Stan pediu uma pausa na caminhada, estava suando e a respiração pesada. Sentaram no chão perto de uma grande árvore, a garota ficou perto do loiro caso este apontasse alguma coisa. Seu tivô pede licença para urinar e sai os deixando sozinhos, Mabel o encarava fixamente vendo ele não ligar para a mulher.

Se perguntava como o demônio não reconheceu somente por fotos, afinal seus parentes eram gêmeos assim como ela e Dipper. Era como se Bill soubesse o porque daquele velho não ser quem tinha tanto ódio.

Ficam alguns minutos ali e depois voltam a andar pela floresta até acharem várias pedras posicionadas em círculo, eram grandes e deveriam ser bem pesadas. Seu tivô pega o já conhecido livro marrom estampado na capa seis dedos.

— O primeiro dos diários - disse ele - Vamos ver como encontramos esses unicórnios.

— A magia daqui é grande - comentou o loiro - Devemos estar no lugar certo.

— Consegue sentir?

— Tem poucas coisas que não consigo fazer.

— Convencido.

Observava seu tivô folhear até achar a resposta em meio aquelas páginas amarelas.

— Para achar devemos entoar um canto antigo feito pelas vozes mais graves dos anciões - lê o velho.

— É com você mesmo vovozinho - caçoou Bill.

— Deve ser brincadeira não sei nem cantar no chuveiro.

— Ah qual é? Solta essa voz e se liberte - falou ela tentando animá-lo mas o homem ainda se recusava.

— Belo encorajamento ajudou num total de zero por cento.

— Como você é insuportável.

— Eu sei.

Sr. Pines tentava tomar coragem até que cantou algo mas nada aconteceu, tentou várias vezes, porém fracassou.

— Será que posso fazer um feitiço para ajudá-lo?

— Faz e ele te descobre.

— Tenta aí garota - diz Stan.

Ela brilhou seus olhos deu uns gritinhos agudos e tomou o livro e tentou mas a voz saia tão doce e mansa, se continuassem assim nunca conseguiriam.

— Brilhante Mabel - debochou Bill.

— Tenta você então oh sabichão.

O loiro vai na frente das pedras respirando fundo, começou cantando inicialmente sua voz saía aguda também, ouve a risada dela então o homem tosse seco e depois canta de novo espantando todos. Dessa vez uma entonação grave ecoava, o chão tremeu e um portão brilhante levantou da terra.

— Sr. Cipher não foi tão ruim te trazer.

— De nada.

— Vamos galera - chamou o velho andando na frente.

— Nunca vi meu tivô tão feliz.

— Quem não fica assim na minha presença.

— Chato.

Ele ri passando a mão na cabeça dela bagunçando os fios castanhos. Entram fascinados com o interior, era um paraíso, cascatas, árvores coloridas, arco-íris por toda parte.

Tudo parecia vazio, sem sinal de ter habitação. Andam entre a vegetação rasteira, Bill estala os dedos espirrando água nela que o empurra.

— Olha só visitantes.

— Aaaaaa - gritou a mulher - São tão lindos, tivô quero um! Perfeitos, brilhantes..... Ahhh!

— Se quiser eu a deixo sem falar.

— Como? - indagou Stan.

— Ei!

— O que querem humanos?

— Nobres seres, nós só queríamos um pouco da suas crinas.

— Nossos glamorosos pelos. Bom para isso alguém deve ser puro de coração.

— É óbvio que sou eu né? Quem mais poderia ser! - disse Mabel.

— Eu sou contra.

— Porque sr. Cipher? Minha sobrinha neta é uma garota muito doce.

— Tá vendo - falou mostrando a língua.

— Quanta maturidade.

— Aproxima-se menina.

Ela chegou bem perto do unicórnio roxo claro, tinha cheiro bom, seu coração acelerava. O equino cheirou Mabel então deu uns passos para trás com cara fechada.

— Você não é digna.

O sorriso morreu no rosto dela, caiu na grama paralisada.

— Oh cavalinho acho que estrelinha não foi bem clara. Mas não te demos opção de negar.

— Ah Bill o que está fazendo? - perguntou Stan.

O loiro se virou para ele sorrindo.

— Você é puro jovem?

— Venha ver.

Mabel levantou ficaria indignada se aquele ser perverso seria melhor que ela.

