Oliver High School

Voltando para Seoul.


Lee Seunghyun, este é meu nome... mas ninguém me chama assim, porque todos meninos descolados tem um apelido, e é claro... eu tenho um. "Seungri", muito legal né? Sei que todos queriam um apelido como o meu, afinal, todos queriam ser como eu. Sou lindo, inteligente, rico... quem não queria ser metade do que eu sou? Moro em Seoul, com meu pai, e estudo lá também, na grande Oliver High School, conhece? Deve conhecer, é o maior internato de elite, uma das maiores, se não a maior escola de Seoul, se você não conhece você é um mendigo. E eu odeio gente pobre, são tão idiotas, e sonhadores... tsc. Falando em pobres, vim passar minhas férias com a caipira, minha mãe, que mora em uma cidade tão pequena e tão inutil no interior da Coréia do Sul, que eu nem faço questão de lembrar o nome da cidade. Mas finalmente, hoje estou voltando para Seoul.

Cheguei à rodoviária, minhas passagens ja estavam compradas, pois não suporto fila, odeio esperar por qualquer coisa, se eu tenho um defeito, esse seria a paciencia... mas também né, sou quase perfeito, algum defeito eu deveria que ter. Se bem que acho que o defeito da minha vida, é minha familia. Meu pai é rico, porem mal fala comigo... na verdade, nem fala comigo, pelo menos não como se eu fosse o filho dele. E minha mãe, é pobre... mas tem um bom coração, eu amo muito minha mãe, quer prova de amor maior do que vir em um buraco desses para passar as férias? E lá vou eu denovo, com minha tentativa de fazer minha mãe vir para Seoul comigo:

– Mãe, vamos para Seoul, eu te imploro.

– Denovo isso? - ela olha nos meus olhos, de um jeito meio que assustador - Eu já falei, Lee Seunghyun... eu não tenho mais nada com seu pai, e além do mais não sou uma mulher da cidade, meu lugar é no campo.

– Porque eu vim para esse buraco de lugar, mãe? Que inferno. Vá logo morar em Seoul, ou não te visito mais, velha!– Não sei porque ela nega em ir, não tem nada de bom nesse lugarzinho.


Logo minha mãe ficou calada, vi que ela não iria dizer nada, acenei com a mão me despedindo, e subi no onibus. Logo, vi um menino com o uniforme da minha escola, ele é fofinho até, mais baixo que eu, meu tipo ideal, com essa carinha de ingenuo.

– Posso me sentar ao seu lado? - Sou tão cara de pau, quem me diria não, afinal?

– P-pode... – Ele parecia estar nervoso... meu deus, sou tão bonito assim? haha!

– Está vermelho, se sente bem? - Logo, o olhei bem profundamente nos olhos, e coloquei a mão em sua testa, para provocar, sei como isso deixa esses meninos ingenuos sem graça, e como ele ja estava sem graça, queria ver se ele desmaiava ali, haha.

– Si-si-si-sim! – Ele gaguejava demais, era uma graça.

Ao senti-lo empurrar minha mão, sorri, coloquei meus fones de ouvido e virei para frente.

Não muito tempo depois, olhei pro lado... ele estava dormindo, era tão adoravel ve-lo assim. Será que ele é do sexto ano também? Espero que sim, ele parece ser engraçado, haha... Ué, ele está caindo no meu colo, nem vou fazer nada, vamos ver oque ele vai fazer quando acordar. De tanto esperar ele acordar, acabei dormindo ali, a cabeça dele apoiada em meu colo, me fez sentir algo diferente, era uma boa sensação.

– Ei, você! – Logo acordei, com uma moça gritando... ah não, é esse mocinho ai.

– Em? O que foi? Cadê o povo desse ônibus? - Claro que eu estava assustado, acordei aos gritos, e ele me cutucava de uma forma muito, mas muito irritante.

– Não mude de assunto, seu pervertido! Eu sei muito bem o que você pretendia fazer comigo! Aqui, nesse ônibus escuro e vazio né, estou entendendo tudo, seu pervertido! - Não tinha nem percebido, mas estamos mesmo sozinhos, e está escuro.

– Pervertido? Como... Ah sim, entendi.- Logo sorri, fingindo não entender.

– Sim, pervertido. - Ele parecia nervoso.

Logo entrou no ônibus o motorista do ônibus, gritando:

– O casal de namoradinhos ai do fundo já acordaram? Poderiam descer? Já chegamos faz horas.

Namorados? Haha! Não precisei nem olhar pro lado, pra saber como ele estava sem graça.

– Tudo bem, já estamos indo! – Ao me ouvir, o motorista foi embora, deixando a porta aberta para sairmos. – Então “namoradinho”, até a próxima. – Acho que achei um novo passa-tempo, irritar esse menino, e deixa-lo nervoso. Selei meus lábios aos dele.

– O-o-o-o que você está fazendo? - Ele me empurrou, estava tão vermelhinho. – E como assim “até a próxima”?

– Estudamos na mesma escola. – Apontei pro nome da escola, estampado do lado esquerdo do uniforme dele.

Logo me levanto e vou em direção a saída, apenas com minha mochila nas costas, antes de descer do ônibus, olhei para ele e disse:

– Vai ficar ai vermelho até quando? “Namoradinho”.

Esse ultimo ano escolar, vai ser muito engraçado. Independente da sala que esse menino fique, eu irei caça-lo.