E quando o choque passou, disse a eles: É ótimo ver vocês-

— Denise! Começa a história pelo início.

— Esse é o início, amore! O ponto onde a outra acabou, lembra? Quase ninguém leu aquilo, mas ainda assim…

— Se você tá contando a nossa parte da história, conta primeiro o que aconteceu depois que saímos do Limoeiro.

Pai amado, o Xaveco não me facilita. Nem começar a história em paz eu posso, será o Benedito? Me deixa explicar pra que viemos aqui, estrupício!

Mas ele não se dá por vencido, e insiste — Como eles vão entender o que viemos fazer aqui, se você não explicar nada de antes? Foram nove anos, Dê! Não vai falar nem da carona, da floresta, ou de pra onde nós fomos depois de...

Vocês vão me desculpar se eu estrangular o Xaveco não-deixo-ninguém-falar antes da história começar, não vão?

Não? Ok, então só vou respirar fundo e encontrar a serenidade...Talvez contar até mil... Alguém viu a serenidade por aí?

Bom, essa é a história de como eu e o Xav procuramos o Cebola com... vamos chamar de pequeno contratempo, pra pedir um favorzinho de nada e como tudo deu errado desde então.

Muito errado. De todas as maneiras possíveis. Pra ser sincera, pelo calibre da recepção, vou ficar muito surpresa se eu sobreviver à solução mais que ao problema.

Espera, eu disse problema? Nah, não chega a ser um problema.

— É sério, Dê? Eu diria que a Carmem e o resto do mundo inteiro chamariam isso de um problema grave pra caralho.

— Xaveco lindo do meu coração, você não está ajudando. Posso continuar?

Ele desiste de me atrapalhar, revirando os olhos. — Você venceu. Boa sorte com isso aí.

Quanto à história, eu me garanto. Ainda sou absoluta e multimídia, lindos. Quanto ao resto... Sorte não, vou precisar de um milagre.