Oneshots NCIS'S
Family Affairs
Gibbs chegou até a agencia de manhã cedo. Ele não sabia exatamente o porquê de repente ele quis interromper seu sono, mas chegando a agência, Gibbs viu que Abby estava deitada em sua cadeira e com os pés apoiados em sua mesa. Ela parecia incrivelmente desconfortável e havia algo mais que agora era difícil para ele saber.
— Abbs? – Gibbs tentou acordar Abby, mas ela continuou a dormir. – Abby.
— Gibbs? – Abby finalmente acordou de seu sono, nada relaxante. – Desculpe, eu acho que dormi de novo aqui.
— Quantas vezes você dorme aqui? – Gibbs olhou para as paredes ainda com sinais da explosão. – Abby, me conte.
— Desde que eu comecei a ter pesadelos novamente. – Abby ajeitou suas tranças. – Eu tenho desde depois da explosão.
Gibbs percebeu o que aquele dia fez para a cientista. O prédio todo explodiu e Abby ainda estava lá dentro. Ela teve alguns cortes e ficou muito traumatizada.
— É aqueles pesadelos da autópsia novamente? – Gibbs pegou a mão dela. – Abby, deveria ter contado a alguém.
— Todo mundo tem família ou namorados. Você tem seu pai com quem se preocupar. – Abby bocejou de novo. – Eu vou tentar dormir no meu laboratório de agora em diante.
Ziva girou em sua cadeira, acompanhando os passos de Abby.
— Estou um pouco preocupada com ela. – Ziva suspirou. – Desde a explosão ela anda chateada e parece cansada.
— Você conhece a Abby, Zee. – Tony olhou para a amiga. – Ela não gosta de armas, não gosta que mexam nas coisas dela. Harper Dearing violou isso.
— Mas mesmo assim, sexta à noite, eu e ela vamos sair juntas, comprar maquiagem, ir a bares pegar garotos. – Ziva olhou para Tony quando disse a palavra garotos. – Você quer vir conosco?
— Sim. – Tony olhou de volta para ela. – Quem sabe a gente não consegue o que queremos.
— Vamos ver. – Ziva se levantou e saiu em direção ao elevador. – Vamos ver.
Ela se levantou, mas parecia incrivelmente dolorida enquanto descia.
Gibbs olhou em sua gaveta. Ele pegou de novo a sorte que Abby havia lhe dado. Ele precisava de um conselho de um amigo. Saindo da agência, ele encontrou Ducky sentando no memorial aos mortos na explosão.
— Sempre que eu venho aqui, eu sinto que deveria ter previsto o ataque antes. – Gibbs olhou para os nomes gravados. – É uma coisa triste.
— Você o pegou, Gibbs. É tudo o que importa. – Ducky o tranquilizou. – Mas você não me chamou aqui apenas para falar sobre o atentado. O que está em sua mente?
— Abby está tendo pesadelos. – Gibbs se endireitou. – Com a autópsia. Todo mundo teve um EVAL depois da explosão e ela passou, mas há algo que me incomoda nisso tudo e Vance não está dando a mínima para isso.
— Eu falo com ela. – Ducky viu Gibbs suspirar. – O que foi, Jethro?
— Abby e eu estávamos no laboratório quando tudo explodiu. – Gibbs viu Ducky olhar para ele intrigado. – Eu não sei o que pode ter desencadeado tudo de novo.
— Gibbs, Abby é uma garota muito inocente. Ela não consegue ver o mal que existe em tudo. – Ducky tentou dar um pouco de sentido a Gibbs. – Talvez você deva conversar com ela sobre Kyle.
— Ela não fala comigo sobre ele, Ducky. – Gibbs apenas suspirou. – Ela tem medo de que se mexer nesse assunto, as coisas deem errado e ela perder isso também.
— Diga para ela que pode confiar em você. – Gibbs se levantou. – E diga que ela pode confiar no julgamento dela.
Gibbs se levantou e foi em direção ao laboratório. Houve a queda de algo no chão e Gibbs correu como se fosse Abby quem caiu, mas era apenas uma cadeira.
— Abbs? – Gibbs chegou por detrás dela. – Abby?
