Estar entre os braços de Anthony, sentindo seus lábios contra os meus, podendo tocar seu rosto e acariciá-lo era tudo que eu sempre quis. Eu não pretendia admitir em voz alta, mas, por meio das minhas ações, ele, com certeza, já havia percebido que eu estava completamente rendida. Eu estava desfrutando da sensação de ser beijada por ele, contudo eu me sentia culpada, me sentia errada. Enquanto ocorria o beijo intenso, eu experimentava um misto de sentimentos. Meus pensamentos encontravam-se a mil por hora. Alguns eram negativos e prejudiciais e se sobressaiam aos demais, que eram bons.

Isso tudo me fez romper o beijo e me afastar de Anthony, que se surpreendeu com a minha atitude.

—O que aconteceu? - Ele indagou e eu balancei a cabeça negativamente, mantendo meu olhar fixo no dele. - Eu fiz algo errado? - Ele perguntou, preocupado, se aproximando. Eu dei dois passos para trás e neguei. - Por que você está assim, atordoada e esquiva? - Ele questionou e eu arfei.

—Isso foi um erro. - Eu falei séria, pondo minha mão sobre meu peito. Meu coração estava acelerado e minha respiração estava modificada.

—Por que? - Ele indagou, partindo a distância confortável que estava entre nós. Ele olhou em meus olhos de forma intensa. Seu olhar demonstrava o quanto ele estava ansioso pela minha resposta.

—Nós não somos um casal de verdade. Nós iremos nos casar forçadamente. E você ainda é considerado pretendente de minha irmã. - Eu elucidei-o. Ele assentiu, se dando por vencido.

—Entendo...No entanto, esse beijo só nos mostra que podemos sim nos tornarmos um casal de verdade, uma vez que é nítido que há uma atração forte entre você e eu. - Ele disse, sincero e de forma direta. Eu me surpreendi com sua observação. Eu passei a encarar minhas próprias mãos e a mexe-las sem parar.

—Isso é algo passageiro. Você vai me esquecer. Eu vou te esquecer. Eu não tenho dúvidas disso. - Eu afirmei, tentando mostrar convicção e me virei de costas para ele.

—Fala isso, olhando para mim. Vire-se e diga- Ele proferiu como se estivesse me dando uma ordem. Eu me mantive como estava e então ele se pôs a minha frente, me trazendo para mais perto dele. Eu pus minha mão sobre seu toráx para formar uma distância mínima entre ele e eu. Respirei fundo e evitei olhá-lo nos olhos.

—Isso tudo vai passar. Nós vamos nos esquecer um do outro. - Eu declarei com firmeza, voltando a encarar seu rosto, que encontrava-se próximo do meu. Suas vistas castanhas fitavam as minhas, evidenciando desejo. Depois, ele principiou a olhar meus lábios. Ele intercalou o olhar entre ambos. Seu nariz roçou no meu. Suas mãos pousaram em minha cintura e ele fez com que nós nos aproximássemos.

—Eu nunca senti por alguém o que eu sinto por você. Eu falo que é atração, mas eu desconfio que seja mais que isso. Você me enlouquece! - Ele confessou, demonstrando estar sendo verdadeiro. Ele inclinou seu rosto na direção do meu pescoço. Ele encostou seu nariz nele, aspirando-o. Isso me arrepiou e eu pendi minha cabeça para trás, semicerrando os olhos. Eu arfei. - O seu perfume me inebria, o seu toque me aquece e o seu beijo me deixa extasiado...- Ele admitiu, voltando a me olhar e em seguida ele segurou minha face com suas duas mãos. Nós suspiramos. Eu tentava não encará-lo, mas minhas vistas se atraíam na direção das dele. Ora fitávamos os olhos um do outro, ora fitávamos nossas bocas, entreabertas. -Você sente o mesmo. Eu sei.- Ele enunciou, convicto, e uniu nossos lábios.

Os braços de Anthony enlaçaram firmemente a minha cintura. Eu acariciei suas bochechas com meus polegares. O beijo, dessa vez, já começou intenso. Ele me conduziu até um canto estreito do escritório e eu fiquei entre o corpo dele e uma parede. Ele me beijava com voracidade, evidenciando o quanto ele queria isso. Eu o correspondia.

Sua mão deslizou sobre a minha barriga até chegar a minha coxa. Ele ergueu minha perna até sua cintura. Ora ele fazia carinho, ora ele a apertava. Eu pus meus braços ao redor do pescoço dele e o trouxe para mais perto de mim, ávida por mais.

De repente, todo o meu desejo deu lugar a culpa e eu rompi o beijo, empurrando-o para longe.

—Isso tem que parar, Anthony. - Eu proferi, nervosa e saí correndo da biblioteca.