— Nenhum de vocês são puros.

— O que podemos fazer para mudar?

— Bom..... tem um chifre mágico dizem ser do primeiro unicórnio. Se trouxerem para mim, darei o que desejam.

— Ah é injusto, tá mais para trato, você está sendo tão impuro quanto nós!

— Mas aí que está minha cara. Somente quem tem verdadeiras intenções achará esse objeto. Caso queiram apenas me enganar nunca encontrarão.

— Então é um teste! - falou Stan.

— Exatamente.

Eles saíram de lá com uma mistura de frustação e descontentamento, andaram até o carro quietos.

Ela viu o tivô virar as páginas lendo atrás de pistas, enquanto isso Bill levitava algumas pedras entediado. Mabel vai para perto dele se sentado ao lado, tinha achado legal a atitude de confrontar o unicórnio, sabia que não era essa a verdade mas sentia como se o loiro quisesse protegê-la.

— Obrigada.

— Por?

— Você mandou bem enfrentando aquele cavalo.

— Só não teria paciência para ver você chorar pelos cantos.

— Te incomoda me ver triste?

— Tanto faz para mim, mas...... hã, já é bem irritante você alegre imagina infeliz.

— Mesmo assim valeu.

— Olha garota isso faz lembrar nosso trato.

— Porque?

Ele não falou nada apenas passou a mão na perna dela, o toque dos seus dedos a incendiava nunca tinha sentido algo assim. Sempre soube que um dia teria alguém e os dois descobririam as carícias mais picantes juntos. Tratou de dar um tapa na cara dele, não tinha dado essa liberdade.

— Me expressei mal sr. Cipher - disse nervosa - Quando falei sobre fazer o que quiser comigo seria eu poderia te ajudar, em troca não faria nada contra tivô Ford e minha família.

Bill passou a mão na bochecha quente do golpe, jamais na existência do demônio algum ser teve a audácia de um ato assim. Não deixaria barato, aquela garota iria ver sua verdadeira face, além do motivo por temerem. Mas antes precisava dos poderes, então resolveu aceitar a se conter, claro que adorava provocá-la e não deixaria de as vezes deixá-la sem graça.

De repente o velho grita dentro do automóvel tinha encontrado onde poderiam achar o chifre. Partem no mesmo instante com grande velocidade.

..........

Estavam na estrada fazia muito tempo, o ar condicionado tinha estragado e agora morriam de calor. Stan ouvia uma rádio e conversava bastante com Bill sentado ao seu lado. Graças a atitude dele seu parente tinha criado uma simpatia pelo loiro, ela via tudo entediada.

— A caverna Loux fica à alguns quilômetros daqui ao norte. Sabe meu irmão nerd foi bem esperto.

— Sério?

— Ah tivô acho que é segredo isso - falou a garota não querendo revelações perto do demônio.

— Tem razão Mabel.

— Só me deixou mais curioso.

— Uma pena Sr. Cipher - comentou ela debochada.

— Mais alguns minutos e estaremos chegando.

Depois de passar um grande período de tempo dirigindo Stan estaciona perto da localização onde fica a caverna. Pegam instrumentos para ajudá-los e caminham na trilha até chegarem na entrada, dão uma parada contemplando aquelas formações de rochas, tudo era enorme. Ela pega sua câmera e tira inúmeras fotos.

Prosseguem pelos túneis, estava escuro então ligam suas lanternas, Stan lia o diário procurando os passos a seguirem.

Escutam um barulho de algo passando por trás, depois sons de pegadas. A mulher pisa numa poça meio esverdeada, coloca a língua para fora emitindo um ''eca''.

— Ah gente aqui diz que esse lugar é guardado por uma serpente gigante - fala o velho Pines.

— Que por acaso solta fogo? - pergunta o loiro.

— Como sabe disso?
Ele aponta para trás, assustados veem a cobra imensa roxa mostrar sua língua bifurcada e a fumaça saindo das narinas. O animal abre a boca e expele as chamas alaranjadas. Caem no chão para saírem do alcance do fogo depois correm.

Tivô Stan é pego quando a serpente puxa seus pés o enrolando, posteriormente vai embora levando o homem.

— Não! - grita ela vendo seu parente sumir na escuridão.