Oneshots NCIS'S

I am Your Father.


Como contar para alguém que você admira que é o pai dela? Essa era a pergunta que Leroy Jethro Gibbs se fazia nesse momento.

Em um minuto, a vida toda de Abby foi arrancada dela e ele sabia que ela faria perguntas caso ele contasse.

Ele havia tido dois filhos antes de conhecer Shanon, mas nunca havia realmente aberto essa porta de novo. Apenas no dia que a viu chegar na agência, como a melhor de sua turma e ele sentiu que deveria proteger ela de qualquer coisa, inclusive da verdade.

Ele sabia que sua ex namorada havia dado os filhos para adoção, mas não sabia sobre a existência de Kyle até que Abby descobriu que ela era adotada.

Ver ela ali, tão triste por saber que foi adotada e que seus pais a rejeitaram, o fez reavaliar tudo de novo.

— Eu sou adotada, Gibbs. – Ela falou com sua voz chorosa. – Eu não sei quem eu sou.

Ele sabia, mas não poderia contar. Alejandro Rivera estava preso, mas ainda era uma sombra nele.

— Família é mais que DNA. – Gibbs tentou dissuadir Abby de buscar respostas. – São pessoas que cuidam e se importam umas com as outras.

Até que um dia tudo mudou e contar a verdade nunca pareceu tão certo.

Parecia uma manhã normal, fora o fato que Abby não apareceu para o trabalho e não estava atendendo seu celular. Gibbs estava muito nervoso, pois só fazia uma semana que ela conheceu seu passado realmente e algo o incomodava.

— Dinozzo. – Gibbs chamou o agente. – Comigo.

— Para onde vamos chefe? – Tony pegou seus óculos. – Temos um corpo ou vamos pegar café?

— Sem café. – Gibbs falou. – Vamos para o apartamento de Abby.

— O apartamento de Abby? – Tony engoliu em seco. – Aquele lugar me dá medo, com morcegos...

Ele sentiu um tapa atrás da cabeça, sabendo que Gibbs não estava feliz com a brincadeira.

— Abby não apareceu hoje de manhã, se não notou. – Gibbs discou o número da garota, sua filha de novo. – Abby, sou eu, Gibbs. Você não está atendendo as chamadas eu estou com um pressentimento horrível. Estamos indo para seu apartamento.

Eles fizeram o trajeto de meia hora em 15 e Tony saiu tonto do carro, sabendo que Gibbs tinha uma boa razão para isso hoje.

Pegando a arma, ele entrou no prédio e correu pelas escadas, com Tony atrás. Se o pressentimento de Gibbs estivesse certo, haveria alguém na mesa de autópsia na manhã seguinte.

Chegando ao andar de Abby, eles se dividiram, cada um a cada lado da parede, armas em punho. Gibbs ficou com a porta de Abby e a viu entreaberta. Algo não estava certo.

— Abby, sou eu, Gibbs. – Ele abriu a porta, tentando não comprometer digitais. – Abby?

O lugar estava completamente revirado, como se tivesse acontecido uma briga. Gibbs procurou em todos os lugares e viu a tampa do caixão que Abby mantinha fechada. Seus medos assumiram de uma forma que ele pegou a faca de seu bolso e arrombou.

Havia um homem morto lá, com um tiro no peito e nenhum sinal de Abby. Colocando luvas, Tony buscou por qualquer papel na cena e descobriu um especialmente perturbador na geladeira.

— Gibbs? – Tony viu o chefe correndo. – Acho que temos um problema.

"Estou com sua preciosa agente. Ela é responsável pelo o que aconteceu comigo e por isso ela vai pagar por isso, a menos que você se entregue e me deixe acabar com você.

AR."

— Alejandro Rivera. – Gibbs se controlou para não socar algo. – Ele levou Abby.

— Me perdoe, mas chefe, ele está na cadeia. – Tony falou. – Impossível ele ter saído de lá e não sermos avisados.

— Então ele tem um cumplice. – Gibbs discou os números de Tim e esperou. – McGee, estamos no apartamento de Abby. Precisamos de Ducky e Palmer.

— Não diga que Abby está morta. – McGee desmoronou no chão e Ziva o ajudou. – Diga que ela está bem?

— Encontramos um corpo. – Gibbs fez uma pausa. – Não é Abby.

Abby abriu os olhos em uma sala, praticamente igual à que estava quando foi raptada em Los Angeles.

