Oathkeeper
Brienne
Não quero nem saber o que o Jaime aprontou desta vez, pensou Brienne de Tarth enquanto vestia sua armadura e separava seus mantimentos.
Apressou os passos até o quarto que sabia que era da mocinha que havia cuidado de suas feridas.
Bateu na porta e alguns segundos depois a garota atendeu.
– Olá, Senhora. Tem algo que eu possa ajudar?
– Sim, moça. Eu queria mandar esta carta para Selwyn Tarth. Tem algum corvo aí? - A garota balançou a cabeça em afirmativa. - Ótimo... Pode ser agora?
Brienne estava impaciente, mas não queria ser indelicada. A garota assentiu mais uma vez, e permitiu que a donzela de Tarth entrasse em seu aposento. Lá dentro, havia um único corvo dentro de uma gaiola.
– Está com sorte que não mandamos nenhum recado recentemente. - Comentou a garota, e Brienne sorriu timidamente em resposta. - Como está a bochecha, Senhora?
– Muito melhor.
– Que bom.
Ela preparou o corvo, abriu a gaiola e o mandou para Tarth.
– Mais alguma coisa?
– Não, obrigada, moça. - disse Brienne. Devo dizer que estou partindo?, se perguntou. Mordeu involuntariamente o lábio inferior antes de continuar. - Desculpe atrapalhá-la, até mais.
A garota sorriu em resposta, como se estivesse tudo bem. Brienne saiu do quarto e fechou a porta atrás de si.
Foi correndo para o estábulo, mas no meio do caminho encontrou Gendry todo ensanguentado. Ele estava sentado no meio da sala de refeição.
Brienne ficou boquiaberta. Quando o rapaz percebeu a sua presença, franziu a cara e gritou:
– Foi aquele seu maldito Regicida que fez isto comigo! Peguem eles!
O grito chamou a atenção das garotas que brincavam lá fora, e Brienne teve que agir rápido. Saiu correndo pelas portas dos fundos, e deu uma volta até o estábulo. Conseguia ouvir os gritos das garotas ao ver o estado de Gendry, e ouviu também passos atrás dela.
– Volte aqui, Brienne! - Ouviu uma delas gritar, parecia enfurecida.
Nunca pensei que fugiria de garotinhas. Mas preciso fugir, sei que os Foras da Lei estão por perto.
Chegando no estábulo, viu Podrik, Jaime e três cavalos à espera. Se aliviou.
– Minha Senhora.
Disse o garoto, mas não deu tempo para cortesias, ela já subiu em um dos cavalos e galopou para longe daquele estábulo. Ouviu os cascos dos cavalos atrás dela e virou a cabeça para olhar Jaime nos olhos.
– O que você fez?
– Talvez eu tenha batido um pouco naquele rapaz Gendry.
Brienne o olhou com repugnancia, mas não conseguiu manter-se assim por muito tempo, Jaime sorriu e logo ela foi amolecendo o olhar. Sentiu-se corando, e olhou para a frente, a fim de evitar o olhar penetrante de esmeralda do leão.
Fale com o autor