Como três palavras simples mudam a vida de alguém? Luke precisou respirar fundo quando ouviu de Emily uma verdade que Penelope escondeu até de Tara.

— Garcia foi baleada? – Luke teve medo de falar essas palavras que pareciam queimar sua garganta. – Tipo baleada?

— Há dez anos. – JJ lhe explicou. – Foi na frente do prédio dela. Era um policial corrupto chamado Colby Baylor e ele atraiu ela para um encontro.

— E ele atirou nela. – Luke teve que arrumar o controle em um lápis. – E onde ele está agora?

— Morto. – Ela tinha um sorriso no rosto.

— Bom. – Foi a única resposta possível.

Depois do briefing, Luke precisou de alguns minutos. Como se lida com essa informação assim? Ele percebeu que estava chorando. Ele percebeu que estava apaixonado e que precisava deixar Pen entrar.

O caso demorou tempo demais e tudo para descobrir que o maldito canibal tinha um cumplice tão louco quanto ele.

E para fechar, Derek Morgan veio ver e ajudar Pen. Logo depois de gritar com Rossi e todos não esconderam sua preocupação com a amiga.

Ele se bateu por não comprar outro gatinho para ela. Ele não sabia como fazer para deixar que ela soubesse que ele sempre estaria com ela.

— Eu gostaria de convidar todos para minha casa. – Ela sorria feito o sol. – Para celebrar a cura, a vida e a busca responsável pela intoxicação.

— Vamos. – Reid parecia animado. – Talvez você possa dizer a ela.

— Eu não o que quer dizer, Spencer. – Luke tentou desconversar. – Eu respeito Penelope.

— Ah, está bem. – Reid desistiu. – Depois falam que eu sou prego em notar o amor.

Todos chegaram no apartamento de Penelope, apenas um pouco diferente desde a festa de dia dos mortos anos antes.

— Eu vou buscar as bebidas. – Ela caminhou, mas passou a cabeça por uma parede. – Alguém quer me ajudar?

— Luke se ofereceu antes. – Reid disse, quase jogando o amigo por baixo. – Aliás, ele tem algo para contar.

Luke corou de vergonha. Ah, Spencer Reid seu pequeno safado. Ele iria pagar por isso.

Quando ambos estavam pegando as bebidas, Rossi se voltou para Spencer.

— O que foi aquilo? – Rossi queria muito saber. – Você deveria ter jogado Luke embaixo de um ônibus. Talvez fosse menos embaraçoso.

— Eu só estou tentando fazer eles deixarem de serem lerdos. – Reid bebeu um copo de água. – Afinal, se não perceberam, Luke estava tão vermelho de raiva quando você falou de Battle para ele, que eu provavelmente vi uma veia saltar.

— Quem é você? – JJ brincou. – E o que fez com o Reid que não vê o amor nem se bater na sua cara?

— Eu posso não ver o amor para mim, mas Luke. – Reid suspirou. – Precisa ser deficiente visual para não ver e mesmo assim dá para sentir.

JJ riu. Spencer era um cara sorrateiro, mas teve que admitir que ele estava certo. Luke se ofereceu a ficar com Pen, estava ligando para ela quase de duas em duas horas e ele precisou de controle para não sair correndo em busca de Battle.

Luke e Pen estavam fazendo alguns drinks na cozinha dela. Ela comprou uma porta para separar os ambientes, evitando o vizinho pelado.

— Você está bem mesmo? – Luke a girou. – Você não parece bem.

— Esse caso sempre me faz mal. – Ela soltou a bebida. – Eu fui estúpida e briguei com Derek sobre isso.

— Ei, olhe para mim. – Luke subiu o queixo dela gentilmente. – Você levar um tiro foi uma ofensa aos deuses. Mas você tem uma cicatriz e ele só tem ossos. Ele está morto e você viva.

— Luke. – Ela desviou o olhar. – Não diga coisas assim quando você nem ao menos pode me beijar.

