O reinado

Capítulo 8


Capitulo 8

P.O.V AMERICA

Beijar o Aspen foi bom ele me fazia sentir segura, fixa em um só lugar, mas eu pude perceber ali que eu não o amava, não como alguém quem eu passaria minha vida ao lado, e sabia que ele sentia o mesmo. Nós tínhamos uma conexão, ele sempre estaria na minha vida, tivemos uma história com altos e baixos mas agora éramos apenas amigos, mais como irmãos, eu estaria lá para ele quando e a qualquer hora que ele precisasse e ele faria o mesmo por mim, me ajudando e me apoiando. Mas seria apenas America e Aspen os velhos amigos.

–Maxon eu posso explicar é que...

Percebi que havia alguém além de Maxon, era uma jovem bonita, pelas lágrimas em seus olhos e o jeito que Aspen olhava para ela deduzi que fosse Lucy minha ex-criada e minha amiga. Ela era bonita cabelos compridos trançados, estatura média e olhos verdes, ela parecia ter sofrido um pouco na vida, ela me lembrava a mim mesma. Aspen saiu correndo atrás de Lucy e qualquer dúvida que eu tinha estava acabada ele a amava e ela o amava. Eu estava realmente feliz por isso.

Eu me sentei no banco e fiquei sentindo os raios do sol tocar a minha pele. O que eu estava fazendo da minha vida? Provavelmente eu tinha acabado com um namoro por uma ação precipitada, para depois descobrir que tudo não passava de uma ilusão. Será que nem mesmo sem memória eu consigo parar de fazer besteira, meus pensamentos estavam confusos, mas meu coração sabia exatamente a quem pertencia. Não seria mais fácil simplesmente deixá-lo agir e ver, mas o problema era é, eu sabia quem eu pertencia? A onde era meu lugar?

–Eu sabia que não podia confiar nele, eu devia... devia..

–Não foi ele, fui eu.

Eu não sabia o que estava fazendo, eu estava tão confusa, assustada.

–Porque??...como ?

Maxon não conseguia finalizar sua frases

–Entenda Maxon, eu e você temos algo, eu sinto isso, mas até agora Aspen a coisa mais real e constante na minha vida. É como se nossa vida fosse um nó e ninguém pode desengatar, não que seja como antes, mas para mim é, pelo menos é o que eu lembro, ele me contou o que sente por Lucy, mas.. mas...

O que eu estava fazendo a um momento atrás eu sabia exatamente que Aspen não passava apenas de uma amigo e agora... Ele tinha sido a coisa mais real para mim até agora, o simples fato de aceitar que a única coisa que eu achei que era certa se dissipou como pó ao vento, me assustava.

Eu precisava de um tempo para pensar em tudo isso que estava me sufocando, eu queria ir para casa, ficar com a minha família e decidir o que fazer da minha vida. Eu precisava de um tempo, todos esperava muito de mim por eu ser a rainha, como eu podia governar um pais se eu não governava nem mesmo a minha vida.

–Maxon eu quero ir embora, quero ir para casa.

–Mas essa é sua casa, sua vida.

Pude perceber que Maxon se calou, passava vários sentimento em seu rosto tristeza, confusão, desespero e, talvez, até um pouco de raiva. Eu odiava machucá-lo , mas era a coisa certa a se fazer, ficar aqui não ajudaria em nada.

–Não agora, não mais, minha vida esta tão confusa eu nem sei mais o que fazer, quem sou eu.

Eu tinha a sensação que eu carregava o céu e que ele iria desabar a qualquer momento. Estava perdida em pensamentos quando fui surpreendida por Maxon segurando o meu rosto em suas mãos delicadas e me deu um beijo. Demorei um tempo para reagir, minhas mãos suavam, meu corpo formigava, meu coração acelerava.Toda aquele sensação de desespero, confusão, pareceu desaparecer em quanto nos beijávamos. O mundo pareceu parar a nossa volta, eu não me importava em ser beijada por Maxon, eu poderia fazer isso o dia todo.Eu acho...acho...que eu estava me apaixonando novamente.

–Por favor fique, só mais um pouco e se você ainda quiser ir...

–Okay, eu fico por enquanto.

Ficamos abraçados, eu me perguntava o porque eu queria ir embora, era tão bom estar ao lado de Maxon, seus braços em volta da minha cintura, pela primeira vez eu me sentia em casa. Mas ficar com ele significava responsabilidades e perigo, não responsabilidades como cozinhar bem ou lavar roupa, eu teria que cuidar de um país. E se eu fizesse a coisa errada? Aquele ideia me assustava.

Eu também estaria em perigo a todo momento, seria perseguida por rebeldes, imagina um ataque, eu não saberia como reagir, provavelmente entraria em pânico e colocaria a vida de alguém em risco.

