Ocean Wide

Capítulo 8 - Luffy está agindo estranho, por que suas bochechas estão coradas?


Capitulo 8 - Luffy está agindo estranho, por que suas bochechas estão corando?

POV Narrador

Nami sabia quem era Shanks, o capitão havia lhe contado, mesmo que muito pouco sobre ele, mas a maior informação veio, na verdade, do avô de Luffy.

Era quase inacreditável que o risonho garoto de borracha conhecia alguém perigoso como um yonkou (*), apenas pelo pouco que havia ouvido sobre esses piratas, era o suficiente para terem a ruiva o mais distante que pudesse que qualquer um deles, mas se era realmente amigo de Luffy não poderia ser uma pessoa ruim.

—Eu adoraria conhecê-lo. — Respondeu com um sorriso doce.

Ele ofereceu-lhe outro em troca trazendo consigo alguns momentos de silêncio enquanto a ruiva rolava os olhos pelo capitão.

—Né Luffy, — Nami deixou sua mão livre deslizar até o peito do companheiro pulsando levemente sobre sua cicatriz. O garoto pareceu estremecer com o toque deixando a coloração rosada em suas bochechas mais visível. — como conseguiu essa?

Nami já havia visto o capitão se machucar muitas vezes durante suas batalhas, mas sempre se curava por completo, ela sentia-se curiosa para saber que tipo de inimigo poderoso poderia fazer um machucado tão profundo em alguém como Luffy.

Essa pergunta parecia rodar em sua cabeça desde que se reencontraram, porém nunca teve oportunidade de lhe perguntar.

Essa não havia sido sua intenção no momento, mas era engraçado ver Luffy corado, talvez nunca o visse assim novamente, então revolveu manter sua mão onde estava.

—Eu não sei. (*)

—Ah. — Murmurou em resposta, não sabia ao certo como o garoto poderia não saber algo assim, uma vez que parecia bastante grave. Seu olhar voltou-se para a cicatriz.

Podia sentir a diferença da pele localizada ali com a do rosto do garoto, era mais fina e sensível, não pode resistir a deixar seus dedos deslizarem por ela.

—Por que está fazendo tantas perguntas hoje, Nami? — Perguntou inocentemente deixando-a notar o leve rubor espalhado por seu rosto.

—Hm? Nenhum motivo.

O loiro chamou a atenção dos outros dois companheiros por estar se mexendo demais, parecia próximo a acordar.

Nami achou que esse era o bom momento para sair de cima do capitão, não seria bom para ninguém se Sanji ou Zoro os vissem assim, mas foi impedida por Luffy que segurou sua mão trazendo-a de volta para onde estava.

—Hm? O que foi, Luffy? — Sentiu suas bochechas ruborizarem também.

—Nesse caso, eu também tenho uma pergunta, — O garoto de borracha sorriu colocando a outra mão sobre o cabelo ruivo de Nami. — por que você deixou o seu cabelo crescer?

—Hm? Vestidos? ... Sim, sim, Tibany-chwan, eu realmente gosto de vestidos. — O cozinheiro murmurou em seu sono ganhando a atenção dos outros dois. Nami colocou a mão sobre sua boca para abafar o riso enquanto Luffy parecia bastante confuso.

Depois de terem Sanji novamente em silêncio, a navegadora voltou seu olhar para o garoto de chapéu de palha que se encontrava atualmente abaixo dela deixando seus lábios esboçarem um sorriso.

—Eu apenas achei que ficaria mais bonito assim. — Curvou-se na direção do capitão.

Luffy abrira a boca para continuar a conversa, porém fora interrompido pelo pervertido de sobrancelhas em formato de alvo.

—AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! — Um grito estridente consome o silêncio que se formou por um curto momento. — EU NÃO GOSTO DE VESTIDOS! TIREM ESSA MERDA DE MIM, OKAMAS (*) MALDITOS! — Sanji gritava desesperadamente quando seu doce sonho se torna seu pior pesadelo trazendo à tona suas lembranças do inferno que vivera nos últimos dois anos.

