O que eu mais desejo

Capítulo 87 - Lar


Dimensão 13, 7 horas — Castelo de Ahist.
Rubi atravessou aqueles corredores de maneira impaciente assim que ela para na frente da porta de seu guardião, pronta para bater na mesma ele a abre e a olha.
— Já acordou? - pergunta de maneira calma.
— Sim, temos que ir para Allea - responde a protegida olhando ele.
— Certo - concorda o guardião acendendo a luz do quarto e pegando a mochila dele que estava perto da porta e logo se volta para a mesma - Vamos?
— Só falta uma coisinha - ela fala começando a seguir na direção de seu aposento, o vampiro a segue a mesma que adentra o quarto pegando sua mochila e colocando dentro as cartas que havia recebido de sua irmã mais nova.
Não demorou para ambos estarem na plataforma de teletransporte, a previsão era que eles retornassem em dois dias, já que o prazo estava cada vez mais curto, e o Submundo não havia dado nem um sinal que aceitaria o acordo.
A princesa coloca a máscara no rosto e o guardião faz o mesmo, quando eles menos perceberam estavam de volta em Allea onde o sol raiava forte e as brisas quentes faziam que você esquecesse qualquer lugar que não fosse ali.
Rubi admirou por um instante a beleza de sua própria nação, mas logo se volta para Liam que agora foca nela também.
— Você esta preparada? - pergunta ele de maneira calma.
— Não sei se posso concordar, é uma sensação estranha de conhece-los - responde ela.
— Vai dar tudo certo - fala Liam de maneira positiva.
Os dois seguem a caminho do castelo, demorou um pouco mais que uma hora para ambos estarem lá na frente, a primeira coisa que protegida fez foi apresentar o selo real para os guardas que estavam ali, os mesmos deixaram ambos passar os guiando até a sala de Violet o braço direto do rei.
A mesma os recebeu de maneira educada, ela pega a primeira carta que Esmeralda havia escrito, assim que terminou de ler ela foca nos dois que ainda estavam de máscaras.
— Quando a princesa Esmeralda entregou esta carta para vocês? - pergunta Violet de maneira calma.
— A cerca de três dias atrás - responde Rubi.
— Certo, sigam-me - pede ela guiando ambos até o salão real e pedindo para que esperassem ali até segunda ordem, e logo ela some entre os diversos corredores do castelo.
Rubi se senta em uma das mesas e olha ao redor, a mesma se sentia de certa forma nostálgica e um pouco nervosa estar conhecendo seus pais biológicos era estranho já que quando a mesma pensava nos da dimensão 12 parecia eternidade sem vê-los.
O rei Luís estava assinando alguns documentos quando sua almirante bateu na porta a mesma parecia calma e tinha uma carta com o símbolo oficial em mãos.
— Aconteceu algo? - pergunta ele de maneira calma.
— Majestade acabei de ser notificada que a princesa pediu que o senhor e a rainha recebessem dois convidados dela para uma conversa de extrema urgência e particularidade - responde Violet de maneira seria.
— Certo, onde eles estão? - fala Luis se colocando de pé.
— No grande salão - diz a almirante.
— Chame a Alice estarei indo na frente - fala ele saindo do escritório e logo em seguida a almirante faz o mesmo seguindo para a ala feminina do castelo.
Em quanto o rei ia para o salão a joia de cristal que ele carregava como medalhão começou a ter um suave brilho de início ele não havia percebido, porém quando a pedra ficou quente foi impossível não reparar o mesmo olha para a porta de vidro e lá dentro o mesmo vê duas pessoas de máscaras uma delas sentada que pela silhueta era uma mulher e o homem de pé olhando ela falando algo como que estava tudo bem.
No momento que a porta foi aberta os dois olham na direção dele, imediatamente Rubi ficou de pé e observava cuidadosamente ele se aproximar a posição seria dele ficada cada vez mais em alerta. Assim que eles estão cara a cara:
— O que a minha filha queria que vocês me falassem? - pergunta o rei, mas nem Liam ou Rubi fizeram referência a ele uma coisa que particularmente rude, mas isto não era a questão do momento.
