Prólogo

— Wanda, você é uma criança, não tente dizer para os adultos o que eles devem fazer.— Tony disse, aumentando levemente o seu tom de voz. A garota tentou avançar na direção dele, pronta para rebater as palavras, mas em um ato rápido, Mercúrio segurou a cintura dele, tentando a conter. A feiticeira desviou o olhar, suspirando fundo.— Você fica aqui junto com o pirralho, e o seu irmão. A qualquer momento o Thor irá chegar, então relaxa.

— Eu posso ajudar dessa vez! O Steve sabe quanto eu treinei com os meus poderes.

— Ei, Ei.— O gavião se aproximou dela.— Não é por mal que ele está fazendo isso, certo? É só o jeito muito conturbado dele de mostrar que está preocupado com você, não foi nada bonita a surra que vocês três levaram naquela luta. Nós só vamos nós encontrar com o Capitão e o amigo dele para recolhermos informações, vai ser chato.— as palavras arrancaram um singelo sorriso da jovem, que o olhou, para ela, ele era um pai.

— Certo.

—Clint, deixa seu instinto paternal de lado e vamos.— Tony tagarelou, andando em direção ao heliporto com a viúva negra.

— Essa sua habilidade de só falar porcaria nunca deixa de me surpreender.— Natasha alfinetou.

Como despedida, apenas bagunçou o cabelo da garota, seguindo com os demais para o jato. Em um piscar de olhos, Pietro foi para o sofá, pegando o segundo controle perto de Peter, que estava o esperando para começar uma partida de mutiplayer de Call of duty na imensa televisão na sala de estar. Era incrível como os dois se contentavam com tão pouco. A outra segui para o seu quarto, deixando os dois terem sua " Noite dos garotos". Estava sendo bom para o seu irmão ter companhia, desde que Peter tinha sido recrutado como "estagiário", ele tinha com quem conversar, jogar etc. O mesmo não acontecia para ela, que tinha que se contentar de conversar com o Steve ou Visão.

Como nenhum dos dois estavam presentes, ela apenas se jogou na cama, perdida nas palavras que escutou do Stark há alguns minutos: " Wanda, você é uma criança, não tente dizer para os adultos o que eles devem fazer". É Claro que ela sabia que, junto com seu irmão, era a mais nova dos Vingadores, mas não precisava ser lembrada disso frequentemente. Quase toda a missão que saiam sempre tinha que escutar alguma gracinha, a maioria partindo do Homem de ferro. O que mais a irritava era que todos eles, na idade dela, tinham vivido normalmente, e parecia que ela tinha sido a escolhida para vir a esse mundo a sofrer: Não teve o amor da mãe, não teve comemorações festivas, não ia a escola. Em suma, não tinha vivido como uma criança normal, era a única coisa que ela sempre almejou, mesmo que nunca deixasse isso transparecer.

Revirou-se na cama, observando o teto, ela poderia ver a imagem em sua cabeça: O seu irmão e ela ambos sentados em uma mesa de jantar, os dois com gorros de natal, sendo mimados pelos pais, mesmo que ela não conseguisse imaginar os rostos, sentia-se aquecida pelos pensamentos. Uma lágrima solitária desceu pelo seu rosto.

— Criança.. Talvez eu seja mesmo.

Emergindo do corpo da garota uma energia vermelha vibrante tomou conta do cômodo, aos poucos expandindo-se por toda a casa em uma pulsão.

(...)

— Se você falar para o governador isso, ele provavelmente irá surtar.— Natasha avançou, olhando fixamente para Steve, que indeciso, olhava para os papéis espalhados sobre a mesa.— A policia não vai poder fazer muito por nós nessa situação.

—Então o que você recomendar fazer? Agir em silêncio e quando a situação explodir nós falarmos que já sabíamos?— Tony disse, tomando alguns papéis da mãe do capitão.

— Até parece que você acha a polícia importante, Tony. Você sempre foi seu próprio Deus.— ela revirou os olhos, cruzando os braços.

— Que tal nós deixarmos essa discursão para mais tarde?— Clint acrescentou, dando uma olhada no carro completamente destruído.

— Antes da explosão nós recuperamos a carteira dela, seu nome era Susan Pierce.— Bucky, que até então estava mais distante e em silêncio, disse, jogando a carteira para o arqueiro.

— Parece que você fez algo útil sem ser desapar-.— O Stark foi interrompido por uma mensagem em seu sistema. Ele levantou uma das mãos, pedindo para os demais esperarem, e se afastou um pouco do grupo.— Tony falando.

— Oi, Tony. É a May, Tia do Peter, o garoto que conseguiu uma bolsa de iniciação cientifica. Eu estou ligando para ele a 10 minutos e ele não me atende.

— Já tentou o do parceiro dele? Talvez só esteja tomando banho ou algo assim.— Respondeu, já revirando os olhos, era clara a obsessão que a Tia May tinha sobre o garoto.

— Já! Liguei para ele, para a garota, tentei até o telefone da instituição, ninguém atende.— Ela disse com um tom de preocupação, o que alfinetou de certo modo o homem, será que algo teria acontecido com eles? Um ataque surpresa de inimigo? Mas o Thor devia estar lá. Nada fazia sentido.

— Olha, shiiu, a ligação está cortando shiiiu, mas eu estou indo para lá, shiiiu.— Tony disse, tentando imitar o barulho de interferência, desligou de uma vez, e foi até os demais.— Precisamos voltar para a base, algo muito estranho está acontecendo, e se for alarme falso, aquelas crianças vão se ver comigo.