Cristal caminhava pela rua principal até os limites da cidade. As casas já tinham sido deixadas para trás e agora o seu caminho era ladeado por uma floresta sombria.

Mas ela não tinha medo de nada. Além disso, ela estava com pressa para chegar ao ponto de ônibus mais próximo, e sair daquela cidade ainda aquela noite.

Então ela ouviu, algo se movendo entre as árvores. Pelo som baixo que fez devia ser muito pequeno ou muito inteligente, e a adolescente secretamente desejou que o primeiro estivesse certo.

Ela sentiu um calafrio e olhou para trás. Ela pensou ver uma sombra atravessar a estrada, mas quando ela tentou dar uma olhada melhor já tinha desaparecido.

"Quem está aqui?" Ela perguntou alerta.

"Não se mova." Uma voz firme ordenou.

Era a voz de uma menina e parecia muito jovem, mas Cristal não conseguia ver onde ela estava.

"Quem é você? Venha para onde eu possa vê-la se tiver coragem!" A menina loira ordenou também com firmeza.

A menina caminhou até ela. Ela tinha longos cabelos ruivos e, com a falta de luz, era difícil dizer a cor dos seus olhos. Ela tinha aproximadamente a idade e altura de Truffelio.

"A questão aqui é, quem é você?" A menina cruzou os braços. "Nunca vi você por perto."

"Crystal. Estou só de passagem. Por que a pergunta?"

"Só por curiosidade. Nunca vejo novas pessoas por aqui, são sempre as mesmas."

"O que uma menina tão pequena está fazendo sozinha na floresta a esta hora? Seus pais não se importam? Eles não estão sentindo falta de você?"

"Eu não tenho pais desde que me lembro." A ruiva deu de ombros.

Cristal suspirou. Assim como eu. Ela pensou.

"Escuta menina, não tenho tempo para conversar, eu preciso tomar um ônibus para sair daqui ainda hoje." Ela alertou.

"Tudo bem." A mais nova respondeu com um sorriso e rapidamente a abraçou. "Boa sorte"

"Para você também, seja lá o que você estiver fazendo." Cristal disse antes ir embora.

Ela conseguiu chegar ao ponto de ônibus cinco minutos antes do ônibus chegar e esperou impacientemente. Assim que o ônibus parou, ela pulou para dentro e estava prestes a pegar o dinheiro para pagar a passagem quando ela percebeu que não tinha dinheiro.

"Ei menina, não temos a noite inteira." O condutor disse a ela.

"Oh, desculpe senhor, mas uma menina me parou na estrada e ela roubou todo o meu dinheiro." Ela tentou se explicar.

"Oh, sim. O que você acha que eu sou? Você não é a primeira pessoa a tentar usar essa desculpa para uma carona grátis. Melhor você sair antes que eu chame a polícia."

Cristal balançou a cabeça com raiva e desceu do ônibus.

"Aquela pestinha." Ela murmurou para si mesma, fazendo seu caminho de volta para onde ela havia encontrado a menina. "Eu vou pegá-la e ela vai certamente se arrepender."

Mas ela tinha andado todo o seu caminho até o limite de casas de Gamelot e nenhum sinal da ladra.

"Talvez eu devesse avisar à polícia ou algo assim." Ela murmurou. Mas pensou melhor. Ninguém na cidade, exceto Truffelio e sua mãe, a conheciam. Quem acreditaria que uma menina tinha roubado seu dinheiro na estrada? "Não, eu vou procurar na floresta, ela deve estar em algum lugar."

Ela pegou uma lanterna de sua bolsa e caminhou de volta para a floresta.

"Não pode ser tão grande." Cristal murmurou andando.

Mas depois de dez minutos ela estava tão cansada que estava quase desistindo e isso era uma grande coisa, porque raramente Cristal desistia de alguma coisa.

"Oh, bem, eu estou perdendo meu tempo." Ela murmurou. "Mas o que eu vou fazer sem dinheiro para sair daqui?"

Como mágica, quando ela disse isso também viu uma luz distante, provavelmente vinda de uma tocha ou algo assim, não parecia elétrica.

Cristal correu para lá e encontrou uma espécie de cabana improvisada. Ela podia apostar que, se começasse a chover, molharia tudo e todos dentro.

"Só pode ser seu esconderijo." Cristal sorriu, vitoriosa.

Quando ela se aproximou, ouviu vozes vindas de dentro e parou para ouvir.

"Posso ir e ver?" Perguntou a voz de uma menina que ela não conheecia.

"Eu não sei onde ela está agora, provavelmente, tentando avisar a Xerife Calhoun." A menina que tinha roubado o dinheiro de Cristal riu.

"Boa sorte para ela." A outra menina riu também.

"Mas..."

"Mas o que, Clar?"

"De alguma forma, ela parecia familiar. Em parte eu sei por que, ela é muito parecida com Calhoun. Mas o nome... Crystal... Acho que ouvi esse nome antes em algum lugar." Clar disse, pensativa.

"Eu sei, a história que Truffelio contou." Sua amiga lembrou.

Então Truffelio contara-lhes sobre a maldição também. Crystal estava confusa agora.

Ele conhecia as pequenas criminosas, mas ainda era o mocinho nessa história? Ou ele tinha um lado obscuro escondido sob toda aquela bondade?

"E você acreditar nisso?" Perguntou Clar.

"Eu não tenho certeza do que acreditar Clar, mas você disse..."

"Esqueça isso. O que eu lhe disse da última vez era o que eu sabia que ele queria ouvir, o que é diferente do que eu realmente acho. Vamos pegar nossas coisas. Ela estará aqui em breve."

As duas meninas deixam a cabana e encontraram Cristal parada lá.

"O que você está fazendo aqui?" Perguntou a ruiva.

"Ela é a garota que você estava falando?" Sua amiga perguntou curiosa.

"Eu quero o meu dinheiro de volta." Cristal pediu com firmeza.

"De jeito nenhum." Clar cruzou os braços. "A vitória é dos mais inteligentes."

"Não. O que você fez é chamado de roubo."

"Seja qual for o nome, funciona para mim."

"Mas não para mim. Sem dinheiro não posso deixar este lugar." Cristal protestou.

"Sim, e mesmo com dinheiro eu não posso. Viva com isso." A ruiva revirou os olhos. "É melhor você ir agora. Se ela te encontrar aqui você estará em apuros."

"Tarde demais" Sua amiga disse.

As duas correram, logo ela ouviu uma voz e sentiu algo frio, imaginou que fosse uma arma, apontada contra sua nuca.

"Não se mova." Uma mulher disse, ferozmente.

"Por favor, não atire, eu sou inocente!" Cristal pediu. "As duas meninas que você deve estar procurando fugiram por ali." Ela apontou.

"É o vamos ver."

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.