se mover.

(...)

Horas depois...

De acordo com o piloto,faltava poucos minutos para pousarmos na Inglaterra.

Esfreguei as mãos,para limpar o suor.Nossa,como eu estava nervosa.

—Por favor,que ela goste de mim...-murmurei ansiosa-Por favor,que ela goste de mim...

(...)

Arrastando a mala,saí pela a área de desembarque,olhando para todos os cantos,procurando alguém das fotos que Vitória me mostrou no acampamento.

—Vitória!

Olhei na direção da voz e sorri animada ao ver Tio Soluço.

—Tio!-exclamei feliz correndo até ele e o abraçando com força.

—Oh minha sobrinha,que saudades você fez lá em casa-confessou se afastando-Vamos.

—Cadê a mamãe?-perguntei curiosa.

—Ela não pôde vir por conta do trabalho,mas ela já deve tá em casa-alertou.

(...)

Enquanto Tio Soluço dirigia,eu observava as ruas de Londres com uma extrema admiração e um tremendo encanto.Era uma cidade grande,movimentada e muita linda.Era bom de se admirar.

Quando o carro parou em frente à belíssima casa,praticamente,eu saltei pra fora do veículo e corri até a porta.

Girei a maçaneta e a abri,revelando o interior da belíssima casa.Tinha uma sala linda e grande,com lareira,um piano,sofás e uma escada que levava ao andar de cima.Tinha uma outra entrada,que eu acho que levava até a cozinha.

Caminhei em direção ao próximo cômodo e mal tive tempo de admirar a cozinha,pois braços me envolveram e me abraçaram com força.

—Você chegou!Estava com tantas saudades!

Era Camélia.Minha irmãzinha de 11 anos.

Emocionada e completamente derretida pela a fofura da menina,retribuí o abraço.

Ficamos uns minutos abraçadas até ela se afastar e dar pulos empolgada,com um dragão de pelúcia na mão.

—Também senti sua falta,maninha-sorri apertando sua bochecha.

—Todos sentimos sua falta!-afirmou Rose com um sorriso.

Meus olhos marejaram quando meu avô se aproximou e me abraçou com força,me erguendo do chão.Ri boba com sua atitude.

Eu tinha um avô!E tinha uma avó!

Ele me pôs no chão e sorri quando ele beijou minha testa.

—Ah minha neta...como eu senti sua falta-suspirou-Aliás,todos sentimos.

Vovó se aproximou e me abraçou toda contente.

—Você nunca mais vai pra acampamento nenhum!Nem sei porque eu deixei!Nunca mais vou escutar seu tio!-afirmou.

—Obrigado pela a parte que me toca-ouvi o mesmo dizer num tom sarcástico.

Me afastei de vovó.

—Vitória?

Meu coração parou.

Corri para fora da cozinha e a avistei no topo da escada.As luzes do sol faziam seus cabelos cor de fogo brilharem,seus olhos verdes pareciam jóias e seu sorriso era lindo.Ela era linda.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

—Mãe...-sorri emocionada.

—Você voltou!-exclamou animada descendo as escadas.

Corri em sua direção e subi os degraus da escada.

Quando cheguei perto,dei um pulinho e me joguei em seus braços,a abraçando com força.

As lágrimas escorreram pelo meu rosto enquanto minha mãe retribuía o abraço.

Isso mesmo.Era minha mãe.

Nos afastamos e a encarei.Nossa,minha mãe era linda!Como meu pai pôde deixar ela escapar?

—Oh querida,porque está chorando?-questionou franzindo a testa,tocando meu rosto.

Meu lábio inferior tremeu.

—Eu senti muito sua falta...-confessei com a voz trêmula.

Ela sorriu timidamente.

—Eu também senti minha filha-afirmou me abraçando outra vez.

Sorri feito boba,enterrando meu rosto em seu ombro.

(...)

Depois que consegui parar de chorar,mamãe me levou para o seu quarto e contei tudo o que tinha acontecido no acampamento(exceto que eu tinha uma gêmea).Enfim,aproveitei o clima da conversa e decidi lhe questionar sobre um assunto pendente.

—Mãe?-chamei fazendo-a me encarar-Como você e papai se apaixonaram?

Levantei as sobrancelhas surpresa quando suas bochechas coraram.

—Quer mesmo falar sobre isso?-perguntou constrangida.

—Por favor-supliquei.

Ela suspirou derrotada.

—Muito bem-cedeu-Eu e o seu tio,tínhamos ido para a Carolina do Norte por conta de faculdade.Eu estava fazendo culinária e ele estava fazendo engenharia mecânica.Quando passou dois anos de curso,eu tinha 19 anos e morava num apartamento que dividia com sua Tia Elsa.Eu estava andando na rua,distraída porque mexia no celular.Eu acabei esbarrando em alguém,caindo no chão e batendo a cabeça.Eu ia bater na pessoa,mas...acabei me apaixonando assim que a vi.

—O meu pai-deduzi com um sorriso bobo.