A única coisa que a protegida fez foi estender a segunda carta para ele que apanhou a mesma e se apreçou para abri-la, as palavras naquela folha eram poucas apenas “Eu a encontrei” e logo em seguida a assinatura da Esmeralda, o rei levantou seu olhar devagar até focar nos olhos verdes da moça a sua frente que estava agora sem mascará.
— Ru… bi - diz ele de maneira surpresa, e a mesma esboça um sorriso.
— Olá - responde ela de maneira tímida.
—Minha filha - o mesmo fala indo abraça-la de fato ele tinha certeza que esta é a sua primogênita os olhos não mentiam e se parecendo tanto com Alice não havia como duvidar.
No momento em que a rainha chegou no salão ela vê seu marido abraçando alguém de primeiro momento ela não entendeu até se aproximar mais um pouco e focar o rosto da jovem, ela literalmente ficou paralisada, mas seu corpo logo tomou o controle a fazendo correr e abraça-la de maneira instintiva.
Quando Alicie a soltou de seus braços os olhos dela estavam encharcados de lágrimas a mesma tinha um sorriso estampado no rosto ainda incrédula, porém, extremamente feliz.
— Minha querida você voltou para nós - diz Alicie emocionada.
— Estou de volta - responde Rubi sorrindo.
Liam apenas observava os três chorando e rindo um do outro, o rei e a rainha pareciam tão felizes que o vampiro por um momento se sentiu culpado por eles terem sido privados por tanto tempo ficarem longe de sua filha.
— Temos tantas perguntas - fala Luis olhando ela.
— Teremos tempo para eu as responde, mas vim aqui tratar de um assunto urgente com vocês dois - responde Rubi.
— E o que seria? - pergunta a rainha agora mais calma.
— É sobre o reino das Ninfas, eu não desejo guerra com elas - diz a protegida de maneira decidida.
— Então é verdade elas que te levaram de nós - Alicie fala de maneira angustiada, Afonso coloca sua mão sobre o ombro dela de maneira de apoio.
— Isso é imperdoável filha, eles te roubaram além de abdicarem seu direito como princesa regente - argumenta Luis - Eu devia mandar atearem fogo naquelas criaturas - diz ele de maneira rancorosa.
— Reconheço seu remorso, vivi 18 anos da minha vida em outra dimensão sem saber ao menos da existência desta, porém, não devemos lutar já esta mais do que na hora de ficarmos em paz - ela faz uma pausa - Estou fazendo um tratado das cinco nações que declara a paz entre elas, sobe minha direção e dentro do acordo irei retirar a maldição de Solaria.
As majestades estão boquiabertas com que acabaram de ouvir aquilo parecia loucura de mais para uma única jovem dizer sozinha, ambos se entre olharam.
— Você não pode fazer isto - rebate Alicie de maneira preocupada.
— Tudo esta pronto - fala Rubi.
— Tem noção do desastre que o Submundo vai criar após tirar a maldição deles? E quem vai detê-los? Aquele rei demoníaco que governa tal nação nunca vai nos deixar em paz, nunca! - argumenta Afonso aflito.
— Pensei em tudo isto, sei muito bem quanto pode custar caro para mim, porém, a maldição é retira sobre uma condição bem específica nunca, jamais poderá haver guerra entre às cinco nações ao contrário o reino que quebrar sua promessa receberá a maldição do sol negro - diz Rubi de maneira concreta.
A rainha coloca suas mãos no ombro da princesa a olhando diretamente em seus olhos de maneira seria.
— Você tem o poder de realizar muitos feitiços, mas toda magia tem seu preço se realizar nossa cerimônia sagrada vai ficar muitos anos sem poder ter a energia vital necessária para realizar outro grande feito como retirar aquela maldição de nossa ancestral - Alice faz uma breve pausa de maneira melancólica - Se tentar fazer os dois temo que não ficará muito tempo entre nós, a Estrela pagou com sua vida por aquela cerimônia e não podemos esquecer querida que este é o ano da colheita-completa.
