Acordei de manhã ao som da melodia dos pássaros.

Parecia que estava num sonho, mas quando minha irmã entrou em meu quarto sem pedir autorização, vi logo qua não se tratava de uma mera melodia.

– Levanta-te que já são horas. Tens que levar o lixo e arrumar a casa pois a minha mãe vai chegar em breve e tenho de dizer que fui eu. Eu até poderia arrumar a casa mas dá-me muito trabalho. E além disso tu és a cabra de cá de casa. Vá, não tenho o dia todo. Ou preferes que diga á mãe que me trataste mal?

Nesse momento me levantei pois sabia que minha mãe de certeza iria acreditar na minha irmã. Nunca, mas mesmo nunca acreditaria na “estúpida da miúda (eu) ” como minha mãe dizia sempre.

Tomei duche e comecei a dar socos nas paredes do duche… Comecei a sentir a raiva a apoderar-se do meu corpo mas consegui resistir…

Fui para a escola cheia de dores nas costas graças á minha rica irmã. Aulas, aulas e aulas. Finalmente o almoço. Peguei nos talheres e quando peguei na faca imaginei a minha irmã espetada nela e realmente morta.

– Mas o que é que eu estou a pensar? – perguntei eu para mim. Porque é que eu estou assim?

Nesse momento chegaram minhas amigas interrompendo-me de imaginar mais coisas absurdas (ou não).

– Oi, já estás melhor? – perguntou-me Akira.

– Sim, acho que sim! – afirmei eu.

– Queres ir dar uma volta? E se calhar comer um gelado? – perguntou Yumi.

– Desculpem meninas mas não posso. Tenho coisas que fazer em casa.

– Ok mas amanhã não te safas! – disse Akira e Yumi ao mesmo tempo.

Nesse momento foram-se embora e com elas a minha alegria também. Tinha-lhes mentido… Não tinha coisas a fazer em casa (a não ser, ser a culpada de lá de casa é claro) mas sim tinha coisas com que pensar…

– Bem, se ninguém faz nada por mim, vou começar eu a fazer coisas por mim mesma…

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– O que será que a Yuno estará a pensar neste momento? – perguntou Yumi á Akira.

– Não sei, mas tenho um mau pressentimento sobre isto tudo… - disse Akira com arrepios.