—É...o seu pai-confirmou com um sorriso e brincou com uma mecha do meu cabelo-Meu celular quebrou e como eu tinha batido a cabeça por conta da queda,ele me socorreu e me levou para uma cafeteria.Nos apresentamos,flertamos um pouco e então,voltei pra casa.Não se assuste,mas seu pai era agente do FBI então...acabou descobrindo onde eu morava e enviou um celular novinho em folha.

—Agente do FBI?Nossa!-fingi surpresa.

—Eu ainda tenho a carta que ele mandou com o celular até hoje-declarou me fazendo sorrir largamente-Espera aqui que eu vou pegar!-pediu se levantando da cama.

Minutos depois,ela voltou com uma carta e me entregou.Peguei o papel e fui devorando as palavras:

"Querida Seeylfe,
Fiquei muito mal por ter sido o responsável por você ter ficado sem celular,por isso,eu comprei um novinho em folha,para eu sempre poder entrar em contato com você.
Como achei seu endereço?Eu rastreei seu número.Por enquanto,não vou lhe contar sobre minha profissão.Ah e também tem uma camélia aí.Você citou que era sua flor favorita em meio a nossa conversa.
E agora que você entrou na minha vida,não irá escapar tão fácil
Com amor,
Dag Hofferson".

Eu senti a sinceridade e o amor em cada palavra escrita por meu pai.Um amor tão lindo,tão cheio de vida.Como acabou?

Minha mãe só não percebeu minha emoção porque seu telefone tocou e ela atendeu.

—Alô?-disse formalmente-O que?Logo hoje?-perguntou aborrecida-Não tem mesmo como resolverem sem mim?Minha filha chegou hoje de viagem.

Franzi a testa enquanto via ela bufar.

—Tá bom,tô indo aí-respondeu desligando o telefone-Me desculpa meu amor.O chefe ficou doente e os funcionários estão discutindo.Como dona,eu tenho que ir lá resolver.

—Porque não me leva com a senhora?-deduzi animada.

Ela sorriu,surpresa com o pedido.

—Tá bom então-riu.

(...)

Na Carolina do Norte...

Pov's Vitória(Sophie)

Desci as escadas do jato e sorri ao avistar meu pai,esperando atrás da grade.

Meus olhos marejaram.

—PAI!-gritei empolgada correndo em sua direção.

Larguei a mochila no chão e o abracei com força,que ele me ergueu do chão.

—OPA!-exclamou surpreso e em seguida riu-Também senti saudades minha princesa.Agora me solta,você tá pesando e não tem mais cinco anos.

Ri,lhe soltando.

—Como o senhor tá?Tá tudo bem em casa?E o Stoico?Tia Astrid já chegou?-disparei.

—Wow!Calma!-pediu rindo-Estão todos em casa e esperando por você.Vamos-pediu me abraçando pelos ombros.

(...)

Em Londres...

Run This Town-Lucy Hale


Pov's Sophie(Vitória)

Eu realmente,estava de queixo caído.Minha mãe,além de ficar linda vestida de chefe,cozinhava muito bem e ainda tinha uma moral com seus funcionários.

Sentada num canto,eu a observava provar os pratos e desaprovar ou aprovar.Via ela ser elogiada,admirada...

—Minha mãe é demais...-comentei orgulhosa por ser sortuda.

O que será que Vitória deve estar fazendo agora?

(...)

Na Carolina do Norte...

Pov's Vitória(Sophie)

Fechei a porta do carro e junto com papai,caminhamos para dentro da casa.

A sala era enorme e era conectada com a sala de jantar e cozinha.Dava para ver que tinha uma enorme varanda,que dava uma bela vista para o jardim.

Ouvi passos na escada e virei minha cabeça.

—Bem-vinda de volta piralha!-cumprimentou Stoico sorridente.

—STOICO!-gritei contente correndo até e ele o abraçando.

—Não acredito!Ela sentiu minha falta!-respondeu fingindo estar chocado e me afastei para encará-lo-Isso me comoveu-fingiu enxugar uma lágrima.

—Idiota-ri.Era o que Sophie diria.

—Oi princesa!-sorriu Tia Astrid entrando pela a varanda.

—Tia Astrid!-exclamei sorridente a abraçando-Senti tanto sua falta!

—Também senti-afirmou ela.

—Sophie,quando terminar de arrumar suas malas,quero que conheça uma pessoa-alertou papai antes de se afastar.

Pessoa?

(...)

Tia Astrid tinha feito algo para eu comer,mas não comi muito.Ela desconfiou,mas deixou pra lá.Graças aos deuses.

Minutos depois,estavámos no quarto,desfazendo minhas malas.

—Tia?-chamei fazendo-a me encarar-Quem é essa pessoa que o papai quer que eu conheça?

—Ata-rolou os olhos-Digamos,que ela esteja interessada em seu pai.

—Ela?-questionei aflita-Mulher?Ela é bonita?

—Ah...é sim-respondeu fazendo uma careta-Mas não chega aos pés da sua mãe.

—E quando que vamos falar sobre a minha mãe?-retruquei.

Ela suspirou,acariciando meus cabelos.

—Ah minha querida,só seu pai pode conversar com você sobre isso...-alertou antes de se afastar.

Suspirei derrotada,desviando o olhar para minha mala.