Gideon sabia que havia pego duro demais com Penelope. Não era culpa dela que alguém a hackeou. Mas como sempre, ele e sua boca foram apressados demais. E as palavras simplesmente saíram.

Ela o evitava por duas semanas. Quando ela o encontrava em qualquer parte que não fosse a sala de briefing, ela fugiu dele. Ela estava chateada – e com razão – afinal, ele não se controlou.

— Tem um minuto? – Gideon bateu na porta de Hotch. – Preciso de conselhos.

— Sobre? – Hotch desviou o olhar dos relatórios. – Deixe-me adivinhar. Penelope.

— Sim. – Jason respondeu. – Eu não sei o que fazer. Ela tem me evitado.

— Você gritou com ela. – Hotch o olhou diretamente. – Ela não teve culpa se o homem invadiu o laptop dela ou se ele jogou a isca certa.

— Eu ainda não entendo como isso aconteceu. – Jason se sentou. – Quero dizer, ela é uma analista técnica, deveria ter cuidado e firewalls.

— E ela é mulher, Jason. – Hotch entedia. – Quando eu a recrutei no ano passado, ela parecia uma garota forte, mas agora ela precisa de fotos de pandas para não se horrorizar.

— Ou flores. – Gideon se lembrou. – Iguais a que você mandou em meu nome.

— Eu disse a você. – Hotch o olhou profundamente. – As pessoas precisam se sentir bem. Elle está fora de perigo e nem queria saber sobre a avaliação psicológica da Penelope. Ou o que está escrito.

— Deixe-me ver. – Gideon pegou a avaliação. – Por que ela queria isso?

— Se ainda não ficou obvio. – Hotch olhou para o amigo. – Só não se culpe. Tente fazer algo a respeito.

Gideon voltou para sua sala e viu Garcia conversando com Spencer e Derek. Ela estava cansada e Derek insistiu em levar ela para casa e cuidar dela. Mesmo que Randall Garner estivesse morto, Derek queria cuidar de Penelope.

Quando o agente passou uma mão pela cintura da amiga, a cabeça dela foi para o ombro de Derek, Gideon se forçou a virar e andar para seu escritório.

Pegando o relatório, ele leu uma e outra vez.

“A senhorita Penelope Garcia apresenta um quadro de culpa. Ela diz que gostaria de ter sido a única a receber o tiro que a agente Greenaway levou. Especialmente depois que o agente Jason Gideon foi rude com ela, assim como o agente Hotchner.

Acredito que se a senhorita Garcia não tiver supervisão corretamente ela poderia cometer algo impensado contra si mesma. ”

Pegando o casaco, Gideon foi ao hospital. Ele precisava saber de Elle o que ela achava sobre isso. Ele precisava agir logo para ajudar Garcia. Antes que fosse tarde.

— Gideon. – Elle disse. – Apenas esqueça isso. Garcia não teve nenhuma culpa no que houve comigo. Você deveria estar culpando Randall Garner, no entanto.

— Mas você está aqui. – Gideon tentou justificar. – Nada disso teria acontecido se ela não estivesse jogando.

— Mas ele ainda acharia um jeito. – Elle tentou por algum juízo. – Como sequestrar Garcia e a forçar a entregar nossas localizações.

Gideon finalmente viu o que ele estava adiando. Ele não sabia por onde começar a recuperar a amizade da técnica.

Morgan olhou para sua menina, deitada na cama. Mesmo que ele tenha saído com Elle, era Penelope que seu coração queria. Eles estavam namorando escondidos desde o fim do caso Fisher King.

— Eu quero que você durma, Baby Girl. – Derek a abraçou na cama. – Eu vou estar aqui quando você acordar.

— Eu te amo, Derek. – Ela sussurrou com a voz cansada. – É minha culpa que Elle levou um tiro.

— Não é não. – Derek a abraçou ainda mais forte. – Nada do que aconteceu é sua culpa. Ele iria conseguir de alguma forma ou outra.

Ela estava dormindo quando ele terminou. A exaustão finalmente a chamando. Derek beijou sua testa e aproximou a cabeça dela, para dormir junto.

Gideon arrastou Spencer com ele para uma loja de estatuas de porcelana. Ele não fazia idéia do que comprar.

Na prateleira do canto, havia a sessão de canecas. Polvo, estrelas e unicórnios. Ele não sabia qual delas seria a preferida de Penelope.

