Oneshots NCIS'S
Memória Cheia
Depois que Megan nasceu, G Callen nunca parou de bater fotos. A pequena era perfeita e a cada sorriso que ela dava, seu coração se iluminava. E apesar de a amar, ela lhe causava um problema.
Callen e Sam haviam ido a uma cena de crime, em busca de pistas de um assassino serial. Eles pretendiam tirar fotos com o celular e mandar para a sede em busca de reconhecimento facial.
Apesar de Callen ter um espaço de 120GB, eles havia ocupado metade da memória com fotos de sua filha e vídeos.
— Droga. – Callen clicou mais uma vez em cancelar. – Estou sem espaço no celular.
— Outra vez? – Sam pegou o celular, mas não teve coragem de excluir as fotos. – Você está apaixonado pela sua filha, não é mesmo, G?
— É tão na cara assim? – Ele recuperou o celular. – Bate com o seu e depois que chegarmos a sede, eu vou pedir a Eric que faça um programa de computador para que eu nunca perca essas preciosidades.
Sam bateu as fotos necessárias, mas ele estava quase com o mesmo problema de falta de armazenamento.
Aparentemente eles eram dois babões com seus filhos.
Elisa estava brincando com Megan e sorriu para a filha com seus primeiros dentes a nascer. Ela parecia uma cópia dela e de Callen.
— Boa tarde, meu amor. – G beijou a esposa. – Oi, minha princesa.
— Callen eu vou dizer que ela parece sentir que você está chegando em casa. – Elisa sorriu. – Eu nem acredito que ele tem quase sete meses.
— E eu nem acredito nessa sorte que eu tive tendo você e agora essa garotona aqui. – Callen colocou a filha nos ombros e a ouviu bater palminhas. – Upa, upa cavalinho.
Elisa se escorou em uma das paredes observando os dois brincando. Era doce e meigo ao mesmo tempo.
Callen desbloqueou seu telefone com a senha e acessou um novo aplicativo.
Ele havia quase implorado a Eric e Nell por um app próprio para fazer backup de seus vídeos e suas fotos.
— Que app é esse, G? – Elisa se sentou curiosa. – Eu nunca o vi antes.
— É o aplicativo de “fotos” do google. – Callen acessou e colocou seu email e senha. – Eu clico aqui e aqui e todas as fotos vão automaticamente para uma nuvem segura.
— E por que precisou de um aplicativo para fazer isso? – Elisa apenas estava curiosa e querendo saber como poderia ajudar Callen e talvez ela.
— Ele basicamente me pergunta se eu quero manter cópias de todas as fotos no celular e encher a memória com as belas fotos de nossa filha e da minha bela esposa ou se eu quero fazer automaticamente um backup para a “nuvem”.
— E isso libera o espaço mesmo? – Elisa retirou seu celular. – Vou fazer isso.
Os dois estavam apaixonados pela idéia de não perder nenhuma foto da filha.
Fazendo os uploads, eles olharam para a filha e em um movimento rápido Callen começou a gravar algo que se tornaria um motivo de alegria.
— Oi, filha. – Elisa viu a menina se levantar nos pois pezinhos e dar seus primeiros passinhos em sua direção. – Vem menina.
Megan deu quatro passos antes de cair com um baque no chão e ao invés de chorar, ela começou a dar risada da situação.
Callen mal acreditou quando percebeu que não só conseguira o espaço necessário, mas conseguira gravar a risada e os primeiros passos da filha.
Ele deixou o celular em backup e foi brincar com a filha.
Ele tinha certeza de uma coisa. O trabalho o deixou ver isso. Agora aquele vídeo seria a coisa que se a casa pegasse fogo ele salvaria por primeiro.
— Acho que é hora de papai levar as duas meninas para tomar sorvete. – Callen pegou a carteira. – E fazer nariz de cereja.
— Eu acho que você ainda guardou a roupa de pavão de tricô que a gente comprou quando Megan era bebê. – Elisa pegou uma caixa. – Aqui. Abra.
Callen olhou para a esposa e depois para a caixa. Ele a abriu e sentiu seu coração saltar pela boca. Dentro havia uma roupinha de ovelhinha, um teste positivo de gravidez e a certeza de que ela daria um segundo bebê ao marido.
— Eu não posso acreditar que você escondeu esse segredo de mim. – Callen deu risadas. – Sua perfeita.
— Sim, Megan foi promovida a irmã mais velha. – Elisa viu G tocar seu ventre. – Ainda é cedo para saber o que é.
— Não me importo se é menino ou uma menina de novo. – Ele sorriu pegando a filha nos braços e beijando a esposa. – Tudo o que eu espero é que venha com muita saúde.
— Saúde para todos. – Elisa pegou o celular com a memória liberada para ir ao parque com a família. – Deus, eu agradeço todos os dias por ter me dado essa família.
— E eu o agradeço todos os dias por ter me dado a mulher que faz minhas noites mais felizes, que é a minha rainha e mãe dos meus filhos. – Callen a beijou. – Agora, vamos tomar aquele sorvete e ver os passarinhos na praça.
Megan bateu as mãozinhas de felicidade. Eles foram ao parque, compraram sorvetes e descansaram embaixo de algumas arvores.
Elisa deu o celular para Callen e segurou Megan em seu colo.
— Ei, querido ou querida. – Ela sorriu. – Se você está nos vendo agora é porque você já tem a idade de ter um celular. Saiba que desde o primeiro momento você sempre foi desejado e bem aguardado por sua mãe, sua irmã e seu papai, que está gravando esse vídeo.
— E se você for uma menina, saiba que não vai namorar até ter 40 anos. – Callen virou a câmera para si mesmo. – Brincadeira. 30 anos.
Elisa apareceu balançando a cabeça e suspirando. Um sorriso cruzou o rosto dela quando o vento bagunçou todos os fios.
— E sua irmã Megan vai ser sempre sua amiga, mesmo que vocês discutam. – O vídeo acabou e Elisa sorriu. – O que você acha que vai acontecer quando essa criança crescer e ver esse vídeo?
— Ela ou ele vão dizer “cara, nossos pais usavam calças jeans e a gente usa apenas calças espaciais”. – Ele sabia como brincar. – Quase esqueci de te contar sobre o caso de ontem.
— Eu sei. – Elisa o beijou. – Ainda bem que o tiraram das ruas.
— Sim, como pai agora tudo o que eu quero é que meus anjos estejam protegidos. – Callen deixou Megan descansando no cobertor que trouxera e beijou Elisa. – Eu tenho sorte em ter você, minha rainha.
— Meu rei. – Elisa levou uma mão no rosto dele e o beijou.
Eles acabaram tendo uma segunda filha alguns meses depois e Callen achou que se estava no mundo era para ser pai de meninas.
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