Comecei ao ouvir barulho de gritaria e confusão, ia perguntar para Maxon o que estava acontecendo, quando escutei um barulho alto, que saia de algumas paredes. Maxon havia me falado sobre algo parecido.

–O que é isso? - Eu estava com medo de saber a resposta. Eu suspeitava o que era, mas a ideia me assustava

–Precisamos sair daqui, agora.

Várias pessoas entraram no jardim, o pânico tomou conta de mim. Flashes começaram a passar na minha cabeça, pessoas encapuzadas segurando eu e Maxon, um me envolveu pela cintura.

–Me soltem!! Me deixem em paz

Eu gritava, dava chutes. Maxon veio até mim e me abraçou

–Tudo bem, eles estão aqui para nos proteger.

Quando consegui me acalmar um pouco percebi que as pessoas eram guardas. Eu tinha acabado de ter uma lembrança do dia em que perdi minha memória, Maxon já havia me contado a história de como tudo ocorreu, mas era mais assustador do que eu imaginava. Quando passamos pela porta principal, havia guardas a postos e buracos de tiros na porta, era notável a tentativa de invasão, a porta era constantemente golpeada.

Chegamos a uma porta dupla no piso inferior do palácio, adentramos a sala e os guardas fecharam a porta, não havia ninguém, tinha cadeiras e camas, do lado perto da porta havia dois tronos. Eu tremia.

–Onde estão as outras pessoas?

–Tem abrigos espalhados por todo o palácio.

–São seguros?

–Sim

–Esses são os rebeldes que você me falou que querem o trono?

–Sim.

Ótimo as pessoas que estavam lá em cima queriam me matar, como eu poderia conviver com isso?

Eu gritava a cada tiro que eu ouvia, aquelas pessoas, estavam morrendo para me proteger, como eu iria ficar bem com aquilo! Eu que deveria estar protegendo eles, eu sou a rainha a responsável por esse país. O medo não me deixava pensar direito.

Maxon me conduziu até um colchão que tinha no fundo da sala, trouxe cobertores, eu me aconcheguei no seu peito, podia ouvir a batida do seus coração. Logo os barulhos começaram a diminuir, a batida do coração de Maxon desacelerou e ambos adormecemos.

Maxon se levantou e foi a até a porta, eu demorei um pouco para me levantar, percebi que ele falava com um guarda, não pude ouvir a pergunta de Maxon mas cheguei a tempo de ouvir a resposta

–Alguns dos criados e até agora 10 soldados mortos.

Mortos!! Pessoas haviam morrido? Não pude conter meu medo.

–MORTOS??

Maxon pegou a minha mão e me conduziu para fora

–Vamos.

A subida até o quarto foi em silêncio. O salão estava todo quebrado, alguns dos criados já trabalhava nos reparos, mas dava para ver algumas poças de sangues no chão, eu tentava não reparar.

Isso é... sangue??

Eu tinha medo de fazer perguntas e ouvir as resposta que eu não queria, mas eu precisava.

–Provavelmente sim.

Não pude evitar, lágrimas desciam a toda hora, nunca me senti tão vulnerável.Perto do quarto havia uma mensagem escrita.

“QUEREMOS O QUE É NOSSO”

Isso era o basta. Não dava. Eu amava Maxon, mas se isso fosse significava passar por isso o resto da minha vida. Eu seria mesmo capaz de suportar isso? Entramos no quarto e as palavras saíram de minha boca

–Eu não posso, não dá Maxon, você viu... eles...

Maxon chorava, sei o quanto era difícil para ele também.

– America, por favor, eu preciso de você.

–Eu não consigo Maxon, não dá, eu vou embora e vai ser hoje.

Sai do quarto e fui a até o quarto da princesa, havia algumas coisas minhas, e uma mala com roupas, que seria usada na nossa lua de mel. Eu não queria pensar em nada me joguei na cama e comecei a chorar, por mim, por Maxon, pelas famílias das pessoas que haviam morrido.

Logo adormeci.

Eu e Maxon tínhamos acabado de sair do salão das mulheres, indo em direção ao jardim, eu não podia acreditar que nós iríamos finalmente ficar sozinhos, sem guardas, criadas ou responsabilidades só eu e ele, marido e mulher. Nós estávamos quase chegando, quando somos cercados por homens encapuzados, eles agarram a mim e a Maxon, ele grita mais eu não consigo ouvir tenho que pensar em um meio de me soltar e pedir ajuda.

–ME SOLTEM!!!- Eu gritava em vão, quanto mais eu me debatia, mais eles me apertavam, até que finalmente consegui me libertar e sair correndo, mas logo eles me pegaram e me apertaram mais forte. Eu fui ficando sem ar, olhei para o rosto de Maxon ele gritava algo mais eu não conseguia ouvir, minha visão foi ficando turva, até que ouço um barulho de tiro. A última coisa que penso é se Maxon esta bem, até bater com a cabeça no chão e desmaiar.................O sonho muda.....

