Reencontrei-a na sala de matemática. O professor era um medíocre que se achava muito engraçado. Cantava músicas para a gente decorar fórmulas, se passava por gente boa. Mas era nojento como ele olhava para as garotas. Quando eu a vi se aproximando de sua mesa, com o caderno em mãos cheia de dúvidas, notei também a mão dele em seu ombro.

Sob meu olhar mordaz, afiada como espículo, observei-a se afastar, dando-se conta do babaca.

Ela retornou à carteira perto da porta de saída, continuou quieta o resto da aula. O professor voltou à música. E eu ao meu rascunho.