Ela estava olhando para o móvel caído como se não estivesse ouvindo Gibbs. Tomando uma decisão cautelosa, Gibbs puxou Abby para longe da cadeira e do laboratório.
— Chefe? – Tim viu Gibbs levando Abby para fora do prédio e ele parecia determinado. – Quer ajuda?
— Quero. – Gibbs colocou Abby ainda sem dizer nada no banco de trás do carro e quando Tim entrou, eles saíram do prédio. – Vamos ver alguém.
— Gibbs, eu estou bem. – Abby finalmente deu algum sinal. – Eu estou bem.
— Você tem pesadelos, fica horas vendo coisas fixas. Abby, não é normal. – Gibbs parou na frente do pet shop onde Kyle trabalhava. – Talvez você só precise falar com ele de uma vez por todas.
— Vocês dois vão estar aqui quando eu sair? – Abby perguntou.
— Se você quer que fiquemos.... – Tim sorriu. – Mas saiba que estaremos com você sempre que precisar.
— Só por favor, nós diga que você vai ficar bem. – Gibbs tinha lágrimas nos olhos. – Não posso perder você também, Abbs.
Ela assentiu e saiu do carro. Dando alguns passos para dentro do pet shop, Abby ficou chateada que o homem no balcão não era seu irmão.
— Admita, Abbs. – Ela falou para si mesma. – Encare isso com a cabeça erguida...
— Moça! – Kyle gritou correndo para Abby. – Ei, moça!
Abby se virou e viu Kyle ali na sua frente. Era como se sua boca estivesse colada com uma supercola. Ela tremia tanto que pensou que morreria.
— Eu sabia que era você. – Kyle sorriu. – Eu esperava que eu te encontrasse um dia desses.
— Você queria me encontrar? – Abby podia sentir os olhos de Gibbs e McGee nela e pela primeira vez não se importou. – Por que?
— Pode parecer meio estranho, mas da primeira vez eu senti uma conexão com você. – Kyle suspirou. – Estranho, não é?
— Não é estranho. – Abby relaxou e viu Gibbs deixando o lugar com McGee. Ele sabia que ela precisaria de um tempo com seu irmão.
— O que quer dizer com isso? – Kyle convidou Abby para tomar um café em uma padaria ali perto.
Já passavam das nove da noite e Abby ainda não havia dado notícia. Gibbs odiava bancar o pai preocupado, mas se ele não recebesse notícias dela em dez minutos, ele iria mandar McGee buscar por ela. Faltando cinco minutos para o final do prazo, o carro de Abby parou na entrada da casa dele e ela entrou em uma explosão de felicidade.
— Gibbs!! Gibbs!! – Abby entrou indo diretamente ao marine. – Este é o meu irmão Kyle. Kyle, é dele que eu falei, Leroy Jethro Gibbs.
— É um prazer conhecer você, Leroy. – Kyle pulou o aperto de mãos para abraçar o agente.
— Chama de Gibbs. – Abby corrigiu e sorriu pela primeira vez em muito tempo. – Quem diria que abraços estavam no meu DNA.
— Eu senti algo quando vi Abby no ano passado. – Kyle sorriu para a irmã gótica e alegre. – Que louco, não é? Uma irmã que eu nem conhecia.
— Um brinde a isso. – Gibbs pegou uma cerveja para si. – Aceitam beber alguma coisa?
— Sim. – Tanto Abby quanto Kyle disseram.
Enquanto Gibbs e Kyle foram para a cozinha, Abby resolveu deitar um pouco no sofá de Gibbs e quando menos percebeu, ela adormeceu no sofá.
— Eu acho que Abby vai ser uma bela irmã. – Kyle sorriu. – Não é mesmo, Abby?
Gibbs e Kyle viram que Abby havia dormido no sofá e sorriram.
Kyle deixou a casa de Gibbs depois que o marinheiro chamou um táxi e pagou a corrida. Subindo rapidamente e sem fazer barulhos a escada, ele desceu com alguns cobertores e os colocou sobre uma adormecida Abby.
— Boa noite, Abby. – Gibbs deu um beijo singelo na testa dela. – Durma bem.
E ele não tinha dúvidas que ela iria dessa vez.
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