Open your eyes

Capitulo 14 - Acredite em mim


6 anos depois...

[Tomas]


Sinto os raios entrarem nas brechas da cortina, olho o relógio e vejo que já são 6h sinto uma mão fria passar sobre as minhas costas, uma pena que são as mãos erradas, que não são as mãos da mulher que eu amo de verdade. Antes eu até poderia empurrar o casamento com a barriga, mas hoje, está insuportável, a cada dia mais sinto falta da Carla e lembro-me do dia em que recebi a ligação do Matheus me ameaçando e que se eu não me afastasse dela, ela poderia não passar mais uma semana viva, ela e toda família. Levanto-me e vou ao banheiro para lavar o rosto tentando afastar esses pensamentos que me rondam cada vez mais. Tomo banho, me arrumo e desço para tomar café e vejo minha filha correndo até mim para me dar um abraço. Sinceramente, ela é o único motivo para eu ainda está casado, não quero que ela sofra em ver brigas, não fique correndo de um lado para o outro, como eu vivi.

–Papaiiiiii- Diz Melissa com um lindo sorriso

–Oi, minha princesa- Digo a e logo depois dou um beijo em sua bochecha- Vamos tomar café?- Ela assente com o rosto e fomos para a mesa.

Ao chegar lá, a mãe dela está lá e me fuzila com os olhos, não sei por que ela está fazendo isso nesses últimos dias, apenas desvio o olhar. Tomamos café como sempre, sem dar uma palavra, quando terminamos peguei a Melissa e a levei para a escola. No caminho, o radio tocou a música "Open your eyes" a primeira música que toquei para a Carla no violão, a musica que nunca vou esquecer, a musica que, quando estou só, choro em pensar que não estou mais com ela. Bom, depois que tudo isso aconteceu, eu vim morar em Vitoria com a minha mãe, falava com o Diego as vezes e sempre perguntava da Carla e ele dizia a mesma coisa "Ela está bem" e se negava a dizer qualquer outra coisa, disse que ela pediu assim. No inicio desse mês, voltei para o Rio com minha esposa, Geovanna, e minha filha, Melissa.

Finalmente cheguei a escola da Melissa

–Pai, vai me deixar na sala hoje, por favor-Disse ela fazendo aquela carinha de cachorro que caiu da mudança.

–Ok, filha- apesar de ser um pai bem presente, raramente ia deixa-la na sala ou ia a reuniões de pais, geralmente, a Geovanna fazia isso.

Desci do carro, abri a porta do carro para a Melissa e peguei a bolsa dela e a levei para a sala. Quando estava chegando na sala, avistei uma silhueta familiar, mas não conseguia lembrar de onde e decidir chegar mais perto para ter certeza. E, à medida que chegava mais perto, percebi quem estava ali. ERA A CARLA, sim a MINHA CARLA! Não acreditei, mas quando ela virou e me viu,logo desviou o olhar. Quando cheguei em frente a sala, lá onde ela estava, ela conversava com a professora.

–tchau pai! te amo! - falou e deu um beijo em minha bochecha

–Tchau, filha! Também te amo muito!-falei sem tirar olhos da Carla. Então a Melissa entrou junto com a professora.

–OI-Falei ainda não acreditando que era que estava ali- Não acredito que é você.

–Oi-Ela sorriu fraco e não olhava nos meus olhos-Tenho que ir, Tomás! Tenha um bom dia- Saiu de lá quase correndo e eu fiquei lá, parado, tentando digerir o que tinha acabado de acontecer, eu reencontrei a Carla, a Minha Carla.

Fui para o trabalho, hoje estava cheio de coisas para resolver, mas a única coisa que eu pensava era na Carla, em o quanto ela está mais linda do que nunca, em o quanto eu ainda a amo.

Infelizmente, a Geovanna foi pegar a Melissa na escola, então, fui direto para casa. Assim que cheguei, senti aquele clima pesado, como já está há tempos.

–Oi, amor- Falou a Geovanna vindo me dar um selinho- Vou ter que viajar amanhã e tem uma reunião na escola da Melissa, você poderá ir?- Naquele momento, nunca estive tão feliz em a Geovanna viajar, em eu ter que ir a uma reunião na escola da Melissa, afinal, eu vou ver a Carla.

–Certo, Geo, não tem problema, mas a Mel vai comigo ou vai ficar?

– Eu acho melhor ela não ir. Pode acabar tarde e ela vai ficar cansada.

–Ok

Depois disse fomos dormir. Quando acordei pela manhã ela já não estava mais lá. Arrumei a Mel e a levei para a escola, dessa vez, ela não precisou pedir para eu deixa-la na sala. Estacionei o carro e fui. Chegando lá, a Carla

não estava e fiquei chateado, mas sei que no fim do dia vou a encontrar aqui! E, dessa vez, ela não me escapa!

Mas oque me deixa mais chateado é que se ela estava ontem aqui é porque tem filhos, consequentemente, um marido.

Passei o dia pensando na reunião de hoje a noite, ou seja, na reunião que eu não ia prestar um pingo de atenção com a Carla. Quando finalmente chegou a noite, comemorei. Chegando na escola, fui até a sala que estava marcada a reunião e chegando lá, a Carla estava sentada no meio e sentei ao seu lado.

— OI - ela olhou para mim

— Oi

— Então, tudo bem?

— É, tomas! Tudo indo e com você? - Até agora ela não me olhou nos olhos

— Na medida do possível! - Nesse momento segurei seu queixo e o virei para mim e sua mão - Carla, precisamos conversar!

— Sobre oque?

— Sobre oque aconteceu há 6 anos atrás

— Eu não quero falar sobre isso. Você teve seus motivos para ter feito aquilo

— Carla, por favor, me escute! - Quando ela ia abrir a boca para me responder a reunião começou e foram as duas horas mais longas da minha vida. Não prestei atenção em nada. Só pensava na Carla e no que seria de nós daqui para frente. Quando a reunião acabou a Carla saiu meio que correndo de mim, mas fui atras e agarrei seu braço.

— Cara, me escuta, por favor!

— Não, Tomas! Tenho que ir, tchau - mas não desisti e continuei

— CARLA! - corri e fiquei em frente ao seu carro impedindo a passagem dela

— Você tem 5 minutos para explicar tudo!

— Carla, naquele dia. Bom, O Matheus me ligou e me ameaçou, na verdade, te ameaçou e toda a sua familia e não queria o seu mal e resolvi fazer isso! Te deixa, mas eu sempre ligava para saber como você estava e o Diego nunca dizia porque você pedia para ele não contar e eu ficava sem saber, mas nunca parei de pensar em você! Carla. acredite em mim!

— Não sei, Tomas! Depois a gente se fala!