— Compreendo e aceito os riscos - afirma Rubi - A muito tempo já me decidi preciso fazer o certo, e não o que melhor para mim, existem milhares de pessoas que merecem boas vidas - argumenta.
— Mas e você? - pergunta ela.
— Estou bem - responde Rubi sorrindo.
Neste momento Alicie sentiu uma incontrolável vontade de chorar, mas não iria demostrar fraqueza diante de tanta coragem que sua filha empunhava naquele momento.
— Certo - concorda ela abaixando seus braços e voltando para o lado de seu marido - Como podemos ajuda-la?
— Perdoando as ninfas, e estando ao meu lado nesta decisão seria mais que o cabível - pede ela de maneira gentil.
— Faremos o possível querida, ficará conosco? - pergunta a rainha.
— Apenas hoje, amanhã voltarei para Ahist e irei para o Submundo - responde Rubi de maneira calma.
— Vamos entrando então - fala o rei de maneira deicida.
Os quatro caminham na direção da sala do rei, Liam esta ao lado da Rubi observando tudo em silêncio o mesmo entendia a preocupação dos pais dela afinal pelo mesmo ela não retiraria a maldição do Submundo.
Assim que os quatro adentram na sala do rei, o mesmo se senta em sua cadeira e procura por algum papel sobre a mesa. Alice olha para o vampiro de maneira curiosa.
— Por caso já nos vimos? - pergunta ela, Liam agora foca no rosto dela.
— Sim majestade, mas já fazem muitos anos - responde ele.
— Não mudou nada - fala Alice de maneira gentil.
— Minha natureza não permite tal feito - justifica ele.
—Compreendo, imagino que seja o guardião da Rubi - fala ela.
— Sim - afirma o vampiro, o mesmo desvia o olha dela por um segundo para focar na protegida que também olha para ele.
— Minha filha como a Esmeralda chegou até você? - pergunta o rei para Rubi.
— Na realidade fui até ela, depois que sai do Submundo - responde ela.
Rubi precisou explicar toda sua passagem por Solaria e como as coisas acabaram chegando onde estão e também que ela foi acusada de rebelde pelo rei de Quena.
— Quem diria que o rei Nero estaria do nosso lado nesta situação - comenta Luis de maneira pensativa.
— O Nero anda sendo mais do essencial para tudo que ando fazendo - afirma Rubi.
— Entendo - afirma o rei de maneira pensativa - Acredito que devemos trazer Esmeralda de volta - fala ele.
— E o acordo com Quena? - pergunta Rubi.
—Teoricamente o acordo promete o casamento de primogênitos, ou seja a noiva dele não seria a Esmeralda e sim você - responde Luis - Quando eles descobrirem ficaram furiosos.
— Se me permite a interrupção o príncipe James já tem ciência do que esta acontecendo é muito provável que ele entenda que no final ele ficaria sem uma noiva - diz Liam.
— Mesmo assim ainda seriam longas conversas politicas, o atual rei Afonso não deixaria barato - fala o rei pensativo.
— Isso é um assunto para tratarmos depois do tratado de paz, quando as coisas estiverem mais calmas - comenta Rubi - Com certeza a Esmeralda saberá lidar com tudo isso.
— Então esta combinado no dia do casamento da sua irmã iremos nos encontrar, todos faremos o possível pelo seu tratada querida, vamos arrumar um jeito de colocar todas as coisas no lugar - fala a rainha de maneira confiante - fazendo uma breve pausa - Vou mandar que os levem para os quartos.
— Claro - sorri Rubi.
Quando a mesma esta abrindo a porta para sair ela da de cara com Isaque o mesmo parece surpreso por vê-la ali.
— Rubi? - pergunta ele.
— Olá - responde ela de maneira gentil, a rainha aparece atrás dela sorrindo.
— Isaque, você sumiu por muitos messes onde esteve? - pergunta Alice.
