- Kurt, tem certeza? O seu apartamento não tá pronto ainda, o que custa você ficar lá em casa mais uma noite?

- Pode custar o seu casamento, Rachel. E já tá quase tudo pronto, então não tem problema eu ficar aqui.

Rachel olhou pra ele irritada. Ela não queria deixar o amigo na mão, mas sabia que ele tinha razão. Mesmo desiludida com o casamento ela ainda tinha esperança, de conseguir salvar aquilo que supostamente deveria durar para sempre. Ontem depois que o Kurt finalmente convenceu Hazel a dormir, eles tomaram sorvete e assistiram aos clássicos filmes que os dois tanto adoravam. Ele forçou a Rachel a conversar o que acabou resultando em uma noite passada a claro. Como se a Rachel fosse apenas uma adolescente, como se não fosse a filha dela dormindo no quarto ao lado e não fosse o marido dela que ia passar a noite fora de casa.

- Olha cansei de insistir. Tenho um compromisso agora, mas se precisar de qualquer coisa, QUALQUER coisa me liga. Tá entendendo, seu teimoso?

Kurt foi até o carro, deu um beijo na bochecha da morena e sorriu achando fofo a preocupação da amiga.

- Me deixa mulher. Hoje eu tenho que aproveitar pra conhecer a verdadeira New York. Relaxa, vai. Te amo.

- Seu safado, também te amo.

Por mais preocupada e tensa que ela estivesse, ela tinha certeza que estava prestes a ficar ainda mais.

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- Rachel você tá bem? – o Finn disse indo na direção dela quando ela entrou pela porta do mesmo restaurante que eles se encontraram ontem.

- Sim, tá tudo bem. Olha, eu cometi um grande erro te chamando aqui ok? É eu só queria ter certeza que tinha sido você que deixou o número e não tenho nem ideia porque te chamei aqui. Afinal, porque você me deu o seu número? – ela disse muito rápido, engolindo sílabas e ofegante.

- Calma baixinha, respira e fala devagar.

- Finn sinto muito, pode ir embora. Eu não devia ter te chamado.

Ela se virou pra ir embora e ele chegou mais perto segurando ela pelo braço. Ela virou sem entender.

- Por que ligou então?

Era uma pergunta que nem a própria Rachel tinha resposta. Ela simplesmente achou o número, sabia que era dele e ligou. Ela sentia que queria ver ele e que ele podia ajudar de algum jeito. Eles conversaram o suficiente pra marcar o encontro e o Finn perceber que havia algo de errado com ela.

Ela se soltou dele, olhou pra baixo e sentou na cadeira mais próxima. Ele olhava ansioso e animado por estar perto dela, mas querendo estar mais próximo ainda. Ele sabia que era errado pensar nisso, mas ele não conseguia evitar.

- Rachel, vem cá. Vou te levar em um lugar.

- Como assim? Não posso, tenho um monte de coisa pra f...

Finn pôs o dedo sobre a boca dela e ela olhou assustada. Ela queria tanto ir onde quer que ele fosse levar ela. Não significava que ela tinha esquecido o passado, na verdade toda vez que ela olhava na cara dele aquela cena aparecia na cabeça dela.

- Rach, por favor. Só dessa vez, depois a gente não precisa se ver nunca mais.

- Finn, eu não posso – ela olhou pra ele e viu que ele falava sério. E ela realmente queria saber onde eles iam, porque sim Rachel Berry era muito curiosa – Ok, tá bom. Você tem meia hora e nada mais.

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- Não acredito!

Finn havia levado ela ao primeiro lugar que eles foram juntos em NY. Um restaurante onde os dois foram durante os concursos de coral que eles participaram durante o ensino médio. No momento em que ela colocou os olhos naquele lugar, as lembranças a invadiram e ela não conseguia esconder a felicidade em relembrar todos aqueles momentos. Finn não conseguia segurar o sorriso ao ver os olhos da morena brilhando.

- Lembra daqui, Rach? Nunca voltei depois daquele dia, mas continua o mesmo. Talvez, a gente possa entrar e conversar?

Rachel não respondeu, só acenou com a cabeça e entrou no restaurante. Eles escolheram a mesma mesa de quando eles vieram pela primeira vez e pediram a mesma coisa. Eles conversaram descontraídos, até a Rachel perguntar:

- Por que você me deu seu número?

- Não sei, eu acho que a gente precisa conversar sobre aquilo ou eu nunca vou me sentir livre disso.

- VOCÊ quer se sentir livre disso? – Rachel deu uma risada debochada, sem acreditar no que ouvia. No fim, ele estava preocupado com a própria consciência - Pelo menos um de nós vai superar, não?

- Rachel nunca foi a minha intenção fazer aquilo, eu achei que eu sabia o que queria. Eu me precipitei e fui impulsivo.

- É e depois sumiu pra sempre, sem nunca voltar pra poder me dize pelo menos isso. Quer saber? Eu vou embora, a gente não tem nada mais pra conversar.

Ela entregou algum dinheiro pra ajudar na conta e arrumou sua bolsa. Finn não queria que ela fosse embora, ele queria conversar, se acertar e poder ver ela sempre que possível. Ele queria voltar a ter contato com ela. Mas ela não conseguia perdoar ele, por mais que tentasse. Rachel se levantou e disse séria:

- Eu não te ligo mais, você não me liga mais. É isso. Eu não quero te ver mais.

Finn não conseguia responder, só ficou encarando enquanto ela balançava a cabeça e se virava pronta para ir. Ele não podia a deixar ir, mas ela havia deixado muito claro a vontade dela.

Finn ficou alguns segundos imóvel, pensando e sem reação. Só queria fazer mais uma coisa, antes de fazer o que ela queria. Ele deixou um pouco mais de dinheiro na mesa e saiu rapidamente do restaurante, tentando alcança-la.

Ele a viu andando na calçada logo à frente enquanto digitava alguma coisa no celular. Foi chegando mais perto e a fez parar. Ela olhou pra ele assustada e sem entender. Finn ficou encarando ela, aqueles olhos castanhos com o mesmo olhar sensível e determinado de sempre e simplesmente a beijou.

Ele a beijou como se esse fosse aquele último beijo que eles nunca tiveram. No início ela relutou, mas depois de perceber o quanto ela também queria aquilo se entregou e deixou que o beijo os levasse de volta ao passado. Era um beijo terno, porém cheio de expectativa, desejo e mágoa. Eles foram parando devagar e ficaram com as testas encostadas, respirando ofegantes e se segurando. Rachel sussurrou:

- Nunca mais faça isso. Nunca mais me procure.

Ela se soltou dele e continuou andando. Quando já estava um pouco mais longe, olhou pra trás tristemente. Finn ficou parado observando ela desaparecer pela rua e pensando na merda que tinha feito.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.