— E quem disse que eu não quero? – Ele a olhou diretamente para os lábios dela e lambeu os dele. – Por respeito aos nossos colegas eu não te curvarei nessa bancada e te mostrarei o que eu faço de melhor, mas quando eles saírem... – Ele aproximou seus próprios lábios. –Eu vou te mostrar como você deveria ser adorada.

— Me beija. – Ela o olhou. – Por favor.

Ele deixou o copo em suas mãos junto ao dela e a puxou para seus braços. Seus olhos castanhos estavam atentos e ele abaixou seus lábios nos dela, criando uma explosão.

Tudo o que contaram a ela sobre ver fogos de artificio quando o verdadeiro amor chegasse era fichinha quando Luke a beijou. Ela não tinha idéia de quanto amor ele tinha por ela.

As mãos dele descansaram em seu traseiro e sua língua pediu permissão para entrar na boca dela.

— Garcia, eu... – Reid corou ao ver a cena. – Eu, me desculpe. Eu volto depois.

Spencer saiu correndo e sorrindo. Sentando no sofá ele ficou em silêncio.

— Reid? – Rossi olhou para o gênio. – Qual a graça?

— Garcia E Luke... – Ele cantou. – Sentadinhos na arvore.

A conversa entre Tara e Matt parou e Emily deu uma risada nervosa. JJ sorria apaixonada e Rossi, pela primeira vez aprovou um namorado dela.

— E eu achei que nunca teríamos outro escândalo. – Emily sorriu. – Depois de Kevin, o que vier é melhor.

Luke e Pen olhavam um para o outro, em silêncio. Luke sempre achou os lábios de Pen saborosos, mas esse beijo era coisa melhor. Muito melhor.

— Eu sinto que traumatizamos o pobre Spencer. – Penelope não saiu dos braços de Luke. – Levamos as bebidas ou mandamos todos embora e temos um tempo pessoal juntos?

— Vamos dar algumas bebidas e depois expulsar. – Luke riu. – Devo a Spencer um box de Stars Wars.

— Dê a caixa toda. – Pen riu. – Luke...

— Você vai namorar comigo? – Ele a abraçou por trás. – Por favor?

— Eu pensei que já estávamos. – Ela girou e abraçou ele. – Eu te amo.

— Não Pen. – Ele a dobrou e beijou. – Eu te amo muito mais.

— Essas bebidas vêm ou não? – Rossi gritou da sala. – Eu vou jogar água para esfriar vocês.

— Vamos lá. – Pen pegou alguns dos copos. – Namorado.

— Gosto disso. – Ele pegou os copos restantes. – Namorada.

Eles saíram e foram recebidos com palmas. Pen entregou a todos copos de drinks e eles brindaram juntos, contando pequenas histórias sobre um pouco de tudo.

Penelope deixou o copo na mesa e abraçou Spencer.

— Obrigado, Spencer. – Ela beijou a bochecha dele. – Por ser um irmão maravilhoso.

— Eu sempre serei um irmão para você, Pen. – Reid a abraçou de volta. – Porque quando fui preso foi você que contou a Luke sobre eu estar machucado. E eu te devia essa.

— Obrigado. – Luke apertou a mão de Reid. – Você pode ser o padrinho quando casarmos e tivermos um filho.

— Whoa lá! – Emily interveio. – Se quiserem fazer um bebê, a gente precisa sair antes.

— Não. – Pen suspirou. – Fiquem mais.

— Nós vamos. – Rossi a abraçou. – Você merece esse, Penelope.

— Obrigado Dave. –Pen suspirou. – Espero que goste desse.

— Ele só precisa saber que se ele te machucar. – Rossi deu um olhar malvado. – Eu sei enterrar corpos.

Luke sorriu e puxou Pen para seus braços. Eles dividiram mais drinks antes de deixar Luke e Pen sozinhos.