Pela segunda vez em sua vida David Rossi estava tendo uma conversa de homem para homens. Dessa vez, no banco estava Carlos Garcia, irmão de Penelope, tentando controlar o medo que tinha dele, de Emily e principalmente de Luke.

Da última vez que ele soube sobre Carlos, Penelope havia ido a audiência e pedido que Jesse fosse liberado e ela tinha as melhores intenções na vida.

Como ele não poderia ver o que estava acontecendo?

Agora, Emily o obrigou a vir, com uma ameaça de mandar a polícia atrás dele. Penelope estava sofrendo depois de seu sequestro e tudo o que ela precisaria era de uma ajuda de seu irmão.

— Eu não sei porque estou aqui. – Carlos disse logo quando chegaram a sua sala. – Honestamente, depois que Penelope fez seu show na audiência de condicional, nenhum de nós está falando com ela.

— Bem, talvez você devesse parar de ser o chorão. – Rossi disse, sem rodeios. – Penelope precisa de ajuda e precisa agora.

— Ela não ligou para mim. – Carlos bufou e olhou para Luke. – E quem é você, o namorado?

— Podemos dizer que sim. – Luke não estava mentindo. – Estamos nos vendo há algum tempo depois que terminei com Lisa.

— Você sabia que Penelope foi sequestrada? – Emily o viu se virar, tentando ver se era piada. – Eu vou chamar alguém que talvez possa te explicar melhor.

Carlos ficou lá impotente, tentando descobrir o que aconteceu para sua irmã ser sequestrada. E ela não lhe contou.

Spencer entrou e soltou um olhar assassino para Carlos como se o estivesse amaldiçoando.

— Prazer, meu nome é Spencer. – Reid se sentou e cruzou os braços. – Sou colega e um irmão presente na vida de Garcia.

— Ela me disse que Penelope foi sequestrada. – Carlos estava nervoso. – O que isso quer dizer? Quem fez isso com ela?

— Penelope e eu fomos raptados por um culto assassino. – Reid suspirou. – Eles a amarraram a uma cadeira, mexeram em suas roupas e bateram nela e em mim.

Carlos agora se sentou, sem ar. Penelope sequestrada e amarrada.

— Meu deus. – Carlos tentou se acalmar. – Como acabou?

— Penelope fugiu do complexo. – Reid forneceu alguns detalhes. – Pelo o que eu sei, ela atropelou Meadows sem dó e fugiu diretamente para cá.

— Quando ela entrou aqui, ela estava em estado catatônico. – Rossi falou. – Repetia palavras como uma prisioneira de guerra.

— Depois disso, ela começou a ficar paranoica. Matt a tocou e ela praticamente fugiu. – Luke adicionou. – Como se uma lembrança ruim fosse ativada.

— As coisas ficaram piores. – Emily suspirou. – Ela derrubou aquela caneca no chão e só ficou olhando. – Ela fechou um pouco os olhos. – Quando eu conversei com ela, ela disse que sentia sua falta. Mesmo depois da audiência.

— E sabe o que mais me doeu? – Luke estava ficando nervoso. – O fato que ela grita por você também em seus pesadelos. Ela teve um nessa noite, ela gritou de medo tanto que Roxy precisou ajudar a consolar ela.

Carlos se encolheu, olhando para um David Rossi bem irritado com ele agora e para Emily tentando controlar sua raiva.

Spencer estava sem reação, mas ele apostaria que no fundo, o jovem agente estava com raiva dele.

— Certo, eu quero ver Penelope. – Carlos se levantou, mas foi impedido por Dave de sair.

— Ainda não acabamos. – Rossi fechou a porta com a chave. – Eu quero que você ouça algumas coisas antes de sair.

— Se você machucar minha namorada. – Luke olhou ele diretamente em seus olhos. – Você e eu vamos nos ver novamente. E não vai ser uma boa coisa.

— Penelope é um membro vital desse time. – Emily o olhou de braços cruzados. – Você a machuca, eu te machuco.

— Isso serve também. – Rossi mostrou sua foto de caça. – Não pense que hesitaríamos em te matar e esconder seu corpo. Eu sou um profiler, sei como esconder corpos bem o suficiente.

Carlos engoliu em seco. Apenas Reid parecia estar pensando.

— Eu aposto que seus outros irmãos sentiriam sua falta. – Reid começou. – Então, você sabia que 20 dos milhares de acidentes acontecem em escadas? Alguns são fatias, mas outros te deixam em uma cama de hospital ou paraplégico.

Carlos o olhou sem reação. Ele realmente o ameaçou de um jeito sutil. Ele estava disposto a adivinhar que a agente Tara tinha suas ameaças e JJ e Simmons também.

— Venha, eu vou mostrar o caminho. – Emily pegou a caneca recém colada e rumou para o escritório de Pen.

No caminho, Carlos notou como a vida de sua meia irmã era animada. Algumas fotos dela com a equipe estavam em um cartaz de melhoras. Todos que viam Emily pediam para dar um abraço, um beijo, ambos ou um simples "tudo vai ficar bem" para Penelope.

Chegando a um corredor, Emily bateu na porta e Carlos leu na porta:

"Análises técnicas. Informática. Penelope Garcia."

— É aqui que Penelope trabalha? – Carlos perguntou a um homem de terno perto de Emily.

— Exatamente. – Cruz falou. – Nós temos sorte de conviver com Penelope no nosso espaço de trabalho. Ela é competente.

— Você vai me ameaçar também? – Carlos deu um passo para trás.

— Vai ser preciso? – Cruz olhou para Carlos. – Eu acho que está bem claro. Ela e o agente Alvez são um casal perfeito e o fato de você ter odiado sua irmã por ela fazer algo bom, é repugnante.

Mateo saiu de perto de Carlos, indo de volta a sua sala.

— Emily. – Mateo cumprimentou a agente.

— Senhor. – Emily cumprimentou de volta. – Eu vou falar com ela primeiro.

Emily bateu na porta e Carlos ouviu a saudação incomum de sua irmã.

— Minha caneca de unicórnio. – Penelope sorriu. – Eu achei que eu tinha jogado fora.

— Eu a recuperei, espero que não fique brava. – Emily sorriu.

— Não. – Penelope sorria. – Não mesmo.

— Que bom. – Emily resolveu dizer algo que ela realmente tinha chegado. – Quando eu estava consertando eu vi algo. Você não é a caneca, mas a cola que mantem a caneca junta.

— Qual é. – Penelope sorriu. – Obrigado por me escutar, e por me entender e por ser minha amiga e minha chefe ao mesmo tempo.

— Bem. – Emily suspirou. – Espero que ainda pense assim quando vir o que eu tenho. – Ela colocou a mão na porta. – Dave e eu pedimos para ele vir.

A porta se abriu e um Carlos embaraçado estava atrás.

Depois que ela e Carlos fizeram ~as pazes~, Penelope foi para casa com Luke Alvez.

Ele fez ma lasanha vegetariana para ela e eles comeram em silêncio. Eles começaram a namorar logo depois do problema com o culto e ele havia terminado com Lisa.

Ela dormiu a primeira noite em paz depois de fazer amor com Luke. Nenhum deles sabia ainda, mas depois de um mês, eles descobririam que o amor deles deu um fruto.