–Espere: Vocês estão me dizendo que vêm de um conto de fadas?! Mas como isso é pos

Algo me interrompeu. Odeio quando isto acontece. Novamente, a luz roxa começou a irradiar a máquina e outros dois seres saíram de lá. Um aparentava ser mais velho, com uma bengala de ouro ao seu lado. O outro parecia ser um pirata, mais novo que o homem de bengala. Odeio piratas: sempre sujos, com uma higiene horrível; só tomam cerveja e

–Sheldon, responda! - Leonard disse - O que você fez nesta máquina?! Isso é uma pegadinha, não é? Que lição quer me ensinar agora? Que está realmente comprovado que você é louco e tenho que te internar em algum manicômio???

–Com sua licença, - era o mais velho falando - mas acho que você está sendo um pouco precipitado. O seu amigo, Sheldon, não está louco. Pelo menos, não neste momento. Não é de praxe sairmos falando que saímos de um conto de fadas e que agora vivemos em uma cidade chamada Storybrooke. Mas como acabamos invadindo a casa de vocês, acho que devemos alguma explicação. Aliás, o meu nome é Rumplestilskin e o dele é Killian Jones.

–Mas prefiro Capitão Hook. Estou com uma dúvida em minha cabeça - dessa vez era o pirata falando - Vocês são um casal gay? Só por curiosidade mesmo.

–NÃO! Se eu fosse gay, com toda certeza, Sheldon não estaria nem na lista das últimas pessoas que eu escolheria pra ter um relacionamento. Nós somente moramos juntos. Minha namorada, Penny, é nossa vizinha de porta. Ela deve estar chegando daqui a...

–SINTO CHEIRO DE COMIDA! - Como sempre Penny só vem para pegar a nossa comida. Quando será que ela vai cozinhar pra ela mesma?– Érr, desculpa, mas quem são vocês? É algum tipo de Comic-con na casa do Sheldon? Então, acho que já vou indo.

–Espere, milady, por que não fica? Uma jovem moça como você é a melhor companhia que se pode ter!

–EI! - gritaram Leonard e Emma ao mesmo tempo.

Penny ficou encarando Hook por alguns instantes.

–Que se dane! Por que não?

***

Esperei todos irem dormir para conversar com Leonard. Ouvi através da porta e parecia que Penny estava lá também. Ela deveria tratar esse ronco irritante dela.

–Leonard, Leonard, Leonard - bati três vezes na porta de seu quarto

–O QUE FOI, SHELDON?! - atendeu Leonard. Que maneira rude de se atender a porta para seu melhor amigo. Ele deveria ser agradecido por ter uma amizade de alto nível de inteligência e genialidade.

"Por que você está batendo na minha porta às - ele olha o relógio de pulso - 3h da madrugada?"

–Preciso falar com você. Não consigo dormir. E na realidade são - olhei para o relógio de pulso dele - 2h56min da madrugada. Francamente, Leonard, agora vou ter que te ensinar como se olha as horas em um relógio?

Ele ignorou meu comentário e fechou a porta do quarto. Ficamos parados no corredor encarando um ao outro até Leonard dizer:

–Fale.

–Leonard, você sabe o quanto odeio ter que hospedar gente que nem conheço no MEU apartamento?! Ainda mais gente que eu nem conheço e nem sei como se higienizam!

–Sheldon, pare de neura! Só são algumas pessoas. Nós só vamos hospedá-los por alguns dias e eles irão embora.

–Você esqueceu-se que eles vêm de um reino da Era Medieval? Eles podem ter Peste Negra! Não posso ficar tranquilo sabendo que há pessoas infectadas no meu lar.

–Sheldon, eles não vieram da Era Medieval nem são contos de fadas. São umas pessoas malucas, como você, que com certeza vão embora daqui a alguns dias.

–E como você explicaria a fumaça roxa saindo da máquina do tempo e toda essa gente infectada aqui? Já estou começando a sentir os sintomas da Peste Negra. Logo, logo morrerei, caro Leonard. Aproveite cada minuto comigo.

–Sheldon, você não está morrendo! Esqueça isso e vá dormir!

Achei isso meio rude da parte de Leonard, mas acabei indo pro meu quarto mesmo assim. Coloquei meu pijama de sexta-feira, deitei na cama e esperei o sono vir. Só esperei, porque o sono não veio. Levantei-me da cama e fui para a cozinha esquentar o leite.

Tudo estava muito escuro, então peguei a minha lanterna do Lanterna Verde. Encontrei o interruptor da cozinha e acendi a luz. Abri a geladeira. Onde está o leite? Eu tenho certeza que eu deixei no canto direito ao lado dos outros laticínios...

–Procurando por isto?

Levei um susto. Demorei para distinguir a silhueta e descobrir que era Rumplestilskin. Como ele se atreve a roubar o meu leite?!

–Não mais. Agora que você tocou, está infectado com várias doenças medievais... Já volto. Vou ao mercado comprar leite - Peguei o meu casaco e o vesti.

–Espere. Que tipo de mercado fica aberto às 3 horas da madrugada? E por que você acha que eu sou doente?

–Os 24 horas. Primeiro, não acho, tenho certeza. E segundo, você veio da Idade Média. Sei que você não tem higiene e...

–Primeiro, eu não vim da Idade Média, eu vim do Reino Mágico. Segundo, depois que o Reino Mágico foi desfeito, acabei morando em uma cidade chamada Storybrooke, que foi formada após o fim do Reino. Você sabe meu nome, mas não sabe minha história.

–E como você pegou o leite?! Isso é contra as leis das física.

–Mágica. Não há nenhuma Ciência que possa ir contra a Mágica.