O susto havia o acordado, agora estava sentado, como uma reação normal de qualquer pessoa que acabou de ter um pesadelo, estava olhando para todos os lados certificando-se que okamas não o cercavam.

Com o coração acelerado, estava quase por agradecer os céus quando nenhum travesti fora avistado tentando pôr lhe um vestido e maquiagem quando seus olhos encontraram com o capitão passando aqueles dedos imundos pelos fios alaranjados do cabelo reluzente de sua amada Nami-san.

Oh, não era apenas isso, ela usava seu casaco e chapéu e o modo como ele segurava sua mão mostrava claramente que a posição em que se encontravam era unicamente culpa dele.

As bochechas rosadas da ruiva não passavam despercebidas pelo cozinheiro, como aquele maldito borrachudo poderia envergonhar uma dama daquela forma?

—LUFFY, SEU MERDA, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO COM A NAMI-SWAN?

A navegadora gananciosa estava bastante ocupada até então com o capitão acariciando seu cabelo - dessa vez teria de admitir para si mesma que gostava - para notar que o companheiro com cabelo de tom amarelado havia despertado.

Talvez de fato tivesse percebido, porém quisesse fingir que não, mas seu desejo de permanecer ali não parecera ser atendido uma vez que sentiu de imediato Luffy empurrando-a cuidadosamente para que pudesse fugir da fúria do cozinheiro. Oh, algo lhe dizia que o capitão ficaria sem sua adorada carne por um bom tempo...

Nami ficou parada, apenas observando como o garoto de borracha fugia de Sanji enquanto gritava inocentemente que não havia feito nada sem entender a perspectiva de qualquer individuo teria ao vê-los daquela forma.

A ruiva não pode deixar de rir de quão ingênuo poderia ser Luffy.

Zoro agora se juntava a briga reclamando com o aquele maldito kappa (*) sobrancelhudo do barulho logo de manhã, Luffy teria que lhe agradecer mais tarde por distrair Sanji dando-lhe a chance de fugir.

—Luffy, seu maldito, eu estou vendo, não pense que vai escapar assim. — O cozinheiro loiro voltava a correr atrás do chapéu de palha.

—Nami, faça alguma coisa, ele vai me matar. — O pirata de cabelos negros se escondeu atrás da ruiva.

—NÃO SE ESCONDA ATRÁS DE UMA DAMA, BORRACHUDO DE MERDA! — Berrou Sanji em resposta chegando um uma velocidade não humana.

A pirata de cabelos alaranjados não pode conter seu sorrio malicioso de surgir em seus lábios, oh, ela podia tirar proveito da situação.

—Por que eu deveria fazer algo? — Virou-se para o garoto fingindo indiferença.

—Eu faço qualquer coisa.

—Qualquer coisa? — Torceu os lábios novamente para um riso maior. — Sanji-kun, poderia deixar Luffy em paz? Eu estou realmente faminta.

Que outra reação deveriam esperar se não um cozinheiro amoroso atendendo imediatamente o desejo da ruiva sem nem mesmo se lembrar o que estava fazendo antes enquanto recitava poemas e a elogiava de todas as formas possíveis.

Estava começando a preparar tudo quando ouviu o grito de Luffy “Eu quero carneee”.

—Você fica quieto, desgraçado. — Respondeu o Sanji que recebeu apenas um capitão curvando os lábios em seu biquinho característico.

(...)

O loiro havia passado por isso antes e por isso, simplesmente não poderia deixar um individuo passar fome, não importa que tipo de ser fosse.

Por esse motivo, não importa o que Luffy tivesse feito ou não, não poderia deixar de dar-lhe sua carne diária.

Na mais pura realidade, não interessava o que havia visto mais cedo, não poderia sequer cogitar a ideia de que o infantil e inocente capitão poderia ter feito qualquer coisa, talvez apenas um mal entendido, talvez fosse apenas o ciúme do cozinheiro amoroso falando mais alto.

Não gostava de pensar sobre isso, mas se por algum acaso a ruiva preferisse o garoto de borracha, Sanji não poderia negar que ele seria, de fato, ótimo para ela assim como é para a tripulação toda.