Pegando primeiro a de polvo cor de rosa, imaginou que como ela adorava café seria uma coisa maluca e boa para o escritório dela.

— Spencer! – Gideon chamou o agente. – Achou algo legal?

— Algumas estatuetas de gato. – Ele apontou para um conjunto na prateleira de cima. – Transparentes e do jeito que ela gosta.

— Pegue. – Gideon disse. – E vamos levar essa caneca de polvo.

— Oh. – Spencer sorriu. – Ela vai adorar isso.

— Espero que sim. – Gideon sorriu. – Pacote para presente. As estatuetas e a caneca.

— Esposa? – O atendente perguntou. – Ou namorada?

— Uma amiga especial. – Gideon respondeu. – Alguém que eu considero como filha.

O atendente sorriu. Não havia mitos como ele no mundo.

— Tenha um bom dia. – O atendente passou o presente. – E boa sorte.

Gideon voltou para a BAU, enquanto Spencer foi para o apartamento de Garcia.

O agente mais novo sabia que ela e Derek estavam namorando e ele estava feliz com isso. Eles finalmente pararam de brincar e assumiram seu amor.

— Spencer. – Derek o puxou para dentro. – Graças a deus você veio.

— Outro pesadelo? – Reid correu até Penelope. – Como a acalmou?

— Um pouco de sedativo. – Derek se sentia mal. – Eu não vi solução.

— Precisamos de um plano e rápido. – Reid sabia que Penelope estava se culpando. – Antes que as coisas fiquem piores.

Derek concordou. Penelope estava em uma decida rápida.

— Pedirei a JJ que ligue para a terapeuta dela. – Spencer falou quando Derek não disse nada. – Vamos trazer Garcia de volta. Eu prometo.

Gideon chegou a BAU com os presentes. Pegando uma folha de papel ele começou a escrever.

“Hey Garcia.

Eu sei que nem sempre fui o mais doce dos agentes e que fui rude com você na maioria das vezes. Sim, eu sei o quão ridículo é fazer você acreditar que é culpada por Elle levar o tiro.

Não tenho muito jeito com pessoas, parte graças a esse trabalho duro, cheio de violência e que faz a gente perder amigos onde quer que a gente vá.

Eu espero que esses pequenos mimos ajudem a você saber que eu não todo bronco. Hotch me contou sobre sua avaliação, em parte porque a culpa é minha. Espero que possamos ser amigos e quem sabe até pegar um unsub juntos.

Elle manda dizer que não acha você culpada pelo o que houve com ela e que ele acharia outro jeito que chegar a nós.

Eu te considero como uma filha. Eu levei Spencer para comprar esses presentes.

Gideon. ”

Selando o envelope ele pediu a JJ o código da porta de Penelope e deixou os presentes e a nota. Haveria uma encomenda de flores para ela de manhã.

Quando Penelope chegou de manhã, ela encontrou os pacotes em cima da mesa. Abrindo o envelope ela sentiu paz pela primeira vez em muito tempo.

Agora, ela sentia que podia ao menos começar a superar. Abrindo o pacote, ela se deparou com a caneca de polvo e seu coração se encheu de amor. Ela adorava esse tipo de coisa. O segundo pacote tinha três estatuetas de gatinho uma menor que a outra. Era um conjunto.

Ela as posicionou e sorriu para a vista. Uma batida na porta a surpreendeu.

— Entrega, Senhorita Garcia. – O rapaz de segurança entregou para ela. – Verificada, sem bombas ou materiais radioativos.

Ela agradeceu e entrou. Procurando um cartão, ela encontrou.

Me desculpe” era a única coisa que estava escrita e ela sabia de quem era.

— É claro que eu te perdoo. – Penelope disse. – Eu precisava disso.

— Pronta para o briefing, doçura? – Derek a puxou depois de entrar. – Quem está mandando flores para minha garota?

— Gideon. – Ela deu um sorriso sincero. – Tentando se desculpar.

— E você está bem com isso? – Derek a defenderia. – Sabe, ele pode parecer um bobo as vezes, mas sem você estaríamos ferrados.

— Vamos lá. – Ela o repreendeu. – Antes que venham nos procurar.

Quando eles entraram, Gideon apenas olhou para ela e Penelope devolveu o olhar e sorriu.

Era o começo de algo bom, pelo menos uma trégua entre eles.