Misao havia capotado de novo. Caíra da árvore como uma fruta madura, fazendo um estrondoso e nada delicado "ploft" no chão. Machucara o joelho e um pouco do dorso da mão.

Obviamente, seu berreiro podia ser ouvido num raio de oitenta quilômetros quadrados, e foi por isso que os grandes guerreiros onmitsu da Oniwabanshuu detectaram a sapecagem da garota. Encontraram-na feito uma gosma amórfica esparramada no chão, urrando de manha (porque nem estava doendo tanto) e usando isso como uma estratégia de marketing para não levar outra bronca. Provavelmente funcionaria, como bem sabia. Viu seus companheiros se aproximando e resolveu se esforçar na interpretação. Iria precisar.

Viu como trocavam cochichos despreocupados, sabendo que a menina estava bem. E viu o rosto do seu príncipe encantado (como das histórias ocidentais toscas que eles liam para ela. Poxa, gente, ocidentais eram tão idiotas assim para acreditar naquelas coisas?), não muito feliz com a situação.

"Levante-se", ele disse. "Está doendo", Misao respondeu.

"Não temos curativos", o príncipe disse.

"Você pode curá-la com beijinhos.", disse um dos fieis escudeiros, pedindo para morrer.

Os outros riram, aparentemente desejando terem suas vidas interrompidas também.

Misao sorriu, seus olhos brilharam e ela parecia ainda mais saudável que antes.

Seu príncipe - conhecido normalmente como Aoshi Shinomori, um menino de 16 anos bem chatinho e maduro pra sua idade - pegou suavemente seu joelho e deu uma bitoca. Fez o mesmo com sua mão machucada.

E, naquele momento, Misao entendeu por que os ocidentais gostavam tanto de "contos de fadas": querendo ou não, eles eram reais. A seu modo, mas reais.

Bom, pelo menos ela estava se sentindo a princesa mais sortuda do reino daquela floresta.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.