Mas seu esforço não era para nada, ele sempre imaginou que algum dia, Nami e Robin perceberiam como ele esteve lá cuidando delas e lhe dariam uma chance.

Esse não era seu único motivo para trata-las bem, afinal, eram damas e como um cavalheiro, na opinião de Sanji, elas deveriam sempre ser tratadas como deusas, porém não custava sonhar que um dia seu esforço seria reconhecido pelas duas beldades do bando.

Seu olhar voltou-se para o capitão que brincava com os hashis como uma criança e a navegadora ao seu lado dando-lhe um soco dizendo-lhe para parar.

Sanji não pôde deixar de sorrir para si mesmo, oh, francamente, como poderia ter pensado nos dois juntos? Seria o mesmo que imaginar a linda e elegante Robin-chwan com aquele marimo (*).

(...)

Estava mais para o final da tarde novamente, não tinham encontrado mais nada interessante naquela ilha tornando um certo capitão bastante entediado querendo voltar para o Sunny e assim foi feito uma vez que nenhum dos outros membro da tripulação tinha qualquer interesse naquele pântano.

Nami sentia-se suja apenas de andar sobre aquele lodo, Zoro não tinha adversários contra quem lutar ou mesmo um animal forte para ataca-los e Sanji... Ele estava apenas concordando com a sua doce Nami-swan que insistia em voltar para a embarcação.

(...)

Pisando no convés do navio com um leão na proa, a navegadora imediatamente dirigiu-se à casa de banho.

Luffy estava dando pela falta do resto dos companheiros que não haviam saído para recebê-los, nem mesmo sentia a presença de qualquer um deles, mesmo assim, ele e o resto do trio monstro decidiram procura-los pelo navio.

Isso era bastante estranho...

– - - - - - - - - - - - - - - -

Nami agora despia a camisa do capitão dobrando-a cuidadosamente sobre a pia preparando-se para entrar no banheiro onde apenas jogou sua roupa suja e sapatos molhados no chão onde pegaria mais tarde.

Deixou a banheira enchendo enquanto banhava-se no chuveiro tomando cuidado limpar-se bem uma vez que sentia o lodo escorrendo por seu cabelo e as picadas de mosquito coçando incessantemente.

Agora o cômodo estava infestado com o vapor de seu banho quente e ela caminhava para a banheira com a água da mesma temperatura do chuveiro, a ruiva fez questão de utilizar as bolhas para relaxar.

Nami encostou a cabeça na borda por um segundo sendo surpreendida por um estrondo vindo da porta que a obrigou a voltar seu olhar para lá. Oh, ela não podia simplesmente tomar seu banho em paz uma vez...

—Nami! — Gritou o capitão adentrando a sala apenas para enxergar por dentre o vapor e a espuma da água, uma navegadora que parecia preparar-se para lhe espancar.

Luffy virou-se imediatamente para o outro lado, o que parecia surpreendê-la uma vez que o garoto nunca pareceu se importa com essas coisas.

—Desculpa. — Ele deixou-se dizer. Não era como se tivesse visto algo, mas mesmo assim sentia suas bochechas arderem um pouco, isso nunca tinha acontecido antes e esse tipo de evento já havia ocorrido várias outras vezes. Talvez fosse melhor ver Chopper mais tarde.

Nami segurou os punhos com a atitude estranha do companheiro.

Ela realmente não tinha dado sorte dessa vez uma vez que sua toalha se encontrava do outro lado do banheiro o máximo que podia fazer era esconder seu corpo na espuma.

—Pode olhar, Luffy. — Sua voz finalmente se fez presente, chamando a atenção do chapéu de palha.

Agora olhando para o rosto do garoto, não pode deixa de notar o tom rosado que rastejava por suas bochechas, de modo que ele próprio simplesmente não entendi o porquê.

Nami não pôde deixar de corar com o pensando que veio à sua mente por um momento.

—O que você quer? — Completou ela fingindo indiferença.

—Não encontramos os outros em lugar nenhum, só queria te dizer. — Respondeu num tanto sem jeito, o que era bastante estranho se tratando do garoto do chapéu de palha.