— Desculpe majestade é que passei esse tempo todo em algumas viagens no outro continente - responde ele calmo, e depois se volta na garota a sua frente - Voltou das missões experimentais?
— Ainda não terminei - responde Rubi.
— Precisamos que saiba algo Isaque, em quanto isso vocês serão guiados pela empregada que esta chegando - fala a rainha e neste mesmo instante aparece uma empregada para guia-los, e o rapaz adentra a sala do rei.
— Por favor me sigam - pede a empregada de maneira educada.
Os dois se entreolham e se voltam para mulher na frente deles, ela os guiou até dois quartos um de frente com o outro a primeira coisa que a protegida notou foi como tudo é tão branco, e dourado a mesma podia ver seu próprio reflexo no chão o que era surpreendente.
A princesa se senta a cama e respira fundo caindo de costa para a cama encarando o teto, as coisas nos últimos dias tinham acontecido tão rápido que a mesma não teve tempo para poder refletir o que estava acontecendo.
Em meio aos seus desvaneio ela acaba adormecendo, mas acorda dentro de seu próprio sonho lá ela estava junto com sua ancestral que a olha e sorri. Parecia estar em uma casa pequena e aconchegante onde os raios do sol entravam pela janela, Rubi se senta na mesa perto dela que a encara.
— Eu esperei muito tempo para que chegasse aqui - diz ela fitando a protegida.
— Parece que estou aqui a muito tempo - responde Rubi.
— De certa forma esta - afirma a ruiva - Sei que sente falta de casa - comenta.
— É impossível não sentir - fala a princesa.
— Mas seu coração parece duvidoso sobre voltar - diz Estrela servindo chá para as duas - Devia contar sobre isso a eles.
— Que desejo ficar? Ou que quero ir embora, ao mesmo tempo - pergunta protegida segurando a xícara com firmeza entre seus finos dedos.
— Os dois - confirma Estrela - Mas sabe que não pode ter os dois na dimensão 12 você tem sua avó, os seus pais, e um sonho e aqui você tem tudo que pertence a você seu clã, poder, admiração, inimigos, meu desejo quero dizer nosso desejo - corrige ela - A mais em jogo do que você pode ver pequena.
— Eu sei - concorda Rubi de maneira pensativa, ela olha ao redor a decoração dali era ao mesmo tempo, rustica, bela e lógico nostálgica - A quanto tempo esta aqui? - pergunta.
— Algumas centenas de anos - responde Estrela - Sempre guiando minhas reencarnações.
— Somos a mesma pessoa então?
— Não - sorri Estrela - Apenas compartilhamos do mesmo poder, e ele que sempre volta em uma nova pessoa do nosso clã a cada cem anos para a cerimônia do cetro acontecer - explica.
— Todos pensam que você morreu, acreditam que eu também vou morrer - comenta Rubi pensando em todos que são contra ela realizar o acordo.
— Eu não morri - responde ela rapidamente - Se estivesse morta nunca estaríamos tendo esta conversa, esta é a minha “punição” viver através dos olhos das escolhidas guiando elas para o rumo certo, protegendo vocês só que eu apenas consigo me comunicar atrás de sonhos, visões, brilhos, não posso sair daqui - explica ela - E sobre você morrer não é de toda certeza já que carrega o maior poder que o cetro já concedeu a uma escolhida, vai chegar uma hora que vai ter que escolher.
— O que precisarei escolher? - pergunta Rubi.
— Você ainda não sabe, mas… - ela faz uma pausa relutante - Mas será cobrado um preso pela magia como sua mãe disse, porém a escolha é sua de como pagará por ele.
— Compreendo - concorda Rubi pensativa, ao longe ela escuta como se alguém a chamasse até que em um piscar de olhos ela voltou para o quarto no castelo de Allea.
— Rubi! - Liam a chama o mesmo parecia apresado.
— Aconteceu algo? - pergunta ela ainda entre sonho e realidade.
— Temos que ir, a resistência atacou o castelo de Ahist - informa ele…