Eu estou correndo na floresta, sombras me perseguem, meu peito queima por causa do esforço, os galhos das árvores machucam meus pés e braços. Eu quero desistir e me entregar, tropeço, alguém me segura é uma mulher, olhos claros e cabelos castanhos. Não consigo ver bem o seu rosto mais percebo que mantém um sorriso materno.

–Você não pode desistir, eu preciso de você.

As sobras vão se aproximando mais e mais, eu começo a correr, quando olho para trás vejo que elas pegaram a mulher e avançam para cima de mim. Eu finalmente a reconheço, Ambrely.

Acordo em um sobressalto. Sento na cama, olho para os lados e vejo que em uma mesa há comida. Vou até o banheiro primeiro e tomo um banho, sento na mesa e como em silêncio.

“Você não pode desistir” aquelas palavras ficavam repetindo em minha mente.

Pego o violino para me distrair um pouco e começo a tocar.

(link da música, é só o violino tocado.http://www.youtube.com/watch?v=0wEYzY4pvBk)

Deixo o música me levar, é um jeito de me sentir em casa. A música sempre esteve comigo, sempre amei tocar e cantar, era ela a quem eu recorria quando estava triste, feliz, decepcionada. Eu podia expressar em uma canção o que eu não conseguiria dizer ou escrever.Terminei a última nota suave e prolongada.

–Sempre me impressiono com esse seu talento. Me lembrou no dia do aniversário de Kriss quando você tocou, eu achei que fosse um anjo.

Levei um susto com a voz, mas sem olhar eu já sabia de quem pertencia, aquela voz doce que sempre sabe o que dizer.

–Maxon, achei que já estivesse dormindo. E Kriss é uma das selecionadas, certo?

–Sim, está correto. E eu não consegui dormir.

Ambos ficamos em silêncio, Maxon olhou em volta no quarto e repousou seus olhos nas malas que estavam ao lado da cama, finalmente ele quebrou o silêncio.

–Por favor, não vai embora.

–Ahh Maxon, eu não sei o que fazer e sinto que aqui, eu sou vou atrapalhar.

Ele veio até mim e tomou a minha mão.

–Eu te amo, America. Eu preciso de você.

Ele me disse isso olhando no fundo dos meus olhos, eu não conseguia, era impossível dizer não com ele me olhando daquele jeito. Levantei da onde eu estava, saindo do seu campo de visão.

–Por favor, Maxon, eu preciso pensar, dormir, pela manhã tomo uma decisão e essa será a definitiva.

Ele abaixou a cabeça e consentiu, saiu do quarto, desejou um boa noite e sumiu na escuridão da noite.

Me joguei na cama, eu precisava pensar mais não aqui, fui até a varanda na tentativa de ter um pouco de ar, falha, então resolvi descer e ir até o jardim. Havia guardas nas portas mas quando eu me aproximei eles simplesmente abriram e eu adentrei.

A noite estava morna, o ar era bom, as luzes das estralas eram lindas, fui me aproximando do banco quando tive um súbita tontura sentei no gramado.

Os guardas me mandaram para minha cama eu precisava de ar,acabei caindo nos braços de um, alguém fala com eles , as portas do jardim são abertas, com o resto de forças que eu tinha corro para o jardim sento na grama e apoio minha cabeça no banco........

–Não me chame de querida...-Eu falava com Maxon

–é ridículo

–O que é ridículo?

Ele mantinha a sua classe e educação, sempre calmo.

–O concurso......

Eu estou na sala de jantar, a família real esta em uma mesa e todas as meninas em outro.

–Senhorita America ?

–Sim, Majestade?

–O que acha da comida ?..........

–Feito, se ela não chorar, a senhorita me deve um passeio pela propriedade amanhã á tarde.

Eu e Maxon estamos no jardim........

Tudo passa como um filme em minha cabeça, o telhado com a chuva, os filmes, as idas ao jardim, todas as mexidas nas orelhas, as brigas, confusão, ataques.

Para, estou de volta ao dia do meu casamento o vestido, meu cabelo, minha família embora meu pai não estivesse lá, minha melhor amiga Marlee, minha irmã, mãe, Aspen me levando até o altar.

Volto ainda estou sentada no chão do jardim, o lugar onde nós nos conhecemos. Tenho muita dor de cabeça, as coisas ao meu redor parecem girar, minha visão está turva. Mas agora eu sei eu me lembro de tudo, essa era minha casa, o castelo, cuidando do país, eliminando as casta. Aqui é o meu lugar ao lado do meu lindo e só meu, Maxon.

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Eu queria agradeçer as novas pessoas que comentaram, espero que tenha gostado do capítulo, e continue comentando, eu adoro e para os leitores fantasma, por favor eu passo horas escrevendo e vocês só alguns minutos comentando, eu quero saber o que vocês estão achando.