Jumpfuckup!

#5

Era engraçado de vê-la se contorcer no chão onde estava sentada, olhando para os mascarados. As risadas sonoras de October eram contagiantes, e uma cura para aquele nervosismo que sentiam sempre que lhe restavam pouco tempo para subir ao palco. As palavras desconexas de Corey não eram mais ouvidas pelos nove, e sim os risos histéricos e cômicos da pequena Gray.

Sentada no chão do backstage, parecia se divertir ao ver a movimentação ao seu redor. De horrendas, as máscaras passaram a ser comédia para alguém.

– Enquanto há pessoas em volta do mundo nos chamando de demônios, existe uma pequena criatura aqui dentro rindo. – Shawn comentou encantado com a criança que já tinha os olhos marejados de tanto rir.

– Hey, pequena. O que você acha de mim? Eu sou gatão? – Sid perguntou, agachando em frente a ela que parou de rir para analisá-lo. – Hein?

Depois de breves segundos apenas ligada a aquela máscara de oxigênio, ela não resistiu e começou a gargalhar de novo. O Dj também não pode evitar, e logo já estava sentado no chão ao lado de October, rindo.

– Pronto, juntou as crianças mais felizes do mundo. – Jim disse, vendo a cena.

– October, você tem que falar logo... Você é o cara, cara!

– Wilson, sai de perto da minha filha, você é má influência! – Paul se aproximou, pegando a pequena em seu colo.

–JUMPFUCKUP! –Corey começou gritar descontrolado no corredor, aquecendo suas cordas vocais, ou talvez dispersando um pouco da empolgação que já sentia.

Quanto mais os minutos iam passando, mas aquele fervor ia lhe subindo as veias.

– jumpkup! – a pequena October imitou, se embaralhando no meio.

– O que você disse, bebê? – Paul perguntou surpreso.

Por um minuto todos dentro do camarim ficaram em silêncio, não se importando com os macacões no meio dos joelhos, ou nas maquiagens feitas pela metade. Ansiavam pelas primeiras palavras de October tanto quanto seus pais. A garotinha de olhos negros sorria abertamente, prestando atenção em cada um deles, que tinham seus olhos vidrados sobre a pequena.

– Jumpkup! – repetiu batendo as palminhas.

– oh my fucking god! – Paul praticamente gritou, abraçando a filha em seguida.

– Ela falou, ela falou! – depois o barulho intenso começou a soar dentro do cômodo. Todos queriam pegar October no colo, e escutá-la dizer sua primeira palavra pela milésima vez.

–O que está acontecendo? – Corey perguntou confuso, adentrando o local tumultuado.

– Seu filho da puta, October falou sua primeira palavra e foi um palavrão!

– Ela me escutou no corredor?

– Jumpkup! – ela disse divertida, sendo agarrada por Corey a seguir.

– Isso ai! Essa é a nossa garota!

– Não fique emocionado por fazer de um palavrão a primeira palavra da minha filha, seu ordinário. E pode prestar contas com a Brenna, ela não vai gostar nadinha!

– Cinco minutos! – gritaram através de uma fresta na porta, avisando que o show logo começaria. Depois disso, não demorou muito para Brenna aparecer e pegar October.

– Bom show, querido. – desejou-lhe selando seus lábios.

– Amor, qualquer coisa que a October falar e que não seja legal, já vou avisando: A culpa é do Corey! – falou rápido, saindo correndo com seu baixo pendurado no ombro.

Franzindo o cenho, Brenna não entendeu nada do que o marido quis dizer, e agradecendo por não ter lhe despertado nem um pouco de curiosidade, foi para o espaço reservado no palco apenas para os mais próximos.

Era o primeiro show que October iria assistir, e alguns amigos da equipe - por assim não dizer Roadies - fizeram questão de filmar a pequena pular ali, admirada com a música intensa feita pelo seu pai e amigos.

– Está gostando filha? – Brenna perguntou, a vendo bater palminhas. Sem esperar que a menina lhe respondesse, deu de ombros.

– Jumpkup! – October gritou, arrancando imediatamente a atenção da mãe.

– O que você disse?!

– Jumpkup!

– Meu deus October! Você não pode dizer isso! – Brenna se desesperou, pegando-a no colo para olhá-la diretamente nos olhos, esses que brilhavam mais que diamantes. – Isso é uma palavra muito feia, ok? Ai meu deus, eu vou matar o seu pai!