— Olá? – Ela gritou para a sala vazia. – Tem alguém aqui?

— Bom ver que acordou, senhorita Sciuto. – O home se colocou na frente dela. – Já faz algum tempo, não é?

Abby ficou com a respiração presa ao olhar para o homem. Era o assistente de laboratório que ela havia prendido por tentar incriminar Tony.

— Chip. – Abby não sabia o que o tinha libertado. – Porque está fazendo isso?

— Primeiramente porque eu fui pago. – Ele pegou a seringa. – Eu conheci o bom Alejandro Rivera na prisão e ele e eu temos um ódio em comum: você.

Abby tentou se esquivar da seringa, mas quando a agulha penetrou em seu braço, ela sentiu seu corpo desligar lentamente.

— Bons sonhos. – Ele riu.

Abby caiu inconsciente. Seu último pensamento foi que ela queria Gibbs aqui.

— Falamos com a prisão. – Ziva falou. – Alejandro Rivera só teve um companheiro de cela desde que chegou lá. Reconhecem?

— Charles Sterling. – Tony rangeu os dentes. – Ele deveria estar preso.

— Foi solto por causa da anulação do julgamento. – McGee respondeu. – Sinto muito, Tony.

— Ele raptou Abby. – Gibbs anunciou o que todos menos queriam ouvir. – E eu sei onde eles podem ter levado ela.

Charles olhou para Abby, uma faca em sua mão assim como no dia em que ele tentou matar ela.

Ele a havia levado para a casa onde Paloma havia sido morta. Depois de todo esse tempo ela ainda estava de pé. Chip havia arrumado as marcas de tiro com rolhas de vinho e colocou bloqueios escuros na parede.

— Eu acho que eles não vêm. – Ele começou a gargalhar para uma inconsciente Abby. – Que pena docinho.

Quando o carro de Gibbs parou e ele fez aquela viagem pela metade do tempo apesar de todos estarem com vertigem, Gibbs ouviu as risadas, mas nada da voz de Abby. Ele preparou a arma e plantou o pé na porta, sem se importar com o preço que teria que pagar depois.

— Charles Sterling solte a faca. – Gibbs o viu pegar Abby rudemente. – Solte ela, sou eu quem você quer.

— Foi ela quem mandou a mim para a cadeia. – Charles gritou, seu rosto ficando vermelho. – Ela me mandou para lá, ela deve pagar.

— Alejandro Rivera. – Gibbs distraiu Charles enquanto Ziva se esgueirou por trás. – Ele te convenceu a fazer isso tudo. Porque no fundo ele sabia que você iria fazer uma vez que saísse.

— Charles, eu sei que eu sou ainda mais o motivo de você ir para a cadeia. – Tony guardou a arma. – Apenas um tiro, cara. Vamos, é sua chance.

Charles olhou para Tony e atirou, não presumindo que ele tivesse um colete por baixo da roupa.

Ziva neutralizou Charles logo que ele disparou o tiro e McGee pegou Abby em seus braços enquanto Gibbs algemava Charles.

Pegando Abby, Gibbs a levou para o hospital, que a colocou sob observação. Ela estava desidratada e muito drogada.

Gibbs estava sentado na beira da cama de Abby, segurando a mão dela. Ele sabia que ela gostaria de ver ela assim que acordasse.

— Gibbs? – A voz leve de Abby soou. – O que aconteceu?

— Você foi levada, lembra? – Ele viu a compreensão dela. – Havia um corpo no seu caixão também.

— O nome dele era Stefano. – Abby suspirou. – Era meu amigo.

— Sinto muito por ele. – Gibbs afastou alguns fios do cabelo dela. – Abby eu tenho algo para falar. Eu sou seu pai.

Abby começou a chorar com aquilo. Seu sonho era ser filha de Gibbs e ela meio que sabia que poderia ser.

— Eu queria te dizer por anos, mas homens com Alejandro Rivera me mantiveram de dizer. – Ele viu o sorriso dela. – Você e Kyle eram os filhos que eu nunca pude criar, mas viraram dois lindos jovens e você, minha filha, virou uma mulher linda.

Eles sorriram um para o outro. Ziva, Tony e Tim estavam em êxtase com a notícia. Ainda mais McGee que iria ter Gibbs como sogro assim que pedisse Abby em casamento.

E ele mal via a hora.